E o Amargo Vira Doce escrita por Iulia


Capítulo 7
Capítulo 7


Notas iniciais do capítulo

E aê povo mais lindo do Nyah e do Brasil! Uou! Ok, vou parar com isso. Gente, acho que estou um pouco triste. Sabe, eu tava pensando esses dias no tanto de gente que me abandonou e que tá me abandonando. Honestamente, quem escreve porfa, não faça isso, quase que eu chorei, as pessoas podiam dizer o que está errado, o que não estão gostando e o que queria, é realmente frustrante. Esse capítulo é todo melosinho e talz, Fernanda M pediu isso. Só não providenciei o fogo porque a Katniss tava dormindo kkkkkkkkkkkkkkk. Mentira, se ainda quiser eu faço pro próximo ou pra algum capítulo mais pra frente.



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- Eu fiquei sabendo que vão levar até o pessoal do hospital. – Lily diz, olhando paras as unhas.

 - Hospital? Eu não fiquei sabendo de nada assim. – Cato fala, ainda deitado, olhando para a parte de cima da cama.

 - É claro que não ficou, estava aqui dormindo. – digo, me sentando na cama da minha mãe junto com Bryan.

 - Dormindo... Claro que estavam dormindo. – ele diz, sorrindo e olhando para o travesseiro ao lado. O empurro e me levanto.

 - Iríamos fazer isso, se vocês não tivessem aparecido aqui sem serem chamados. Já está na hora do almoço, não?

 - U-hum. – Cato fala, finalmente se levantando. - Onde vai ser isso?

 - Coletivo. – Bryan responde, dando de ombros. – Na hora da Meditação.

 Depois de mais algum tempo, nos levantamos e vamos comer. A coisa não muda muito, ou seja, eu não quero comer. Mas ainda assim – depois de uma fala realmente tocante de Bryan de como eu acabaria ficando pior que o pessoal do 12 por frescura, tempos atrás – empurro algumas colheradas do cozido de feijão.

 Consigo engolir o pão, pensando em como três pessoas foram torturadas por causa dessa coisinha mal feita, e acabo com a água em tempo recorde.

 Olho para a mesa de Katniss, do lado esquerdo de Cato, e a vejo passando o pão para o prato de Gale, que não demonstra reação alguma. Exceto comer o pão, claro. E também vejo Cato. Olhando, acenando, sorrindo e praticamente subindo em cima da mesa, para falar com uma menina que está passando. Aquela da entrevista.

 Vou seguindo o olhar dele até ela, rebolando enquanto anda ridiculamente, e depois o lanço uma olhadela rápida, erguendo as sobrancelhas. Meu pai se levanta, dizendo que tem coisas realmente importantes para fazer hoje.

- Sua ex, Cato? – pergunto, tentando soar um pouco mais madura, ou sei lá. Minha mãe não parece que vai matar meu pai quando pergunta essas coisas.

- Estamos no meio de uma guerra, não precisa de tanto ciúmes, lindinha.

- Cato, eu não estou brincando. – falo, erguendo as sobrancelhas como se estivesse surpresa com a reação dele. Não estou.

- É, Clove, é. – ele diz, parecendo cansado e achando graça ao mesmo tempo. É, é ridículo, é típico de namorinho de adolescentes felizes que tem um voluntário no seu lugar para ir pros Jogos, mas Cato provoca.

 Ele sabe que daqui a uns dias eu posso ter ciúmes da Katniss – nos primeiros Jogos eu vi ele olhando pra ela -, mas não está nem aí. E eu não estou nem aí para a guerra que está lá fora se descobrir que tem um otário me traindo aqui dentro.

- Vocês não saíram de uma briga ainda hoje? – Bryan fala, olhando confuso para mim, que estou descobrindo um enorme interesse na gente das mesas do lado oposto de Cato.

 - Isso não é da sua conta. – respondo, olhando para ele de sobrancelhas erguidas e um sorriso.

- Quanto tempo vocês namoraram, Cato? – ele fala, me ignorando, apenas para me irritar.

- Sei lá. Uns três meses, talvez. – Cato responde, sem demonstrar muito interesse, enquanto bebe água.

- Você disse que amava ela? – ele continua. O fuzilo com o olhar e presto atenção em Cato.

- Cala a boca, Bryan! – Catherine diz, o empurrando. – Isso não é da sua conta mesmo.

- Você não tem que responder. Não estou procurando briga. – falo, olhando para Cato, sem demonstrar reação.

- Eu sei que não, baixinha.

- Vamos sair daqui, gente. – Lily fala, se levantando. Catherine e Bryan a imitam, indo começar as suas atividades. Olho para Bryan até ele sair da sala.

Estou me levantando quando Cato segura meu braço.

- Eu não disse que amava ela. – ele sussurra no meu ouvido. – Mas eu já disse pra você. À propósito, eu já te disse isso hoje?

Não consigo evitar sorrir pra ele, mas logo sacudo a cabeça e volto a expressão normal.

- Não, não disse. Já faz tempo que não falamos isso.

Continuo andando e ele está atrás de mim. Estou no meio do corredor quando ele começa a me beijar. Emito um muxoxo de irritação quando encosto na parede e tento me esquivar dos seus beijos no meu pescoço.

 - Para Cato... – falo, passando as mãos os pelo rosto. – Para, sério. Eu tenho aula agora e... – empurro de vez a cabeça dele - Depois eu... eu falo com você, ok?

 Ele está parado na minha frente, me olhando com uma expressão que não consigo definir.

- Você ficou com raiva da minha “ex”? – ele fala, fazendo aspas com as mãos.

- Qual o motivo das aspas? – falo, bruscamente.

- Sei lá, Clove. Ela não é minha ex de verdade. Eu não coloquei uma aliança no dedo dela ou essas coisas.

- Hum. É, eu fiquei. Mas agora não estou mais.

- Não precisa não, amorzinho. – ele fala, me beijando.

- O que você tem? Porque está tão... tão... tão assim hoje?

- Eu não tenho nada. E aí, dorme lá em casa hoje?

- O que? Como assim, está louco? “Dorme lá em casa hoje” é cada coisa... – respondo, um pouco desconcertada. - Não, claro que não. Seu avô e seu irmão vão estar lá, você sabe. Eu...

- Eu não disse que iríamos fazer qualquer coisa, Clove. – ele diz, erguendo as sobrancelhas e sorrindo. – Você só iria lá. E dormiria lá.

- E porque eu faria isso?

- Porque eu quero.

- Ah sim, esqueci que eu sempre faço coisas só porque você quer... – falo, olhando para cima.

- Eu faço. Quando você quer. Mas a razão não é essa, eu tenho que te contar uma coisa.

- Porque não conta agora?

- Porque eu não quero. Tem uma razão para eu não querer.

- Ok... – respondo, por fim. Eu sei que é enrolação essa estória de contar coisas, mas tudo bem. – Hum... Mas não é como se nós fossemos sair, certo? Não tenho que me arrumar, não é? Senão eu não vou.

- O que te fez pensar isso? – ele diz, de sobrancelhas erguidas.

- Sei lá. Você nunca me chamou pra nenhum lugar, deve ser isso. Só para o telhado da sua casa antiga, se formos contar isso.

- Nós só vamos dormir, entende? Eu só queria você lá comigo. – ele fala, parecendo envergonhado. Ah, ele fica bonitinho assim. É, eu nunca vi, ele assim, Cato não é muito de se envergonhar ou coisa parecida.

- Que fofinho, você está vermelho. – aperto sua bochecha. – Eu vou estar lá, agora tenho aula. Nós nos vemos no Coletivo mais tarde, certo?

 Cato me dá um beijo discreto e saímos. Eu não vi sua programação, mas acho que ele também deve ter alguma aula, considerando que como eu, ele tinha apenas mais um item na programação e apenas elas ocupam todo esse tempo.

 Claro, insuportáveis como são...

Ando até o Centro Educacional e acho a sala certa. Me sento na primeira cadeira vaga que encontro e deito minha cabeça, esperando todo mundo calar a boca e começarmos logo com isso.

Olho para trás e vejo Bloder sentado, flertando com uma garota do 12 na fileira do nosso lado. Antes de eu poder virar minha cabeça pra frente, ele me vê.

- E aí, Clove?

- Ah, oi Bloder. – Nossa, já estou cansada desse diálogo insuportável. Toda vez que ele me vê é isso, e eu ainda sou obrigada a parecer educada.

- Alguma novidade no Comando?, alguma coisa para nos preocuparmos? – ele diz, se achando O Maravilhoso como sempre, fazendo várias pessoas olharem para ele – pelo volume que ele falou e por estar me usando como um jornal cheio de notícias fresquinhas -.

- Não. – respondo, revirando os olhos. – Nenhuma que eu saiba.

- Não andam te contando muita coisa, não é?

- Andam me contando mais coisas do que contam para você, não é?, já que tem que escutar de mim para dizer que sabe de algo. – retruco, voltando minha atenção para frente. Quando percebo que ele se calou, dou um sorrisinho inconsciente.

O professor chega e desisto de prestar atenção lá pelo meio da aula, - e até o final - se ele não tivesse me chamado para dar exemplos com facas. Por um motivo desconhecido para mim, já que só escutei meu nome do meio da estória toda.

- O quer que eu faça? – pergunto, um pouco confusa.

- Acerte o alvo, claro. – ele aponta para o fim da sala, onde um alvo médio está fixado.

- Tudo bem, só essa faca?

- Quantas eu achar que será necessário.

Ai, doeu, que cara grosso.

Preparo a faca na minha mão, calculo levianamente a força que vou ter que colocar e jogo a faca. Direto no alvo. Eu suspiro quando ele diz que eu já posso me sentar.

- O que a senhorita Fire fez foi uma excelente demonstração de como as facas são uma das armas de mais fácil manuseio e simplicidade. Quase uma ramificação do braço de quem tem prática, o que é o caso da mesma...

 Ele continua falando sobre como as pessoas do 2 tiveram treinamento suficiente para manusear a maioria das armas e vez por outra chama um de nós para demonstrar. Um garoto quase estraçalhou a sala, tentando cortar um boneco com uma espada.

Consigo prestar atenção, devido ao assunto um pouco mais do meu interesse, e a aula logo acaba. Sigo direto para o Coletivo, dando um sorriso um pouco falso para umas garotas que estavam conversando comigo.

A sala é realmente enorme. E mesmo com o pessoal do 12, um pouco dos do 2 e os nativos, sobra bastante espaço. Aquela epidemia deve ter feito estragos legais.

Logo encontro Lily e Bryan de braços cruzados, encostados em um pilastra. Ando até lá, mesmo consciente da idiotice que o animal irracional que chamo de irmão fez hoje mais cedo.

- Oi. – falo, sem me dirigir a ninguém em especial, logo cruzando meus braços também.

- Oi, Clove. – Lily me responde.

- À propósito, Bryan, tenho todos os motivos do mundo para estar com raiva de você, mas não estou. – digo, quando o vejo me olhando de canto de olho.

- Ah, isso é bom, mana. Eu vou tentar não falar mais dessas coisas quando você estiver com ciúmes.

- Melhor. Cadê a Cathy?

- Tinha ido chamar a mamãe na cozinha.

- Ah. Acham que isso vai demorar muito?

- Não. A Coin só vai falar as exigências da Katniss. – Cato diz, aparecendo de repente atrás da gente, depois de me beijar rapidamente.

Acenamos com a cabeça e  vemos Katniss subindo até o palco, onde Coin já está, com alguns papéis na mão, e fala alguma coisa rapidamente com ela, logo descendo.

Coin chama a atenção das pessoas, e começa a dizer que Katniss aceitou ser o Tordo – quase acrescentando um “aleluia” – explicando suas condições, o perdão dos vitoriosos capturados pela Capital, no caso dos mesmos trazerem danos.

Fico feliz por não ter feito qualquer maior interferência, porque os olhares de ódio que Katniss recebe, chegam a ser mais frios do que os que eu recebi quando o pessoal do 2 me viu andando normalmente, sem ligar para a enorme propaganda enganosa que eu tenha feito.

No fim Coin faz uma observação realmente importante e inédita sobre as solicitações do Tordo. Uma ameaça, basicamente. Se ela não oferecer total dedicação à causa, os vitoriosos resgatados serão julgados pela lei deles (nas entrelinhas, mortos), e ela também.

Faço uma careta para Cato quando escuto isso.

Somos dispensados para nossas tarefas normais, o jantar no caso, e saímos para a sala de jantar. Na pressa das pessoas para saírem, acabamos no lado de Katniss.

- Hum... Como está o pessoal da Capital, Katniss? A sua equipe? – Cato pergunta, olhando para mim de relance. Agora toda a minha família está olhando para ela.

- Vão ficar em observação no hospital por hoje, mas amanhã estão bem.

Aceno com a cabeça e o assunto morre por ali mesmo. Minha mãe se senta para comer com a gente hoje e parece bastante animada por isso, o que de certa forma a difere de nós. Se não formos contar Harry, claro, que parece tão feliz como sempre. Eu estou quase desabando de sono em cima da mesa, então se Cato pensou que nós iríamos conversar até tarde, ou fazer qualquer outra coisa (redondamente equivocado, como sempre), vai ter uma grande decepção.

Mas ele disse que só iríamos dormir, então é isso.

Quando já acabei de comer, me curvo um pouco sobre ele, no seu lugar habitual, do meu lado.

- Eu tinha combinado com as minhas irmãs de deixar elas tomarem banho primeiro hoje, então talvez eu demore um pouco.

- U-hum. – ele responde, sem se importar muito.

Converso um pouco com a minha mãe sobre o tempo que fiquei na Capital, como mentora. Eu não gosto de falar disso, porque remete à Uranius, mas minha mãe ao que me parece, está sempre curiosa sobre isso, mas nunca tem tempo.

Omito algumas várias partes, para deixar a coisa toda um pouco mais apresentável. Cato não para de erguer uma sobrancelha para mim quando falo algo particularmente ridículo, mas aí eu me curvo sobre a mesa e tapo a visão da minha mãe dele.

Querendo ou não, todo mundo da mesa presta atenção, até a maravilhosa hora que Bryan acaba de comer e vamos todos embora. Meu pai hoje tem trabalhos noturnos, portanto chegará próximo ao amanhecer.

Espero Catherine tomar banho, o que com certeza demoraria mais se ela pudesse, deitada na minha cama, lutando contra o sono. Lily está logo na porta do banheiro, se recusando a oferecer espaço para que eu vá logo.

Assim que elas saem, eu entro, tropeçando na roupa de cama de Bryan no caminho, Como aqui não tem nada que seque cabelos nos compartimentos, exceto na parte que cuida das aparições na TV, acabo não lavando o cabelo.

- Clove? Porque está com essa roupa?, não vai dormir? – Minha mãe pergunta, vendo que não estou de pijama.

- Eu vou lá no Cato um pouco. – Não falo a parte do dormir. Se eu não voltar, subtende-se à isso.

- Ah, sim. As luzes já vão se apagar, ok?

- Uhum. Tchau. – Falo acenando e fechando a porta. Um minuto depois e as luzes se apagam. Reviro meus olhos e vou andando até onde me lembro ser o compartimento deles. Minha mão está fechada em punho para bater quando penso o quão idiota seria bater na porta de alguém que está dormindo. Por outro lado eu posso assustar Harry abrindo a porta do nada. Mas pelo assim eu tenho a chance de não acordar ninguém, então é isso.

Abro a porta vagarosamente e na primeira brecha que vejo que meu corpo passa, me enfio, fechando a porta vagarosamente atrás de  mim.

Rastejo até Cato na cama dele. Fecho meus olhos e tento me acalmar quando parece que ele está dormindo. Porque me fazer sair do meu compartimento com as luzes apagadas, colocar outra roupa, esperar minhas irmão tomarem banho e resistir ao meu sono, são sacrifícios que não valem a pena se a pessoa que me pediu tudo isso está dormindo.

Mas ele não está. Assim que me deito do seu lado, esboça um sorriso para mim, que estou puxando uma coberta.

- Ok, senhor, já pode me falar agora. – sussurro, depois que nos beijamos finalizando com dois selinhos no final.

- Ah, é mesmo. – ele sussurra de volta. – Eu não sei se quero te contar isso agora, não quer deixar pra depois?

- Não. Eu não quero deixar pra depois.

- Nós dois fomos convocados como soldados integrais. Ou seja, na missão mais perigosa, quando já tivermos ganhado tudo, a da Capital, nós vamos estar lá. Você trabalha com o Plutarch, então não vai nas outras, mas nessa última é obrigatório sua participação.

Abro um pouco a boca, surpresa, mas logo sorrio. Talvez Coin esteja querendo me matar com essa coisa de “Missão mais perigosa”, mas o risco vale a pena.

- Está tudo certo, então. Eu vou matar o Snow no lugar da Katniss, seja lá o que eles vão fazer para me impedir. E se não fossemos nessa missão isso não daria certo. Mas se eu entendi, você vai estar em todas as missões, é isso?

- Quase isso. Tenho que estar disponível sempre, para qualquer uma. O Boggs disse que era pra eu te contar antes, para evitar que você fizesse qualquer coisa semelhante à última vez.

Ótimo, Plutarch contou. Todo o 13 deve estar sabendo agora. Vou ficar esperando quando a presidenta vai me ameaçar também.

- Ok, não vou falar nada. Eu não mando em nada mesmo. Agora eu realmente quero dormir, se importa? – falo, bocejando.

- Não. Também já estava á fim. Boa noite, baixinha.

- Boa noite, loiro. – respondo, já fechando os olhos e me virando para o outro lado. Logo Cato me abraça e me leva mais pra perto dele.

                                             ***

Estou em quarto enorme. Um Pacificador está com uma arma na cabeça de Lily, que apenas me olha, imóvel, sem reação. Snow está sentado em um trono, no fim do quarto, que me lembra o saguão da sua mansão.

Estou deitada em uma cama coberta de rosas, de lado e encolhida, chorando enquanto olho fixamente para a pilastra platinada, minha visão embaçada.

As portas do quarto se abrem, mas eu não me viro para ver o que é. E é Uranius que aparece.

Ele está com um sorriso realmente amedrontador no rosto enquanto caminha em direção à mim. Então ele se deita do meu lado. Começo a me debater e a gritar, mas  ouço um tiro. Ele não me deixa levantar para ver a minha irmã morta e começa a me beijar.

- Cato... – eu sussurro, me tremendo de tanto chorar, tentando impedir Uranius de tirar meu cabelo do pescoço e tirar a minha jaqueta. – Cato!

                                       ***

- Clove. Clove, acorda!

Acordo rapidamente, abrindo meus olhos e passando a mão pelos meus cabelos.

- Você estava me chamando. Estava acordada ou não? – ele me pergunta, ainda sussurrando.

- Não... Acho que não.

- Você está chorando? O que foi? – ele murmura, com uma expressão confusa que logo se dissipa. – Voltou com os pesadelos?

Aceno fracamente com a cabeça. Que voltei, voltei, mas nunca tive um tão terrível quanto esse.

- Vem cá. – ele me puxa mais para perto dele e desajeitadamente seca as lágrimas do meu rosto. Eu o abraço com força, algumas lágrimas caindo. Eu não quero que aquilo vire realidade nunca. Prefiro morrer do que isso – Me conta o que foi. Na escola falavam que contar pesadelos é bom pra esquecer eles. Mas esse foi ruim, hein, você está tremendo.

- Eu estava em uma cama, cheia de rosas, daquela que o Snow usa na lapela, sabe?, chorando. Um Pacificador estava com uma arma na cabeça da Lily, eles estavam no canto do... do saguão da mansão do Snow, que parecia um quarto. E ele também estava lá, em um trono, me assistindo. Aí o Uranius chegou, se deitou do meu lado e eu comecei a me debater e a gritar, então eles mataram a Lily. E aí Uranius começou a me beijar e a tirar minha jaqueta, e... – emito um muxoxo de irritação e pressiono os lábios, tentando parar de chorar.

Cato fica em silêncio por um tempo, mas minha visão embaçada não me deixar ver sua expressão. Talvez raiva ou incredulidade.

- Clove, isso é impossível. Eu não deixaria uma coisa dessas acontecer com você, eu iria te salvar.

- Você me salva vezes demais, Cato. E se... E se eles te matassem? Que nem fizeram com a Lily?

- Depois conversamos sobre isso, para de chorar agora. - Ele e eu nos juntamos para limpar aquelas malditas lágrimas do meu rosto. – Olha, eu sei que isso te assustou. Mas sustos uma hora passam. Além do mais, soldados não podem ser capturados vivos. Eles dão pra você uma pílula que te mata quando sai pra missões. E  se esse pesadelo fosse mesmo ser real, você já teria usado a sua.

Aceno com a cabeça e tiro o meu cabelo do olho. Cato me beija suavemente, algumas lágrimas ainda molhando minha boca.

- Pode tentar dormir agora. Eu vou esperar você dormir.

Aceno com a cabeça, mas não o solto. Provavelmente estou o sufocando. Não consigo dormir por um tempo, mas não demora muito e estou adormecida, as marcas das lágrimas ainda no meu rosto vermelho.


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Notas finais do capítulo

Eu deveria estar me arrumando pra sair e talz, mas não sei aí onde vocês moram, mas aqui tá um frio perfect pra ficar na cama com as cobertas sufocando, sabe. Meu povo... Uma notícia realmente triste... Eu volto às aulas essa segunda! É, dia 28! Não sabem o quanto eu quero chorar, ai meu coração. Ah, quem votou na coisa do MTV? Gente, altos barracos que deu isso, né? Eu não deveria, mas ri pra caramba com o povo se xingando, porque barracos animam a vida kkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Beijos sabor... Chocolate quente que eu queria tomar, mas minha mãe não quer fazer e eu tenho que sair...