E o Amargo Vira Doce escrita por Iulia


Capítulo 10
Capítulo 10


Notas iniciais do capítulo

Rái, pipouz! Então, não tinha que postar hoje. Mas eu com capítulo sou pior que com dinheiro, eu quero postar logo. E com dinheiro eu quero gastar, minha mãe pira. Mas ninguém tem que saber disso. Abapha. Quero registrar hoje que estou me sentindo uma pessoa absolutamente responsável e poderosa rainha de Panem, sabem porque? Porque esse capítulo estava pronto desde o dia que eu postei o outro ~dançinha like Oi Oi Oi, jogando os cabelu~. E também estou com o outro depois desse pronto! E estou começando o outro! Uou! Tá, mentira, não sou responsável, é porque minha escola emendou quinta e sexta e teve o feriado oficial e talz... E estava/estou sem nada para fazer. É, eu tenho dever, mas não to a fim de fazer agora... Enfim tem um fight (tipo daqueles do Youtube que o povo fica pulando com as mãozinhas de lutador e dizendo "Vem, vem" e ninguém vai kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk. Mentira. Ou não kkkkkkkkkkkkk. Tá, é mentira.), mas depois tudo se resolverá, loves of my life.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/303984/chapter/10

 - Cansei. – eu anuncio, arfando e guardando uma última faca comum (mas bem afiada) de volta no estojo. O fato é que quanto mais tempo eu passo no 13, pior  fico. Percebi que as pessoas do 12 estão engordando, mas eu estou emagrecendo.

 Tenho que subir com Katniss, porque Plutarch vai estar lá, mas nem por um momento me passa pela cabeça chamá-la de sua maravilhosa tarde de “vamos atirar flechas mega tecnológicas”. Quanto mais tempo ela ficar atirando, mais tempo eu fico sem fazer nada.

Ando até o fundo do arsenal, perto de um carro blindado, e me sento apoiando minha cabeça nele. Minha cabeça está doendo. Ridículo, quando penso que passava o dia fazendo isso e ensinando pessoas a fazerem isso. E agora eu gastei o que, duas horas? É, é realmente ridículo.

Olho para uma lança sem querer e acabo me lembrando de Marvel. Ele poderia ter sido uma pessoa legal. Se não tivesse que me matar. Se bem que aquelas piadinhas dele não eram tão engraçadas assim. E também não foi tão legal quando ele disse que Cato deveria deixar o Conquistador me matar.

Como se ele fosse me matar de verdade.

Cato se senta do meu lado e me obriga a sentar direito para colocar a cabeça no meu colo.

- Você ouviu o que o Gale disse? – ele diz, ainda ajeitando a cabeça, como se por um acaso eu tivesse virado um travesseiro.

- Pois é, depois somos os malvados da história. Parece que falou alguma coisa errada e depois veio tentar corrigir com a coisa dela na arena.

- Eu sei. Qual é o resto da sua programação? – ele diz, pegando meu braço. – Produção?

- É. Vão gravar um pontoprop com a Katniss hoje. Eles estão quase pulando de empolgação, porque é o primeiro e tudo o mais. E tem uma frase realmente maravilhosa que vão usar hoje, ouvi a Fulvia tagarelando com alguém que passou.

- Daquelas que ninguém teria coragem de falar se não quisesse escutar as pessoas rindo pelo resto da vida.

- Deve ser. Essas coisas de guerra tem que ter esse... esse poder todo.

- Poder? – ele vira para mim rindo. Sacudo a cabeça e rio também.

- É. Mas e a próxima missão? Alguma previsão?

- Não. A York diz que talvez agora só o 2, quando forem tomar lá.

- Mas você não vai ajudar eles a tomarem a nossa casa, não é? – eu falo, um pouco espantada, desesperada para escutar um não.

- Estamos do lado deles. Porque você não quer que eles tomem lá?

- Eles... – hesito. Porque não tenho argumentos sólidos para justificar. – Eles vão destruir tudo. É a nossa casa, eu não quero que eles sequer cheguem perto de lá. Eles sempre destroem tudo.

- Mas o pessoal de lá está com a Capital. Não dá para ganhar uma guerra assim, Clove.

Suspiro e sacudo a cabeça.

- Então nós vamos lá antes. Nós vamos lá, convencemos eles e...

- Isso não vai acontecer. Acha mesmo que conseguimos fazer isso? Você não conseguiu. A gente precisa do 13.

- Escuta, você quer um lugar para voltar depois da guerra? Não responda, eu sei que quer. Se eles forem lá, vão destruir o lugar. E eu me recuso a criar meus filhos no 13!

- Porque você acha que eles vão destruir o 2?

- Sabemos como é o pessoal de lá. Não vão ceder, vão ter que avançar. Vão ter que matar pessoas. Mais gente morta, entende?, gente que não foi morta em nenhum acidente nas pedreiras. E eu vi uns esboços do Plutarch sobre umas bombas.

- Tinha alguma coisa escrita sobre usarem elas no 2?

- Lógico que não! Mas eles têm os projetos, se precisarem vão usar. E eles vão precisar. Nós fabricamos as coisas para a Capital, certo? Se nos matassem ninguém fabricaria.

- Você está do lado do 13 ou do lado da Capital, baixinha? – ele fala, quase rindo.

- Para de rir! Estou do lado da minha casa. E qualquer coisa que possa destruir a minha casa não é confiável.

- Não, sério agora. – ele para de rir. - Você aceitou ajudar o 13 porque então?

- Porque eu tinha que tirar você de lá e pelo motivo óbvio. Eu quero tirar Snow do poder, acabar com os Jogos, com a Capital, mas... mas eles estão destruindo tudo. E a minha casa é...

- Para. Não tá dando pra te entender. Você só não quer que vão guerrear no 2, é isso?

- É, é isso.

- Você entendeu que eu não mando aqui, não é? Então. Se me mandarem ir pra lá eu vou ter que ir. Imagina um Pacificador. Ele tem que obedecer, certo? Eu sou o Pacificador. E tenho que obedecer o 13.

- Cala a boca! Você não é um Pacificador, não usa mais esse exemplo! Eu entendi, ok? Mas eu não estou nem aí. – finalizo, arregalando os olhos e aproximando meu rosto do dele. Cato estica a cabeça e me beija. Levanto logo, antes que meu pescoço doa. – Escuta, isso é sério.

- Eu sei. Vai ser a mesma coisa da missão no 12, Clove, você sabe. Entende logo que eu tenho que ir.

Não respondo. Não consigo entender.

- Eu não vou destruir nada. É a minha casa também. – ele continua, quando percebe que eu não vou responder.

- Eu vou com você. No dia da missão. – ele me olha estranho. – Eu também sou carreirista, sabia? E a York também me treina, sou perfeitamente apta para isso.

- Clove, se você está querendo de algum modo sabotar a missão...

- Ah, claro. – reviro os olhos - Isso não existe na vida real, sempre dá errado. Eu só quero ir. Se eles acabarem com tudo... pelo menos eu vi com meus próprios olhos.

- Relaxa, Clove.  A missão do 2 ainda está longe, pode pensar nisso à vontade depois.

- Eu acho que tenho que ir. Temos que estar com isso pronto o mais cedo possível.

- O que você fica fazendo lá?

- Ah... Nada. Eu fico opinando, dando sugestões... Acho que só me mandam pra lá porque o Plutarch não tem o que fazer comigo. Ou para ele ficar de olho em mim. – é a primeira vez que penso nisso. Será mesmo que é por isso que tenho que andar para cima e para baixo com ele? Ah, meu Deus, que coisa ridícula. – Acha que é por isso? Ele tem que ficar de olho de mim?

- Os Jogos foram estranhos, todo mundo viu. Podem ter medo de você, você poderia estragar tudo...

- Como alguém pode ter medo de mim? Eu estava indescritivelmente feliz vinte e quatro por dia desde que venci. Eu ria, recebia flores, me emocionava, pulava em você, abraçava a Katniss, chorava quando você saía de perto de mim... Como?

- Dentro da arena as coisas não eram assim, eram? Você tinha ataques de raiva, pulava no pescoço de pessoas, tentava quebrar o braço delas, me empurrava, fazia cara de nojo quando eu te beijava, estava sempre brigando com alguém, jogava facas em qualquer coisa que se mexia e odiava a Katniss. Sempre tentava matar ela e no final tentou torturar. – ele fala, no mesmo tom que eu falei.

- Então deveriam ter mais medo de você. Não fui eu quem quebrei o pescoço de uma pessoa com a mão.

- E quem disse que não têm? Até o Caesar achou estranho quando a gente ficava dizendo que era amigo do pessoal do 12. Lembra do cara do 9? Você ainda tem uma cicatriz bem aqui no braço esquerdo. As pessoas não gostam tanto assim da gente.

Como não lembrar do cara do 9... Ficar presa com ele e uma faca não foi legal.

- É, eu lembro. – lembro também que costumava ter medo dele. Meio difícil não ter medo de alguém que começava a gritar se alguma coisa dava errado. E pensar que eu ainda ia tentar acalmar ele. É, meus problemas mentais deviam estar mais acentuados nessa época... Ou sempre foram e eu não sei. – Tenho que ir agora. Levanta aí. – empurro sua cabeça e me levanto, tirando a poeira da roupa. – Você vai ficar por aqui?

- É, minha aula não é por agora. Talvez eu acabe chegando atrasado. – ele responde, também se levantando.

Sorrio e voltamos para Katniss, Gale e Beetee.

- Katniss, acho que já temos que ir. – eu falo, sobrepondo a minha voz ao barulho que as flechas fazem. Eles param e olham para mim.

- Tudo bem. – ela se despede de Gale e Beetee e refazemos o caminho em silêncio. Ela traz o seu arco, porque vão ter que usar nos pontoprops. Mas como eu não vou a lugar nenhum com as minhas facas, deixo elas por lá mesmo.

Assim que chegamos, Fulvia a senta na cadeira e a equipe de preparação começa a trabalhar. Os resultados são visíveis. Até demais, eu diria. Me parece um pouco exagerado, mas não falo nada.

Na hora de vestir o traje, percebo que a solução de Plutarch foi bem eficiente. Um curativo ensangüentado está fixado no lugar da horrível cicatriz de Johanna.

 Acho que as pessoas que vêem ela como uma líder rebelde estão sendo ridiculamente enganadas. Acho que uma líder é feita para liderar as coisas, não deixar que liderem por ela. Por isso nunca quis assumir nada. Talvez Cato esteja certo e eu possa realmente estragar tudo.

Se bem que eles realmente precisavam de alguém para representar o papel. Colocar Coin em uma roupinha colante cheia de fumaça atrás não deve fazer muito bem para a visão.

Começam a ajustar os níveis de iluminação, som e maquiagem – não tornam nada menos exagerado – quando Finnick em seus trajes de hospital, aparece no meu lado quando estou de pé, de braços cruzados e esperando isso tudo acabar logo. Acho que ele já estava aqui há um tempo.

- Olá, Clove. – ele diz, fazendo nós desesperadamente em uma corda, sem se parecer muito com o cara que roubava cubos de açúcar dos cavalos e saía oferecendo sensualmente para todo mundo.

- Oi Finnick. E aí, tudo bem com você?

- Não. Ando preocupado com a Annie, você sabe, ela está na Capital. – ele responde, com os olhos arregalados. De repente ele se curva sobre mim, se parecendo cada vez mais com um louco. – O que acha que estão fazendo com ela?

- Ah, Finnick... – eu o empurro discretamente e sorrio desconcertada com a situação. Um cara quase louco caindo em cima de mim. – Talvez nada, não é? Ela é inocente, nem sabemos direito se ela está lá, e... – é, estou mentindo. Logicamente estão torturando ela, procurando informações que ela não tem. Mas não posso piorar a situação dele. Se é que tem como piorar.

- Não! – ele me interrompe, agitado. - Não, não, Clove, eu tenho certeza. Ela está lá, estão... Estão machucando ela, não estão?

- Não! Não, a Annie está bem. A Katniss cuidou dela, não foi? Ela a deu imunidade. – eu digo, tentando mudar de assunto. Talvez eu consiga tirá-lo temporariamente do assunto Annie na Capital.

- Você acha? Isso é bom, então. – ele responde, parecendo se acalmar um pouco e até sorrindo. Tenho certeza que não vai durar muito. Nem tem como. Meia hora depois e ele estará fazendo essa pergunta a outra pessoa. – O que estamos fazendo aqui?

- Estão gravando umas cenas da Katniss para passar na TV. – eu falo, tentando simplificar.

- Ah, mas é claro. Como vai o Cato?

- Vai bem. Ele tinha ido te visitar um dia desses no hospital, não lembra?

- Tinha? Não, não me lembro. Tenho tido problemas de concentração. A mulher de lá disse uma vez.

- É? Mas logo passa, aposto. Logo... tudo vai ficar melhor. – eu falo, um pouco baixo. Porque sei que isso não é verdade.

Ele sorri para mim e volta a perambular pelo set. Demora um pouco, mas finalmente o pessoal das cabines lá de cima param de falar e as pessoas do ajuste descem do palco. Gravam Katniss por um tempo, cinco minutos, talvez.

Plutarch diz para pararem e logo nos chamam para um monitor, para ver os últimos instantes da fita. Definitivamente não parece a Katniss. Não a da vida real. Ela sempre foi mais alta que eu – como se todo mundo não fosse -, mas aumentaram ela ainda mais. Acrescentaram umas curvas, arquearam e pintaram as sobrancelhas e colocaram a clássica fumaça atrás.

- Ou eles vão querer te matar, ou te beijar, ou ser você. – Finnick sussurra no ouvido de Katniss, mas estou do lado dela, então escuto. Parece que um restinho do antigo Finnick está vivo dentro dessa mente tão devastada.

Olho para o relógio no monitor e vejo que está quase na hora do jantar. Vão só gravar a tal frase de efeito e aí eu devo poder sair. Essas pessoas falam quase tão alto quanto o pessoal da Capital, um inferno.

- Povo de Panem, nós lutamos, nós ousamos, nós acabamos com nossa fome por justiça! – eles apresentam, um tanto quanto satisfeitos.

É, Cato tem razão, ninguém falaria essa frase se não quisesse ser alvo de gozação pelo resto da vida. Quase quero rir do modo como eles entoaram a coisa. É, eu quero rir, podemos tirar o “quase”.

Fulvia me olha feio antes de começar a descrever para Katniss como ela quer que ela diga a frase, com direito a companheiros de batalha mortos e esse grito para reunir os poucos que restaram. Uhum, como se no meio de uma batalha alguém fosse simplesmente subir em um palanque e gritar isso. Poderia até subir, mas até acabar de completar a frase, já teria sido morto. A não ser também que ele quisesse ser engraçado nos últimos instantes de sua vida.

A posicionam de volta e colocam a máquina de fumaça para funcionar novamente.

- Ação! – Plutarch grita, exatamente no meu ouvido, quase me fazendo virar e xingá-lo.

- Povo de Panem, nós lutamos, nós ousamos, nós acabamos com nossa fome por justiça! – ela grita, colocando o arco acima da cabeça. Péssimo. Realmente péssimo. Nem se a pessoa quisesse conseguiria acreditar nisso. É tão, mas tão ridículo, que novamente tenho vontade de rir. Mas novamente prendo as minhas bochechas quando percebo o silêncio mórbido.

Então pelo intercomunicador, alguém começa a rir. As pessoas começam a se entreolhar e eu estou prestes a sair da sala porque definitivamente vou rir quando a voz de Haymitch preenche o local, ainda acompanhada de sua risada.

- E é assim, meus amigos, que morre uma revolução.

Assim que vejo Katniss lançando o arco no chão e indo embora, percebo que rir não é a melhor das ações. Vamos acabar começando com tudo aquilo dos dutos de novo se alguém não fizer alguma coisa. E como ninguém faz, acabo tendo que fazer.

 Saio atrás dela, também com raiva. Como ela pode deixar todo mundo na mão assim por causa do Haymitch? Todo mundo já não explicou pra ela que eles quase não conseguiram sair da arena só com os que vieram? E ela até agora não entendeu que eles ainda podem pegar o Peeta se ela disser que isso deve ser feito?

Ela manda nessa droga. E não entende o tanto de coisa que pode fazer se ela parar de ser tão cheia de frescurinha.

- Katniss! Volta aqui, vamos acabar logo com essa droga! – eu grito, assim que bato a porta do set atrás de mim. Ela se vira, quase tão vermelha de raiva quanto eu. Não sei o que aconteceu entre ela e o Haymitch e não quero saber. Talvez eu queira grudar no cabelo dela e praticar aquele golpe maravilhoso que passei metade da minha vida tentando aprender. E que não tive chance de usar nos Jogos porque decidiram de última hora que nós iríamos posar de amigas.

- Voltar?! Você escutou o Haymitch ou não?!

- Escutei. Mas você não pode ser tão egoísta assim, todo mundo precisa de você, está cega ou o que?!

- Então porque você não vai lá e vira o Tordo?! Porque você não assume a droga do papel?!

- Porque eu não sou o Tordo! Eu não fiquei pagando de rebelde nos meus Jogos! Não começo coisas que sei que não posso controlar!

- Clove, cala a boca! – ela berra, se virando e saindo. Vamos ter que agir rápido.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Já disse que tudo se resolverá? Então é issaí. Estou com cinco novos leitores! E aí, gentchem, bora se apresentar, me contar da vida, quem são vocês e tali coisa e coisa e tali. Ah, quase ia me esquecendo da parada da cena com o fogo kkkkkkkkkk. Eu sei o que é, não se preocupe. E assim, vai ter mais um capítulo e talvez outro e aí eu faço ela, ok? Ando sentindo falta de alguns de vocês... O que foi, minha gente, digam-me qual é o problema e eu darei a solução. Seja qual for o problema, o com a fic (tem vários, me conte o específico), o com a sua vida... Sei lá, cês entenderam. Cara, ganhei uma camiseta do Harry (Potter, ok?) linda demais. Nem adianta colocar que eu comprei, não fui eu que paguei. A não ser que eu faça que nem a minha priminha e ache que pagar é dar o dinheiro para a pessoa. Bom, é. Mas o dinheiro não é meu mesmo... Enfim, bye. Beijos sabor mousse de limão (Cara, é muito azedo! Quase morro pra comer, mas é bom... Acho.)