Back to Start (em hiatus) escrita por asthenia


Capítulo 13
XII — Try


Notas iniciais do capítulo

Olá bonitos!
Antes de mais nada, obrigada pelas reviews, vocês são uns lindos demais, impossível não ficar inspirada com tantas reviews lindas!
Vi que todos ficaram muito curiosos com o que ia acontecer com ambos os casais, e aí está. O capítulo ficou pequeno, mas prometo que próximo será maior!
Espero que gostem! ;)



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Where there is desire

There is gonna be a flame

Where there is a flame

Someone's bound to get burned

But just because it burns doesn't mean you're gonna die

You've gotta get up and try, and try, and try.”

Onde há desejo,

Haverá uma chama

Onde há uma chama

Alguém está prestes a se queimar

Mas só porque queima não significa que você irá morrer

Você tem que levantar e tentar, e tentar, e tentar.”

( Try – P!nk )

.

Os seus passos rápidos o levaram menos de alguns segundos para a porta do quarto que estava Sakura. Respirou fundo, tentando acalmar o incômodo no peito. Os sentimentos estavam misturados, confusos, e ele não sabia bem como reagir ou o que fazer. Resolveu abrir a porta sem qualquer batida antes ou se anunciar. Sabia que talvez Sakura o esperasse.

Abriu a porta e a encontrou sentada na cama, com o olhar baixo e preocupado. Observou a feição sua feição mudar assim que entrou, e de abatida passou para surpresa. Sasuke tentou voltar a sua habitual forma fria de ser, mas ele sabia que ela o enxergava através daquilo.

— Como se sente? – perguntou baixo, como se não quisesse atrapalhar ou incomodar.

— Estou bem. – Sakura respondeu, voltando a olhar para baixo, evitando os olhos do Uchiha.

Talvez fosse primeira vez que ele se sentia assim, sem saber o que fazer exatamente. Perdia tanto tempo de sua vida minimizando os próprios sentimentos, que mexer com eles era mais difícil que qualquer luta em algum campo de batalha. Saiu da porta do quarto, e com alguns passos se aproximou de Sakura, que sustentava um estado abatido e parecia distraído. Pensou em qualquer coisa que pudesse dizer, mas nada era adequado, ou então suficiente para diminuir o desconforto e o ar pesado daquele quarto. Antes que pudesse formular qualquer coisa que talvez dissesse, a voz dela baixa e determinada chegou aos ouvidos dele.

— Não precisa fazer nada. Nem dizer. Eu fiquei assim também quando soube. Eu tentei falar com você depois disso, eu ten-

— Eu vejo agora que tentou.

A aproximação dele a ela deixava Sakura cada vez mais nervosa. Ele se sentou ao lado dela, na cama, e naquele momento, ela se sentiu de novo a menina acuada, e a vítima dos sentimentos que a própria nutria pelo Uchiha. Voltou ao tempo em que os dois tinham por volta de treze anos, em que todas as vezes que ele se aproximava, um calafrio percorria o seu corpo, que se fragilizava. Voltou à posição firme que estava, e teria que se manter assim para continuar resolvendo aquele assunto que a atormentava.

— A situação agora não mudou muito da inicial, Sasuke.

Ele continuou inexpressivo enquanto observava a força com que Sakura dizia todas aquelas palavras. Como estava abatida, e visivelmente triste. Ele pensou em dizer alguma coisa, mas não adiantaria, estava tão perdido quanto ela. Continuou a ouvindo.

— Eu não mudei as minhas decisões. Só não quero que essa responsabilidade vá para Naruto, mesmo que ele insista... – sorriu, derrotada – mas eu também não quero que você se sinta responsável. Eu vou criar essa criança sozinha.

O rosto dela havia adquirido uma expressão mais firme e decidida, e olhou para o moreno estático. Respirou fundo e esperou que ele dissesse alguma coisa, mas o mesmo preferiu se manter em silêncio. E após alguns segundos ele a olhou tão perdido quanto ela, mas ao mesmo tempo tentando manter a frieza inicial. O que ela pôde ver era que a tentativa do Uchiha estava sendo falha.

— Não Sakura. Esse filho também é meu.

— Eu não confio em você, no que pode fazer. Não iria deixar meu filho-

— Não se faz um filho sozinha. Ele é meu também.

Sakura abriu a boca tentando falar alguma coisa, mas não conseguiu. A expressão carrancuda de Sasuke parecia atingi-la, mas não poderia deixar que isso acontecesse. O Uchiha com uma criança. Um criminoso e assassino não seria capaz de amolecer o coração por causa de uma criança, mesmo que essa fosse seu próprio filho. Fechou os olhos tentando ser forte o suficiente para se esquecer de como o seu coração parava cada vez que ele falava.

— Ele seria seu se você não tivesse quase tentado me matar. Mais de uma vez. - Sakura sentiu um gosto amargo lhe invadir a boca, ao notar que havia ido longe demais. Ignorou o fato de Sasuke estava ali, tão perturbado quanto ela, tentando colocar os pensamentos e a situação em ordem.

Pensou que ele sairia dali, depois que o mesmo desviou o olhar dela e se levantou. Abaixou a cabeça olhando para o chão, ainda sentada na cama, esperando ouvir o barulho da porta quando ele saísse. Mas não ouviu. Com os olhos ainda no chão, observou dois pés masculinos próximos dela, e levantou o rosto. Ele estava a sua frente, próximo dela, sem expressão. Mas podia observar nos olhos dele algo parecido com ressentimento, quando os negros do Uchiha se encontraram com os verdes dela.

— Pedi pra você se afastar de mim e você não o fez. Se eu começo... Eu... – o rosto de aproximava mais de Sakura, que agora tinha as bochechas rosadas e os olhos atentos a ele – eu não consigo me controlar e parar.

Os lábios de Sasuke estavam próximos de um dos ouvidos de Sakura, que involuntariamente se arrepiava com aquela aproximação. Ele mexia com toda a sensibilidade dela, e ela não podia se afastar ou ignorar com ele perto dela demais, daquele jeito. Sasuke ansiava por aquilo, principalmente com o pensamento de que Naruto talvez a tivesse lhe tocado. Com aquela obsessão de que Sakura era dele e agora, além dela, a criança também que esperava o pertencia.

— Sa-Sasuke-kun...

Como se atendesse a voz baixa e melodiosa da Haruno, Sasuke colou seus lábios urgentes nos dela. Segurou forte os braços de Sakura, que agora levava às mãos até o peito dele. Não gostava de pensar que outro a possuía, justamente Naruto, e que talvez ele pudesse tomar o lugar que era de direito apenas do Uchiha. Colou os corpos e abraçou a cintura dela, levantando-a, e sentindo o volume de sua barriga contra o próprio abdômen. Bruscamente, afastou-se dela, que estava em lágrimas e constrangida.

O silêncio tomou conta daquele quarto de hospital frio e vazio. Ele respirou fundo, ainda com um dos braços de Sakura entre seus dedos, que o olhava duvidosa, e com o peito apontando uma dor forte e significativa. Sasuke a soltou de imediato e caminhou até a porta, apressado e sôfrego, e antes que o visse partir, viu os seus olhos a olhando profundamente da porta, o peito começava a doer novamente, mais ainda, quando ele deu seu último pronunciamento.

— Eu sou o pai dessa criança e vou agir como tal.

 

—/-

 

Pensou em qualquer outro lugar em que pudessem conversar, mas nenhum deles parecia acolhedor o bastante para aquele assunto delicado, e por esse motivo escolheu a pequena lanchonete que ficava no final de um dos longos corredores daquele hospital. Em uma das mãos do Hokage, uma xícara com café forte e quente perfumava a mesa em que os dois estavam, e nas mãos de Hinata, havia apenas um copo de água. Não que Naruto apreciasse café, achava o gosto amargo e forte, mas quando aquelas dores de cabeça e incômodos emocionais o atingiam, decidia acalentar ou com uma forte xícara de café, ou então um copo de sakê. Preferia o sakê, mas o horário não recomendava uma bebida tão forte quanto.

Observou os olhos dela se abrirem e olharem para qualquer outro canto que não fosse o rosto dele. Viu, também, o espanto que aqueles olhos que ele apreciava tanto havia adquirido. As maçãs do rosto não lhe negavam a coloração vermelha, e ele gostaria de saber o que se passava na cabeça dela.

— Então... – Hinata sussurou baixo, ainda digerindo todas as informações que Naruto acabara de lhe contar – vocês nunca...?

— Não Hinata-chan! – ele sorriu, constrangido e admirado pelo modo delicado que ela possuía em falar – Eu e Sakura-chan somos amigos. Eu dei essa ideia porque não suportaria ver o filho dela passar pelas mesmas dificuldades que eu.

Hinata não pôde evitar a alegria que invadiu seu coração naquele momento. Não só alegria, que denunciava pelo pequeno sorriso que surgir na sua face, como também alívio por não se sentir como uma peça usada e jogada fora para Naruto, enquanto ele não tinha quem ele realmente queria. Ainda se sentindo envergonhada, colocou as mãos sobre a mesa e alcançou as mãos quentes do Uzumaki, que olhava atento cada atitude dela. Ela olhou para as mãos dele assim que as tocou, e depois encarou os olhos azuis que a observavam. O sorriso discreto que enfeitava o rosto da Hyuuga de alargou um pouco mais, fez com que Naruto, mesmo preocupado com tudo o que havia acontecido, deixasse escapar um sorriso aberto.

— Isso foi muito nobre da sua parte, Naruto-kun.

— Você me conhece bem, sabe que eu não desisto, 'ttebayo.

Foi impossível não corar até o último fio de cabelo com aquele comentário acompanhado do olhar penetrante de Naruto. Ele a olhava encantado, principalmente quando, aproveitando o toque dela em suas mãos, enlaçou seus dedos nos dela. Ela tentou argumentar alguma coisa, respirou fundo, pronta para soar mais uma de suas frases prontas como "nós não podemos" ou então arranjar um jeito de ir embora dali. No entanto foi logo interrompida de falar, quando ele começou.

— Vamos esquecer quem somos por um momento, o que acha? O festival de primavera é daqui a alguns dias – desviou do olhar dela, mas logo voltou a encará-la, animado – e eu queria que fosse comigo. Você aceita?

— N-Naruto-kun eu...

— Ou você vai comigo, ou vai sozinha! – disse, alertando-a antes que ela continuasse – Mas eu não quero que você vá com o tal de "Shinji"!

Não pôde evitar o riso baixo com a maneira ciumenta e infantil da qual Naruto havia falado a respeito de Shinji. Pensou por um breve momento em defendê-lo, mas não o fez, e apenas sorriu em resposta ao Uzumaki que continuava fazendo um bico, pelo simples fato de pensar no futuro noivo da Hyuuga. Mas, logo aquele bico se desfez quando a voz baixa e compreensiva dela soou pela lanchonete vazia.

— Eu aceito, Naruto-kun. E-eu vou com você ao festival.

O sorriso que ele retribuiu em resposta, deixou-a mais feliz do que deveria estar. Ele disse algo como "combinado", mas ela mal ouviu. Estava admirando o olhar dele. Aquele mesmo olhar determinado com a qual ela havia se apaixonado quando menina, e amado agora, sendo mulher.


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Notas finais do capítulo

Não vou demorar para postar o próximo, estou de férias e inspirada! haha.
Thanks for all!
See ya! ;)