----------------------- +ou - 1 MÊS DEPOIS----------------------

Pov Katniss

Já iria fazer um mês que aceitei o pedido de namoro que Gale me fez no dia do meu aniversário. Desde lá a nossa constante convivência fez com que eu aceitasse mais facilmente o fato de está namorando o meu melhor amigo. Mas isso ainda era um pouco estranho para mim.

Como eu imaginei, namorar o Gale estava me fazendo muito bem. Agora estávamos cada vez mais próximos e eu posso dizer que ele me faz feliz. Não tivemos nenhuma briga, tirando as discussões e implicâncias de costume. Afinal, ele ainda é o meu melhor amigo.

Outra coisa que reparei foi que desde que comecei a namorar o Gale, tenho pensado menos no Peeta, e imagino que isso seja um sinal de que estou conseguindo esquecê-lo. Nunca mais falei com ele, e tenho a impressão de que ele tem me ignorado desde que a notícia do meu namoro se espalhou. Vez ou outra eu vejo ele com o seu grupinho, e claro, com Delly pendurada no pescoço dele. Mas parece que ele não tem mais o mesmo efeito comigo. Antes um simples olhar intenso daqueles olhos azuis fazia o meu coração disparar, agora, como mal tenho olhado para ele, essa sensação não me ocorre mais.

Estávamos na hora do intervalo e eu estava sentada em uma das mesas da cantina junto a Clove, Daniel, Foxface e meu namorado. Foi quando Marvel e Cato passaram do nosso lado, mas Marvel tropeçou em alguma coisa e como ele estava segurando um copo com um resto de coca-cola, o copo virou em cima de mim. Mas como eu tenho MUITA sorte, a coca simplesmente sujou minha blusa inteira.

- Seu idiota, olha o que você fez!- gritou Clove, com o seu jeito delicado de sempre.

- Me desculpa mesmo Katniss, eu não sei em quê eu tropecei. Foi mal! – ele disse praticamente desesperado, e parecia que era verdade.

- Não tem problema, eu tenho uma blusa extra no meu armário. Você está desculpado. – disse olhando ele e virei para encarar Clove – Não precisa engolir o menino por um acidente Clove!- digo e todos caem na risada.

 Clove me fuzilou, bufou e depois saiu do refeitório batendo o pé. Acho que não deveria ter brincado com ela desse jeito, afinal ela só estava querendo me defender. Mas depois me entendo com ela, o mais urgente agora era eu trocar a minha blusa, já que só faltavam 10 minutos para o intervalo acabar. Antes de sair vi quando Cato saiu do refeitório e Marvel foi a cantina pegar outra coca-cola.

- Vou trocar essa blusa, antes que eu fique cheirando a coca-cola. – digo a todos, já me levantando para sair da mesa.

- Você não quer que eu vá contigo Catnip? – perguntou Gale se levantando também.

- Não precisa. Eu já volto, serei rápida. – digo lhe dando um selinho e saindo do refeitório e indo em direção ao meu armário.

Quando chego a frente do meu armário, logo coloco a senha do meu cadeado e pego minha blusa reserva. Não queria passar mais tempo com essa blusa suja, eu já estava começando a ouvir umas risadinhas e uns murmúrios, isso estava começando a me incomodar.

Fui para o banheiro um pouco mais afastado, para evitar as típicas patricinhas que passam o intervalo todo retocando o reboco da cara, quer dizer, a maquiagem. Como eu imaginava, o banheiro estava vazio, já que ele era mais longe das salas de aula. Assim era melhor, eu não seria perturbada.

Tiro minha blusa da farda que já estava bem grudada ao meu corpo e vou até a pia do banheiro com a intenção de passar um pouco de água na parte suja, para evitar que a mancha não saia.

Quando eu já estava acabando de “lavar” minha farda e já ia colocar minha blusa extra, escuto a porta do banheiro se abrindo. A primeira coisa que pensei é que fosse ou Fox ou Clove, já que elas sabem que prefiro os banheiros mais afastados. Mas quando me viro para ver quem havia entrado no banheiro é que me surpreendo. Quem estava na minha frente não era nenhuma das minhas amigas, muito menos uma menina qualquer. Quem estava comigo, sozinha em um banheiro, era nada mais nada menos, que Peeta Mellark. E foi nesse momento que percebi que ele ainda exercia SIM efeitos sobre mim, já que meu coração quase saiu pela minha boca.

Deixando esses pensamentos de lado, foi que eu percebi a situação que eu me encontrava. Com a calça da farda, sutiã e uma blusa em cada mão. Ou seja, SEM BLUSA NA FRENTE DO PEETA!

Saindo congelamento que eu me encontrava, rapidamente me viro querendo fugir do olhar de Peeta, mas tudo o que consigo é ficar de costas para ele e de frente para o espelho, onde volto a encontrar seus olhos azuis.

Rapidamente levanto as duas blusas que estão em minhas mãos na intenção de me cobrir, mas tudo o que consigo é ouvir uma pequena risada de Peeta. Atribui o motivo da risada pelo fato de eu está mais vermelha do que um tomate, mas tudo bem. Agora o que eu precisava era me acalmar e parecer um ser humano racional.

- O que você está fazendo aqui? – pergunto, e sinto um alivio quando percebo que minha voz saiu normal.

- Eu queria falar com você. – ele diz e começa a se aproximar de mim – Na verdade, isso já está virando costume. Eu sempre quero falar com você.

- Então fala logo, pois já, já o intervalo acaba e eu ainda tenho que terminar de limpar a minha farda. – disse do modo mais indiferente que consegui.

- Katniss... – o ouvi falar o meu nome fez com que me arrepiasse, coisa que só ele fazia comigo. – Não fala assim. Eu sei que você não é indiferente a mim... – ele se aproximou mais ainda e em um movimento rápido, me abraçou por trás. – Eu sei que você sente alguma coisa por mim. Não minta para si mesma. – dizendo isso ele começou a beijar o meu pescoço e nuca, e involuntariamente fechei meus olhos.

Senti os lábios de Peeta em contato com a minha pele, era uma sensação indescritível. Permiti-me desfrutar do seu carinho, enquanto ele trilhava uma linha de beijos do meu pescoço a minha orelha.

- Você sabe que existe algo especial entre nós, eu sei que você sente algo por mim. Não sei por que ainda fica se enganando com aquele prego do Gale. – ele disse em um tom baixo próximo a minha orelha, e foi quando me lembrei de Gale e percebi o que estava fazendo.

Recuperando rapidamente a sanidade, empurro Peeta me afasto dele, ficando perto da porta do banheiro.

- Eu estou com Gale porque gosto dele. E isso não é da sua conta! Vá tomar conta da sua vida! – digo já praticamente gritando.

- Gosta nada! Você só está se enganando. E é da minha conta sim! – ele rebate no mesmo tom.

- Como assim da sua conta? Você não tem nada haver com a minha vida!

- Não haja como se nunca tivéssemos tido nada. Ou vai me dizer que a noite de ano novo não significou nada para você?

- Aquela noite de ano novo tem muito significado para mim. Mas a parte que lhe envolve não significou NADA! – grito a parte do nada, mesmo sendo mentira.

- Como não?

- Não significou, nós simplesmente dançamos e depois eu aceitei ficar com você, pronto. Fim da história do ano novo. Afinal você nunca reparou em mim, nunca falou comigo, nunca demonstrou que poderia sentir qualquer coisa que fosse por mim! Não venha cobrar coisas de mim Peeta, você não tem esse direito. – digo o encarando e é quando ouço o sinal batendo indicando que o intervalo acabou.

Visto a blusa e saiu do banheiro sem olhá-lo novamente. Apresso-me, já que estava um pouco longe da minha sala. Estou praticamente correndo, quando bato com alguém, e percebo que esse alguém é Gale.

- Oi, eu estava indo atrás de você. Você demorou. – ele diz me dando um selinho – Mas porque você ainda está com a farda suja Catnip? – é nesse momento que reparo que a blusa que vesti antes de sair do banheiro foi a farda suja, e não a blusa reserva.

- Eu inventei de limpar e acabei perdendo muito tempo... Aí quando tocou ela já estava praticamente limpa, então eu resolvi vesti ela mesma. – disse rezando para que ele engolisse essa mentira. Não poderia nem em sonho contar para ele que estava conversando com o Peeta, ainda mais em um banheiro e sozinhos.

- Tudo bem. Então vamos para sala, ou vamos nos atrasar.

Respirei aliviada por ele não ter desconfiado de nada. Quando chegamos a sala, praticamente todos já estão lá. Vou para minha mesa e assim que sento o professor entra. Teríamos aula de matemática agora, isso me deixava um pouco feliz, afinal é uma das minhas matérias favoritas.

Pouco depois que o professou entrou vi Clove entrar com um misto de raiva e satisfação no rosto, ela deve ter aprontado alguma. Com toda a certeza eu iria atrás de saber o que havia sido, mas agora não. O sinal já havia tocado novamente, indicando que a aula iria recomeçar.

- Alguém sabe onde está o Sr. Cato? – perguntou o professor, já que ele estava fazendo a chamada.

- Acho que ele não vai chegar agora professor, provavelmente deve estar na enfermaria. – respondeu Clove, e pude perceber que ela estava se segurando para não rir.

Agora é oficial, Clove aprontou alguma coisa, e já até desconfio com quem foi...