Invadir a casa de Norte seria algo fácil.

Temos vários motivos que comprovam isso:

Fada, Jack, Sandman e Coelhão são amigos de Norte. Sendo então que não seria suspeito eles chegarem para uma visita, distraírem Norte e pegarem a tal carta.

Havia várias maneiras inteligentes para isso.

Mas vamos para a história verdadeira.

- Parte 1: Distração

Sandman bateu rapidamente a porta enquanto os outros três guardiões observavam escondidos. Uma Yeti atendeu a porta, mas logo atrás apareceu o velho Norte. Sandman olhou para onde Jack se escondia e fez uma cara de bravo. Não foi muito justa a votação para quem pegaria essa parte no plano. Entretanto, o cargo foi dado a Sandman, que não gostou.

Voltando sua atenção a Norte, o dourado começou a fazer várias mímicas, algumas envolvendo figuras indeterminadas com areia dourada.

- Sandman, se acalme. O que aconteceu?

Sem ter saída, ele fez a figura de Breu com a areia, e Norte soltou um grito abafado.

- Breu?  Mostre logo onde ele está Sandman!

Sand novamente olhou bravo para Frost quando estava entrando na casa. Logo se via o trenó de Norte desaparecendo pelo céu.

-Parte 2: Infiltramento.

- Eu odiei o seu plano. – Comentou a Fada.

- Você já disse isso. – Jack continuou.

- Vou continuar dizendo até você admitir que ele é horrível.

- O que nunca vai acontecer, porque o plano é ótimo.

- Vocês podem parar fazendo favor? Sério, eu não estou com paciência para isso. – Exclamou Coelhão baixo. – Vamos logo com isso, não sei quando tempo Sandman consegue segurar Norte.

Então eles entraram pela porta, agora entreaberta. Uma Yeti discutia com um gnomo algo que eles não conseguiam decifrar, porém Frost ouviu Coelhão sussurrar algo como “Essa Yeti é louca”. Eles conseguiram, com certo esforço, chegar ao escritório. A caixa estava em cima da mesa, devidamente lacrada.

- Ótimo. – Resmungou Frost – Como vamos abrir isso?

- Deixe-me ver... – Coelhão se aproximou da caixa e a observou. Estava presa por um cadeado e uma luz branca que o envolvia. – Não tem jeito. Somente Norte consegue controlar esse tipo de magia.

Fada parecia pensativa. Se virou para as estantes e começou a procurar.

- O que você está fazendo? –Perguntou Jack. – Nos ajude a abrir!

- Pensem bem... – Ela se virou para os dois – Se Norte realmente amava ela e essa carta, iria por em lugar que fácil de pegar. Que não envolva magia nem um cadeado.

- Sim... Isso faz sentido. – Comentou Frost.

- Coelhão, você que o conhece há mais tempo, tem alguma sugestão?

O coelho pôs a mão no queixo e começou a olhar para os cantos da sala.

- Talvez... No gorro... No gorro, talvez?

- SIM! – Exclamou a fada. Eles a repreenderam por ter feito um barulho um pouco alto. – Quero dizer, sim. E onde ele guarda?

- No bolso. – Concluiu Frost. – Lindo. Cadê Sandman nessas horas?

- Vindo... – Comentou Coelhão, que olhava a janela. O trenó cortava o céu e nele apareceu Norte com cara de preocupado e Sandman que olhava para baixo, como se procurasse por alguém.

- Certo... Todos se escondam. Quando eu falar já, vocês aparecem e gritam surpresa. – Jack disse rapidamente.

- Esse é o seu grande plano? – Perguntou a Fada, sarcástica.

- Exatamente. Vamos logo com isso.

Não demorou muito para que Norte e Sand entrassem no escritório, e conforme o plano, todos gritaram surpresa. Noel olhou assustado para Sandman, que deu de ombros.

- O que você estão fazendo aqui? – Perguntou Norte.

- Uma surpresa para nosso grande amigo. Vamos, sente-se, sente-se.

- E surpresa do que?

- Viemos te visitar! – Gritou Coelhão exageradamente.

- Sim, sim! – Concordou a Fada.

Norte olhou desconfiado para cada um deles. Mas sua expressão suavizou.  Ele disse por fim:

- Bem... Já que estamos aqui, vou pedir para que Atti faça algo para nós comermos. Aliás, Coelhão, se você puder fazer isso por mim, eu agradeceria. Atti é a Yeti com quem você já conversou, lembra-se?

O coelho fez uma expressão carrancuda, porém confirmou e foi em direção à cozinha. Norte se virou em direção a eles.  A Fadinha saiu do bolso do Jack e foi em direção ao Norte.

- Olá pequena fada. Como você está? – Norte perguntou.  Ela deu um sorriso e sentou-se no ombro de Noel.

- Ela gosta de você. – Comentou Frost.

- É uma boa Fadinha.

Então ficou em silêncio. Fada teve uma ideia, então.

- Norte... Eu estava pensando... Posso ver seu gorro por um momento?

- Certamente. Mas por quê? – Perguntou ele, entregando o gorro que até então estava guardado dentro do bolso.

- Estava pensando em fazer alguns para minhas Fadinhas, antes que chegue o inverno. Elas sempre reclamam do vento frio.

Fada pegou o gorro na mão, mesmo com Norte olhando meio receoso para ele.

- Você se importa se eu pegar por alguns dias? Só para molde. Prometo que não vou mexer.

- Eu... Eu... – Ele parecia meio nervoso. – Claro, pode. Mas me deixe lavá-lo para você.

- Não precisa. – Fada chamou uma Fadinha que o levou para longe. – Obrigada Norte. Prometo que o devolvo até amanhã.

- Fique a vontade. – Ele sussurrou.

Foi quando a porta se abriu forte e Coelhão entrou furioso por ela, com uma Yeti (provavelmente Atti) o batendo com um amassador de pão.

- Você deveria para de fazer isso! – Ele gritou para ela. – Já perdeu a graça, entende?

Eles entraram acompanhados por alguns duendes, que tinham nas mãos bandejas com cookies e chocolates quentes.

- Comam a vontade! – Comentou Norte.  – Obrigado Atti.

A Yeti grunhiu alguma coisa e saiu.  Eles comeram e foram embora, sem levantar muitas suspeitas. Quando estavam saindo, Norte acrescentou para a Fada:

- Cuidado com isso. Confio em você. Ela é... Especial.

- Pode deixar. – Respondeu Fada, sorrindo.

Todos foram direto para o esconderijo de Coelhão. Chegaram lá e uma Fadinha os esperava com o gorro.

- É agora. – Comentou Jack.

Eles olharam dentro. Tinha alguns cookies escondidos em bolsos mágicos e uma receita de Natal. Uma estrela de enfeitar árvores.

Não havia carta alguma ali dentro.