A medida que eu fui contando a história do Lord das trevas e seus seguidores a muralha de frieza de Riddle foi se desfazendo, era tanta emoção trespassando seu rosto que eu não conseguia definir se algo de bom ainda poderia vir da minha fracassada missão. Ao longo da história minha voz ia ficando mais cansada, mas minha alma parecia se livrar de um peso. A postura de Riddle sempre impecável foi decaindo, os ombros caídos, encurvados, seus olhos perdidos nas minhas palavras, a varinha antes em riste agora balançava frouxa na sua mão. 

—Uma noite Dumbledore me fez essa proposta maluca de viajar no tempo, eu nem acreditava que ser possível. Eu- 

—Ele te enviou para me matar? - perguntou Riddle parecendo voltar a me enxergar. 

—Não! Nós tínhamos perdido alguns do nosso lado, eu não aguentava mais ver meus amigos sofrendo, mas não foi pra te matar que aceitei.  Eu vim pensando em aprender o máximo possível pra te derrotar quando eu voltasse pro meu tempo, e na melhor das  hipóteses talvez mudar o rumo da história. - A vida foi aos poucos voltando a minha voz- Eu com certeza não vim para me apaixonar por você, eu te odiava por tudo que que tinha acontecido e eu tentei me apegar nisso. 

—Por que eu acreditaria em você depois de tu que eu ouvi? - Não havia nenhum sinal de raiva, ou de qualquer outra emoção, foi uma pergunta sincera desarmada. 

—Eu não sei, mas eu precisava que você soubesse antes de mais nada, eu não poderia continuar mentindo para você. Tom eu- tentei falar, mas ele me cortou. 

—Não sei porque, você fez um excelente trabalho mentindo pra mim até agora. - Respondeu ele friamente levantando e indo em direção a janela sem ousar sequer me olhar.  

—Tom, eu não me arrependo das minhas escolhas foram elas que me trouxeram até aqui. Eu não fiz nada de forma premeditada, eu não queria que isso, a gente acontecesse, mas aconteceu. Eu achava que você era um monstro...-Fui levantando do chão ainda escorada na parede e sem ousar me aproximaram, quando ele novamente me cortou 

—Eu também achava, e to começando a preferir que eu fosse realmente, pelo menos eu não teria me decepcionado. - Dava para sentir o arrependimento em suas palavras aquilo partiu meu coração 

—Tom. - falei encostando minha mão em seu ombro, imediatamente ele se retesou e virou para me encarar. 

—O que você espera Hermione Granger? Que eu mude por você? Que eu largue todos os meus planos por você- Ele me segurava pelos pulsos agora não me permitindo desviar o olhar. - Eu quero ser o melhor, eu sou arrogante, eu sou herdeiro de Salazar, eu gosto de poder. Todas essas coisas Granger fazem parte de quem eu sou, eu sou assim . E mesmo antes de você aparecer e me contar no que eu vou me tornar eu ja imaginava que minha sede por mais, mais poder, saber, e minha vontade de deixar um legado , de não deixar jamais que se esqueçam que eu sou iria me levar por caminhos sombrios. E quer saber Granger? Eu tava ok com isso, por mim tudo bem, monstro ou não para mim tanto fazia,sabe? Você atrapalhou tudo – ele largou meus pulsos com brusquidão eu podia ver as marcas vermelhas em volta deles, eu estava assustada já. - Eu nunca fui e nem serei hipócrita, dizendo que em minutos meus sentimentos já mudaram por você, mas minhas certezas com relação a nós mudaram. Eu não sei mais quem eu serei, ou que eu vou fazer eu nem sei quem você realmente é . Eu preciso pensar. 

Dito isso ele se encaminhou para a porta, meu coração parou por meio segundo , antes que eu o segurasse pela mão. 

—Eu amo você, mesmo que depois de tudo que eu passei por sua causa, eu amo você por você , eu sei que você não é um monstro, porque você é mais do que o que você disse, eu acredito nisso e mesmo assim eu amo até mesmo essas coisas que você falou. 

—Ama mesmo? Certeza? Porque eu não tenho, e ainda não entendi a graça desse tal de amor até agora. Não sei se é o suficiente para me salvar, como sabe eu já matei e gostei . - Suas palavras foram duras e cruéis. 

—Qualquer pessoa capaz de amar é ser salva. E você me ama eu sei disso, e não estou pedindo pra você mudar pra mim ,eu te aceito assim, eu te escolho de hoje até o fim independente do que vier.-falei com toda sinceridade que havia em mim. 

Afinal eu já tinha tentado lutar contra esse sentimento e falhado, eu escolhia ele e que isso fosse a minha danação se tinha que ser. 

—A-ham, sei-Respondeu ele irônico.- Mas eu não sei se eu te escolho... E quer saber ?- Perguntou ele numa voz cansada- Pra mim já deu, essa conversa não vai levar a nada. Se você quiser ficar no quarto pode ficar pra mim não faz diferença. 

E assim ele saiu pela porta me deixando sem ação , por quase meio minuto eu fiquei la parada sem conseguir assimilar que aquilo tinha acontecido e então a ficha caiu e assim caiu também minhas lágrimas silenciosamente. Me joguei na cama agarrada em seu travesseiro, em seu cheiro, chorei até cansar e acabar dormindo. 

POV. TOM RIDDLE. 

 Parecia que tinha um zunido no meu ouvido, eu não conseguia focar minha visão e tudo parecia estar diminuindo de tamanho, me prendendo, me sufocando. Sai do apartamento sem rumo, sem prestar atenção no caminho que estava fazendo, eu só precisava sair, fugir das paredes que pareciam se fechar sobre mim, fugir da garota que eu não conhecia mais que eu tinha deixado no meu quarto, fugir daquela verdade que nem tinha acontecido ainda, mas tinha sido esfregada na minha cara.  

Eu não conseguia pensar, e eu sem pensar era quase igual um peixe fora da água agonizando para continuar vivo. É essa era a minha exata situação, quando me deparei de frente para o Lago Negro ofegante, tirei a gravata e em seguida tirei a camisa, joguei meus sapatos para o lado de qualquer jeito 

Sob o céu raramente límpido nessa região, vi as estrelas brilhando pensei nas constelações que deveriam estar la e eu não sabia identificar, bem eu não sabia de mais nada a essa altura mesmo isso era só mais uma. Eu me sentia um peixe fora d'agua que ironicamente estava entrando nas águas quase que congelantes do Lago da escola, quando atingi certa profundida me deitei sobre a água, boiando encarando as estrelas como se elas pudessem me dar uma resposta, uma solução para minha vida. 

Além de eu ter nascido de uma união desgraçada eu ainda acabaria sendo um bruxo das trevas, não que eu nunca tenha cogitado a possibilidade, mas chocava saber tudo de que fui capaz ou será que chocava porque agora eu me importava? Por Hermione tinha bagunçado com a minha cabeça? Isso mudava realmente alguma coisa? 

Eu odiava não ter respostas, no fundo eu ja não queria pensar. Fiquei ali olhando o céu, meu queixo batendo pelo frio que estava água, me perguntando se não seria melhor eu ficar ali pra sempre, não decidir nada, não pensar, não ter que viver. 

Comecei a afundar na água, amar Hermione e eu não negava que amava, embora não gostando muito disso no momento, não mudava minha essência eu era ganancioso por natureza e não via vergonha nisso, pessoas sem ambições me davam tédio. Eu gostava de poder, simples assim eu admitia isso assim como quem admite gostar de bolo de limão, azar eu gostava mesmo. Por que isso tinha que ser ruim? Eu queria ser o melhor e provar para todo mundo que duvidava ou que nem se dava ao trabalho de dirigir um pensamento a mim que eu era capaz. Eu não temia a morte ou os sacrifícios necessários eu temia o esquecimento, eu temia a insignificância. 

 A história sobre um futuro sombrio e desfigurado não mudava isso. E amar Hermione Granger não mudava isso, mas então o que mudava? Ou melhor o que mudou em mim? Será que era o suficiente? 

Me senti afundando nas águas do lago e não via motivos para voltar a superfície 

POV Hermione Granger. 

Acordei com os olhos inchados e cabeça latejando. 

"Uma ressaca de choro" 

Minha consciência bipolar sempre ajudando, pensei ao me dirigir para o banheiro. Tomei um banho, e conjurei com um Accio meu uniforme, no fim do choro na noite passada eu tinha chegado a conclusão que por bem ou por mau eu teria que seguir. Quando ele quisesse falar, falaria se eu tentasse forçar só iria piorar a situação, então deixa estar. Arrumei meu cabelo, tentei disfarçar a noite de choro e me armei para o dia, eu precisava passar pelo dia e não adiantava pensar em desistir da vida pois eu tinha escolhido ficar eu não poderia voltar para o meu tempo, lá não era mais meu lugar, eu teria que lidar com o meu presente com ou sem Tom Riddle. 

"Mas não vamos negar que com ele seria bem melhor né querida" 

Por que meu subconsciente não poderia ser mudo? 

Sai do quarto dele e por sorte não cruzei com o casal do momento eu não saberia lidar nem com a melação, nem com as possíveis perguntas. Cheguei ao salão comunal e não sentia realmente fome, peguei uma maçã e me dirigi a para a minha primeira aula com a corvinal, a manhã passou lentamente e não prestei atenção nas aulas , eu o procurei pelos corredores ,mas sem sucesso. No almoço peguei novamente uma maçã e fui para a aula  essa eu deveria ter com ele ,mas ele não apareceu. 

Na aula seguinte Minerva fazia dupla comigo e o olhar dela era de quem imaginava que não estava tudo bem. 

—Olha eu não queria falar nada , mas algo me diz que tem alguma coisa errada...É sobre o Riddle? -me perguntou ela ao meu lado na mesa, eu apenas assenti.- Tem alguma coisa que eu possa fazer?-Mais uma vez apenas fiz que não com a cabeça.- Ok, se precisar eu to aqui Hermione. 

Apenas assenti novamente e escorei minha cabeça no ombro dela, eu não confiava nas palavras. Passei o resto das aulas assim, com Minnie quase me carregando pelos corredores. No final do dia ela me perguntou se eu queria ir para o salão comunal da grifinória, eu não conseguia me imaginar a noite inteira me segurando para não chorar no dormitório feminino, então Minnie simplesmente me levou para o apartamento. 

Quando Abraxas apareceu ela correu com ele de lá dizendo  que precisávamos de uma noite de meninas e me lançando um olhar compadecido acrescentou que era melhor ele avisar Tom Riddle para ele não cruzar o caminho dela. Depois disso não lembro direito, ela tentou me fazer falar eu acho e eu não reagi, acho que tentou me convencer ai ir para o quarto ,mas eu permaneci imóvel no sofá , por fim acho que ela desistiu e foi dormir dizendo algo do tipo: "fica bem" 

Continuei no sofá por um bom tempo, por fim me subindo as escadas em direção ao quarto dele , me joguei na cama do jeito que estava e dormi. 

Acordei com o barulho da porta abrindo para que ele entrasse. 

—Ah, você está aqui.- Disse ele sem vida, eu não sabia reagir- Eu só vim buscar meus materiais e minha varinha que ficaram aqui a outra noite e já estou saindo. 

—É seu quarto, eu saio.- disse já me levantando. 

—Não! Pode ficar não faz diferença , eu to dormindo no meu antigo dormitório mesmo- pelo jeito que ele falou parecia não fazer diferença mesmo. 

—Nossa! Bem vindo de volta senhor Riddle- Falei ironicamente arrumando meu uniforme para sair do quarto. 

—Você não esperava carinho da minha parte depois de tudo, ou esperava?-Falou ele com um sorriso de lado de sempre de maneira dissimulada. 

Fechei a cara e me dirigi para a porta ele me segurou pelo pulso e meu coração segurou a batida com isso. 

—Não sei como são as coisas no futuro, mas você não pode esperar que eu resolva a minha vida de um dia pro outro ainda mais depois de tudo.- A voz não transmitia emoção,ele se escondia atras de um tom sem vida, mas seus olhos diziam mais .- Me permita ter um tempo para digerir tudo que você me disse, Granger. 

Essa educação forçada me tirava do sério. 

—Oh senhor Riddle, tem todo o tempo. Estou indo embora mesmo! - E sai batendo a porta. 

Irritada segui para aula com a mesma roupa do dia anterior, mas não queria me estressar mais chegando atrasada. Todas as minhas aulas infelizmente foram com a Sonserina, e todas eu fazia em dupla com Riddle, mas não conversamos com exceção das aulas que exigiam que a gente comunicasse para algum trabalho não nos falamos e evitei se quer olhar na direção dele. Continuamos sentados lado a lado num desconfortante silencio durante todo o dia. 

Na hora do jantar me sentei ao lado de Minerva que se encontrava acompanhada por Abraxas na mesa da Grifinória,ou seja, eles tinham se assumido mesmo como namorados  e eu ficava feliz embora Malfoy conseguisse ser irritante as vezes. 

—Ok Hermione,eu exijo que você me conte o que está acontecendo entre você e o Riddle.-Falou ele petulante 

—Você não exige nada porque não tem direito pra isso não.- Respondi me sentando na mesa e pegando um pãozinho para beliscar 

—Tenho direito sim,sou amigo de vocês e quero saber.- parecia uma criança teimando. 

—Abraxas, é coisa deles, deixa que eles resolvam. Se eles quisessem nossa opinião já teriam pedido.- Interveio Minerva em meu auxilio. 

—Mas Minnie- 

—Presta atenção que o diretor vai falar. -Cortou Minerva, eu poderia abraçar minha amiga nesse momento de gratidão. 

—Atenção alunos, eu tenho alguns recados.-Começou o diretor Dipet, só acho que Dumbledore fazia melhor aquilo.- A guerra se espalha pelo mundo bruxo e dias sombrios estão por vir e devemos nos preparar para ele, por isso os alunos dos últimos anos passaram a ter aula de duelo depois do horário das aulas, os Dementadores continuam em nossa escola e peço para que não andem sozinhos a noite pelo castelo. Além disso, venho informar que pelas próximas semanas estaremos acolhendo alunos da escola Durmstrang, que foi recentemente atacada por Grindelwald, possamos tonar a estadia deles aqui acolhedora nesses tempos de guerra.E não esqueçam alunos nossa força para resistir está na fé que temos em nós mesmos. - dito isso o diretor saiu do Salão e sussurros eclodiram pelo salão. 

"Definitivamente Dumbledore fazia melhor."  

Com o fim do discurso me dirigi para a saída do salão, precisava esperar por Riddle para o início das rondas.Ele chegou em silencio e em silencio seguimos para as masmorras iniciar as rodas.Desviamos de vários Dementadores pelo caminho ao voltarmos para os andares mais altos do castelo,desviar do Dementadores se tornava mais difícil e depois de vários desvios eu me encontrava perdida, com sono e cansada do silencio. 

—Eu espero que você saiba onde estamos e como fazemos para voltar para o salão. 

—Eu sei.- resposta seca igual deserto. 

—Se importa em me dizer ?- perguntei de forma sinica. 

—Shi...fica quieta. Tem alguém nesse corredor. 

—Ótimo tudo que eu queria era pegar casalzinho se pegando no corredores.-resmunguei. 

—Fica quieta eu disse,não acho que seja algum casalzinho. 

Riddle foi caminhando na frente, e me fazendo sinal para acompanhado chegamos bem próximos da porta de uma sala e as vozes ficaram mais claras. 

—Grindelwald quer o máximo de informações possíveis, ele planeja um ataque para a capturar.-A voz carregada de sotaque me lembrava Vitor Krum e então eu entendi que se tratava dos tais alunos acolhidos da Durmstrang. 

—Será que ele vai capturar só ela? Mas por que?-falou a outra voz masculina carregada de sotaque. 

—Não, ele quer o garoto também e com certeza os puro sangue, esses herdeirinhos serão preciosos quando ele atacar a Grã-Bretanha. 

—Mas por que a garota?-insistiu a outra voz. 

—Vai ver ele está pensando em casar-Zombou a outra voz .- Mas não importa se Grindewald quer Hermione Granger ele terá, agora lembre-se sobrevivemos ao ataque ,somos bons moços desamparados, e ninguém pode desconfiar, vamos sair daqui. 

Meus olhos saltaram quando escutei meu nome e eu paralisei, sabia que tinha que sair dali mas congelei, Riddle me puxou pelo pulso em silencio para o caminho que tínhamos feito.  Achei que iria me soltar quando ganhamos uma boa distancia das vozes masculinas, mas ele continuou me guiando até estarmos no quarto dele. 

—Por que eles estão atrás de você? - Exigiu saber Riddle. 

—Eu não faço ideia.- respondi ainda atônita sem prestar atenção nele. 

—Existe alguma chance de Ele saber que você veio do futuro?-pediu segurando meus ombros. 

—Não sei.Não. As únicas pessoas que sabem são você e Dumbledore. E não pode ser sobre isso, você ouviu o que eles falaram, estão atrás de um garoto também, e dos sangues-puros,- eu falava voltando a raciocinar. 

—Alguma coisa é, Grindelwald está a caminho. Nada bom pode vir disso. 

—Ironico-comentei 

—O que é ironico Granger? 

—No meu tempo existem várias teorias de que você se inspirou em Grindelwald para a criação de seus ideais. 

—Eu nunca me inspiraria em alguém pequeno, Grindelwald não é nada, ele não tem visão de um mundo. Foi só a caro certo no meio de um estopim de rebeldes sem causa,que aproveitou a onda porque queria algo. 

—Você acha?-falei sentada da cama observando suas feições sérias. 

—Ele é um bruxo acima da média,mas ele não tem visão de nada ele só deu o acaso de conseguir poder,mas até agora não fez nada de util com ele e morre de medo do velho do Dumbledore.-Disse Riddle olhando pela janela, embora me respondesse eu sabia que ele estava pensando no que significava as palavras dos garotos/espiões da Durmstrang. 

—Dumbledore vai derrota-lo. Será uma batalha épica, mas Grindewald vai perder, vão oferecer o Ministério a Alvo ,mas ele não vai aceitar e vai pedir para ser apenas diretor de Hogwarts. 

—Então o velhote não é tão ruim quanto pensei.-Resmunga ele de volta.- Você deveria estar preocupada mesmo assim. 

—Você admira Dumbledore, e no fundo você sabe disso.-Falei ignorando o outro assunto. 

Em resposta ele me ignorou por longos minutos,resolvi levantar para ir para o meu quarto. 

—A onde você pensa que vai? -perguntou ele se virando de repente para mim. 

—Embora. Não durmo aqui-respondi simplesmente. 

—Claro! Agora você lembra que não dorme aqui.- Disse ele ironicamente ao me olhar.- Você vai ficar, eu vou dormir no chão, com dementadores e espiões no castelo não é seguro você sair por ai sozinha. 

—Cuidado! Ta parecendo que se preocupa- eu resmunguei sentando de volta na cama. Riddle voltou a olhar pela janela quando me respondeu. 

—Eu me preocupo Granger. Embora não goste disso, e não queira falar sobre isso. O sentimento que você despertou em mim continua aqui, isso, como estou descobrindo, não é algo que mude da noite para o dia. 

—Tom...- falei querendo o abraçar mas sua expressão fechada me dizia que não era uma boa ideia. 

—Eu não confio em você, mas não quero seu mau...Mas se quiser sair eu não posso te impedir.-disse ele sem me olhar nenhuma vez. 

—Ok, mas não acho certo você dormir no chão então vou fazer um feitiço de extensão na cama e você dorme também. Amanhã vemos o que pode ser feito. 

Ele não me respondeu e continuou olhando para fora da janela, fiz o feitiço conjurei um pijama para mim e me deitei tentando dormir e falhando.  

Talvez tenha sido horas, ou minutos e eu estava sendo dramática, quando finalmente Tom deitou ao meu lado e mesmo com o feitiço de extensão eu podia sentir o corpo do calor dele próximo ao meu e sabia que até que eu dormisse aquilo ia ser uma tortura.