Crônicas De Um Casal Assassino escrita por Alexandria Manson


Capítulo 2
Capítulo 2- Matheus




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Ser novato em cidade de caipira é um saco. Mudar de cidade já era um costume para Matheus, devido ao seu temperamento. Saltou rapidamente do banco de praça em que estava descansando e decidiu passear pela cidade.

Nada de interessante para ver... Nenhuma loja de armas, nenhum beco escuro. Depois de andar sem rumo por bairros desconhecidos, Matheus decidiu sair da cidade para gastar energia. Parou para descansar depois de perceber que se aproximava de uma cidade vizinha, sentando-se na beira da estrada pouco movimentada.

O movimento dos carros produzia um som agradável para Matheus, sem uma razão aparente. Um torpor suave começou a se alastrar pelo seu corpo, fornecendo a Matheus uma espécie de tranquilidade muito rara para ele. Com certeza relaxar não era algo frequente na vida de Matheus.

Desde criança Matheus era um menino reprimido e solitário. Não gostava quando mexiam com ele, com exceção de seu melhor amigo Caio, o único que tinha uma relação agradável com Matheus.

Matheus adorava Caio, um garoto do tipo valentão que sempre conseguia fazer Matheus rir. Caio não merecia morrer como morreu.

Matheus e Caio estavam passeando inocentemente em uma das antigas cidades de Matheus. Um pequeno gato apareceu perto deles, miando e mancando. O pequeno gatinho encantou Matheus, que começou a persegui-lo para tentar levá-lo para sua casa.

O gato fugiu até um beco escuro, e Matheus e Caio foram atrás dele. Quando finalmente o alcançaram, duas sombras começaram a se mexer na escuridão.

— Perdeu seu gatinho, pirralho? — disse a sombra I.

— Acho que precisamos ensiná-lo a cuidar do que é importante para ele, não acha? — disse a sombra II.

Matheus não se lembra de ter sentido tanto medo quanto quando um desconhecido cruel quebrou o pescoço de um pequeno filhote de gato em um beco escuro. Quando uma das sombras avançou sobre si, Matheus ficou sem reação.

— Não mexam com meu amigo! — gritou Caio, se posicionando entre Matheus e o desconhecido ameaçador.

Naquela noite, Caio morreu por Matheus, e Matheus vingou sua morte alguns anos depois.

Foi tudo minha culpa...

Matheus começou sua caminhada de volta para sua nova cidade quando começou a entardecer. No caminho encontrou um grupo de jovens conversando e rindo de nada específico. Quando Matheus percebeu que estavam rindo dele, começou a fazer uma lista mental de seus equipamentos:

Punhal... Adaga... Canivete... Soco inglês... Facas de arremesso...

Com o orgulho de uma rainha, Matheus insistiu em passar bem no meio do grupo de adolescentes. Quando um menino qualquer empurrou Matheus, seus olhos acinzentados brilharam de triunfo.

— Olha por onde anda, mané — era disso que Matheus precisava. De uma provocação anônima.

— Mané, meu caro amigo, foi você por me provocar. — a risada de Matheus provocou calafrios em todos os meninos, que começaram a andar em círculos em volta de Matheus para ameaçá-lo.

Hehehe... Eu adoro isso.

Matheus chegou a sua cidade se sentindo leve. Alguns corpos foram encontrados na beira da estrada ao amanhecer, e mais seriam encontrados em breve.


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