Solitaria - Filha de dois deuses (Hiatus) escrita por Victor Everdeen Jackson


Capítulo 4
Capítulo 3: Lembranças e Surpresas




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   Olhei para as letras novamente, ela flutuavam, dançavam, meus olhos começaram a pesar, tentei manter eles abertos e controlar os bocejos, mas não deu certo e sem querer adormeci no meio da aula, e sonhei com uma lembrança muito antiga, que não pensava há anos.     

    (Flashback on)

   Eu acordei normalmente naquela manhã, mas sentia que algo estava errado, eu sentia uma espécie de dor emocional, como se alguém próximo a mim tivesse morrido.

    Fui até a cozinha e encontrei minha mãe nervosa, ela tamborilava os dedos na mesa, colocava o cabelo atrás da orelha, lançava olhares assustados para a janela, quando fiquei em frente à mesa, ela fez uma cara surpresa e se levantou, me deu um abraço e falou:

   -Feliz aniversário minha pequena, tome – ela colocou um pacote em minha mão, rasguei o embrulho e me vi segurando uma pequena corrente, olhei feliz para minha mãe, aquilo devia ter custado uma fortuna, era uma corrente de ouro, com um pingente de cristal,
uma rosa e dois ossos entrecruzada, como a bandeira de piratas, mas ao contrario da caveira tinha a rosa.

    De algum modo, aquilo combinava com meu anel, um também de ouro em formato de rosa, que minha mãe escondia de onde tinha vindo.

    -Obrigado mamãe – ela prendeu o colar em meu pescoço, soltei meu cabelo loiro, contrastava perfeitamente, nos sentamos-nos à mesa, minha mãe tinha caprichado no café da manha, pão, bolo, café, chá, gelei, tudo que você possa imaginar, tomamos um café com pouca conversa, ajudei minha mãe a lavar a louça e falei que iria um pouco para fora, já que era sábado, mas minha mãe fez uma cara de horror e falou:

    -Não, lá fora não.

    -Por quê? – perguntei triste.

    -È que... Que... – percebi que ela tentava imaginar uma desculpa.

    -Mamãe, por favor – fiz cara de cachorro sem dono, ela pensou um pouco, mas suspirou e falou:

    -Tudo bem, pode ficar um pouco lá fora – dei um beijo na bochecha dela e sai pela porta, fui até a clareira e me deitei no chão, senti o vento batendo em meu rosto, passei a mão em uma margarida que estava quase morrendo, ela brilhou um pouco e abriu, dei um sorriso, nem eu entendo isso, é uma coisa estranha, sempre que eu relo em uma planta, ela fica bem.

   Tirei a mão da flor e ela voltou ao mesmo estado, é, isso também acontece, ela morre quando eu retiro a mão, me sentei, apoiando meu peso nos braços e olhei para cima, vendo os poucos raios de sol que batiam no chão, uma sombra, provavelmente de uma nuvem cobriu o sol, mas sumiu rapidamente, pensei ter visto uma sombra animal nas árvores, mas devia ser um macaco, eles sempre passam por aqui.

    Comecei a cantar, uma canção que eu não sei de onde vem, mas que me faz feliz, o vento aumentou um pouco, cantei mais alto, flores se abriram ao meu redor, sorri e cantei ainda mais alto, a terra começou a tremer...

    Parei de cantar assustada, como assim a terra tinha começado a tremer? Tudo voltou ao normal, comecei a tremer, não sei por que, o portão abriu, virei a cabeça para ele, um homem e uma mulher vieram andando, o homem vestia um terno prateado e preto, tinha pele pálida, cabelos pretos e olhos da mesma cor.

   A mulher era mais jovem, tinha olhos verdes e usava um vestido longo preto, usava uma tiara prateada nos cabelos pretos.

    Eles pararam em minha frente, me levantei e encarei-os.

    -Emily – falou o homem com uma voz grave – Você cresceu.

    -Quem são vocês? E o que querem de mim? – perguntei esquivando da mulher que tentou passar a mão em meu rosto.

    -Emily, não se lembra de nós? – perguntou a mulher, balancei a cabeça negativamente – Claro, você era desse tamanho quando te vi pela ultima vez.

    Ela colocou a mão na altura do joelho.

    -Bem, já que não se lembra, meu nome é...

     -Saia daqui – falou minha mãe saindo da cozinha interrompendo o homem – Saia daqui agora.

     -Mãe, quem são eles? – perguntei indo até ela que me colocou atrás dela.

     -Duas pessoas que não deveriam estar aqui. Saiam da minha casa.

     A mulher deu um passo à frente, mas o homem colocou a mão na frente do corpo dela e ela parou.

     -Ok, você venceu Lucy, nós vamos embora, mas antes, devo lhe dizer que você não tem escolha, ela terá de partir uma hora ou outra, além do mais lindo colar Emily, feliz aniversario.

      Ele colocou um pacote em minhas mãos com as seguintes palavras: Coloque isso em seu anel e isso te protegerá. Olhei para o presente, que não estava embrulhado, era uma pedrinha vermelha

     E foram embora, quando chegaram ao portão a mulher disse uma frase que se perdeu no vento, mas eu tinha certeza que ela disse:

     -Eu te amo.

      (Flashback off)

     -Emily, acorde, acorde. – falou uma voz feminina em meu ouvido, abri os olhos e vi que estava no chão da sala de aula, a turma inteira estava ao meu redor, a professora estava ajoelhada ao meu lado.

     -Tudo bem? – ela perguntou me ajudando a levantar. Assenti e perguntei:

     -O que aconteceu?

     -Não sei, você estava fazendo os exercícios quando colocou a cabeça entre os braços e desmaiou, mas não sei o que aconteceu, Nicholas apagou também, então os dois caíram no chão e começaram a se debater.

     Olhei para ele que parecia estar prestes a vomitar, me sentei um pouco e alguém trouxe um copo de água para mim, tomei com as mãos trêmulas, a porta se abriu com um estrondo, o secretario do diretor entrou, era um cara franzino, que usava calça social, colete xadrez e óculos.

     Ele segurava uma pilha de papéis, ele procurou a professora com o olhar e falou:

    -Professora, saia daqui, eles estão vindo, rápidos e em bandos e estão atrás da senhora e deles.

     E apontou a mão para mim, Nicholas e Natalie.


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Notas finais do capítulo

Olha, não quero ser chato nem nada, mas só posto se tiver tres rewiews. Até!



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