O Apocalipse Já Começou! escrita por Elisama CF


Capítulo 5
19 de dezembro de 2012




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Eu acordei cedo, eram 6:30h da manhã.

Desci, fui tomar um bom café.

Ninguém tinha acordado ainda, ninguém além daquela bruxa, que aparentemente, não dormia.

– Bom dia Sara, me desculpe por ontem.

– Bom dia.. Kellyana. - realmente me esforcei para ser educada.

– Acordou cedo é?

– Pois é, eu só vim pegar um café, já vou subir novamente. - queria evitar a conversa com ela.

– Tudo bem.

Fui para a cozinha e me deparei com Francine.

Ela também parecia ter acabado de acordar, mas já estava trabalhando.

– Bom dia Francine.

– Bom dia senhorita Blake.

– Poderia me servir um pouco de café.

– Claro mademosseire, como gosta do seu café?

– Temos cafeteria?

– Sim.

– Me prepare um moccacino então.

– Como quiser.

Enquanto meu café estava sendo preparada eu ouvi algo estranho vindo da janela. Era um gemido rouco, algo estremamente bizarro. Por curiosidade, fui dar uma espiada na janela. Eram aquelas pessoas podres, aqueles seres que não eram mais humanos. Eu reparei bem naqueles seres, agora eu sei o que eles eram... zumbis! Havia zumbis no quintal! Estavam se aproximando. Mas eu não ia deixar que eles devorassem ou transformassem algum de nós.

Meu café ficou pronto, tomei um gole e fui até Kellyana.

– Você tem armas nessa casa?

– Tenho, mas por que essa pergunta?

– Não há tempo para explicar, apenas me dê as armas.

– Tem uma espingarda ali atrás da porta.

– Obrigada.

Destemida, corajosa, fui pergar a arma.

Peguei a espingarda e me voltei para Kellyana novamente:

– Está carregada?

– Sim, mas você não vai me matar né?

– Não você, vou matar os zumbis que estão no quintal.

– Zumbis?! Você enlouqueceu?

– Veja você mesma. Há três zumbis aqui.

Kellyana olhou pela janela e viu, realmente havia zumbis no quintal.

– Vamos. - disse ela.

Saímos pela porta da frente, eu com a espingarda na mão.

Eu mirei na cabeça de um deles, mas comecei a tremer e não conseguia mira. Minhas mãos tremiam muito, estava nervosa. Eu não ia conseguir atirar, até porque.. Eu não sabia atirar!!

Pensei que fosse fácil, mas vejo que estava enganada.

Em um golpe inesperado, Kellyana tira a arma da minha mão. Três disparos foram efetuados, três tiros certeiros na cabeça de cada um deles.

Eu fiquei sem reação, ela era uma ótima atiradora.

Os tiros causaram um eco e acabou acordando todos na casa, que apareceram na porta da frente, sonolentos, chocados, sem entender muita coisa, viram Kellyana com uma espingarda na mão e três corpos no chão.

– Todos para dentro, vamos. - disse Kellyana.

– Por que? - perguntei.

– Você não está ouvindo?

Todos ficaram em silêncio, então eu ouvi ao longe, o mesmo gemido, porém, muito mais alto, devia ser uma legião de zumbis, acho que foram atraídos pelo soim dos disparos.

– Vamos. - disse, concordando com Kellyana.

Todos entraram na casa. Então eu perguntei:

– Onde você aprendeu a atirar assim?

– Meu pai era caçador, desde pequena ele me ensinou a atirar, na adolescencia eu passei a caçar com ele.

– E tem mais armas nessa casa?

– Há sete armas nessa casa.

– Pegue todas.

– Como assim? Que papo é esse de armas Sara? - disse Sr.Blake.

– Há um pandemônio lá fora John, se quisermos sobreviver, teremos que lutar, sua filha está certa.- disse Kellyana.

– Kellyana, acho que mais ninguém além de você nessa casa sabe atirar. - disse minha mãe.

– Eu sei atirar. - interrompeu Sr.Blake.

– Tudo bem, só vocês dois sabem atirar, mais ninguém. - disse ela.

– Com licença, eu também sei atirar. - interrompeu Francine.

– Você?! - disse Kellyana, surpreendida.

– Sim madame, eu sei atirar. Na verdade, eu me minha irmã sabemos.

– Você e Lindsey sabem mesmo atirar?

– Lindsey... Lindsey é sua irmã? - interrompi.

– Sim senhorita Blake. - repondeu Francine.

– Sabemos atirar madame. - repondeu a Kellyana.

– Ótimo. Mas agora temos que ensinar o máximo de pessoas possíveis a atirar. John ensine Marise; Francine, você e sua irmã ensinem o restante dos empregados; Sara, você vem comigo.

– Por que eu tenho que aprender com você?

– Porque eu sou a melhor atiradora dessa casa. Você é a mais destemida e corajosa, aprenderá rápido, aprenderá com a melhor.

– Ok...

– Sara, vamos caçar! Troque de roupa e me encontre aqui em baixo as 8h.

Eu subi para o quarto e troquei de roupa.

Não gostava muito da ideia de aprender a atirar com a Kellyana, mas infelizmente ela estava certa, ela era a melhor atiradora da casa.

As 8h, como o combinado, desci. Kellyana já me esperava lá embaixo com uma espingarda e duas pistolas.

– Antes de começar tenho uma coisa a deixar clara. É só questão de tempo até tudo piorar, eu não sei quanto tempo ainda temos, não sei nem se terá amanhã. Então tente aproveitar ao máximo a aula de hoje. Eu sei que você me odeia, mas trate isso como uma preparação necessária para a guerra.

– Ok Kellyana.

– Vamos.

Saímos pela porta da frente e subimos a colina atrás da mansão. Era uma floresta, grande e densa. Realmente havia vários animais lá, mas eu não queria matar animais, queria matar zumbis!

Seguindo Kellyana, ela me guiou até uma parte da floresta que não tinha tantas árvores. Era um campo de treinamento, havia alvos, sacos de areia pendurados, garrafas e latas. Fiquei feliz em não ter que matar nenhum animal.

– Aqui é onde vamos treinar.

– Bem legal. Quando construiu esse lugar?

– Hoje.

– Hoje? Tá de brincadeira?

– Não, eu só construí para o seu treinamento.

– Bom, obrigada.

– De nada, agora vamos começar.

– Tudo bem.

Ela abriu a mochila e havia mais coisas dentro. Tinha um conjunto de adagas, um silenciador, balas, sacos, água e alguns biscoitos.

– Para que as facas?

– Não são facas, são adagas. Você vai treinar com elas também.

– Tudo bem, por onde começamos?

– Vamos começar com isso aqui - ela pegou um arco atrás de uma árvore.

– Arco e flecha? Não dá para começar atirando?

– Não, não dá. Você tem que aprender a ter paciência garota. Com o arco e flecha você vai aprender mira, concentração, técnica.

– Tudo bem, ok. Vamos começar então?

– Vamos. Segure o arco firme e mire no centro do alvo, solte a flecha apenas quando tiver certeza de que irá acertar.

Ela me indicou cada ponto do arco, onde segurar, onde mirar, tudo. Era uma boa instrutora. Eu errei várias vezes o centro do alvo, mas depois de um tempo acertei, acertei quatro vezes seguidas.

– Muito bom - disse ela, batendo palmas.

– Obrigada.

– Você aprendeu como usar o arco e flecha, agora vamos aprender como usar adagas.

– E as armas?

– Tenha calma pequena gafanhoto.

Eu ri. Eu estava me divertindo. O mais impressionante é que eu estava me divertindo com ela.

– Vamos, segure a adaga em um ângulo de 90º. Volte para trás e jogue para frente num movimento de punho que a faça girar.

Segui suas instruções. Acertei de primeira.

– Uau, de primeira, você é boa com as adagas. Tente de novo.

Acertei novamente. E por cinco vezes seguidas eu acertei o centro do alvo.

– Okay, agora vamos tentar para os lados e depois girando. Para os lados é quase a mesma coisa, mas o movimento do punho vai para a lateral.

Eu errei.

– Tudo bem, é que os movimentos a partir de agora são mais difíceis. Você usou muita força, é mais técnica. Olhe para o seu alvo e gire o punho em um ângulo de 160º, afaste o corpo para trás, para dar impulso.

Agora eu acertei. Eu nem acreditava, eu estava conseguindo tudo tão rápido.

– Agora para o outro lado.

Eu também consegui.

– Muito bem, você está aprendendo rápido. Agora tente para os dois lados ao mesmo tempo.

– O que?! Os dois lados ao mesmo tempo? Como faz isso?

– Da mesma maneira, mas ao jogar você cruza. Assim - ela demonstrou, e acertou os dois alvos.

– Ah tá.

Eu tentei, errei da primeira vez, mas consegui depois de duas tentativas.

– Agora um jeito idiota e fácil. Jogue duas adagas. Uma para cada lado. - ela posicionou os alvos, um de cada lado ao meu redor.

Eu acertei na primeira tentativa, esse golpe era ridículo, mas eficiente.

Ela posicionou os alvos um ao lado do outro, um na frente e um mais afastado.

– Agora jogue duas adagas ao mesmo tempo com a técnica do primeiro golpe.

Eu acertei as duas em um alvo, estava errado.

– Mire no meio dos dois alvos.

Agora eu acertei. Eu consegui.

– Muito bem, agora o último golpe com as adagas. Dê cambalhota e tente acertar o alvo.

Eu errei muito esse golpe, várias vezes, até fiquei tonta.

– Tenha foco. Antes de virar direcione seu olhar para o alvo.

Finalmente eu consegui acertar.

– Agora...

– Armas! -interrompi.

– Almoço. Depois de comer... armas.

Descemos a colina até a entrada da mansão.Na descida algo estranho aconteceu.

– Obrigada por tudo tia.

Eu sorri para Kellyana, eu a chamei de 'tia', eu não a odiava mais. O que aconteceu aqui?

Depois do almoço nós subimos a colina de novo. Agora eu iria aprender como atirar.

– Primeiro. Isso é uma arma, não um brinquedo. Então não se esqueça de levar tudo isso a sério. Segundo. Você precisa de foco, concentração e mira. Deixe todos os seus problemas lá fora e se concentre aqui.

– Ok.

– Tente acertar aquele alvo. Cuidado com o a força da arma.

Eu me concentrei muito, efetuei o disparo. O impulso da arma é forte, mas eu acertei.

– Calma, é só questão de prática, você vai melhorar nisso. Por enquando eu recomendo você usar as adagas para matar os zumbis.

– Tudo bem.

– Terminamos nosso treinamento aqui. Vamos embora. Recolha tudo.

– Mas já?

– Eu estou cansada, vamos.

Recolhemos todas as armas, adagas, arco, flechas, alvos. Descemos.

Kellyana deixou eu colocar um alvo no meu quarto, então eu fiquei treinando com as adagas.Ela me deu o conjunto de adagas, o arco e algumas flechas, e uma pistola. Tudo ficou no meu quarto, que já estava parecendo uma zona de guerra.

Eu estava cansada, então decidi dormir um pouco.


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