Quando olhei para trás eu vi o que era: um monstro.

Comecei a gritar, a espernear, a chutar o ar, mas não conseguia atingir o monstro. O garoto, que parecia ter entrado em pensamentos, começou a lutar com o monstro. Pelo jeito aquele era o líder, pois os outros monstros estavam se agrupando para proteger ele. Eu vi que ninguém iria poder me ajudar, então eu mordi a mão do monstro, que soltou um grito e me largou. Meu plano só tinha uma falha: eu estava a cinco metros do chão.

Quando o monstro me largou eu só pensei em uma coisa: que tivesse um colchão embaixo de mim. Surpreendida, reparei que alguém jogou um ali, e bem embaixo de mim. Quando eu cai, só pulei e comecei a correr pra fora, mas meu pai me segurou. Eu perguntei pra ele:

-Ih pai, tá ficando locão agora?

-Não filha- disse ele- eles vieram te buscar.

-Ó as ideia.-disse, olhando pra minha melhor amiga, e então nós duas começamos a rir.

Os monstros foram embora, e todos os olhares se voltaram pra mim. Meu único pensamento foi: me ferrei.