Último Primeiro Beijo escrita por Luíza Silva


Capítulo 4
Capítulo 4 - Dia de Folga


Notas iniciais do capítulo

Esse capítulo é o maior que eu escrevi até agora. Eu gostei bastante dele, menos do final, mas... fazer o que né?
Bom, espero que goste! E FELIZ 2013 o// primeiro dia do ano! Yay!



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Quando a guerra amenizou um pouco, o general permitiu que os que estavam guerreando por anos tivessem uma folga de um dia.

"Os nomes chamados não serão necessitados na guerra hoje, porém os quero de volta antes do amanhecer."

E então ele deu permissão ao sargento para que chamasse os nomes, enquanto ele se dirigia a outro pelotão.

"Adam Argent, Alan Fitz, Benjamin Roberts, Carl Williams […], Jack Harper, James Harkness, John Smith."

"Senhor?"

"Sim Soldado?"

"Qual John Smith, Senhor? Há três Johns Smiths neste pelotão."

'Esses britânicos com nomes iguais' pensou o Sargento ao ouvir o Soldado. "John Smith, da Escocia."

E depois disso, ele recitou mais dez nomes, e todos deste pelotão estavam liberados, (alguns da guerra e outros tiveram apenas a permissão de sair do cômodo).

Os soldados, apesar de não estarem batalhando neste momento, corriam perigo por estarem andando pelas ruas. Um homem, de sotaque americano, os chamou para dentro de um pequeno porão onde os homens estavam se reunindo neste dia de folga, onde ficariam seguros. Ao entrarem, viram praticamente um bar dentro do porão. Eles iriram passar o dia de folga bebendo e conversando.

Jack, James e John entraram juntos. John entrou conversando com os soldados.

Hey! Dia de folga, rapazes!” E todos gargalharam de alegria. “Willy, três cervejas, por favor.”

“Mas já, John? Mal chegou e já vai encarar três copos?”

“Claro que não, são para mim e para os rapazes.” Disse apontando para Jack e James.

“John.” Disse Carl Williams, num sussurro. “Mande este Jack tomar cuidado. Não precisamos de mais um como ele conosco.”

“Willy... Eu conheço Jack a minha vida toda, e hoje tenho uma linda garota esperando por mim em Nova York. Só porque o Jack está conversando com outro cara, não significa que irá ‘convertê-lo’, ou seja lá o que você pensa que poderia acontecer.” Ele respondeu em uníssono. “Além do mais, vocês já conversaram. Se sente ‘homossexualizado’ por acaso?” Carl balançou a cabeça. “Pensei que não. Obrigado pelas cervejas!”

Jack e James estavam sentados em alguns caixotes no fundo da “sala”, conversando sobre a vida. Ultimamente é o que eles tem feito, se conhecendo mais a cada oportunidade.

“Valeu pela cerveja, Johnny Boy.”

“Não me chame assim, Jack. Sabe que eu não gosto.”

“É, só a Maggie que pode não é?” Disse entre risos, fazendo John rir também.

“Então, sobre o que estavam falando, antes de eu chegar?”

“O de sempre.”

“Não cansamos de falar sobre a vida. É fascinante! Sabia que esse carinha aqui, tímido do jeito que é, já teve casos de uma noite?” Falou passando o braço por cima do ombro de James.

“Isso não é relevante, Jack.”

“Eu sei disso, mas é... é relevante sim.”

“Mal começou a beber e já está falando bobagens, hein. Sempre assim, antes sequer do primeiro gole já age como um bêbado.”

“Falando em gole, e bêbado, vá checar o Adam... acho que ele já está vomitando no canto.” Jack falou, apontando para Adam.

James deu um breve suspiro.

“O que foi?”

“Nada, é só que ficou silêncioso depois que ele foi ver o Adam.”

Jack assentiu.

Os dois davam longos goles de cerveja, enquanto esperavam por John. De repente todo o assunto tinha sumido, e só restara um silêncio constrangedor. Jack perguntou se James queria mais cerveja, e foi buscar mais.

“Já infectou o pobre James?”

“Pare de idiotices, Carl. Só me dê as cervejas, está bem?”

“Só não o infecte.”

“Achei que já tinha parado com isso. Pelo menos depois do soco que te dei n’outro dia, deveria.”

“Socos de menininhas não doem.” Riu e continuou a servir cervejas para os soldados, enquanto bebia de seu próprio copo também.

 •••

“Está tudo bem, Jack? Depois que voltou com as cervejas o silêncio contrangedor ficou pior ainda.”

“Não é nada... é só que já cansei das coisas que Carl fala. Ele é o que mais me desrespeita por aqui. Sabe o que ele me disse? Se eu já te ‘infectei’. Como se ser gay fosse uma doença.” Disse antes de dar um gole de cerveja, e depois olhar para James. “Desculpa por isso.”

“Pelo quê?”

“Transformei-te em alvo também.”

“Que nada. Esqueça isso. Quer saber? Façamos o seguinte... se eles estão tão preocupados com o fato de eu ser gay ou não, vamos ver se sou. Se até o fim do dia, eu te beijar, ou pelo menos tentar, sou gay.”

“Você fica bêbado fácil, ? Está falando bobagens também.”

“Bom, claro que é bobagem! Eu prefiro muito mais o John. Escocês, ótimo cabelo, sardento e com um sorriso bonito. Mas ele não é gay, então sobra você, com esses olhos azuis e sorriso legalzinho.” Falou em tom de brincadeira.

“No primeiro dia em que te conheci, eu falei que você tinha um belo sorriso, e agora você me diz que eu tenho um sorriso legalzinho? Bom modo de retribuir.” Falou brincando também. “Mas aceito a aposta. Por mais ridícula que seja, e que não prove nada.”

“Claro que prova! Se eu não te beijar, prova que você não me ‘infectou’.”

•••

James procurou por John depois de um tempo, um tanto desesperado.

            “O que você disse? James, uma aposta? Sério?”

            “É que eu... eu. Eu gosto dele, ok? Desde a primeira vez que o vi, eu senti alguma coisa. E quando nos conhecemos, eu tive quase certeza. E depois a amizade foi aumentando e agora eu tenho certeza. Eu gosto do Jack! Mas não tenho certeza se funcionaria.”

            “James, olha para mim.” John virou a cabeça de James para ele, e pegou em seus ombros. “Acho estranho que você tenha vindo a mim por ajuda, mas se veio, devo ajudá-lo. E eu devo dizer que você faz o que quiser. A ideia da aposta foi burra, e um pouco errada? Foi. Mas o que está feita, está feito. Se você gosta dele, beije-o.”

            “Mas e os outros?”

“Danem-se eles. Eles têm mente pequena! Olha, sou melhor amigo do Jack desde criança, e conheço-o melhor do que conheço a mim mesmo. Eu consigo perceber quando ele gosta de alguém. E ele gosta de você. E não estou falando isso sóa pra deixar você alegre, estou falando porque é a verdade. E não conte a ele que eu falei isso, ele me mataria por contar isso.” Eles se entreolharam por alguns segundos, e enfim John continuou. “Agora vá lá, e faça o que tiver que ser feito. Ok?”

James apenas assentiu com a cebça, e foi em direção a Jack. Pegou dois copos de cerveja no balcão, e continou.

‘Vou fazer isso. Eu vou tomar coragem e dizer para ele. Mas será que eu deveria mesmo? Ah, James, pare com isso! Claro que deveria. ’

“Hey. Que bom que voltou. Quero te falar uma coisa.”

O coração de James parou, assim como o de Jack estava parado, desde que decidiu que iria contar alguma coisa a ele.

“Eu também, mas diga primeiro.”

“Não. E não quero que falemos juntos.”

“Então nunca saberemos, não é?”

Eles olharam para os pés, tomaram um longo gole de cerveja, e James olhou para John, ainda perto do bar, num pedido de socorro. Coincidentemente foi a mesma hora em que ouviram um estrondo do lado de fora. Todos ficaram espantados, e estavam saindo rapidamente do local, e quando Jack estava levantando para ver o que ocorreu, James segurou sua mão, o que fez com que Jack voltasse a se sentar, e o beijou. O calor que James sentira da primeira vez que conheceu Jack – quando deram o aperto de mãos – triplicou-se, na verdade, aumentou de um modo que ele não conseguia entender. Jack colocou as mãos no rosto de James, e o puxou mais para perto, intensificando o beijo. Até que se lembraram de onde estavam, e na situação que estavam. Enfim o beijo cessou. Os dois, que antes estavam com os corações parados, tinham-nos batendo aceleradamente, a respiração ofegante, e olhos abertos em surpresa.

James limpou a garganta, pretendendo acabar com o silêncio.

“Então... você é-”

“Gay. Quem diria, não é? Você me ‘infectou’, afinal.”


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Notas finais do capítulo

Eu acho que teve erro na formatação, e provavelmente na gramática. Sinto muito pelos dois.
Aviso: É bem provável que o próximo capítulo atrase um pouco, não sei mais o que escrever. Mas fique tranquila, o capítulo vai sair, com certeza!
Beijos! Fique com Deus.



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