A Distância De Um Beijo escrita por ThiagoRocha


Capítulo 12
Capítulo 11


Notas iniciais do capítulo

Bem feliz com a repercussão da fic =), que bom que vocês estão gostando... ^.^
Obrigado à Aline, carolina, Bruna Miranda e Letícia Dos Santos que favoritaram a história.
Enfim, Boa Leitura... ^.^



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Capítulo XI

Gil entrou rapidamente no quarto da garota e se ajoelhou a sua frente.

— Ju… Ju, o que aconteceu? — o desespero dele era evidente.

Os olhos da garota ainda estavam entreabertos, mas aos poucos se fecharam. Sem hesitar pegou Ju nos seus braços e desceu o prédio em busca de ajuda. Ao chegar à portaria encontrou Severino — o porteiro.

— Severino, para um táxi rápido — disse Gil impaciente.

— Claro, mas o que aconteceu com a Dona Juliana? — perguntou enquanto fazia sinal para um carro que vinha na direção dos dois.

— Não sei, eu a encontrei desmaiada em casa.

O carro parou e Severino abriu a porta para que o garoto pudesse entrar. Assim que se ajeitou dentro do táxi agradeceu a ajuda.

— Brigado, viu — disse — Me faz um favor, se encontrar o Bruno avisa pra ele?

— Claro.

O garoto pediu pro taxista seguir para o hospital o mais rápido possível, enquanto isso pegou seu celular e ligou para o pai de Lia.

— Alô, Dr. Lorenzo? — perguntou quando o mesmo atendeu.

— Gil? — indagou surpreso.

— Sim. Você tá de plantão no hospital?

— Tô. Aconteceu alguma coisa?

— Aconteceu sim. Eu encontrei a Ju desmaiada na casa dela.

— Você chamou a emergência? — perguntou alarmado.

— Não. Na hora eu não pensei em nada. Só em ajudar a Ju — disse inseguro — Peguei um táxi e to levando ela para aí. Achei que a emergência demoraria muito. Fiz mal?

— Não. Fez muito bem. Já estão chegando?

— Acho que daqui cinco minutos, talvez.

— Tudo bem, vou esperar vocês na entrada com uma maca.

— Obrigado.

Não demorou muito para chegarem ao hospital. Gil carregou Ju até a maca, onde a colocou delicadamente. Lorenzo adentra o hospital empurrando a maca de Ju com Gil ao seu encalço.

— Ela vai ficar bem, né Lorenzo? — o garoto pergunta angustiado.

— Vai sim Gil — ele dá um fraco sorriso — Fica aqui na sala de espera, que eu vou levar ela pra emergência. Volto o mais rápido possível com notícias.

— Tudo bem.

No mesmo instante, liga para Marcela e em seguida para Bruno, e os avisa do ocorrido. Senta-se na poltrona, apóia sua cabeça nas mãos, fecha os olhos e põe-se a rezar por Ju.

Lia estava sentada na sua cama em frente a Dinho, com postura imóvel e expressão pasma.

— Fala alguma coisa, Lia — Dinho pediu com lágrimas no rosto.

— O que você quer que eu fale? — Lia segurava as lágrimas — Eu simplesmente ainda não acredito no que você me disse.

— Me perdoa. Eu fui um imbecil em te trair, mas a gente tava brigado naquela época.. eu tava magoado. Eu sei que nada justifica uma traição, mas eu juro que aquele momento não passou de um deslize e que nunca mais vai acontecer de novo. Eu te amo, Lia.

— Você tá certo. Nada justifica uma traição — Lia não conseguia mais segurar as lágrimas — Você sabe o quão difícil é pra mim confiar numa pessoa, Dinho? SABE? — as palavras saíam de forma áspera — A minha mãe praticamente me abandonou quando eu era criança, e apesar de sempre ter o meu pai, a vovó, a Tatá e a Ju, eu sempre tive medo de me abrir, de me entregar totalmente. Pelo medo da rejeição. E quando eu resolvo fazer isso, o que eu recebo em troca? Uma bela de uma decepção.

Dinho continuava imóvel, sem saber o que dizer ou agir. Apenas deixava as lágrimas rolarem sobre seu rosto.

— Sabe o quanto eu arrisquei por você Dinho? — enxugou as lágrimas — Desobedeci meu pai, quase morremos na mata, magoei muita gente, quase perdi a minha melhor amiga. E tudo isso pelo amor que eu sentia por um garoto imaturo e irresponsável.

— Como assim, sentia?

— Isso mesmo, sentia, no passado. Não dá pra amar alguém que te engana, mente pra você e só faz você sofrer.

— Lia, não fala isso. Eu te amo. Sei que você me ama também. Juro que vou passar o resto da minha vida tentando me redimir desse erro. Me perdoa?

— SAI DAQUI, DINHO — Lia se alterou, não agüentava mais a situação — NÃO AGUENTO MAIS OUVIR A SUA VOZ, OUVIR ESSAS PALAVRAS DA BOCA PRA FORA. E VOCÊ ME FARIA UM FAVOR SE SUMISSE DA FACE DA TERRA… EU TE ODEIO.

— Lia, não fala isso. Por favor.. — tentou se aproximar da garota.

— NÃO CHEGA PERTO DE MIM… SAI DAQUI AGORA…

Paulina que ouvia a gritaria entrou no quarto e se intrometeu.

— Acho melhor você ir, meu rapaz — disse pro garoto, que apenas assentiu com a cabeça.

— Lia, só quero que saiba que independente de tudo, eu nunca vou desistir de você e do seu perdão. Eu te amo… — dito isso saiu do quarto da roqueira.

Lia apenas se jogou na cama, abraçou o travesseiro. E deu um grito que foi abafado pela almofada.

Pôs-se a chorar por alguns minutos, quando estava um pouco mais calma pegou seu celular e ligou pra Ju.

— Alô.

— Gil? — se surpreendeu quando ouviu a voz do garoto — Cadê a Ju? Por que você tá com o telefone dela?

— A Ju tá na emergência, Lia. Eu encontrei ela na casa dela desmaiada. Aí eu a trouxe pro hospital onde o seu pai dá plantão.

— Como assim, Gil? Eu to indo pra aí — dito isso saiu da sua casa ás pressas.

Lia desceu o prédio com suas forças esvaídas. Sentia como se o mundo estivesse desabando nas suas costas. Podia perder duas das pessoas mais importantes da sua vida em um único dia.

 Sua visão estava embaçada pelas lágrimas que teimavam não parar de jorrar. Estava confusa e aos que passavam a sua volta, era perceptível que o seu estado emocional estava conturbado.

— Tá tudo bem? — um motoqueiro se preocupou com a garota.

— Na verdade não… Só preciso colocar meus pensamentos em ordem — limpou as suas lágrimas.

— Tem alguma coisa que posso fazer?

— Preciso ir até o hospital onde a minha amiga tá…

— Eu posso te levar até lá.

— Não, deixa pra lá… Meio perigoso pegar carona com estranho.

— Prazer, Meu nome é Vitor — ele sorriu — Pronto, não sou mais um estranho.

— Tá bom, meu nome é Lia. Valeu pela carona.

Assim, Lia sem pensar muito subiu na garupa da moto do garoto e eles foram embora.

Gil havia acabado de atender o telefonema de Lia, senta-se ao lado de Marcela, que percebe a angustia do filho.

— Calma, bebê. Vai ficar tudo bem — segura a mão dele.

— Por que, mãe? Por quê? — a voz de Gil estava um pouco embargada.

— Por que, o quê filho?

— Por que todo mundo que eu gosto tem que passar por isso. O pai, você, a Ju. Odeio hospitais. Odeio a sensação de me sentir impotente diante da situação. Odeio sentir esse aperto forte no meu coração…

Gil deita sua cabeça sobre o colo de Marcela, que começa acariciar o cabelo do filho.

— Você gosta muito dela, né filhote?

— Mais do que eu imaginava — ele solta um suspiro.

— Pode chorar, filho. Chorar faz bem. Como alguns dizem, lava a alma.

E pela primeira vez em muito tempo, Gil deixou algumas lágrimas rolarem pelo seu rosto. Não se lembrava da última vez que havia chorado, só lembrava que a ultima vez que tinha se sentido assim havia sido na morte do seu pai. Sentia o seu coração despedaçado.

Depois de alguns minutos, Bruno e Fatinha chegaram ao hospital. Bruno também parecia muito angustiado com a situação.

— Cadê a Ju?

— Na emergência — Marcela respondeu — O Lorenzo disse que vai trazer notícias o mais rápido possível.

Bruno se sentou em outro sofá e Fatinha se sentou ao seu lado, dando força e apoio moral ao namorado. Mas, também estava preocupada com Ju, as duas haviam se aproximado bastante durante pouco tempo. De certa forma considerava Ju sua melhor amiga.

Não demorou muito pra que Lorenzo aparecesse na sala de espera. Todos se levantaram e encararam angustiados o médico.

— Lorenzo, a minha irmã tá bem? — perguntou Bruno alarmado.


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Notas finais do capítulo

Pois eh... Garanto que a Ju vai ficar bem.. ;)
Até o próximo capítulo.. ^.^