Powerfull - Session 01 escrita por Amanda Ragazzi, LiKaHua


Capítulo 14
Capítulo 14 - Encontros


Notas iniciais do capítulo

Kath: Feliz Ano Novo Gente!!! Desejo tudo de melhor pra vocês! Como eu havia prometido que postaria o capítulo hoje aqui está ele, ficou bem tranquilo e acho que vai agradar mais às meninas... Tenho essa leve impressão rsrsrs.
Eu gostaria muito de agradecer toda a força que vocês tem me dado desde o ano passado e também falar que pra mim foi uma honra e uma imensa felicidade ter vocês como parte da minha vida, cada review de vocês é um presente para o meu coração e espero que não apenas nessa, mas que nos encontremos em muitas outras histórias! Um 2013 de realizações pra vocês!
Boa leitura!



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POV Lauren

O dia fora exaustivo, depois da aula de defesa pessoal tivemos mais três aulas normais, biologia, química e literatura. As palavras do professor Alastair não saíam da minha mente, eu me perguntava o que ele queria dizer com aquilo “Apenas treinem e deem o máximo que puderem, quando forem capazes de ter completo domínio sobre vocês mesmo conseguirão atingir o mal ao lado de vocês e o mal que os aguarda fora desses portões.” As palavras ficavam dançando na minha mente como um arranhão em um cd que fica pausando sempre na mesma parte da música. Olhei no relógio e vi que eram dez para onze, hora aprazada com Andrew, cautelosamente abri a porta do quarto me certificando que Sophie e Marriete estavam dormindo e que não havia ninguém nos corredores.

Andrew era um cara legal, simpatizei com ele desde a primeira vez que nos vimos, mas até aquele momento não passava disso e eu percebia que ele queria algo além da amizade. Não, por enquanto não. Não fazia o meu estereótipo me largar em um relacionamento sem conhecer a outra pessoa, mas possivelmente ele tentaria me fazer mudar de ideia. Ainda estava curiosa sobre para onde iríamos e como iríamos sair do instituto. Alcancei o último lance de escadas, todo o lugar estava na mais completa escuridão e no mais completo silêncio, todos provavelmente estavam dormido, todos exceto os guardas. Pulei uma das sacadas do corredor do térreo e me esgueirei pelo campo escuro até o muro leste onde ele me esperava, um sorriso quase maroto surgiu em seus lábios.

- Oi. - Disse normalmente.

- Oi! Que bom que você veio.

- Bom, agora como nós vamos sair daqui?

- Querida – Ele sorriu se gabando. - sou o rei da escapatória.

- Ah é? Então vamos lá majestade nos tire daqui.

Ele deu um leve sorriso cínico com o desafio e ergueu a mão em direção a parede tocando nela em segundos os blocos de pedra que a formavam se desintegraram abrindo-se como se fossem peças soltas, Andrew se voltou para mim:

- Primeiro as damas!

Sorri atravessando.

- Então esse é o seu dom? Escapar? - Falei calmamente.

- Eu domino os elementos, tudo que é natural é sujeito ao meu dom. E você? O que faz?

- Tortura e ilusão.

Ele me olhou incrédulo.

- Isso é sério?

- Eu pareço estar brincando? - O olhei desafiadora.

- Gosto de garotas de atitude! -Ele piscou.

Caminhávamos ainda pela entrada do castelo, do outro lado dos muros, logo adiante eu vi estacionado um porshe cayman preto, Andrew me olhou sorrindo e tirou as chaves do bolso da jaqueta rodando-as no dedo.

- De onde tirou esse carro?

- Pode não parecer, mas eu sempre fui um bom filho! - Ele riu abrindo a porta pra mim.

- Realmente, não parece.

Falei entrando no carro, ele fechou a porta dando a volta e entrando logo após no banco do motorista.

- Para onde vamos?

- Um lugar legal... Achei há pouco tempo depois que chegamos aqui...

- Espera um pouco, você costuma sair a noite do instituto?

- Você não acha que eu tenho espírito pra ficar confinado como uma freira acha?

- Vou me limitar a não te responder. - Falei prendendo o cinto. - Mas adoraria ver você de hábito.

Ele riu e deu a partida. Os caminhos estavam escuros e por um segundo eu senti o gosto da liberdade invadir-me, desde que havíamos chegado no Instituto nós fomos orientados a não sair dos muros do castelo nunca só que nunca especificavam o motivo, e se Andrew já havia saído tantas vezes acho que não há nenhum problema e eles só fazem isso para nos manter sob vigia. Andrew tomou um caminho por entre a floresta logo chegando a uma subida rochosa.

- É aqui. - Ele falou estacionando o carro.

- legal... Que lugar é esse? O meio do nada?

Ele riu e eu desci só então conseguindo ver a maravilha a minha volta: Ao fundo do penhasco via-se a queda d'água em meio à escuridão em um som suave e tranquilo, quase como uma sinfonia, as árvores pareciam longe como silhuetas de sombras montando guarda ao fundo do penhasco, Andrew me chamou com a mão e nos sentamos ali.

- O que exatamente quer me mostrar?

- Já viu o sol nascer?

- Geralmente eu to dormindo a essa hora. - Ele riu. - Vai me mostrar o sol nascer?

- Essa é metade da ideia.

- E qual a outra parte?

- A vista que você vai ter.

Por um momento ficamos calados, eu não sabia mesmo o que dizer ou como agir naquela situação, era estranho pra mim sempre fui o tipo quieta e havia desistido de qualquer relacionamento amoroso depois de tantas decepções com idiotas.

- O que acha que estamos enfrentando? - Ele perguntou quebrando o silêncio.

- Eu não sei... Mas acredito que é algo muito ruim.

- Ele parecia preocupado.

- Também estou preocupada... Sinto que tem algo a ver com um de nós...

- Como assim?

- Eu não sei Andrew... Mas vem algo grande por ai e precisamos estar preparados.

Algumas horas depois o sol surgiu no horizonte por detrás das colinas os raios desprendendo-se e colorindo o céu em diversos tons alaranjados, eu estava absurdamente encantada e não podia negar ou esconder aos poucos o céu ia clareando suavemente pintando a floresta antes negra com cores suaves e vivas, as nuvens branquinhas formando desenhos no céu anil, pela visão periférica vi Andrew me olhando e o fitei por um segundo sorrindo, as preocupações se foram, a cascata com rochas que daquela distancia pareciam coloridas destacava-se na imensidão verde que nos rodeava. Me pus de pé me sentindo no topo do mundo.

- Só pelo seu sorriso, posso dizer missão cumprida.

Apenas o olhei e sorri.

POV Jessica

Devia ser por volta de cinco e quinze quando ouvi as batidas na porta do meu quarto, como havia ido dormir tarde e as aulas costumavam começar entre nove e nove e meia aquele mínimo barulho fez minha cabeça doer insuportavelmente, passei as costas da mão pelo olho direito e com um bocejo abri a porta.

- Calleb? Caiu da cama ou errou de quarto?

- Ta sozinha?

Olhei para o quarto e vi que Sharon ainda dormia pesadamente acho que era o único momento em que eu conseguia apreciá-la.

- O que tá fazendo aqui? - Perguntei sonolenta na tentativa de me livrar dele e voltar a dormir.

- Me deixa entrar...

- Pra que?

- Quero te levar a um lugar.

- Agora não é hora de passear estou morrendo de sono.

- Vamos lá, preciso treinar para ver se funciona... E tudo que você precisa fazer é me dar a mão e dormir.

- Nesse caso entra logo.

Ele pegou um colchonete que havia atrás da porta sobre uma prateleira, colocou ao lado da minha cama e segurou a minha mãe, em segundos estávamos dormindo, senti aos poucos minha respiração acalmando-se e logo tudo ficou escuro outra vez. Como se eu abrisse os olhos fitei a campina florida como um tapete das mais diversas espécies de flores que poderia existir Calleb estava ao meu lado observando minha expressão maravilhada:

- Como isso é possível? E o que está fazendo aqui?

- Descobri isso há pouco tempo... Estou dentro dos seus sonhos, se eu puder tocar a pessoa alvo ou algo dela eu posso projetar minha imagem nos seus sonhos enquanto ela permanecer inconsciente.

- Não era mais fácil só pedir uma blusa minha e ir embora?

- Isso foi um pretexto pra ficar perto de você...

Sorri. Começamos a caminhar através da campina olhando para o sol nascente e brilhante em todo o seu esplendor erguendo-se no horizonte. Ainda com a mão segurando a minha, Calleb apontou para o céu e uma das nuvens tomou nossa forma.

- Essa é uma das melhores partes disso... Aqui, podemos fazer tudo que quiser.

Em um segundo estávamos nós voando pelo céu, sentindo a brisa suave, olhando para o tapete de flores, imersos naquela felicidade tão real.

POV Sharon

Sete horas. Quando abri os olhos o sol ainda estava brando iluminando pela janela do meu quarto a minha cama bagunçada. Ergui o tronco a fim de me sentar na cama e vi Calleb no quarto, segurando a mão de Jessica ele dormia em um colchão no chão rente a cama dela, ambos tinham um sorriso sereno nos lábios, ergui a sobrancelha olhando-os por um momento e me levantei com cuidado em direção ao banheiro. Tomei um banho rápido tentando me livrar da preguiça e da sensação de peso no meu corpo e depois de trocar de roupa deixei o quarto sem fazer barulho para não acordar os pombinhos.

Pelo silêncio que pairava nos corredores presumi que todo mundo ainda estava dormindo, encolhi os braços dentro da jaqueta e caminhei em direção ao refeitório que ficava depois do salão principal. Apenas os guardas ainda mantinham sua guarda nos portões, por um segundo apreciei o silêncio mortal que cobria o lugar, o único barulho eram dos meus passos no chão encerado e a música nos meus fones de ouvido. Entrei no refeitório que ainda estava um pouco pardo, estaria completamente escuro não fossem as enormes janelas que irradiavam a claridade pálida do sol, sorri por um segundo caminhando até a última mesa.

Só então notei a presença da garota estranha: Marriete Luvrier. Ela mantinha os olhos fixos em mim, como se tentasse ler algo na minha cabeça e desse com a frustração de não conseguir. Os olhos acinzentados e penetrantes devoravam cada centímetro do meu rosto, os cabelos ruivos presos em um coque que deixava alguns fios soltos e a franja irregular caindo sobre seu olho esquerdo, as sardas pelas maçãs do rosto eram um toque especial ao seu visual, o casaco grosso de lã na cor avelã e as mãos impacientes que seguravam uma xícara com algum líquido fumegante, ela me olhava ainda como quem soubesse algo que eu deveria saber, que eu não sabia.

- Sharon?

A voz de Matt cortou o clima pesado e o silêncio ainda mais assustador que povoava o lugar. Levantando-se e abandonando a xícara para trás a garota deixou o lugar. Matt se aproximou de mim com uma expressão mista de surpresa e alegria:

- O que faz acordada a essa hora?

- Eu deveria perguntar a mesma coisa.

- Velhos hábitos nunca morrem.

- Então é seu costume levantar com as galinhas?

- Na verdade é sim.

- Você deve ser um adolescente em meio milhão.

- Se eu for um em um milhão pra você já está de bom tamanho pra mim.

- Isso é apenas pela sua queda natural por garotas loiras ou tem algo a mais?

- Você sabe que tem muito mais, porém o seu cabelo ajuda muito.

Não contive o riso.

- Você fica linda quando ri sabia?

- Acho que você é o único que consegue fazer isso...

- Faria mais se você deixasse.

Abaixei a cabeça dando um leve suspiro enquanto movia meus dedos.

- Por que tem tanto medo das pessoas? Eu não vou fazer mal pra você.

- Na verdade... Você é a única pessoa em quem eu consigo confiar há muito tempo...

- Olha, não é por nada não, mas você acabou de me fazer ganhar o dia.

Dei um leve riso olhando pra ele.

- Vem comigo... Quero te mostrar uma coisa.

Segurando na minha mão ele me olhou por um momento, não contive a sensação de ansiedade que me dominou e apenas comecei a correr pelos corredores chegando ao lado norte do castelo onde havia um jardim, bancos de pedra ocupavam vários lugares sobre a grama verde e macia, árvores e flores condecoravam o lugar que parecia cenário de filmes da Disney. Parei sobre um coreto que havia no centro e o olhei fixamente segurando sua outra mão.

- Olhe a sua volta... Consegue enxergar o vento?

- Ninguém consegue enxergar o vento. - Ele sorriu confuso.

- Você não está olhando direito... O vento tem cores, mais cores do que os olhos humanos conseguem enxergar... E são as cores mais bonitas que existem. Agora simplesmente olhe...

Segurei as mãos dele e concentrei minha energia passando-a das minhas mãos para o corpo dele e pintando painéis a nossa volta com o movimento suave da brisa, transformando tudo a nossa volta em uma enorme pintura à óleo, Matt sorria como bobo diante da visão que tinha, voltou o olhar pra mim sorrindo ainda sem acreditar.

- Como...

- Isso é a magia mais pura que existe... A mais pura que eu tenho...

Ele olhou bem nos meus olhos e lentamente seu rosto foi se aproximando, recuei soltando suas mãos e terminando o feitiço, dei um passo para trás.

- Você não é como as pessoas pensam que é...

- Você não me conhece o suficiente...

- Mas eu te conheço o bastante. Confia em mim Sharon, me deixa te ajudar...

- Sua amizade é a coisa mais valiosa que eu já consegui conquistar... Só me ajude a mantê-la, estará ajudando mais do que imagina.

Ele sorriu e nos abraçamos calmamente, fechei os olhos e novamente a mágica aconteceu, o vento começou a pintar figuras a nossa volta, e ficamos ali, presos naquele conto sem letras, naquele momento cheio de uma paz que eu não sentia há muito tempo.


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Notas finais do capítulo

Então, gostaram? A Amanda disse que logo está de volta... Espero que consigamos nos entender com os planos que eu tenho para o livro :/
beijos e comentem por favor *-*



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