Destino escrita por mcorreia


Capítulo 13
Capítulo 12


Notas iniciais do capítulo

Hey everyone!
Como vão?!
Passei aqui rapidinho para postar e começar bem o domingo!
Excelente semana para todos!
Boa Leitura!



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Ian

A noite foi uma das piores. O Poder fluía por minhas veias latente e forte. Poderia não ser lua cheia, mas sentia o controle se esvaindo. Pedi para minha mãe que fosse embora, e ela, milagrosamente, atendeu ao meu pedido. Descarreguei toda minha fúria e angústia no que sobrou daquela região da floresta, tendo um saldo de outro colapso ambiental, com árvores caídas, profundas marcas no solo, troncos destruídos e dedos esfolados, com um vazio profundo por dentro.

Fui para a droga do colégio determinado a não falar com ela. Se possível, nem vê-la, mas,obviamente,o Destino não iria permitir isso. Assim que coloquei os pés naquele lugar,a vi. Estava linda. Usava calça jeans e uma blusa rosa clara de mangas compridas. Seus longos cabelos estavam unidos numa trança que ela jogara displicentemente no ombro. Ao me ver, chamou meu nome e acenou, sorrindo, mas a ignorei e continuei meu caminho o mais rápido que minha farsa me permitia, mesmo querendo mais que tudo voltar e abraçá-la. O dia foi maçante e eu estava completamente distraído. Durante os intervalos entre as aulas, fazia o máximo possível para não encontrá-la, usando minha habilidade para saber onde ela estava.

Eu poderia simplesmente, com umas poucas palavras, fazê-la esquecer até meu nome, e passei toda a noite divagando sobre isso. No entanto, como já era esperado, preferi não fazê-lo. Era egoísta o suficiente para preferir seu desprezo, pois, conhecendo o gênio dela, era o que ela faria como réplica ao fato de eu estar ignorando-a, à sua indiferença. Durante anos sofri de uma dor que parecia só aumentar a cada dia, e quando finalmente encontrei uma cura para ela, sua vida estava em um perigo ainda maior do que o normal. Melhor impossível. Desgostoso com tudo aquilo, assim que deu o horário do almoço, peguei minha mochila e fui embora. Sabia que Jared resolveria qualquer problema que houvesse quanto a isso. Joguei a mochila no banco traseiro e corri em direção a uma cachoeira que havia perto dos limites da cidade. O som da água me acalmava e confortava. Em poucos minutos cheguei ao meu destino, e no momento exato em que cheguei à cachoeira, meu celular bipou, indicando nova mensagem.

De:Cassie

Para:Ian

"Hey. Tá tudo bem? Você sumiu..."k

Pensei em não responder, mas sabia que se não o fizesse, ela iria ficar preocupada. Me limitei a responder fria e formalmente, esperando que ela desistisse.

De: Ian Mason

Para: Cassie Smith

"Está tudo bem."

Sentei-me encostado a uma pedra e deitei minha cabeça nela, fechando os olhos.Porém, meu celular bipou novamente e fui ler sua mensagem.

De: Cassie

Para: Ian

"O que houve?"

Quase podia ver sua testa franzida e ela mexendo em seus cabelos, claramente confusa. Mas não devia ficar pensando nisso. Respondi sua pergunta de maneira que sabia que ela não gostaria, esperando que isso a fizesse desistir.

De: Ian Mason

Para: Cassie Smith

"Nada aconteceu, Cassie. Eu só não tenho tempo para você. Tenho algo mais útil a fazer. Não envie mais mensagens."

Preparei-me para uma boa resposta e essa não tardou a chegar.

De:Cassie Smith

Para:Ian Mason

"Oh, me desculpe, Sr. Mason. Não vou mais atrapalhar a sua nobre pessoa."

Foi breve, mas carregada de sarcasmo.

"Ótimo. Agora ela está realmente brava." resmunguei, guardando o aparelho.

"Não acha que está muito novo para ficar curtindo fossa?" disse meu tio, saindo do meio das árvores da mesma direção de onde eu havia vindo. Sabia que uma hora ele viria ao meu encontro. Precisávamos conversar. Ele sentou ao meu lado e eu disse:

"Obrigado. Sua ajuda foi muito importante. E me desculpe pela minha reação... Fiquei transtornado em saber que ela corria perigo."

"Tudo bem, garoto. Somos família. E pode pedir sempre que precisar, agora que estou morando perto." disse ele. "E esquece essa história de desculpas. Se eu estivesse na sua situação teria reagido da mesma forma." continuou, afagando meu ombro.

"Naquela hora bateu um desespero, sabe. Só de pensar que ela estaria correndo um risco tão grande por minha culpa. Eu não consigo nem cogitar a possibilidade de perdê-la, mas eu nunca a tive. E provavelmente, nunca terei."

"Você tá louco por ela, hein?" perguntou, mas mais parecia uma afirmação.

"Demais, Paul. Demais." confirmei, suspirando. Ele se calou.

"Acho que ela é sua." ele disse, num suspiro..

"Minha?" perguntei, sem entender.

"Sua Destinada. O jeito que você fala dela. Esses olhos queimam de amor, moleque."

A verdade de suas palavras me atingiu com força total. Foi como um soco no estômago. Ela era minha. Não Katherine. Cassie. Ela era minha. Minha Destinada. E eu nem precisava de um beijo para confirmar isso. Ela era minha. Eu sabia. Mas ouvi-lo falar isso, em voz alta, fazia parecer mais verdadeiro. E pesado.

Eu não podia. Não podia colocá-la em perigo.

"Mais que merda." disse,derrotado, jogando a cabeça para trás e fechando os olhos, fazendo Paul rir.

"Ri, da desgraça do seu sobrinho. Ri." reclamei.

"Ô, moleque. Relaxa. Tenho certeza de que você vai tomar a melhor decisão. Para os dois." falou. "E eu, sinceramente, acho que você não deveria se afastar dela. Se o Destino está te dando uma segunda chance, tem seus motivos. E tenho certeza de que ficarem separados não é um desses. Você pode protegê-la. Nós podemos."

Ponderei suas palavras. Era algo em que eu precisava pensar, com calma. Ficamos em silêncio por alguns momentos.

"Se não fossem as circunstâncias, te chamaria para tomar um porre comigo." ele disse, fazendo-me dar de ombros. "Mas agora sou um pai de família. Tenho que manter sóbrio."

"Boa Sorte." disse, ironicamente, fazendo-o rir.

"Acha que ficarei como seu pai?"

"Nem em outra vida, Paul. Nem em outra vida." respondi, fazendo meu tio rir novamente. Ficamos calados novamente, enquanto ouvia seus pensamentos sobre os prós e os contras em ir encher a cara comigo.

"Overdose. Coma alcoólico..." citei alguns contras, mesmo sabendo que seria muito difícil e algumas dezenas, ou centenas de garrafas até que chegássemos àquele nível e fazendo se dar conta que eu estava ouvindo seus pensamentos. "Emily..." disse a única coisa que era realmente importante a ponto de fazê-lo não beber. Não que ele fosse um alcoólatra, mas Paul sempre foi um adepto à bebidas, como ele mesmo dizia: "Para se distrair da merda que é a vida". E, pelo tom de seus pensamentos, sabia que aquele "porre" era totalmente impossível de acontecer, pois sua nova fase homem-de-família, ele não iria levar seu jovem e problemático sobrinho para beber. Nunca.

"Acho melhor te deixar sozinho." disse, se levantando."Deixei minha Emily com sua mãe, e só Deus sabe os planos maléficos que elas estão criando." brincou. Depois de nos ajudar tanto, meu pai e minha mãe acabaram perdoando meu tio. Emily era adorável, e descobrimos que estava grávida, o que selou, definitivamente, a re-união da família.

Sorri para ele e voltei a fechar os olhos, ouvindo seus passos se afastarem cada vez mais.

Minha mente vagou por diversos tempos. Passados distantes, situações recentes. E todas elas envolviam os iguais, e ao mesmo tempo tão diferentes olhos castanhos claros.

Me doía pensar em Katherine, mas agora ela era uma memória distante. Importante, porém distante. Minha preocupação agora tinha outro nome... Cassie. E quem sabe, um dia, minha Cassie.

As horas passaram rapidamente. Logo o Sol foi substituído pela Lua e achei melhor voltar para casa.

Estava sentindo um pouco de dor de cabeça e por isso, ao invés de ir para casa dos meus pais, fui para a minha casa. Era mais um chalé grande, próximo aos limites da cidade,não muito longe de onde estava. Havia algumas semanas que não aparecia por lá, mas como bem conhecia minha mãe, podia garantir que a casa estava em perfeita ordem. Sempre que nos mudávamos, eu tinha uma casa separada. Era bom quando queria fugir deles, ficar sozinho. Minha mãe não gostava muito, mas não reclamava,pois preferia saber onde eu estava.

Enviei uma mensagem avisando onde estaria, mesmo sabendo que com dois videntes em casa, logo saberiam minha exata localização e o quê eu estava fazendo.

Cheguei em casa e fui direto para o chuveiro. Precisava de um banho. Havia decidido que no dia seguinte não iria para o colégio. Era melhor do que ficar me esforçando para ignorá-la.

Depois do banho, me joguei na cama, tentando dormir.


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