- Negar? Negar o quê?! – a menina perguntou ficando um pouco preocupada

- Que você não tem nada com ele. É lógico que você tem algo com ele! – ele disse levantando os braços – Ele te traz até o hospital, te compra um suco, te beija... Olha, se você está comprometida, só fala. Isso deixa qualquer cara louco.

Jack virou as costas e saiu do hospital, deixando Elizabeth perplexa. Ela entrou no quarto novamente e olhou para Liv com os olhos arregalados.

- Eu quero dormir... – disse Olivia bocejando

- Então dorme, princesa. Vou chamar o médico para te dar alta.

(...)

Liz chegou em casa com os braços “doces”. Digamos que carregar Olivia no colo durante todo o trajeto do hospital para casa não foi fácil. Pelo fato de ter tomado muito soro no hospital, a menor não precisaria comer e Elizabeth... Bom, Elizabeth não comia nunca.

Foi a mesma coisa na quinta e na sexta. A única diferença era que Jack não falava com Liz mais, era somente “bom dia” e “boa noite”. Os dois eram orgulhosos demais para pedir desculpas um ao outro, não que um devia desculpas ao outro, mas precisariam daquilo para voltar a se falar. Olivia era a que mais sofria com isso tudo, ainda era muito pequena para entender o que acontecia.

Finalmente o sábado chegou, o dia de sair com Peter. A menina não estava muito animada, talvez por estar brigada com o seu melhor amigo na cidade nova, talvez por estar com coisas demais na cabeça e ter que fazer coisas importantes no dia seguinte.

- Liv. – a ruiva chamou a pequena – Vamos dormir?

- Mas já? – a menininha reclamou e foi vestir seu pijama

- Você sabe que eu tenho que sair com o Peter. Dorme que eu não vou voltar tarde – a mais velha deitou a irmã e a cobriu – Qualquer coisa me liga ou liga para o tio Jack, ok?

- Por que você não namora o tio Jack ao invés do Peter? – Liz arregalou os olhos – Ele é mais legal e gosta de mim

- Eu não namoro o Peter. – ela respondeu – Agora dorme. – disse gentilmente

- Canta para mim? – a menor disse com a voz baixa

Elizabeth tomou fôlego e cantou a canção de ninar que mais gostava. Logo Olivia dormiu e ela foi se arrumar.

Quando ouviu o interfone tocar, já desceu e deu de cara com Peter.

- Olá – a menina cumprimentou sorrindo de orelha a orelha

- Você está linda, Liz – sorriu e a abraçou.

Os dois entraram no carro e ele deu partida.

- Aonde vamos? – perguntou a menina

- Surpresa – sorriu e a olhou

- Não acha isso muito clichê? – sorriu e olhou para a estrada

- Achei que gostasse de clichês. – franziu o cenho – Vou te levar para o meu restaurante favorito. Aquele que te falei, lembra?

- Lembro – sorriu – Viu? Muito menos clichê e bem melhor

(...)

- A noite foi ótima. Muito obrigada – sorriu e desceu do carro

- Concordo. Podemos repetir algum dia desses – a abraçou

- É... – disse baixo – Então é isso

- Ou não – sorriu malicioso

- Por quê? Quer fazer mais alguma coisa? – perguntou confusa e ele simplesmente assentiu e a beijou

Ele se afastou e ela sorriu.

- Podemos mesmo repetir mais vezes – aumentou o sorriso

- Tchau, Liz – sorriu e a deu um selinho.

(...)

- Vamos logo, Olivia! Nós já estamos atrasadas – a ruiva abriu a porta do quarto e apressou a irmã

Hoje era o grande dia. As duas não podiam esperar. Foram o mais rápido que puderam.

- Olá. – Elizabeth disse sorrindo à moça da recepção – Quarto 361, por favor.

- Claro. – a mulher sorriu – Preciso que preencha esses formulários primeiro – disse entregando para ela, que preencheu rapidamente. – A enfermeira vai levar vocês até lá. Como são filhas terão duas horas, ok?

Liz balançou a cabeça, pegou a mão de Olivia e seguiu a enfermeira.

- É aqui. – a enfermeira sorriu – Não se esqueça, duas horas.

A enfermeira saiu e as duas entraram. Encararam a mulher à sua frente.

- Oi, mãe. – a menina disse e sorriu se aproximando

- Mamãe! – Olivia soltou a mão da irmã e correu para abraçar a mãe

- Meus amores! – ela disse sorrindo – Como vocês estão? Estão bem sem mim?

- Calma, mãe. – Elizabeth sorriu e a abraçou – Estamos bem sim. Arrumei um emprego na casa de um advogado. Fico fora o dia inteiro.

- Que bom, filha! E a Liv? – perguntou enquanto as duas se sentavam na cama

- Ela fica com o meu vizinho. Jack – sorriu

- Mamãe, ele é muito legal! Ele...

E foi isso o dia inteiro. As duas matando saudades da mãe. Susan (a mãe delas) tem câncer, o estágio da doença está tão avançado que não pode sair do hospital. Era a primeira vez que as duas iam ao hospital vê-la, era a primeira vez em duas semanas que Susan ficava realmente feliz. Teve que esperar as filhas se instalarem e dar um jeito na vida antes de finalmente irem visitá-la. As três riram bastante, contaram histórias, falaram besteiras... E seriam assim todos os domingos.

- Mãe, já foram as duas horas – disse Liz fazendo bico

- Ah, princesas... Que pena – respondeu ela abraçando as duas

- Tchau, mamãe – Liv acenou e sorriu.

- Semana que vem a gente volta, mãe. Tchau

- Vão com Deus, meus amores.

(...)

Ao chegarem em seu andar, esbarraram com Jack saindo de casa. Liz e ele trocaram olhares e os desviaram rapidamente.

- Tio Jack! – Liv se soltou da mão da irmã e abraçou as pernas do rapaz

- Oi, lindinha – a pegou no colo e a deu um beijo estalado nas bochechas dela – Onde você estava?

- Eu fui ver a mamãe! Eu tava morrendo de saudades dela. – a menininha sorriu

- Sua mãe? – perguntou olhando para Liz

- Depois eu te explico, pode ser? É uma longa história – disse arrumando a bolsa no ombro e olhando para o chão e depois para os olhos dele

- Pode sim. – sorriu e colocou Olivia no chão – Tchau, lindinha.

- Aonde vai? – perguntou Elizabeth sem conseguir se conter

- Sair com uns amigos. Quer vir também?

- Não dá – olhou para a irmã – A babá está de folga – deu uma gargalhada e foi acompanhada por Jack

- Tchau, Lizzie – a abraçou e deu um beijo em sua bochecha – Me desculpa por aquele dia no hospital. Eu fui um idiota. – sussurrou em seu ouvido e a viu arrepiar

- Tudo bem, Jackie – riu e bagunçou seu cabelo – Vai lá.

Ele começou a descer as escadas e ouviu a ruiva gritar lá de cima:

- JUÍZO, HEIN?!

As duas entraram em casa sorrindo e Elizabeth colocou a irmã no banho. Quando terminou, ela fez o mesmo e as duas ficaram se curtindo um pouco antes do celular de Liz apitar avisando que possuía uma nova mensagem.

“Posso te ver? Xx – Peter”

“Na verdade pode, mas não sei como... Haha, xoxo – Liz”

A menina riu da sua própria frase e olhou para a irmã que já dormia apoiada no braço do sofá. Suspirou e levou-a até o quarto, a deitando e depositando um beijo em sua testa.

“Reformulando: Posso ir até aí te ver? Xx – Peter”. Seu celular apitou novamente

“Na verdade pode, mas não tem nada aqui para comer, beber, etc. Enfim, vem! – Liz”

“Me espera. Estou saindo de casa. Xx – Peter”

“Estou te esperando, me liga quando chegar. P.S.: Que gay esse ‘xx’ no final :P. xoxo – Liz”