13° Dia – Domingo

POV MADGE

Interrompendo o silêncio precioso que fazia no carro, de volta para o hotel, meu celular toca. Meu pai. Respiro fundo e atendo. Já sei sobre o que se trata.

– O SEU PRIMO É PRESO E VOCÊ NÃO É CAPAZ DE AVISAR? - grita meu pai.

– Oi para você também. - falo - Eu estava tão nervosa, e saí na correria e nem me lembrei de te avisar.... Eu...

– EU NÃO ESTOU MAIS TE RECONHECENDO, MADGE. - meu pai fala interrompendo-me, e ainda gritando - ACHO QUE TODOS VOCÊS PRECISAM DE UMA LIÇÃO.

– O que? Lição? Hãn? - eu falo, o raciocínio lerdo pelo sono.

– Vocês vão para um acampamento. - meu pai fala, já com a voz normal agora. Então limpa a garganta e continua - Hoje quando amanhecer. Façam as malas. Vou mandar um ônibus buscar vocês. E todos terão que estar lá. Senão, adeus férias.

E então ele desliga.

– Pessoal... Arrumem as malas. Teremos que ir para um acampamento.

Explico à eles minha conversa com meu pai. Eles parecem compreender. Peeta e Cato moram no hotel de meu pai, e o que acontecer com eles é em parte responsabilidade de meu pai. Mas então ele que mandasse apenas o Peeta para o acampamento. Ainda por cima teremos que ficar junto com aquele traidor do meu primo.

POV CLOVE

Ainda não consegui terminar de digerir toda a informação. Acampamento, camping, camping é legal, mas quando você planeja isso e não quando o pai de uma das suas melhores amigas te obriga a ir para lá com mais uma cambada incluindo o traidor de um dos primos dela.

–- Mad, seu pai já foi mais legal – Cato diz.

–- Eu estou desmaiando de sono – Falo ignorando todo mundo.

–- São quase cinco da manha – Madge diz – o ônibus chega às 8:00. Bora dormir e não esqueçam das malas.

–- Pode deixar Mad – Gale diz.

–- Eu não vou Peeta – fala.

–- É óbvio que vai – Madge diz – Você conhece meu pai brabo – Peeta somente revira os olhos e murmura um “até mais tarde” indo para seu quarto.

Discutimos mais um pouco mas eu não consigo prestar atenção, o sono é tanto que já estava vento tudo embaçado quando Cato me levou até meu quarto. Me atiro na cama sem nem trocar de roupa, apenas me dou o trabalho de ligar o despertador para às 7:15. Mal fecho os olhos e já sou forçada a abri-los de novo, 1:15 de sono, devo estar parecendo um zumbi agora. Praticamente me arrasto até o banheiro e retiro a maquiagem e o vestido que usei na festa, tomo um rápido banho frio e lavo o cabelo, tomo um remédio para passar a dor de cabeça, oh ressaca desgraçada. Coloco um short branco e uma regata preta, chinelos pretos com um laço em cada. Pelo que Madge falou vamos passar 3 dias no camping e depois vamos voltar para o hotel, então não temos que levar tudo. Pego uma das minhas malas e começo a colocar roupas, até mais do que o suficiente para três dias. Já são quinze para às oito. Escovo os dentes e passo rímel, batom cor de boca e base para disfarçar minhas olheiras. Coloco o resto das coisas que preciso na mala a pego e saio do quarto encontre Katniss no corredor e ela está com uma blusa verde, short jeans, chinelos brancos e uma expressão emburrada no rosto.

–-Como está? – pergunto tentando ser educada.

–- Tão bem quanto ontem – ela fala com um sorriso falso. – Só com mais sono.

Entramos no elevador juntas sem trocar nenhuma palavra, andamos até o corredor e fomos as últimas a achegar. Colocamos as malas junto com as dos outros e ficamos sentados na portaria do hotel, às exatas oito horas o ônibus para em frente ao hotel, e para nossa maravilhosa surpresa Glimmer, Cashmere, Gloss, Enobária, Brutos e Marvel já estão dentro dele.

–- Eles vão junto? – Gale pergunta, mas aceitamos isso como um pergunta retórica.

–- E tem mais gente que eu não conheço – Responde Madge.

O motorista desce do ônibus e coloca nossas malas no porta-malas e nos manda entrar no ônibus, eu sento ao lado de Cato e o resto está com seus respectivos pares, menos Katniss que queria sentar sozinha, mas um loiro terrivelmente perfeito sentou ao lado dela.

–- Desculpem gente, sei que já são grandinhos – O motorista começa a falar, ele só pode estar de brincadeira – Mas tenho que fazer a chamada. Annie Cresta.

–- Presente – responde uma garota de cabelos castanhos e olhos verdes.

–- Brutus Gunn.

–- Presente – Responde Brutus.

–- Cashmere Ritchson.

–- Presente – Cashmere responde.

–- Cato Mellark.

–- Presente – Cato responde.

–- Clove Fuhrman.

–- Presente – digo.

–- Enobária Golding.

–- Aqui – Enobária diz.

–- Finch Emerson.

–- Presente -- Uma ruiva na qual eu nem havia notado que estava aqui responde.

–- Finnick Odair.

–- Presente – O loiro de olhos azuis que está sentado ao lado da Katniss responde.

–- Gale Hawthorne.

–- Aqui – Gale responde.

–- Glimmer Rambin.

–- Bem qui – Glimmer responde.

–- Gloss Ritchson.

–- Presente – Gloss responde dando de ombros.

–- Johanna Mason.

–- Aqui – Uma morena responde.

–-Katniss Everdeen.

–- Infelizmente bem aqui – Katniss fala com a voz irritada.

–-Madge Undersee.

–- Aqui – Mad responde.

–- Marvel Quaid.

–- Presente – Marvel responde.

–- Peeta Mellark.

–- Bem aqui – Peeta diz.

Depois da chamada ridícula o motorista vai finalmente fazer o trabalho dele: dirigir o ônibus! Ele falou que são duas horas daqui até o camping, dá para ir até metade do caminho de volta para casa, por falar em casa tenho que ligar para meus pais. Digitei uma mensagem para minha mãe dizendo que estamos indo para um camping, que eu estava com saudade e que quando chegasse lá eu ligava, se o sinal fosse bom.

–- Como você está? – Cato pergunta.

–- Com sono – respondo me espreguiçando e colocando a cabeça em seu ombro. Ele começa a fazer cafuné – E você?

–- Bem eu acho – ele responde.

Passamos o resto da viajem sem conversar, apenas admirando a paisagem do lado de fora enquanto ele mexia em meus cabelos, acabo dormindo.

POV KATNISS

Logo que sento no ônibus pego no sono, e acordo uma hora depois, com o apito que meu celular deu ao receber o SMS de Madge:

"Não olha agora, mas tem um gatinho sentado do seu lado."

"Sem mais relacionamentos." - mando para ela.

"Mas Katniss... Ele é muito lindo e.... Sei que estou ficando com o Gale mas... GOSTOSO DEMAIS KATNISS. E além disso, vi ele te encarando enquanto você dormia." - Madge responde, em uma velocidade impressionante.

Olho para o garoto do lado, que estava olhando para o meu celular e rindo.

– Desculpe, mas qual a graça? - pergunto, mal-humorada.

– Sua amiga é bonita também. - ele ri - Mas você é mais. - ele morde o lábio inferior e encara meus olhos.

– Er... Brigada. - esboço um sorriso - Eu acho.

– Quer um torrão de açúcar? - ele me estende um saco com vários cubos de açúcar.

– O que? - falo rindo. - Você traz torrões de açúcar para viagens?

– Que foi? É quase como chocolate.

– Só que é diferente. - eu digo e encaro o saco de cubos de açúcar, pegando um. - Simples, mas gostoso. - digo e sorrio. - Qual seu nome mesmo, menino dos torrões de açúcar?

– Finnick Odair. - ele diz e dá um sorriso sedutor.

Como não estava mais com vontade de dar uma de social, pego meu Ipod e coloco os fones de ouvido.Sem perceber, pego no sono novamente, e acordo com as mãos de Finnick sacudindo meus ombros para descer do ônibus.

Quando chegamos, fomos direto montar nossas barracas. As meninas todas dividiam uma barraca enorme e todos os meninos dividiram outra barraca, enorme também. o chato do chefe do acampamento ficou uma eternidade falando sobre as regras do acampamento e como devemos nos comportar e blá blá blá. Eu só ficava repetindo em minha mente que era só um fim-de-semana. Mas a coisa começou a ficar interessante lá pelas 22:00. Cashmere decidiu ficar com um garoto do acampamento. Os dois ficaram se agarrando no refeitório enquanto jantávamos, e Peeta ficou olhando com uma cara de coitadinho, e isso até que me deixou bem. Eu fiquei escondendo um sorriso a janta inteira. Então, quando deixamos o refeitório, nos reunimos em volta de uma fogueira perto das barracas. Clove deu a ideia de contarmos histórias de terror. Enquanto ela pegava a lanterna para iluminar seu rosto durante a narrativa da história, sentia o olhar de Finnick me fitando.

POV CLOVE

Como todo mundo concordou com a minha ideia de contar histórias de terror em vez de ficarmos cantando, ou seja lá o que se faz em volta de uma fogueira em acampamentos de escoteiros. Pegamos alguns marshmallows e uma lanterna, hora do show. Sentamos em volta da fogueira, Cato está ao meu lado e eu vou começar a falar quando Madge me interrompe.

–- Deixa eu contar primeiro Clove? Deixa? Deixa? – Ela parecia uma criancinha pedindo, acabei concordando. – Minha história é sobre o terrível... Malignamente maligno... Cara de doce!

–- Não, não, não! – Brutus fala – Sério que vai contar uma história de um “cara de doce”?

–- Acho melhor deixar a Clove contar – Enobária concorda.

–- Ótimo, Mad, me dá a lanterna – Falo e ela m alcança – Diz a lenda, que no topo da montanha de Malibu existia um lenhador, ele sempre andava com a barba rala por fazer e uma camisa xadrez verde ou vermelha. Ele era um cara solitário aparentemente comum, mas, seu hobby o tornava diferente. Ele não lenhava madeira. E sua coleção de troncos humanos é considerável. Ele é louco. Uma pessoa diferente que não foi aceito pela sociedade moderna. Dizem que ele passeia pelas montanhas cantarolando uma musica atordoante, ele só sai durante noite. Até os pássaros tem medo da sua voz, poucas são as pessoas que sobrevieram a um encontro com o lenhador, mas poucos acreditam na sua existência, quando você começa a acreditar já é tarde de mais, azados são aqueles que entram em seu caminho mas, sabem a primeira coisa que ele diz quando encontra você?

–- HEY, I JUST MET YOU, AND THIS IS CRAZY, BUT HERE’S MY NUMBER, SO CALL ME MAYBE. – Gale berra fazendo todos com a minha exceção rir, pego um marshmallow e jogo em sua face.

–- Estúpido! – Falo. Começamos a discutir, mas o guia começa a falar:

–- Está na hora de dormir, temos muitas trilhas para fazer amanha, às 6h quero todo mundo de pé.