Nove horas da noite, Karen dormia, essa seria a hora de que Break teria de acordá-la, mas, o garoto decidiu não fazer nada, sabia que ela ficaria irritada ao saber que ele não a acordou, mas ele precisava fazê-lo, as horas de repente decidiram caminhar lentamente, e a cada segundo, o tédio se tornava mortal. Sentado numa cadeira de madeira com uma rosa entalhada na parte de cima, sua fadiga foi aumentando ao longo da noite, e vez ou outra ele dormia por poucos minutos, mas acordava com o mínimo de barulho possível, percebendo que dormia, decidiu cambalear de um lado para o outro. As horas se passavam lentamente, e após alguns minutos, ele desceu para beber um pouco de água, e quando voltou tudo estava no lugar, ele andou em direção à janela, abriu-a e, tomou um pouco de ar fresco, olhou o muro da casa, olhou a pequena plantação de batata que sua mãe cultivava, olhou além do muro, a rua deserta, exceto por pessoas que passavam distintamente. Do nada, alguns barulhos abafados ecoavam do lado de fora da casa, cautelosamente, Break fechou as janelas e direcionou à sua cadeira, sentado com faca em punho descansou, até que uma bala que quebrara a vidraça da janela passou chiando pelo ouvido de Break, o mesmo girou bruscamente para o lado onde a bala se alojara na parede, o seu ouvido direito estava sangrando, e quando olhou para frente viu uma garota armada até os dentes, havia pistolas em seu cinturão, facas presas em fitas na sua perna, e segurava uma pistola cor-de-rosa. Sua beleza era tanta, que a essa altura, os olhos de Break já deveriam estar grudadas em sua aparência, tinha cabelos azuis soltos, um laço preto pouco curvado para o lado preso numa tiara, usava um vestido escuro que chegava próximo ao seu joelho, uma alça sobre o ombro e o outro caído no braço, apontava a arma para Break enquanto murmurava algo que ele não conseguiu ouvir, o sono misturado com a perda de sangue fez com que ele desmaiasse, a garota chamava-se Izzy, e estava de costas para a cama onde Karen dorme, ou pelo menos dormia o barulho a acordou, e com o cabo da pistola do pai bateu na cabeça da penetra, ela cambaleou girando de um lado para o outro, e quando se recuperou, Karen estava com a pistola do pai apontando para ela, uma pontava para a outra, num pequeno movimento de qualquer uma das duas, a outra com certeza atiraria sem piedade, as duas giravam em torno do quarto, e quando finalmente Izzy ficou de costas para a escada, Break começou a se mexer e começou a tocar na perna da penetra, foi o momento exato para que Karen a empurrasse, ela estava distraída com Break se movendo em seus pés. Antes mesmo que Izzy caísse, suas mãos seguraram-se em Karen, e as duas rolaram de escada abaixo, no final, as duas sangravam incessantes em locais diferentes, a arma cor-de-rosa de Izzy ficara no primeiro andar, mas ainda assim tinha a vantagem de ter diversas armas em seu cinto. Karen estava em cima de Izzy socando-a, e ela tentava se defender, vez ou outra tentou pegar alguma arma, mas Karen não deixava, quando a gêmea pegou uma faca, ergueu acima de Izzy e rapidamente baixou, o reflexo da penetra era ótimo, e conseguiu esquivar-se, apenas com um corte na bochecha e poucos fios de cabelo caídos, assim que saiu da mira da faca tentou empurra-la para longe, e conseguiu, a faca saiu rodopiando por toda a extensão da cozinha, com o pequeno momento de distração de Karen, Izzy conseguiu deitá-la e ficar por cima, ela conseguiu imobilizar Karen com seus pés, com as mãos pegou uma arma do cinto, e com a língua percorreu a extensão da arma, de um modo sarcástico, apontou para Karen, engatilhou, e para seu azar Break jogou um pedaço de pau que havia quebrado da janela, a madeira bateu ligeiramente na cabeça de Izzy, ela se virou para cima e atirou, por sorte, Break fraquejou em suas próprias pernas e caiu no chão como uma criança aprendendo a andar, a bala atravessou o teto, a essa altura Karen correu para pegar a faca que estava em baixo da mesa, e percebendo a falta de um corpo, Izzy andou em direção a Karen, chutou-a, e ela caiu no chão. Finalmente Izzy disse:

- Pronta?

Karen arqueou-se, e engoliu em seco, fechou os olhos, e simplesmente disse:

- Cale a boca sua vadia, vou sair daqui viva com meu irmão. – Disse determinada.

Izzy pegou o cabelo de Karen e puxou quase os arrancando da cabeça, Karen gritava abafadamente, e como se fosse forte, levantou-se, segurou no pulso de Izzy que segurava a arma, e revirou-a para o lado, Izzy começou a puxar ainda mais o cabelo dela, e com um soco de Karen bem na sua barriga, se soltou e andou para trás com a mão na barriga, Karen aproveitou para correr e saiu da casa foi para o quintal, Izzy acompanhou sentindo dores na barriga, quando as duas estavam do lado de fora, Izzy apontava para Karen, e a gêmea ficou paralisada, se ela saísse corria o risco de levar um tiro, nesse momento, Break abriu a porta, e saiu mancando para perto de Karen, Izzy falou.

- Chegou mais um para eu matar. – Assim que terminou de falar, começou a pressionar o gatilho levemente.

Karen chorava desesperadamente, e neste exato momento, Break empurrou-a dizendo.

- Sou eu sempre o protegido.

Essas foram suas ultimas palavras, a bala atravessou o peito dele, e em cada canto dos lábios dele se curvaram para cima, formando um ultimo sorriso, caído no chão, o silêncio invadiu aquele momento, Karen estava em cima de seu peito chorando, tentava reanima-lo, mas suas tentativas não davam em nada. Ela se levantou, as lágrimas ainda escorriam em cada canto de seu olho, andou em direção a Izzy, e quando estava na metade do caminho, jogou uma faca, certeiramente, a faca alojou-se no tornozelo de Izzy, ela caiu no chão, Karen andou para cima dela e com os pés começou a chuta-la, pegou a faca e cortou ela em diversos locais, e com uma ultima facada, matou-a. Desesperada, voltou-se para Break, e chorou perto dele, e ficava se perguntando o que seria de sua vida. Ainda de noite, Karen estava de joelhos e adormeceu ali mesmo do lado de seu irmão.