Inevitável escrita por Minki


Capítulo 7
May I lay you down?


Notas iniciais do capítulo

Hellooo :D

Bom eu não posso falar muito pq eu vou sair kkk mas eu quero agradecer a Joannne Santos, Lele Potter e a Lory pelos reviews ~~ *-* Esse capítulo é para vcs, espero q gostem ;D



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– Me ajudar? – repetiu franzindo o cenho – Por quê? – de repente sentia-se curiosa, ao mesmo tempo que sentia-se envergonhada por ele saber seu maior medo.

– Bom... Você anda me ajudando em poções, não gosto de dever nada a ninguém. – justificou-se, no entanto aquelas palavras saíram tão falsas que ele sabia que Rose não acreditaria.

– E como acha que pode me ajudar? – ele ergueu a cabeça surpreso, pensando que ela o interrogaria até saber realmente qual era o motivo, contudo esta parecia acreditar nele. Apenas parecia.

– Deve haver um jeito – falou com uma certeza que não tinha – Eu vou pensar em algo... – e desviando do olhar dela subiu as escadas, porém Rose continuou parada ali, com o cenho franzido.

Scorpius Malfoy era uma verdadeira caixinha de surpresas.

–x-x-x-

Os olhos verdes dele sorriam ao encontrar os castanhos na outra ponta da sala e Lysander tentava ignorá-los o máximo possível, concentrando-se em terminar seu trabalho de história da arte.

Na noite passada tomou uma decisão definitiva em sua vida. Ia esquecer Albus Potter. Não seria fácil ela sabia, mas não importava quanto tempo levasse era o que estava obstinada a fazer.

– Lysander, você está terminado o trabalho? – Albus perguntou olhando o que ela escreveu – Quando terminar me avisa para eu poder copiá-lo.

Aquilo foi a gota d’água para Lysander Scamander.

– Não – negou fazendo-o olhar para ela – Você não vai copiar meu trabalho, se quiser faça você mesmo.

Ela não ligava para o fato de ajudar Albus nos trabalhos, ou algo do gênero, mas naquele momento Lysander se sentia mal. Pois enquanto estava lá ajudando-o, o que a Longbottom fazia de especial? Uma raiva aflorava em seu peito, era diferente das que já sentira antes, aquela doía como nenhuma outra.

Mesmo não fazendo nada, Longbottom tinha o coração dele.

– Do que você está falando? – indagou confuso – Você sabe o quanto eu preciso de uma nota boa nesse trabalho, senão vou ser reprovado.

– Eu sei, mas isso não é problema meu. – E pela primeira vez seus olhos se dirigiram a loira com devida atenção.

– Por que está sendo assim? Agora que notei você não abriu a boca a tarde toda, aconteceu alguma coisa?

Ela levantou-se da cadeira recolhendo suas coisas.

– Estranho você notar – disse amargamente – Desculpe Albus, mas está cada vez mais difícil para mim sermos amigos.

E então saiu andando até a porta, retirando-se da biblioteca.

Para Albus foram necessários alguns segundos para entender.

Ao sair da biblioteca o corredor estava vazio. O nome dela ecoou pelos corredores três vezes. No entanto, não importava o quanto ele gritasse, Lysander não hesitou um passo.

–x-x-x-

– Você precisa falar com alguém sobre isso, uma pessoa que possa te ajudar, tipo um psicólogo... – sugeriu Scorpius acompanhado por Rose.

– Eu não quero falar sobre isso. – o cortou, contudo ele não desistiu e continuou:

– Se isso não fosse um problema... Mas isso a fez sair do time, não percebe que isto está fazendo mal a você?

– E por que você se importar? – retrucou parando de andar e colocando-se de frente a ele – Eu estou vivendo muito bem com isso até então.

Scorpius a encarou já não sabia as palavras que deveria pronunciar. Por que se importava? Era realmente uma boa pergunta. A angustia que via nos orbes azuis a sua frente era o motivo. Queria acabar com ela, esta que ocultava o brilho celeste que eles possuíam.

– Não quero que ninguém saiba disso, por favor, apenas esqueça.

No entanto mesmo ao se afastar dele, Scorpius não conseguia tirar aquilo de sua mente. O que ocorrera no terraço. Não conseguia nem podia esquecer daquilo. Observou ela caminhar já bem à frente, a neve caia suavemente pelos cabelos ruivos.

Não foi preciso pensar mais, ele provavelmente era o único que sabia seu segredo. O único que podia ajudá-la. Apressou o passo, mas antes que pudesse alcançá-la, a ouviu dizer:

– Lorcan! – sorriu ao encontro do garoto – O que disse que queria me contar?

Ele balançou as mãos nervosamente.

– Há uma coisa que sempre quis falar para você... – hesitou um pouco olhando para seus próprios pés tentando encontrar coragem – Eu sempre temi qual seria sua reação.

A expressão de Rose tornou-se confusa.

– Por quê? É alguma coisa ruim?

Lorcan balançou a cabeça com um pequeno sorriso em seus lábios.

– Tinha medo de ser rejeitado por você – vendo a garota sustentando ainda o cenho franzido deu um passo a diante, ficando mais próximo dela – O quero dizer é que... Eu gosto de você, Rose, mais do que como amigo.

Os olhos da ruiva se arregalaram e Scorpius que assistia aquela cena sentiu uma estranha raiva apoderar-se de si, suas mãos fecharam em punho e antes que perdesse o controle saiu apressadamente dali.

Novamente a palavra ciúmes assombrou sua mente. Negava-se a acreditar nisso. Desde quando nutria algum sentimento por uma filha de um traidor do sangue? Ele bufou parando arfante no hall de entrada, não havia mais como negar aquilo, nem mesmo se procurasse uma lista de defeitos dela, nada faria parar de sentir aquilo que tanto relutava sentir por Rose Weasley.

Era angustiante. Sim, essa era a palavra que definia completamente: Um sentimento que nunca seria correspondido.

Foi até a Torre de Astronomia e se surpreendeu ao encontrar Lysander lá. Sentada no chão com as costas apoiada na parede pedra, segurando uma garrafa de Whisky de Fogo.

Aproximou-se, sentando-se de frente a ela. Seus olhos se encontraram e ele soube que nos orbes azuis espelhavam os mesmos sentimentos que ele. Tomou-lhe a garrafa da mão da garota e tomou um grande gole. A bebida desceu queimando em sua garganta, porém Scorpius não se importou.

– Seu irmão finalmente se declarou para a Weasley. – riu com amargura e ela fez um semblante compreensivo.

– Eu o mandei fazer isso – falou surpreendendo o garoto – Você pode ser meu melhor amigo, mas ele também é meu irmão.

– Não estou com raiva de você. O que você pensou em fazer sobre Albus?

– Me afastar por algum tempo, até conseguir superar isso – bebeu mais um gole da garrafa e entregou ao outro, soltando uma pequena risada – E então Scorpius? Pela sua cara de cachorro sem dono, finalmente você realmente parece ter aceitado o que sente por Rose. – sua voz saindo levemente arrastada.

Ele fez uma careta em resposta.

– Vou falar com o professor, pedir para suspender as aulas extras, elas são uma completa perda de tempo.

– Por quê? Está com medo da ruivinha? – riu.

Scorpius não respondeu, bebendo mais outro grande gole.

–x-x-x-

Mesmo com a visão meio turva, conseguiu voltar para o dormitório sem chamar a atenção. Não estava muito bêbado, tinha a completa noção do que fazia e tinha receio de que alguém percebesse seu estado, ao mesmo tempo que sentia certa dificuldade em se locomover.

Fechou os olhos ouvindo algumas bandas de rock deitado na cama. Havia dois outros garotos no quarto, porém não possuía amizade com estes. Era difícil arranjar amigos no colégio, onde sua aparência revelava uma mensagem para as pessoas o olharem torto.

Seu sobrenome sempre dificultou as coisas.

Alguns minutos passaram-se até sentir alguém balançá-lo, fazendo-o abrir os olhos.

– Scorpius, você viu a Lysa? – perguntou o garoto de cabelos pretos e rebeldes e o outro assentiu, fazendo-o suspirar e sentar-se na cama.

– Melhor deixá-la em paz por algum tempo. – advertiu.

– Ela disse que não queria mais falar comigo, não foi? – retorquiu vendo sentidos por trás do concelho de seu amigo – Nunca a vi tão zangada comigo, e o pior é que nem sei exatamente o que fiz.

– Você não fez nada, Al – ergueu um pouco seu corpo, sentando-se na cama – Apenas dê um tempo para ela.

– Como eu não fiz nada? – retrucou com raiva – Se eu não tivesse feito nada, Lysander não estaria assim. E você sabe o motivo, fala para mim o que aconteceu.

Scorpius desviou o olhar para o piso.

– Ah, cara, se você quer saber pergunte para ela, não para mim.

Albus continuou a protestar sobre isso, contudo o albino repôs o fone, ignorando o outro.

-x-x-x-

Depois do jantar do dia seguinte, Scorpius foi até a sala do professor Adams, bateu na porta e entrou.

– Professor Adams, eu queria falar sobre as aulas de extras que ando tendo – começou recebendo a atenção do professor que tirara os óculos – Acho melhor suspendê-las, eu prometo que vou tirar notas altas.

– Aconteceu alguma coisa entre você e a Srta. Weasley? – indagou com o cenho franzido.

– Bom, nada. Mas não é como se déssemos muito bem, se me entende.

O professor desviou o olhar encarando as chamas da lareira pensativamente.

– Estranho, achava que fossem amigos já que ela que se voluntariou em te ajudar.

Scorpius arregalou os olhos surpreso.

Ela se voluntariou? – repetiu descrente.

– A Srta. Weasley não te contou? – perguntou confuso – Ela viu sua prova de poções e disse que queria te ajudar...

Confuso, Scorpius se retirou do local e caminhou em direção à antiga sala dos monitores. Tentava encontrar lógica nas palavras que acabara de ouvir, contudo elas ainda não lhe pareciam coerentes. Rose Weasley por vontade própria quis ajudá-lo com poções, mas por quê?

Ao chegar à sala onde Rose estava sentada de costas para ele, já estava preparando-se para enchê-la de perguntas, no entanto estancou onde estava quando a ouviu fungar e tudo o que sentia mudou abruptamente.

Devagar se sentou na cadeira de frente a ela e Rose o encarou surpresa.

– Achava que não viria. – comentou abrindo os livros.

– Aconteceu alguma coisa? – perguntou observando os olhos dela carregados de lágrimas que ela impedia de escapar.

– Nada que seja da sua conta. – respondeu com azedume e ele bufou.

– Também não é da minha conta o motivo por ter pedido para me dar aulas extras?

Rose levantou o olhar surpresa e antes que negasse alguma coisa, ele continuou:

– Eu fui falar com o professor Adams e ele me contou tudo.

Ela desviou o olhar sentindo-se nervosa e encurralada, suas mãos suavam e não encontrava nenhuma palavra que pudesse a justificar. O que diria? Que queria começar do zero com ele? Não, não era apenas aquilo. Em seu intimo havia uma verdade que não queria se revelar, pois ela alterava tudo o que sempre achara certo. Queria estar perto dele, não importando como, apenas queria.

Mas por quê?

– Não seja mal agradecido e termine os exercícios. – tentou mudar de assunto com os olhos do garoto cravados nela, porém Rose apenas o ignorou abrindo seu livro de transfiguração.

Era naqueles momentos que Scorpius sabia que não adiantava apelar e nas próximas horas se concentrou nas questões. Pensou até em falar que não queria mais ter essas aulas, porém achou melhor adiar aquela discussão, depois que viu que a garota não estava muito bem.

Quando estava prestes a dar dez horas e Scorpius iria avisar isto para ela, no entanto ao levantar o olhar, a viu deitada sobre o livro completamente adormecida. Deu-lhe uma leve mexida nas costas, mas a única resposta que teve foi um resmungo.

Cuidadosamente Scorpius a tirou da cadeira e a carregou até o sofá, depositando-a nele com delicadeza.

Deixe-me segurar você

Quando você cair no sono,

Enquanto a observava agitar-se um pouco, tentando encontrar uma posição melhor, pensou que talvez a noite retrasada Rose pudesse não ter dormido direito depois daquele ocorrido. Nunca a vira tão frágil desde o dia daquele acidente.

Quando o mundo estiver se fechando

E você não puder respirar

Queria ajudá-la, mas quando pensava como a ideia tornava-se complicada. Ela não queria a sua ajuda. Se contasse para Albus, talvez Rose o ouvisse, porém refletindo melhor, talvez isso fosse ainda pior. Elnão queria que ninguém soubesse, o conhecimento dele fora apenas um acidente.

E não havia só aquilo. Tinha também um problema chamado Lorcan Scamander, só de pensar naquele nome seus dentes rangiam de raiva. “Ele é mil vezes melhor do que você, Malfoy.” A própria voz dela disse e suas mãos fecharam em punho.

Rose com certeza devia estar namorando aquele lunático e isso lhe atormentava.

Suspirou ajoelhando-se no chão ficando na altura da garota. Mesmo se fechasse os olhos conseguiria dizer cada traço do rosto dela e mesmo assim não se cansava em fitá-lo: as pequenas sardas da bochecha rosadas, a cicatriz que brotava-se por trás das sobrancelhas. Seus olhos desceram até os lábios da garota, que eram pequenos e grossos, com um leve avermelhado natural.

Deixe-me amar você

Deixe-me ser seu escudo

– Você sabe que eu não posso sentir isso, – falou quase em um suspiro derrotado – não por você.

Aquele sentimento só fazia-o se sentir miserável, tendo a completa certeza unilateralidade dele. No entanto ao mesmo tempo que queria se afastar dele, também o que mais queria era estar próximo.

O amor era cruel dessa forma.

Quando ninguém puder ser encontrado

Deixe-me deitar você.

Deixou a sala partindo rapidamente para seu dormitório, sem fazer a menor ideia dos olhos azuis da garota tremeluzirem e se abrirem quando saiu.

Rose Weasley ouvira tudo.





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