Nárnia Além Da Vida escrita por Pevensie


Capítulo 18
Namora comigo, Casa comigo


Notas iniciais do capítulo

Aqui está o penúltimo capítulo, a Su conversa com Aslam (acho que não expressei as emoções como eu queria), Ela se encontra com Tumnus, Lúcia e Caspian. Olha quero que saibam que hoje estarei escrevendo o último capítulo, mas não sei se postarei hoje, acho que amanhã porque vai ter epilogo. Então não se esqueçam quando eu postar o último capítulo, postarei também um epilogo. Me perdoem se os capítulos estão grandes é porque já está no final, creio que o último fique maior.



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– Eu preciso procurar o Aslam. - Susana parecia bastante nervosa.


– Fique tranquila Su, tudo dará certo. Ben e eu ficaremos aqui enquanto você conversa com ele.


– Tudo bem. É melhor eu ir logo.


Susana procurava Aslam perto dos bosques, mas na verdade ela tinha muito medo de encontra-lo. Se Aslam a mandasse de volta para o nosso mundo, Susana não suportaria. Ela caminhou por uns trinta minutos e seu coração quase parou quando ela viu Aslam sentado de costas, a poucos metros dela.


Susana dava passos lentos e hesitantes, Aslam ainda estava distante e Susana tremia tanto que achou melhor chamá-lo e ver a expressão dele, assim como o filho pródigo que retorna a casa.


– As... - ela achou melhor parar, mas agora devia ir em frente. - Aslam é você?


Aslam se levantou devagar, ela conhecia aquele perfume e aquela voz, aquela voz que a muito tempo ele desejava ouvir chamar pelo seu nome novamente. Ele se virou para Susana, que estava muito envergonhada, mas não via a hora de olha mais uma vez para o seu outro pai. Os olhos de Aslam diziam para ela: filha venha me abraçar, eu te amo.


– O que está esperando para vir me abraçar filha? não sentiu minha falta? saiba que eu senti muito a sua falta, mas muito mesmo.


Parecia que o coração de Susana ia parar, quando ele disse isso. Ela esperava a mais dura repreensão, o maior desprezo, mas ela recebeu palavras de carinho e amor, seus olhos se encheram de água novamente, mas agora ela não choraria mais sozinha, ela estava com o ser que a amava mais do que tudo, mais até do que seus próprios pais. Susana foi correndo para Aslam, e ele a envolveu em seus ternos braços com muito carinho e lhe deu um abraço bem apertado.


Susana gemia e chorava desesperadamente, ela tentava achar o conforto e o consolo em Aslam, seu coração doeu quando ela lembrou de tudo o que fez de errado, todas ás vezes que ela negou Nárnia, todas ás vezes que ela duvidou, todas as palavras duras que foram ditas aos seus irmãos, todas ás vezes que ela zombou de Nárnia e sua existência, o injusto tapa que ela deu em Lúcia, as grosserias que machucaram tanto os seus irmãos e suas duras palavras, sim essas palavras ficaram em sua memória.


´´

Não conheço nehuma porcaria chamada Nárnia´´


´´Pedoe-me majestade agora me lembro de tudo perfeitamente você é rainha sim, a rainha dos lunáticos. Você só inventou essa Márnia... ´´


´´Esse troço aí, só para ridicularizar a família´´


´´Eu quero que vocês morram, morram, morram, orram, ram´´


´´Mesmo que Nárnia exista, eu não quero saber´´


– Não chore minha filha, não chore, agora você está aqui comigo em meus braços.


– Me perdoa Aslam. - ela tentava dizer entre soluços. - Eu não sei o que eu faço. Perdão, por favor me perdoe, eu sei que eu não mereço, mas estou arrependida e sei que o que fiz não tem volta, mas me perdoa por favor ou eu vou enlouquecer.


– Se acalme Susana.


Ela começou a acariciar o pelo dele, e Aslam tentava confortá-la o máximo possível.


– Como? eu fiz tudo errado, me perdoe Aslam, me deixe ficar, eu te imploro.


– Eu te perdoo, na verdade já te perdoei a muito tempo, e só estava esperando a sua chegada.


Susana ficou mais tranquila e também se sentiu mais leve quando Aslam disse que a perdoava.


Aslam sabia o motivo do esquecimento de Susana, mas ele precisava ouvir da boca dela toda a verdade.


– Por que você me esqueceu minha filha? eu te dei tudo e sempre fui bom para você, todos aqui sempre a amaram. Por que me esqueceu?


– Mas foi você que me esqueceu primeiro Aslam. Você me deixou, você disse que eu não voltaria mais a Nárnia, você me fez sofrer muito por ter que deixar Caspian, você me deixou quando eu mais precisei, eu pedia a sua ajuda todos os dias, mas você nunca me ouviu. Foi você que me esqueceu primeiro e eu é que pergunto, por que? será que eu nunca fui importante para você? algum dia eu te desobedeci ou te tratei mal? o que eu fiz para você me desprezar dessa maneira?


– Nada do que você faça mudará o que eu sinto por você, a culpa foi minha. Você conheceu o seu primeiro amor e eu te privei disso fazendo-a sofrer, quando você passou por sérias perseguições e humilhações eu não estava te olhando como prometi e não pude te ajudar. Como você continuaria acreditando em alguém que não pôde provar seu amor quando você mais precisou? eu só me dei conta de que estava te perdendo quando você perdeu a sua fé. Você perdeu tudo e isso só ajudou a fechar ainda mais os seus olhos. Você cometeu erros, mas todos os que estão aqui também cometeram, alguns por motivos muito, mais muito menores que o seu e ainda sim eu perdoei e dei o melhor de mim.


– Aslam eu trouxe meu filho, e Robert meu antigo companheiro está morrendo. Eu preciso ficar Aslam, por favor me deixe ficar aqui.


– E por que você não ficaria? esse é o seu lar, e eu, toda a sua família, seus amigos e o homem que te ama, estão esperando pela sua volta todos os dias. Não teve um dia em que seu nome fosse mencionado. Minha filha você tem o coração mais nobre que já conheci, mais até o homem mais justo comete erros porque todos os humanos são assim, e você é humana sujeita a errar como todos os que estão aqui. Você sofreu pelas pessoas que amava, sofreu por Nárnia e sofreu por amor, e é com muita honra e com muito prazer que eu te digo que você é bem vinda ao seu lar, e nada e nem ninguém pode tomar o lugar que é seu. Você nunca mais irá sofrer e eu te darei toda a felicidade do mundo, conte comigo e realizarei todos os seus sonhos e desejos.


Agora Susana teve mesmo que chorar apesar de tudo, Aslam e todas as pessoas que eram importante para ela ainda a amavam, existe coisa melhor que isso?


...


Caspian se sentia tão feliz, e não sabia o porquê. Ele sentiu vontade de passear, mas onde ir? Caspian se lembrou do lugar mais bonito do país de Aslam: a cachoeira. Lá tem milhares de flores, a relva mais linda e mais confortável do mundo, o baruho das águas descendo era o melhor som que poderia ser ouvindo depois das belas canções que os pássaros de lá cantavam. Não havia dúvida, Caspian deveria ir para lá. Quando Caspian chegou ao lugar desejado, ele já estava bem cansado e decidiu que dormiria um pouco, mas quando ia recostar sua cabeça em uma pedra cheia de musgos, ele viu algo brilhante dentro de uma uma linda rosa: havia um lindo anel, de ouro com uma grande pedra de rubí, e tinha vários diamantes cravados no anel o que o deixava muito mais lindo. Aquela flor tinha o perfume mais desejável de todos, e o que mais impressionou Caspian era que a bela flor tinha o cheiro de Susana. Caspian colocou o anel de volta dentro da flor, e a colocou em seu peito para que ele pudesse sentir melhor o cheiro tão agradável quanto o de Susana.


...


Lúcia e Tumnus gostavam de procurar algumas das mais saborosas frutas que existiam no país de Aslam. Quando eles se deram conta, já estavam bem próximos ao grande e charmoso lampião.


Susana já tinha voltado com Aslam, para onde Ben e Robert se encontravam e ela ficou extremamente surpresa quando viu Lúcia se aproximando com Tumnus.


– Lúciaaaaaaaaa! - Susana gritou.


– Susana? - Lúcia e Tumnus estavam mais surpresos que ela. Tumnus abriu um enorme sorriso, mas se conteve ele deveria ficar afastado de Susana para que Helen e Joseph não pensassem que ele queria dizer a verdade.


Susana e Lúcia estavam muito felizes por se encontrarem mais uma vez, e uma foi correndo de encontro a outra. Lúcia se jogou no colo de Susana, e esta última ficou muito feliz em ver que sua irmã não guardava rancores.


– Lu eu senti tanto a sua falta, eu gosto tanto de você. Me perdoa por tudo o que eu te fiz e tudo o que eu te disse, era tudo mentira eu sempre quis ser como você...


– Ah Su deixa pra lá, já passou e o importante é que você está aqui e eu te amo muito pra sentir raiva de você.


Elas se abraçaram mais uma vez, só que agora bem mais forte. - Lu você é um anjo! eu te adoro.


– Tia Lúcia! - disse Benjamim eufórico, ele sempre quis conhecer os tios, pricipalmente Lúcia.


– Benjamim como você é lindo e esperto,vem dar um abraço e um beijo na tia. - disse Lúcia estendendo os braços para o menino, que correu com a maior alegria para a tia.


– Olha que se vocês ficaram assim muito amigos, eu vou sentir ciúmes.- disse Susana.


– Deixa de ser boba Su. Deixa eu curtir o meu sobrinho.


Tumnus olhava encantado para Benjamim. Ninguém havia lhe dito que Susana teve um filho, essa foi a maior alegria para o fauno, ele tinha uma filha maravilhosa e agora também descobriu que tinha um neto. E era uma pena, pois ele não poderia contar nada.


– Oi Lúcia, tudo bem? - disse Robert, deixando Lúcia desconfortável, pois ela ainda gostava dele, mas teria que esquecê-lo de uma vez por todas, pois ele era seu cunhado.


– Oi... tudo bem sim Robert, e você como vai? - ela tentava esconder o nervorsismo. Robert sempre foi o melhor amigo de Lúcia, mas mesmo assim ela sentia muito medo de que ele percebesse o que ela realmente sentia por ele.


Susana percebeu o nervosismo de sua irmã e concluiu que Lúcia realmente gostava de Robert. Lúcia se sentia culpada por gostar de seu cunhado, mas será que ela tinha culpa? afinal, ela se apaixonou por Robert assim que o viu pela primeira vez, e não sabia que ele gostava de sua irmã, e Susana ainda gostava de Caspian.


– É muito bom ver vocês juntas de novo. Mas tenho que resolver o problema de Robert. - disse Aslam.


Tumnus continuava calado. Susana não se importava com ele. - pensava o fauno, pois ela nem lhe dirigiu a palavra, e parecia que nem tinha percebido a presença dele.


– Como você vai me ajudar Aslam?


– Está vendo esta macieira?


– Sim, ela é linda e todas as maçãs são douradas.


– Todos os que chegam em meu país, comem dela para viver eternamente. Pegue uma e faça o mesmo.


Robert muito satisfeito, pegou uma maça e deu uma pequena mordida e logo se sentiu curado de sua enfermidade, e sentiu uma vitalidade incrível.


– Benjamim e Susana devem fazer o mesmo. - disse Aslam.


Os dois comeram e seniram muito melhor, como se suas forças fossem renovadas.


Tumnus se sentia mal por estar tão perto de sua filha e não ser percebido por ela, então ele decidiu se retirar.


– Foi bom ver vocês, mas acho que já vou. - disse o fauno triste.


– Pai! fica mais um pouco, nós nem matamos a saudade. - disse Susana olhando carinhosamente para Tumnus.


– O que você disse? - Tumnus não acreditou em sua audição. - Do que você me chamou Susana? de... de pai?


– Sim pai, pois não é isso que você é? pai? você é o meu pai, e sou sua filha. - O coração de Susana batia mais forte a cada palavra.


Lágrimas discretas desceram pelo rosto do fauno, pois pensou que ninguém nunca o chamaria assim.


– Então... você sabe?


– Sim eu sei de tudo. E sinto muito orgulho de ser sua filha. Você não vai me dar um abraço?


– Ahhh minha filha. Eu te amo demais, obrigado por aceitar esse simples fauno como seu pai.


Tumnus deu um abraço forte em Susana, e ela retribuiu com muito carinho.


– Meu pai. Essa foi uma das coisas mais maravilhosas que já aconteceram na minha vida, ser sua filha é uma verdadeira dádiva.


– Então eu tenho mais um vovô? posso te abraçar vovô?


– É claro que você pode Ben. Vem aqui, vem. - Tumnus pegou Benjamim no colo e o menino depositou em beijo em seu rosto. Tumnus segurou Ben com um braço e com o outro abraçou a filha dando-lhe um beijo na testa. - Esse é o dia mais feliz da minha vida.


– É muito bom vê-los assim tão felizes. Mas acho que Susana ainda precisar ver uma pessoa muito especial para ela. - disse Aslam, e todos sabiam de quem ele estava se referindo.


– E para onde eu devo ir? - perguntou Susana.


– Siga para o norte e encontre sua felicidade. Depois nos encontre naquelas montanhas.


– Como vamos chegar até lá? eu não sei escalar. - disse Ben.


– Hahaha, não se preocupe com isso meu filho. - disse Aslam. - você já voou em um grifo?


– Nossa nós vamos em um grifo que demais. - disse Ben contente pela aventura que viveria.


– O que acha de ter o seu próprio grifo Ben? eu conheço um especial que é bem jovem e muito simpático.


– Isso é demais, mamãe nunca me deixou ter um cão e agora terei um grifo. Não vejo a hora de conhecê-lo.


Todos caíram na gargalhada.


– Só se você não voar muito alto Ben. - disse Susana. - Bom, então eu vou e mais tarde encontro você.


Como tinha acabado de comer da maçã dourada, Susana pôde caminhar em paz sem sentir cansaço. Susana já tinha caminhado bastante e parou quando ouviu um barulho de água, andou mais um pouco e percebeu que estava em uma cachoeira.


– Oh meu deus! esse é o lugar mais lindo que já vi em toda a minha vida. - disse Susana sem saber que seu amado estava dormindo bem perto dela.


– Essa... essa paisagem, esse cheiro inebriante, essas flores, a canção dos pássaros. Esse é o centro do paraíso, o limite da perfeição. - Susana tinha razão, aquele lugar era perfeito para um romance.


Susana tocava as flores suavemente tentando sentir o máximo de seu inesquecível perfume, tudo naquele lugar a encantava. Caspian começava a despertar-se do seu sono, aquele dia seria realmente inesquecível para ele. Caspian se levantou ainda sonolento, pegou a linda rosa e a cheirou, era como se o perfume de Susana estive muito mais forte, aquele aroma maravilhoso de sua amada conseguia ser mais forte do que a da rosa, Caspian riu e disse mais para si mesmo: - Quem dera se você estivesse aqui comigo amor. - o jovem suspirou. Os dois não puderam se ver porque havia uma grande moita bem esverdiada e Caspian estava descansando atrás dela.


Caspian colocou sua mão entre as folhas, e abriu o caminho para a mais bela visão de sua vida: Susana. Ela estava de costas e ele pôde perceber que ela aspirava o perfume de uma flor. O rei poderia pensar que estava sonhando e que tudo não passava de uma miragem, mas seu coração lhe dizia que ela estava ali, que ela era real e que eles finalmente viveriam aquele amor. Caspian olhou bem para a rosa que estava em sua mão e sorriu, pois agora ele sabia a serventia dela, Susana com certeza adoraria o perfume dela. Caspian queria ir logo de encontro a Susana, mas seus olhos não conseguiam deixar de admirá-la. Tenho certeza de que com Adão não foi diferente, não dúvido nada de que quando ele acordou e viu Eva pela primeira vez, se sentiu do mesmo jeito que Caspian se sentia agora olhando para Susana. Só os dois no paraíso, só os dois, o amor e a natureza, será que existe combinação mais perfeita?


Susana ainda estava de costas, e Caspian decidiu que se aproximaria sem dizer nada, quem precisa de palavras? elas não são o suficiênte para expressar o amor, não mais do que os gestos. Caspian foi se aproximando e sentia seu coração saltar cada vez mais forte, ele chegou bem pertinho de Susana e tocou seu braço suavemente com a mão direita, e passou seu braço esquerdo em volta da cintura dela, Susana não disse nada e apenas suspirou, pois ela já conhecia aquele toque. A respiração de Caspian perto dos cabelos e do pescoço dela, eram inconfundíveis, Caspian parou de acariciar o braço dela e colocou sua mão direita delicadamente nos lábios de Susana, ela queria desmaiar devido a todas aquelas sensações, o ela poderia fazer a vontade porque um dos braços de Caspian a segurava firmemente, Susana beijou os dedos de Caspian e ele não pôde deixar de suspirar em resposta.


– Caspian. - disse ela quase sussurando.


– Susana meu amor. - ele falou bem devagar e em seguida a virou de frente para si.


– Eu te amo tanto Caspian, e eu estou tão feliz. - Susana não precisava dizer nada, os olhos dela já mostravam tudo.


– Eu te esperei tanto, algumas vezes desacreditei, mas agora você está bem aqui. - disse ele bem baixinho, pois seu coração estava muito acelerado e sua voz saía com muita dificuldade.


Susana tocou os lábios dele suavemente. - Eu não acredito que estamos aqui, agora é só você e eu, e nada mais, nada pode atrapalhar o nosso amor. Nada nem mesmo a morte pode nos separar.


Caspian tinha tanta sinceridade em seus olhos, que fez todo o corpo de Susana estremecer.


– Me segure, porque não sei se aguentarei ficar de pé.


– Eu sempre vou estar aqui com você. Susana eu não sei se eu já te disse isso, mas eu quero que você saiba que, você é tudo pra mim, e se eu já te disse é melhor você ficar bem preocupada, pois você ouvirá isso todos os dias.


– Eternamente! - disse ela deslumbrada com o que estava acontecendo. - Você vai se enjoar de mim.


– Nunca, eu quero você todos os dias ao meu lado e nunca vou me cansar de dizer o quanto eu te amo.


– E eu não quero que você pare de dizer.


– Então...


Susana não deixou Caspian dizer mais nada, eles queriam dizer muitas coisas mas havia uma vontade muito maior dentro dos dois, um beijo. Caspian puxou Susana para bem perto de si, quase colando-a em seu corpo, ela o abraçava bem forte como se quisesse que ele nunca mais se separasse dela. O beijo era o mais terno e apaixonado possível, no mesmo tempo que era desesperado, era calmo, no mesmo tempo que avassalador como uma brasa de fogo, era suave como uma brisa de uma manhã de primavera, os dois queriam ficar assim se beijando pelo resto da vida. Era como se somente existisse os dois, eram apenas o rei e a rainha, o único som que se ouvia era o som da cachoeira e dos pássaros. Susana se afastou do beijo.


– Você tem alguma para me dizer amor? por que você teve que parar? estava perfeito. - disse Caspian completamente apaixonado.


– Não sou muito boa com as palavras.


– Mas é muito boa com os gestos. Você sempre me surpreende, primeiro aquele beijo da despedida, aquelas cartas apaixonadas e agora a sua volta. Se você fosse uma feiticeira, seria a melhor de todas e seu feitiço o mais poderoso, porque a cada dia que passa eu fico mais apaixonado por você, eu estou preso a sua vida e não quero escapar.


– Então o feitiço se virou contra o feiticeiro, porque eu sinto o mesmo. Saiba que eu nunca vou deixar você escapar.


– E eu não quero escapar, quero ficar para sempre enlaçado pelo seu amor. Tem uma coisa que eu quero te dar, que eu preciso te dar e espero que goste. - Caspian estendeu a rosa para Susana, e ela ficou maravilhada com a beleza e o perfume da flor. Caspian passou a rosa pelo rosto de Susana, pois era assim que ela merecia ser acariciada. Susana pegou a rosa com um sorriso agradeçido, mas quando ela cherou a rosa percebeu que algo dentro dela brilhava.


– O que será isso? - perguntou curiosa.


– Pegue meu amor. - disse Caspian ansioso.


Susana colocou os dedos dentro da rosa e puxou o mais lindo e brilhante anel que ela já vira na vida, e em poucos segundos seus ouvidos ouviriam tudo o que ela mais desejou e sonhou em sua vida.


– Susana... você quer se casar comigo? - disse Caspian olhando fixamente nos olhos azuis de Susana.


Ela não conseguia responder, era como se o tempo e todo o mundo tivesse parado, Susana estava ouvindo o que ela mais queria ouvir em toda sua vida, por muitas noites ela sonhou com esse pedido e a distância a fez perder a esperança fazendo-a acreditar que nunca passaria de um sonho, o seu mais lindo sonho.


– Repete isso mais uma vez Caspian. - Susana pediu com os olhos brilhando e as emoções estampadas em seu rosto.


Caspian sorriu e ficou feliz em ter que fazer o pedido de novo.


– Você ser se casar comigo e ser a minha esposa, ser tudo para mim, me fazer o mais feliz dos homens e me deixar te fazer a mulher mais feliz de todos os mundos?


O sorriso de Susana iluminou todo o rosto de Caspian, e finas lágrimas produzidas por toda a emoção que ela sentia, escorreram pelo seu rosto sem que ela percebesse. Caspian já sabia a resposta de Susana, era como se seus corações já fossem um só e ele pudesse sentir tudo o que ela sentia, mas ele queria ouvir da boca dela, assim como ela ouviu de sua boca.


– Sim é o que eu mais quero, esse é o meu maior sonho desde que te conheci. O que eu mais quero é ser sua esposa, quero ser sua e quero que você seja meu, quero acordar todos os dias e ter ver do meu lado, quero fechar os meus olhos a noite e sentir o seu cheiro, quero que suas mãos enxuguem minhas lágrimas quando eu chorar e quero te fazer o homem mais feliz do mundo. - foi só Susana terminar de falar, e Caspian nem lhe deu tempo para respirar, ele a puxou e lhe deu mais um beijo.


Quando os dois se separaram Caspian também já estava quase chorando, mas de uma coisa tenham certeza, os dois jamais chorariam de tristeza e de solidão, agora só chorariam de felicidade e emoção, emoções que um provocava no outro a cada instante. Caspian pegou o anel das mãos de Susana e a colocou no dedo anelar da macia e perfeita mão da moça.


– Sabe o que isso significa amor? - disse ele.


– Que agora estamos unidos não só pelo amor mais forte que já existiu, mas pela aliança que temos um com outro de nos amarmos para sempre. - disse Susana.


Os dois deram mais um beijo rápido, Caspian tirou a camisa, pegou Susana no colo e entrou na cachoeira. Foi maravilhoso, os dois brincavam na cachoeira como se fossem duas crianças, parecia até que já estavam juntos há muitos anos, um jogava água no outro, Caspian brincava de tentar pegar Susana, nem pareciam dois adultos era como se os dois estivessem livres. Depois de um tempo eles saíram da cachoeira, Caspian se sentou em uma pedra e Susana se sentou no colo dele.


– Caspian nós temos que ir.


– Ah amor, logo agora. Faz pouco tempo que você chegou.


– Mas eu tenho que ver os outros ainda.


– Você não quer ficar comigo? - perguntou manhoso. - Você pode vê-los depois.


– Caspian, Aslam está nos esperando em uma montanha com Lúcia, Tumnus, Ben e Robert.


– O seu marido está aqui? - perguntou Caspian inseguro.


– Agora ele não é mais o meu marido. Quando viemos para cá, ele me deixou livre para ficar com você. Eu é que te pergunto, como você pode me pedir em casamento se é casado? e sua esposa?


Caspian deu um sorriso bem maroto. - Bom, ela também terminou comigo para eu ficar com você, e... ela está namorando o Pedro.


– O que? o Pedro? - disse Susana empolgada.


– É parece que seu irmão está completamente apaixonado por Liliandill.


– Meu irmão apaixonado... e ele me zoava tanto por eu estar apaixonada. Que bom que ele conheceu alguém especial.


– Mas amor, voltando ao assunto, fica comigo depois a gente encontra eles.


– Caspian nós vamos nos casar e vamos passar toda a eternidade juntos, e você vai comigo.


– Eu sei, eu vou mas queria ficar sozinho com você. Tudo aqui está tão perfeito.


– Vamos, seu bobo.


– Agora vai ter que me dar um beijo, por ter me chamado de bobo.


– Tudo bem, então vou te chamar de bobo o tempo todo, só pra ganhar um beijinho.


– Que ideia boa que eu tive né amor?


...


Aslam tinha os levado para uma linda cabana que ficava em cima dessa montanha, o mais impressionante era que mesmo estando quente, a montanha tinha neve o que a deixava mais bonita, todos comiam a vontade na mesa cheia de quitutes preparados pelos anões.


– A Susana está demorando tanto. - disse Lúcia.


– Ela deve estar com Caspian. - respondeu Robert.


Lúcia achou estranho, Robert conhecia Caspian, mas será que ele sabia que Susana o amava? e como Susana vai ficar com Caspian se ela está com Robert? o único jeito de saber era perguntando, e foi isso que Lúcia fez.


– E você e Susana, como estão?


– Nós? bom nós nos separamos, eu achei que deveria deixar o caminho livre para ela e para Caspian.


Lúcia ficou tão encantada com o gesto de Bob, ela sabia que ele gostava de Susana e mesmo assim a deixou para que ela fosse feliz, era uma pena que Bob nunca tenha olhado para Lúcia, ele escolheu a mulher errada para amar.


– Muito bonito o que você fez por ela. - disse Lúcia hipnotizada pelo belo homem a sua frente. Lúcia sabia muito bem controlar seus pensamentos, mas se sentia muito aliviada por saber que Robert não era mais o seu cunhado, o amor que ela sentia não era controlável como seus pensamentos, na verdade era livre como o vento.


– Susana e eu sempre fomos mais amigos do que um casal de verdade. Acho que o que senti por ela sempre foi amizade. Ela foi mais minha amiga do que esposa.


– Como nós dois, nossa amizade? - perguntou Lúcia, enchendo seu copo de suco.


– Não, é diferente. Nós dois somos mais que amigos. - disse Bob fitando Lúcia.


Lúcia estremeceu e deixou a jarra cair entornando todo o suco. Robert pegou o pano sobre a mesa para secá-la.


– Eu sou tão desastrada.


– Não, Lúcia você é uma menina maravilhosa. Como eu estava dizendo, somos mais que amigos, somos irmãos.


Lúcia se entristeceu muito ao ouvir isso Robert disse que ela era uma garota, então ele ainda a via como uma menininha e ela era como uma irmã para ele.


– Sabe Lúcia os anos te fizeram muito bem, você está linda, você tem 24 não é mesmo?


– Não aqui cada um tem uma idade diferente, eu ainda tenho 17.


– Mas não parece, assim que cheguei aqui eu te achei diferete, você parece até uma mulher, e uma linda mulher, nem parece aquela Lúcia que eu conheci.


Lúcia se animou um pouco, mas só um pouco. Ao menos Robert não a via como uma menininha, mas ainda a via como uma amiguinha.


...


Caspian e Susana caminharam bastante, eles estavam tão felizes que a distância não importava, por Caspian ele poderia dar voltas e voltas a pé só para ter o prazer de estar perto de Susana. Quando chegaram perto da montanha eles viram dois grifos esperando-os. Quando chegaram na cabana Benjamim ficou animadíssimo por ver Caspian novamente.


– Olha quem chegou! - disse Tumnus.


– Caspian! - Benjamim foi correndo para abraçar Caspian.


– Oi Benjamim meu amiguinho, eu senti muito a sua falta.


– Olha só pai, foi ele que me salvou. - disse Ben animado.


Caspian ficou meio sem jeito por estar perto de Robert, Caspian apenas fez um gesto com a cabeça. Robert se levantou da cadeira e foi cumprimentá-lo.


– É um prazer te conhecer. - disse Bob estendendo a mão para Caspian. - Eu me chamo Robert Cooper, e quero te agradecer por ter ajudado o meu filho.


– O prazer é todo meu, e eu é que tenho que agradecer pelo o que você fez por mim e por Susana.


– Eu fiz o que era certo. - disse Robert sorrindo para Caspian, e Caspian percebeu que ele era um bom homem.


– Olhe só para vocês dois. - disse Aslam se referindo a Suspian. - É como se todo o sofrimento de vocês tivesse morrido quando se encontraram.


Aslam tinha razão, era como se toda aquela dor tivesse sido apagada da memória e do coração de Susana e Caspian. Isso deve acontecer com todos os apaixonados, não é mesmo? ou com todas as pessoas que passaram por algum sofrimento, depois que a felicidade chega é como se você nunca tivesse chorado e só existissem memórias boas.


– Aslam tem uma coisa que Caspian e eu precisamos comunicar a vocês. Acho melhor Caspian dar a notícia.


– Eu pedi a mão de Susana em casamento, e para a minha felicidade ela aceitou. Aslam precisamos saber se você aceita essa união.


– Nossa então vocês vão se casar, isso é tão... - Lúcia logo foi interrompida por Aslam.


– Espere Lúcia, as coisas não são assim tão fáceis.


Caspian e Susana se assustaram com a declaração de Aslam.


– Como assim Aslam? qual é o problema? você sabe que nos amamos e disse que sempre aprovou. - disse Caspian assustado.


– Eu torço por vocês dois e saibam que vocês têem a minha total aprovação, mas a uma condição, e esse casamento só será realizado se essa condição for cumprida.


– Que condição Aslam? o que temos que fazer? - perguntava Caspian de mãos dadas com Susana.


– Para que isso aconteça, três casais deveram se casar, um são vocês dois, e vocês deveram achar mais dois casais que queiram se casar, caso contrário vocês dois não poderão se unir.


– Bom Aslam talvez Pedro e Lilian possam se casar, eu soube agora que eles estão juntos e também posso pedir aos meus pais para se casarem de novo.


– Susana para isso valer, os casais não poderão ser casados um com o outro, eles podem ser divorciados, como sua cunhada Liliandill, mas não casados como seus pais.


– Aslam por que isso? - perguntava Lúcia aflita pela irmã. - Você sabe que Suspian são completamente apaixonados, por que não os deixa se casarem?


– Lúcia depois todos vocês entenderão meus motivos. - Aslam disse isso e se retirou.


– O que é isso? o que é Suspian? - perguntou Robert confuso.


– Bom quando dois narnianos se amam de verdade, eles juntam seus nomes colocando uma parte do nome da donzela na frente e uma parte do nome do rapaz depois.


– Ah então entendi, Suspian signifca Susana e Caspian, que legal.


– Susana. - disse Caspian falando baixinho no ouvido da amada. - O que seu filho Benjamim vai achar do nosso casamento? ele é uma criança ainda e...


– Não se preocupe com o Ben amor, quando ele se recuperou daquele acidente ele disse que ficaria feliz de nos ver juntos.


– Isso é verdade Ben? - perguntou Caspian. - Você gostaria que eu me casasse com sua mãe?


– Claro que sim. - disse o garoto sorrindo e deixando Caspian ainda mais alegre. - Então você vai ser o meu pai?


– Não Benjamim, o seu pai é o Robert e eu nunca tomarei o lugar dele em seu coração, nós seremos só amigos entendeu?


– Sim Caspian. Mas e o papai? ele vai ficar sozinho?


– Não Benjamim eu nunca vou ficar sozinho, eu tenho você, a Lúcia e agora tenho vários amigos aqui.


Lúcia se alegrou em ouvir Robert dizer que a tinha perto dele, isso significava que ela era importante para ele.Caspian se sentou no pequeno sofá e Susana fez o mesmo.


– Sabe vida, por que Aslam está fazendo isso com a gente? eu estava tão alegre, isso foi um balde de água fria. - disse Caspian.


– Amor não se preocupe, tudo vai dar certo! Aslam sabe o que faz, ele sempre soube. - disse Susana sorrindo. Ela já tinha percebido as intenções do leão.


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Notas finais do capítulo

Boa leitura!