Pov Katniss

Quando finalmente somos liberados para voltarmos para a sala, já estava na aula de química, e pela cara da professora Annie, ela já sabia o que tinha acontecido. Eu não duvido nada que o próprio Finnick tenha contado para ela, já que todos suspeitam que eles tenham um rolo desde o ano passado, e que ele não perde uma chance de mostrar como ele é másculo. Por que com certeza não há nada mais másculo que separar uma briga de meninas.

A aula era importante e a matéria era difícil. Eu juro que tentei, mas não consegui me concentrar. Eu estava nervosa, eu acho, ou talvez só sem paciência por ter de ficar de castigo a semana toda... e com o Peeta.

Sinto alguém cutucar meu ombro e me tirar dos meus pensamentos, felizmente. Viro-me, e como de costume, Clove senta atrás de mim e Foxface na minha frente, na primeira cadeira da fileira.

– O que você tem? Está balançando a perna de um jeito que até a minha cadeira ta balançando também. - Diz Clove com o seu jeito de sempre.

– Não é nada. Eu estou bem, só sem paciência para esse castigo. - Digo o que não era uma mentira.

– Você está sem paciência pro castigo ou nervosa por ter de passar a semana inteira ao lado do Peeta? – Ela pergunta. Pude sentir que corei um pouco, mas para não deixá-la perceber, finjo que estou escrevendo alguma coisa no meu caderno.

– Não fale besteira! E, aliás, o que você queria falar comigo antes dessa confusão toda?- digo tentando mudar de assunto logo.

– Ah! Eu já estava me esquecendo. Era sobre a festa da Foxface, nesse sábado, você lembra né?- eu não lembrava, mas confirmei com a cabeça.

– O que eu tenho que fazer?- digo sabendo que se ela veio falar comigo então vou ter de trabalhar até no sábado!

– Você, como eu, vai arrumar uma mala com seus vestidos e vai passar o sábado junto comigo na casa da Foxface. De manhã vamos relaxar na piscina e pegar um solzinho, por que não somos de ferro. Depois ajudar o buffet que a mãe dela preparou, arrumar as coisas e depois... Vamos nos produzir! – Clove parece muito animada.

– Tudo bem, eu combino tudo com a minha mãe. Mas tenho certeza que não vai ter problema. – digo não tão animada assim. Desde a morte do meu pai, as festas não têm me animado muito.

– Ah... Não fala assim! Anime-se, vai ser legal, eu prometo!

Clove e eu ficamos falando da festa da Foxface por um bom tempo, que eu nem percebo que já estamos no intervalo.

O resto da aula corre como sempre. Muita matéria, algumas tarefas, o de sempre. Quando toca o sinal do fim da aula, arrumo as minhas coisas. As meninas e eu combinamos que, como só vamos ter uma hora antes de entrar no castigo, iríamos almoçar no restaurante Mellak’s, já que é o mais próximo ao colégio. E a resposta é sim, esse é o restaurante da família do Peeta.

Fomos até o meu carro e dirijo até o restaurante, que ficava à apenas 4 quadras do colégio. Estaciono, e descemos.

Quando entramos no restaurante, sentamos em uma mesa próxima a uma janela, por onde pude ver o camaro vermelho do Cato estacionando e a turminha descendo. Parece que eles tiveram a mesma ideia que a gente.

O restaurante é muito bonito. Como a família do Peeta era de descendentes de italianos, o restaurante era de massas. As toalhas das mesas eram quadriculadas branca e vermelhas, e as paredes tinham a pintura branca com detalhes vermelhos e verdes. Resumindo, era um lindo lugar.

A mãe de Peeta estava servindo uma mesa, mas pude perceber a cara de desprezo que ela fez quando me viu. Logo ela ouviu o barulho da porta do restaurante, quando olhou viu Peeta e a sua turma e deu um sorriso. Depois saiu da mesa onde estava atendendo e deu um abraço na Delly, e por cima do ombro dela olhou para mim, praticamente dizendo “eu prefiro ela a você!”. Como se eu me importasse!

Fazemos nosso pedido com um garçom, almoçamos rápido e voltamos para o colégio. A semana de castigo iria começar.

Pov Marvel

Já é quarta-feira, e agora, com toda a certeza, posso dizer que esse é o castigo mais fácil que já tive. Além do fato de não ser nada ruim passar esse tempo com a Foxface. Ela é bem legal e inteligente, não é daquele tipo de menina inteligente que fica te humilhando por saber mais que você. Pelo contrario, ela tenta te ajudar.

Nós conversamos bastante, e eu nunca havia reparado o quanto ela é bonita, por dentro e por fora. Com aquele cabelo laranja, que ela deixava sempre em um coque, por a biblioteca ser um tanto quente.

Ela até me mostrou uns livros legais que eu poderia gostar. Alguns de terror, e outros de comédia. Mas hoje percebi uma coisa legal, que talvez, só talvez, eu tenha chance com ela.

– Você já tem planos para sábado? - ela perguntou enquanto arrumávamos juntos uma estante.

– Não, e você?- digo, me fazendo de desentendido.

– É meu aniversário sábado, e vai ter uma festinha na minha casa, se você quiser ir, está convidado. – ela diz me encarando com um pequeno e lindo sorriso.

– Cato não me falou nada.

– Do jeito que ele é, talvez nem lembre!- Não importa, já que você me convidou, eu vou. – digo, dando um grande sorriso. – e o que você quer de presente?

– Não! Não precisa. Não se incomode. - disse ela, educada como sempre.

– Pode deixar, já estou com uma ideia bem legal na minha cabeça..

Ela não falou mais nada, e eu também não. Até que a bibliotecária veio nos avisar que já podíamos ir. Despedimo-nos rapidamente, eu dei um beijo até que um pouco demorado na bochecha dela, o que a fez corar.

Eu estou com a leve impressão que o meu sábado vai ser bem animado e divertido. Tenho que ter uma conversinha com o Cato, para vê se ele me ajuda em um plano que estou bolando.