Pov Katniss

Como ele poderia pensar que algum dia eu poderei esquecer a pior época da minha vida? Esquecer o dia em que meu mundo desabou. Esquecer o que quase todas as noites me atormentar com pesadelos. Aquela noite de ano novo foi o pior dia da minha vida!

~ Flashback On

Eu estava terminando de ajudar Prim com a roupa dela. Ele era linda, branca como a minha e a da mamãe. Só que eu usava um vestido pouco acima dos joelhos, minha mãe usava um vestido longo, já Prim usava uma saia azul clarinho e uma blusinha branca. O problema era que a blusa ficava saindo da saia atrás, fazendo que ela parecesse até um patinho.

Descemos as escadas e meu pai já nos esperava sentado no sofá. Ele já estava pronto há horas. Ele se levantou e ofereceu a mão para ajudar mamãe a descer os últimos degraus. Eu estava logo atrás dela.

– Minha nossa! Como a minha rainha e minhas duas princesas estão lindas! – disse ele dando um leve beijinho no canto da boca de minha mãe, depois vindo até mim e beijando o topo da minha cabeça como sempre fazia, e depois indo até Prim. Com ela, ela a olhou bem, mas logo a abraçou e deu vários beijinhos em seu pescoço, o que a fez da uma gargalhada.

Saímos de casa para podermos ir à grande e tradicional festa do bairro. Praticamente todos que conhecemos estariam lá. A festa sempre acontece no parque do bairro. Todas as famílias que moram próximo sempre vão, e grande parte do meu colégio também. Lá acontece sempre uma linda queima de fogos, e há uma grande fraternização.

Como de costume fico ansiosa com a virada do ano. Tantas expectativas para o novo ano que está por vim. Mas tenho que dizer que para essa festa eu estava com uma ansiedade mais do que especial.

Há duas semanas eu comecei a trocar mensagens e conversar mais com Peeta Mellark. Um menino muito lindo que sempre estudou comigo. Aproximamos-nos mais nesse fim de ano, depois que fizemos um trabalho de química juntos. E tenho que dizer, rolou uma química em tanto entre nós. Trocamos mensagens, às vezes ele me ligava e essas coisas. Pude perceber que ele é um fofo, diferente de seus amigos.

Da ultima vez que no falamos ele me disse que queria falar comigo, durante a festa. Acho que era por isso que estava tão eufórica para chegarmos a festa, e por isso que também me arrumei tanto!

Assim que chegamos à festa, Prim corre para abraçar Rue e meus pais a acompanham indo cumprimentar seus amigos. Já eu fui em direção a Clove e Foxface que conversavam perto de uma mesa onde tinham vários copos de bebidas, em sua maioria champanhe. Abraçamos-nos, e pude ver como elas estavam lindas. Cada uma no seu estilo. Fox com um vestidinho rosa claro, e Clove com um branco, mas que tinha um detalhes em vermelho, sua cor favorita.

A festa já estava na metade quando finalmente Clove e eu conseguimos convencer Foxface de ir conosco para a pista de dança, que no momento estava lotada.

Indo em direção a pista, passamos por um grupo já bem conhecido nosso. Cato, Peeta, Marvel, Glimmer e Delly. Dou uma picadinha para Peeta, que me devolve com um sorriso de parar o trânsito. O que esse menino tinha que só de olhar para ele meu coração disparava?

Delly viu a nossa troca de olhares e percebi quando ela bufou e revirou os olhos. Tenho certeza que ela gosta do Peeta, mas eu também gosto, e não vou perder a oportunidade de mostrar não só a Delly, mas como a todas as garotas aqui que esse gato já tem dona, ou pelo menos que tem uma pessoa que gosta dele e vai lutar para tê-lo.

A Glimmer estava visivelmente bêbada, e ficava hora se apoiando em Marvel, hora em Delly, mas o que ela gostava mesmo era de se pendurar no pescoço de Cato. Eu sabia o quanto isso deixava Clove doida, já que a alguns longos meses ela estava gostando secretamente do babaca do Cato. Tem gosto pra tudo.

Começamos a dançar uma música bem agitada, e me permiti deixar ser levada pelo ritmo. Foco os meus olhos em um loiro que me encara com um brilho nos olhos, que defini como sendo desejo. Esse pensamento fez um arrepio percorrer meu corpo. Peeta me deseja, ou ele não estaria me olhando tão intensamente.

Após algum tempo dançando com as meninas, sinto um braço se passar ao meu redor. Era Peeta. Ele me virou de frente para ele, fazendo com que dançássemos bem próximos. Percebi quando as meninas saíram da pista, mas eu sabia que elas não estavam com raiva. Sabia que depois teria que fazer um relatório enorme depois de absolutamente TUDO o que acontecesse.

Peeta e eu dançamos por um bom tempo sem falar nada. Apenas perdidos um nos olhos do outro. É quando começa a tocar uma música lenta, ela era linda, eu não a conhecia, mas já havia adorado. Estava com meu rosto bem perto do dele. Ele estava com os lábios bem próximos a minha orelha e às vezes depositava beijos ali.

– Você está linda. – ele sussurra para mim.

– Você também. – digo, e não estava mentindo, eu nunca o havia visto tão lindo. Ele usava uma camisa social azul dobrada até os cotovelos e uma gravata azul escura. Resumindo, ele estava maravilhoso.

– Eu quero falar com você. – ele disse com uma voz rouca, o que fez com que uma corrente elétrica passasse por mim.

– E... E o que você esta fazendo então?- disse tentando manter minha voz normal. E ele sorriu com minha brincadeira.

– Ok... Eu quero conversar com você em outro lugar. – ele me deu um sorriso malicioso ao dizer isso.

– E está esperando o que? – devolvi seu sorriso malicioso.

Sem esperar por mais nada, ele começou a me puxar pela mão para fora da pista de dança. Passando por aquele aglomerado de casais que ainda dançavam a música lenta, alguns estavam se beijando, mas isso não era da minha conta.

Ele estava me guiando na direção oposta a qual as pessoas estavam, ele estava me levando para mais dentro do parque, em direção as árvores. Antes de perder de vista as pessoas, vejo Glimmer nos braços de Cato, e ele a carregando em direção ao estacionamento. Isso me fez pensar em Clove, pois eles poderiam muito bem está indo... Vocês sabem! Não quero nem pensar nessa hipótese.

Peeta continua me guiando por entre as árvores, até que paramos em uma campina perto do lago do parque. Eu já havia vindo ali antes, com meu pai, ele adorava aquele lugar, sempre quando fazíamos os nossos piqueniques em família, vínhamos para cá. Parecia até que Peeta sabia disso. Mas resolvi ignorar essa possibilidade, já que ele até uns meses atrás mal sabia que eu existia.

– Lindo este lugar não? – digo querendo quebrar o silêncio que pairava entre nós. Peeta me olhava fixamente com seus lindos olhos azuis.

– É... Mas eu estou olhando para algo mais lindo ainda. – dizendo isso ele se aproximou e colocou sua mão em meu rosto, me fazendo um carinho com o polegar.

– E o que é? – pergunto em um sussurro quando nossos rostos já estão bem perto um do outro.

– Você. – e isso foi a ultima coisa que ele disse antes de grudar os nossos lábios.

CONTINUA...

Roupas:

Peeta

Katniss

Foxface