Quando cheguei em casa, subi direto para o meu quarto. Minha mãe já tinha saído. Torquei de roupa e coloquei um short jeans e uma regata branca justa.

Depois desci para a cozinha. Como eu esperava, não tinha nada alcólico. Mas não importava, Josh ia trazer o que precisávamos.

Quando a campainha tocou eu corri para atender.

- Oi. - disse ele me beijando. - Tem certeza que sua mãe vai ficar fora o dia todo?

- Aham. - respondi. - Ela só chega amanhã de manhã.

Nos sentamos no quintal. Estava meio frio, mas nós dois estávamos tentando ignorar esse fato.

- Como você está? - perguntou ele.

- Eu estou bem, Josh. - mumurei e me aproximei dele. - Sério. Foi só um cortezinho, fala sério.

- Está bem, eu vou te deixar em paz. - ele pegou meu rosto em suas mãos e começou a me beijar, e paramos apenas quando nos faltou ar.

- Então. - eu disse, ofegante. - Trouxe o que eu pedi?

Ele franziu as sobrancelhas.

- Sabe, Sam, eu não sei se...

Revirei os olhos e peguei sua mochila. Tirei de lá algumas latas de cerveja, algumas pílulas e cigarros.

- Deixa disso, Josh. - murmurei, acendendo um e dando outro a ele. - Você não é viciado. Eu também não. É como você mesmo disse: só de vez em quando.

Ele suspirou e assentiu.

- Certo.

Eu deitei em seu peito e soprei a fumaça, observando-a desaparecer em seguida.

Já estava quase anoitecendo. O céu era um misto de rosa e azul.

- Sabe, Sam, eu estava pensando... - começou Josh.

- Pensando no que?

- Ano que vem. Eu não vou mais estar na escola. Vamos nos ver ainda menos.

Franzi as sobrancelhas. As vezes eu esquecia que Josh estava no terceiro ano.

- Você vai para a faculdade?

Ele riu.

- Eu? Ir para a faculdade... é, pode ser, algum dia. Mas não ano que vem. Acho que vou continuar aqui. Talvez arrumar um trabalho e comprar um apartamento realmente meu. Vamos ter ainda mais tempo sozinhos, apesar de tudo.

Ele sorriu maliciosamente e eu retribui.

- Com o que você quer trabalhar? - perguntei.

- Ah, algo idiota, simples, mas que pague bem e eu não tenha que fazer muita coisa.

Eu ri.

- Bem específico. E... bem, se você for para a faculdade... O que quer fazer?

Ele assobiou.

- Bem, acho que biologia.

Ergui as sobrancelhas.

- Sério?

Ele sorriu.

- Você parece surpresa.

- E estou! - exclamei. - Pensei que você quisesse fazer... bem, não sei o que pensei, mas realmente nunca pensei em você fazendo biologia.

- Você pensa muito em mim?

Dei um tapa de leve em seu braço.

- Cale a boca. - suspirei. - Enfim, por que?

- Por que? Bem, acho que... seria legal entender o ser humano. A parte física pelo menos, já que não podemos entender a mental.

Eu o encarei impressionada. Ele bufou.

- O que? Muito ridículo?

- O que? Não, não. É... impressionante.

Nos encaramos por algum tempo, até que ele pegou minha cintura e começou a beijar meu pescoço.

- Certo, chega de conversas inteligentes por hoje.

Começamos a nos beijar e ele me carregou até meu quarto, caindo na cama por cima de mim, seus dedos explorando minha pele por baixo da camiseta.

( ... )

Estávamos deitados preguiçosamente na cama. Josh e eu tínhamos acabado com as pílulas, cigarros e todas as garrafas. Agora, estávamos muito cansados para falar qualquer coisa. Seus dedos moviam-se lentamente pelas minhas costas.

- Que horas são? - perguntei, minha voz estava rouca.

Ele suspirou e pegou seu relógio.

- Onze e pouco da noite.

As drogas tiveram um efeito diferente em meu corpo dessa vez. Eu fiquei tranquila e relaxada, diferente das última vez, em que eu pulei a noite toda pela balada. Eu gostei da diferença. Talvez pudesse revezar.

Eu me levantei, me enrolei no lençol e dei um beijo leve em Josh.

Ele gemeu.

- Fique aqui...

- Relaxe, eu só vou tomar banho, volto em um segundo.

Depois de nós termos tomado banho, resolvemos ver um filme.

Eu deitei com a cabeça no colo de Josh enquanto ele acariciava meu cabelo. Talvez por causa das drogas e do cansaço, adormeci quase imediatamente

Acordei com minha mãe entrando no meu quarto.

Ela me deu um beijo na bochecha e saiu.

Franzi as sobrancelhas e procurei o relógio. Já era quase meio - dia. Quando me levantei, vi um pequeno bilhete na minha mesa de cabeceira. Era a letra de Josh.

Você fica linda dormindo. Me ligue amanhã. Amo você. - Josh.

Meu coração disparou e eu sorri como uma idiota apaixonada