O desespero crescia mais dentro de mim a cada segundo que passava. Eu já estava à 180km/h e ainda não havia chegado. Meu coração literalmente ardia e eu sentia seu sofrimento. Era como ácido percorrendo minhas veias. Eu fui burro. Acreditei que ela estaria segura. Mas não estava.

Meus erros me levaram até aquele ponto. Erros antigos. Erros recentes. Erros que não poderiam ser desfeitos ou consertados. Erros que me levariam a pior das mortes. Aquela que se morre estando vivo.

O Poder explodia dentro do meu ser, querendo se libertar. Junto à dor eu podia sentir, como nunca havia sentido, o Poder espalhando-se por cada parte do meu corpo e tentando tomar o comando. Mas eu não podia me permitir perder controle. Não com Ela morrendo.

Quando finalmente cheguei ao local, pude sentir seu cheiro. O cheiro de seu sangue. E quando fui, desesperadamente, tentar salvá-la, tudo se quebrou. A dor era intensa, deixou-me sem fôlego. Meu coração parecia ter explodido. A dor era insuportável, mas, me negando a acreditar no que sentia, arrastei-me para dentro do casebre para deparar-me com minha sentença de morte.

Seu corpo jazia em um canto. Ela estava muito machucada, sua perna estava em um ângulo estranho, claramente quebrada, e o sangue escorria abundantemente de sua nuca. Cai ao seu lado, completamente dilacerado, sentindo a vida me abandonar. Segurei suas delicadas, e agora frias, mãos entre as minhas e admirei seu rosto pela última vez.

"Não."

E aquela foi a última coisa que eu disse antes de perder a consciência. Para sempre.