Clary's POV

Esse ano provavelmente seria o natal mais louco que eu teria.

Eu terminava de me agasalhar - já que estava um frio do cão com aquela neve toda do lado de fora do Instituto. Eu estava me arrumando porque iria na casa de Magnus para ajudar a ajeitar as coisas, pois hoje já era véspera de natal. Deixe-me explicar. Todo mundo ira comemorar o natal juntos, todo mundo eu quero dizer, Jace, Alec, Isabelle, Simon, Magnus, Luke, minha mãe, e até mesmo meu irmão Jonathan ou Sebastian, e outras pessoas também. Passaremos o natal na casa de Magnus já que ele adora fazer festas - mentira, a ex dele a Camille pediu para que fosse lá. Sim! a ex de Magnus também estará nesta festa, e tenho certeza que Alec não irá gostar nadinha. Mas algo me diz que esse natal pode ser doido, mas acho que será o mais divertido.

Batidas na porta do meu quarto interromperam meus devaneios.

– Entra! - Respondi as batidas.

– Já ta pronta?

Era Isabelle toda empacotada também por causa do frio.

– Pera aí, deixa eu calçar minhas botas.

Fui até debaixo da minha cama e peguei as minhas botas pretas.

– Que estranho. - Revelou Isabelle, encostada na porta.

– O que é estranho? - Questionei, enfiando um pé num par de botas.

– Passar o natal como um mundano. - Disse. - Sabe, ter essas árvores de natal, esses piscas piscas, essas músicas que eu acho irritantes, sabe, aquele jingle bells...

– Você vai gostar. - Assegurei.

Bem, quem deu a ideia de passar o natal como pessoas normais foram eu e Simon - apesar de que normais, nós dois não somos nada! -, pensamos que seria bom eles verem - os Caçadores de Sombras - que nem tudo que os mundanos fazem são sem graça, ou idiotice e que também era para eles verem como era um natal de um mundano, que era divertido.

– Pronto - Disse, me levantando da cama, já que havia calçado as botas. -, agora podemos ir.

Saímos do Instituto e um um leve vento gelado agrediu meu rosto, automaticamente levantei mais a gola da minha jaqueta. Ainda não nevava, mesmo que já fosse quase 8h00 da noite. Na calçada uma kombi nos esperava, provavelmente havia sido o Simon que tinha pegado ela emprestada com o Eric.

– Aleluia! - Disse Jace, quando eu e Isabelle entramos na kombi, e como eu imaginava Simon é quem dirigia. - Até pensei que tinham morrido assassinadas pelo seu irmão psicótico Clary.

– Mas não morremos. - Disse Isabelle, que estava sentada no banco ao lado do motorista.

– Falando no psicótico do meu irmão - Observei. -, cadê ele?

– Espero que Lilith tenha o seqüestrado e o levado de volta para o inferno. - Murmurou Jace, para sí mesmo.

– Jace! - Falei.

– Que é?

Mas o som da porta da kombi se abrindo interrompeu o que eu diria a Jace. Jonathan entrou seguido por Camille, a vampira que Alec não gostava nem um pouco. Mas para a sorte dela, Alec já havia ido para a casa de Magnus mais cedo, então não haveria barraco. Bem, por enquanto.

–Pelo Anjo! - Disse Jace, colocando a mão na boca fazendo-se de chocado. O encarei com a sobrancelha franzida em confusão. - Eles dois não se mataram!

Jace e suas brincadeiras irônicas. Mas eu tinha que concordar com ele, todos sabem que Jonathan não gostava do povo do Submundo, e que ele não os suportavam, e agora estava sentando ao lado de um ser do Submundo, uma vampira.

– Haha, como você é engraçado, Wayland. - Disse Jonathan secamente.

– Okay, vamos logo. - Eu disse.

– Diurno dirija! - Disse Jonathan para Simon num tom de ordem e impaciência. Ele não era nada folgado, né?

Pude perceber Simon revirar os olhos, mas nada disse, e começou a dirigir.

– Chega mais pra lá, Caçador de Sombras. - Sibilou Camille, que parecia espremida contra a janela da kombi por Jonathan.

Jonathan bufou, mas se afastou. Mesmo dentro da kombi eu estava sentindo frio, Jace provavelmente percebeu, e pôs seus braços ao redor de mim de modo que eu encostasse minha cabeça em seu ombro.

– Obrigada. - Sorri, retribuindo o aperto de seus braços e me aconchegando nele.

– Você será sempre bem-vinda em meus braços. - Murmurou Jace, dando um suave beijo em minha testa. Seus lábios gélidos causaram-me arrepios, mas arrepios agradáveis.

– Que meloso! - Ouvi Jonathan dizer.

Porém, não liguei, estar nos braços de Jace me fazia esquecer por um segundo o mundo ao meu redor.

– Eu to ficando com sono. - Reclamava Jonathan a sabe-se lá quem. - Esse negócio de natal. Que chato.

– Cadê o espirito natalino Sebastian? - Disse Isabelle, se virando do banco da frente para olha-lo lá atrás.

– É Jonathan - Ele disse a fuzilando com os olhos negros. -, e eu sou mau. Quem é mau não gosta de natal.

Isabelle virou-se para a frente novamente e murmurou algo para Simon que eu ouvi perfeitamente.

– Completamente psicótico Simon.

Eu ri de leve.

Parecia que esse natal seria bem louco, e mais psicótico que o próprio Jonathan.