Destino escrita por mcorreia


Capítulo 21
Capítulo 20


Notas iniciais do capítulo

Semana nova, capítulo novo!
A partir desse, as coisas começam a caminhar para uma parte da história que eu ainda não pensei muito sobre, por isso estou aceitando dicas!
Boa Leitura!!



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Cassie

3 meses depois

Os meses passaram voando e a cada momento me sentia mais feliz. Podia me considerar uma doutora no assunto Ian, e vice-versa. Só de olhar em seus olhos eu conseguia saber cada coisa que passava por sua cabeça. Quando estava feliz, irritado ou com ciúmes, e esse último acontecia bastante...

Era engraçada a nossa ligação. Simplesmente conseguíamos saber o que o outro estava sentindo. Era algo instantâneo. Outra coisa engraçada era o jeito dele. Em certos momentos parecia distante e seus olhos se tornavam meio nostálgicos, mas logo depois ele voltava e dizia que me amava. Suas palavras eram tão intensas, que penetravam minha alma, e sentia um sopro de algo quente e desconhecidamente conhecido no peito. Em alguns momentos ele parecia meio fora de tempo, como se não pertencesse a nossa época, o que me encantava, já que nesses momentos ele era ainda mais cavalheiro e romântico. Na mesma semana em que nos acertamos, Ian foi à minha casa "oficializar" o namoro. Achei graça, mas sabia que era o momento de apresentá-lo à minha família. Levei-o à minha casa e o apresentei à minha mãe e avó. Ao vê-lo, minha avó ficou branca como um papel, e ele sorriu como se visse uma velha amiga. Logo minha avó explicou que ele parecia com alguém da juventude dela. Conversamos e minha mãe, assim como todas as mulheres do mundo, ficou encantada por ele. Disse que era adorável, educado, cavalheiro... Ou seja, ele ganhou a sogra. Interessante é que, enquanto preparávamos um lanche, ele e minha avó ficaram conversando na varanda. Quando voltamos, minha avó tinha os olhos cheios de lágrimas e um grande sorriso nos lábios, ao lado de Ian muito alegre e sorridente. Ele disse que minha avó havia conhecido o avô dele e que eles se pareciam muito, o quê a deixou animada. Com o passar do tempo, em todas as vezes que Ian ia em minha casa, passava horas conversando com ela, animadamente, mas eu nunca consegui saber o conteúdo de tão felizes diálogos. E eu tentei descobrir.

FLASHBACK

"Nos encontrávamos deitados em minha cama. Com minha cabeça deitada em seu peito, podia ouvir seus batimentos compassados e tranquilos. Seus braços envolviam-me e me sentia segura ali. Minha mente voava longe, até que me lembrei de algo que há muito queria perguntar para ele. De novo.

'Sabe que eu ficaria bem feliz se você me contasse o quê tanto conversa com minha avó.' ele simplesmente riu. Me fazendo levantar a cabeça apenas para olhá-lo.

'Sério, Ian!'

'Você é muito curiosa, sabia baixinha!' ele disse.

'Vou nem dizer quem é baixinha...' falei, voltando a encostar minha cabeça em seu peito. 'Mas é sério, amor. Eu acho que tenho o direito de saber o que meu namorado tanto fala com a minha avó.'

'Ciúmes, Smith?' ele brincou.

'Claro que não, Mason! Minha avó nunca me trocaria por um gigante magrelo que desconhece pente pra cabelo.' provoquei.

'Gigante magrelo?! Tá doida, Smith?! Perdeu a noção do perigo?' ele disse, sentando-se na cama e me levando junto. Um sorrisinho cínico e torto brilhava em seus lábios, e antes que eu pudesse ter qualquer reação, fui atacada por cócegas, o que me fez esquecer a pergunta inicial."

Depois daquele dia, acabei esquecendo o assunto e me acostumando em ver os dois aos risos. Minha curiosidade ainda existia, mas preferi ficar quieta.

E na semana seguinte, fui apresentada aos pais dele. Jared e Peter se empenharam avidamente na missão de me envergonhar. E graças a eles eu derrubei dois copos, quase caí da escada e por pouco não xinguei na frente dos pais de Ian. O que seria horrível. Mas, apesar dos pesares, do meu cunhado besta, do meu concunhado chato e da minha cunhada louca, sobrevivi. E amei Thomas e Isabel. Dei-me muitíssimo bem com ela, foi algo instantâneo, como se nos conhecêssemos há séculos. E Thomas, ou Thom, era maravilhoso. Ficamos conversando um bom tempo e me diverti bastante. A família Mason era especial. Completamente diferentes entre si. Isabel era doce, mas, ao mesmo tempo, tinha uma liderança sutil e pungente. Todos faziam o que ela queria, por puro reflexo. Era algo inacreditável. Thomas era calmo e também imponente. Atrás daquela voz serena e daquele rosto sorridente, era possível sentir a liderança que emanava dele. Por mais besta que parecesse, aquilo me remetia à ideia do macho alfa da alcateia. Ideia besta, claro. Peter era animado e bem falante e quando queria perturbar, era perito. Sophia era uma força da natureza. Era impossível. Completamente elétrica. Não para um segundo. E eu achava ela e Peter um casal interessantíssimo, pois eles não se completavam como todos sonham. Eles se transbordavam. Eles eram parecidos e tinham a mesma energia. Os dois tinham algo, que, quando juntos, a atmosfera mudava. Era impossível imaginar um sem o outro. E Jared, bem, naquela noite cogitei várias vezes em assassiná-lo. Ele tem um bom humor sarcástico, um estilo irritantemente certo. Ele exalava confiança e viver é seu lema. É o tipo de pessoa que ama odiando. Mas, também, é o melhor amigo que uma pessoa pode ter.

E Ian... Eu não sei explicar. Só sei. Eu compreendo cada detalhe dele, tudo, não sei como, mas entendo. Era como se um fio invisível nos ligasse. Eu simplesmente tinha certeza dele. Sem mais.

E desse jeito louco, aquela família se completa. Admito que, no início, me senti meio intrusa ali. Cada um tinha um papel físico e emocional ali, e pensei que a minha presença seria destoante. Isso até conhecê-los de verdade. Por mais estável que aquilo parecesse, eu me sentia encaixada ali. Era algo inexplicável. Eu sabia que ali era o meu lugar, mas faltava a legenda. Uma explicação para isso. Mas, no fundo do meu peito, eu também tinha a certeza de que no momento certo eu entenderia aquilo.

Mas as novidades não param por aí. Ainda tem a Anita. De um dia para o outro, ela e Jared se tornaram inseparáveis. Perguntei o que havia e ela disse que não tinha como explicar, só sabia que aquilo era certo. E entendendo o sentimento, não perguntei mais nada. Durante um mês inteiro, eles eram vistos juntos sempre. Sempre mesmo, e aí, sem motivo, eles se afastaram. Nesse período, os dois mudaram a olhos vistos. Anita ficou quieta, parecia sempre distante e às eu a pegava murmurando coisas como "Loucura" e "Isso não é possível". E Jared também mudou. Ele também se tornou mais calado, porém, quando falava, seu humor estava, quinhentas mil vezes, mais ácido. E do nada ele caiu doente. No dia eu fiquei desesperada...

FLASHBACK

"Eu andava pelo corredor voltando para a sala. Estava tudo vazio, pois as aulas já tinham começado. No entanto, no meio do caminho, encontrei Jared. Ele parecia pálido e suava bastante, o que era esquisito devido ao frio cortante que fazia naquele inverno.

'Jay!' chamei, me aproximando. Estávamos há mais ou menos um metro de distância, mas sentia uma quentura esquisita emanando dele. Assustada, me aproximei e minhas mãos foram direto para sua testa. O contato entre minha pele e a testa dele foi semelhante a colocar a mão em uma sanduicheira quente. Soltei um gritinho de pavor e ele um pequeno gemido, quando suas pernas cederam. Ele deveria ter uns 40°C graus de febre, e nenhum ser humano sobreviveria àquilo.

'Jared. Ai meu Deus.' exclamei, apavorada. Ele começou a tremer e meu coração deu um salto. Apoiei seu corpo contra a parede, mas não conseguia sustentar seu peso.

'Ian.' ele murmurou, e sentia que a inconsciência estava levando-o.

Meu coração apertou ainda mais. O que eu fazia? Largava ele ali e ia atrás do Ian, ou ficava e esperava a aula terminar ou milagre acontecer a alguém aparecer antes? Quando eu estava quase surtando, por uma ação divina, Ian entrou no corredor. Apesar da aparência surpresa, seus olhos pareciam tensos e inquietos. Eu sentia seu nervosismo. Ele simplesmente se aproximou, apoiou o irmão em seus braços, me deu um selinho e disse:

'Não se preocupe. Ele vai ficar bem. Vá para a sala.'

Por mais preocupada que eu estivesse, a confiança transmitida em suas palavras me deram a certeza de que tudo ficaria bem. Menos nervosa, me despedi dos dois e corri para a sala de aula."

Na sala contei para a Anita o que aconteceu. Primeiro ela ficou branca que nem papel, depois verde e por fim vermelha, e simplesmente levantou, pegou a bolsa e saiu correndo da sala, me deixando chocada e o professor confuso. Naquele mesmo dia, mais tarde, Ian apareceu em minha casa e disse que ela havia ido atrás de seu irmão, e que o mesmo já estava melhor. No dia seguinte, ela não foi para o colégio comigo, e lá recebi a notícia de os dois estavam juntos. Fiquei feliz e acabei esquecendo a história do dia anterior.


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