Pov Clove

Já é quinta-feira. Se eu já ficava cansada só com a escola, imagina essa semana que tenho que ajudar com os preparativos da festa da Foxface e ainda ficar nesse maldito castigo com aquele prego do Cato.

A semana até que foi tranquila. Eu sempre conseguia dar um jeito com as tarefas (copiando ou da Kat ou da Fox) e no castigo sempre ficava bem longe do mala.

Como ficamos responsáveis por limpar o ginásio e a piscina, ele sempre ficava com a piscina (que é mais fácil) e eu com aquela quadra enorme, mas tudo bem. Como hoje cheguei mais cedo no castigo, fui correndo pegar o material da piscina e comecei a limpá-la. Não fazia nem 5 minutos que eu havia começado, e Cato chega. Ele me olha limpando a piscina, dá um breve sorriso e pega a vassoura para limpar a quadra.

Já tinha se passado uma hora, eram 3hrs da tarde, o sol estava de matar mesmo a quadra e a piscina sendo cobertas. Cato pára de varrer, ele ainda estava na metade da quadra. Ele simplesmente estava pingando de suor, parece que ele não pensou duas vezes antes de tirar a camisa que já estava encharcada.

Não vou mentir, aquela visão me fez babar. Um peito e barriga bem definidos, braços musculosos, aquela pele branca toda suada, ele só de calça jeans... Deus do céu! Seu cabelo loiro molhado de suor, caído na testa sobre os seus lindos olhos azul.

Olhando para Cato, me desconcentrei no que eu estava fazendo, que era limpando o lado mais fundo da piscina, acabei escorregando e caindo de cara na água. A profundidade naquele lado da piscina era igual à duas de mim.

Natação com certeza não é meu esporte favorito. Eu sempre fico desesperada, principalmente quando não sinto o fundo. Começo a me afogar. Estou com muito medo, e já estou afundando. Parece que quanto mais tento nadar, mais eu me afogo.

Até que eu escuto um barulho, não consigo ouvir direito, até que sinto que alguém está me segurando. É Cato, com aqueles braços fortes. Ele me segura firme e me leva até a borda da piscina. Estou muito ofegante.

Quando me recupero olho para ele, que ainda está me segurando pela cintura enquanto eu seguro na borda. Estou de costas para ele. Quando me viro, ele está me encarando com uma cara estranha, ele mal pisca. Um olhar intenso, eu também não consigo tirar meus olhos daquela imensidão azul.

– Olha, obrigada por...- eu começo a falar, mas antes mesmo de eu terminar a frase, acontece uma coisa que chega a me assustar.

Ele me beija! Fui pega totalmente de surpresa, mas não resisto muito. Logo solto a borda da piscina e entrelaço meus dedos nos lisos cabelos de Cato. Ele percebe e logo trata de aprofundar o beijo, a língua dele pede passagem, e eu sedo. Sua língua explora cada canto da minha boca, e junto à minha, travam uma guerra que começou lenta, mas agora já era voraz.

Ele me encosta na parede da piscina, me deixando sem saída e me fazendo ficar mais próxima do seu corpo, que pude comprovar ser incrivelmente forte mesmo. As mãos dele estão na minha cintura, mas logo ele começa a levantar a minha blusa. É nessa hora que percebo o que estava fazendo, estava me agarrando com o idiota e gostoso do Cato na piscina do colégio! Espera, eu não quis dizer gostoso!

Sem pensar duas vezes mordo a boca do Cato, o que o faz parar de me beijar e voltar sua atenção para o pequeno corte que fiz um seu lábio. Ele me olha como se fosse louca. Me solto dele e seguro na borda novamente.

– Por que você fez isso sua louca?!- ele me olha e parece irritado de verdade.

– Mas por que VOCÊ fez isso? – eu pergunto agitando a mão apontando para ele e para mim.

– Porque eu quis! – ele fala como se fosse a coisa mais lógica do mundo.

– Você por acaso está me achando com cara de Glimmer? Que fica com você quando você bem quer e faz TUDO o que quer? – falei, eu estava louca de raiva.

– Do que você está falando? – ele disse confuso, mas tinha certeza que ele estava tentando me enganar.

– Caso você não lembre, eu lembro. Eu vi na festa de ano novo do bairro, você ficando com aquela vadia, e depois saindo com ela no seu carro. Eu posso até imaginar para onde vocês foram!- eu disse com o máximo de coragem que eu tinha, me levantei da piscina e sai correndo antes que ele pudesse tentar me enganar.

Pov Cato

Quando vi que a Clove tinha caído na piscina e estava se afogando, não pensei duas vezes. Corri e pulei na piscina. Nadei até ela, segurei-a e a levei até a borda. Não sei o que me deu, só sei que quando a vi desesperada, não pensei em outra coisa a não ser salvá-la.

Ela se vira e me olha. Nunca havia reparado como eram lindos seus olhos verdes. Ela começa a falar alguma coisa, acho que agradecendo, mas eu não conseguia ouvir, simplesmente a beijo.

Não sei o que estava acontecendo comigo, só sei que estava sentindo a NECESSIDADE de beijar Clove. Ela não resiste muito e me beija também, segurando os meus cabelos enquanto eu segurava sua cintura.

Não perco tempo e aprofundo o beijo e a apoio na parede da piscina para nossos corpos ficarem mais próximos. Eu tenho certeza que ela estava gostando do beijo e o retribuía de uma forma que me surpreendia. Aquela baixinha tinha fôlego!

Até que do nada, ela dá uma mordida na minha boca, o que faz abrir um corte. Levo um susto e a solto e ela se apoia na borda de novo. Eu não conseguia entender por que ela havia feito aquilo. Para mim, ela estava gostando, e muito.

Tento descobrir o porquê de ela ter me mordido, ai ela vem com uma historia de querer saber por que eu tinha beijado ela. Nem eu mesmo sabia essa resposta, mas acabei dando a pior resposta possível, “porque eu quis!”. Acho que ela não gostou nem um pouco, dava para ver a raiva nos olhos dela, aí ela surtou. Começou a falar da Glimmer, e de eu fazer o que quero com ela.

Sinceramente, eu não sabia do que ela estava falando, foi quando ela falou que me viu com a Glimmer na festa do ano novo do nosso bairro e saiu antes mesmo que eu pudesse me explicar.

Ta... é verdade que eu e a Glimmer trocamos uns beijos na festa de ano novo, mas a menina tava caindo de bêbada, veio toda louca para cima de mim, me beijando, e como eu não sou de ferro, beijei também. Mas o cheiro de bebida tava muito forte, e ela já estava caindo. Ainda não eram nem 11hrs, mas eu resolvi dar uma carona para ela voltar para casa.

Na metade do caminho até o carro, ela cai de tão bêbada. Eu pego ela nos braços e ela ri feito uma lezada. No caminho pude ver algumas coisas estranhas, o Peeta e a Katniss entrando no meio das árvores do parque, já que a festa do nosso bairro estava sendo lá, e quando eu cheguei no carro, eu escuto que do outro lado da festa tava tendo alguma confusão, mas não me importei em saber o que era.

Depois que sento Glimmer, que já estava praticamente dormindo, entro no carro e a levo para casa. Como os pais dela estavam na festa ainda, eu tive de levá-la até o quarto. Depois que ela já estava dormindo, desci. Aquela boa ação toda tinha me cansado e me suado, resolvi dar um pulo em casa.

Quando voltei para a festa, estava rolando a maior confusão, não sabia o porquê, só vi a Katniss sair da festa correndo e chorando e Clove indo atrás dela junto com a minha irmã, que estava levando abraçada com ela Prim, a irmãzinha da Katniss. Elas não me viram, também tinha uma multidão as cercando. No meio de um circulo de pessoas, pude ver a mãe da Katniss sentada em uma cadeira olhando para o nada, sendo abraçada pela mãe do babaca do Gale.

Eu não consigo entender por que Clove me mordeu depois de um beijo tão bom. E por que ficou falando da festa e de mim com Glimmer. O que será que ela acha ter rolado entre nós quando saimos?

E se ela ta pensando o que eu acho que está, por que ela se importaria tanto? Será que ela é afim de mim? Se for, eu vou descobrir!