Cullens Ou Volturis? - Alice e Demetri Volturi escrita por Beatriz Ferreira


Capítulo 19
Decisões difíceis




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P.o.v Demetri

Era difícil organizar os meus pensamentos, a culpa, o medo e a dor corroíam o meu ser. Só queria acabar logo com isso. Entrei no castelo e fui direto a sala do trono. Nem me dei ao trabalho de bater na porta, apenas entrei.

— Aro, Kalleed está na cidade. Fomos... Fui surpreendido por ele essa noite na ilha de Maggiore e ele não estava sozinho. Jasper estava com ele. – senti o olhar de Alec nas minhas costas e sabia que ele iria me encher de perguntas invasivas logo mais. Continuei

— Ele está mais forte do que nunca Aro, seus poderes estão cada vez mais perigosos para nós, é preciso detê-lo! – Eu não estava conseguindo controlar o misto de medo e ansiedade que me dominava. Aro aproximou-se estendendo a mão para que eu pegasse. Eu não podia deixar ele saber que Alice estava lá comigo, então me concentrei ao máximo para conseguir mostrar apenas o que deveria.

—Ele tem razão. – disse Aro soltando minhas mãos – Kalleed o atacou como uma forma de nos mostrar seu poder. Uma afronta direta a nós.

Aro se afastou e virou-se para seus irmãos.

— É por isso que eu vos digo para não se envolverem com humanos! Demetri se envolveu com aquela Celine e por consequência Kalleed jurou vingança. Heidi por sua vez não conseguiu terminar o que lhe foi designado e agora temos um problema enorme para resolver. – Aro esbravejava andando para todos os lados no salão principal. Não poderia continuar ali ouvindo aquilo, era demais para mim. Saí correndo para fora do salão em direção ao campo de treinamento. O sol estava a pino, mas ali, cercado pelas árvores nenhum humano apareceria e se aparecesse eu iria adorar descontar a minha frustração em alguém.

Deitei sob a grama recém cortada sentindo ela sutilmente espetar a minha fria pele. Me permitir fechar os olhos por alguns segundos sentindo o vento frio do inverno que se aproximava sobrar minha pele. A imagem de Alice nos meus braços preencheu completamente a minha mente e o vazio enorme preencheu meu coração ao vê-la seguindo pela floresta com Jasper. Era inevitável que esse fim chegaria, mas tinha que ser tão cedo? Eu havia acabado de conhecê-la, não estava preparado para lidar com o fato que Jasper estava de volta.

O ódio novamente tomou o meu corpo e eu levantei socando uma árvore a minha frente.

—wow! Calma, general. – Alec vinha caminhando em minha direção lentamente com um olhar preocupado em seu semblante.

— Estou sem paciência para as suas piadinhas hoje, Alec. – falei caminhando rumo a saída do campo de treinamento. Alec segurou meu braço e eu virei para olha-lo

— Demetri, me conte o que aconteceu de verdade. – Disse Alec sério

— A verdade é que eu tomei uma decisão horrível. Chamei Alice para sair, planejei tudo e em questão de minutos eu havia estragado tudo novamente. Kalleed jurou destruir a todos nós e principalmente a mim. Eu vi a forma como ele olhou para ela, Alec. Não preciso ler mentes para saber que ele sabia exatamente como me atacar. Ele encheu a minha cabeça com cenas horríveis de todas as formas possíveis que ele a mataria. Isso não pode acontecer, Alec. Se algo acontecer a Alice eu não irei suportar – meus joelhos cederam e eu caí no chão em minha própria agonia silenciosa . Alec continuava me olhando em silêncio, preso em seus próprios pensamentos. Pela primeira vez desde que Alice chegou, ele não tinha uma piada infame para fazer.

— O que Jasper estava fazendo com alguém tão perigoso como ele? – Alec questionou quebrando o silêncio

—Não sei, mas eu vi a forma como aquilo deixou Alice abalada. Não tive coragem de olhar para ela por que eu sabia que veria a dor em seus olhos. Não sei o que ele queria com ela, mas pela forma que eu vi ele a olhando com certeza percebeu que não consegue seguir sem ela. – eu olhava o lago em minha frente, o mesmo lugar que quase beijei Alice a primeira vez, admitindo para mim mesmo a derrota de ter que deixá-la.

— Eu preciso manter distância dela. Isso não deveria ter começado e somente assim poderei evitar que algo pior aconteça. Eu sei que ela não vai entender, mas vai ser melhor para nós dois assim. Alec suspirou

— Você tem certeza, Demetri?

— Sim. Irei mapear a cidade atrás de Kalleed assim que a noite cair. Avise a Aro por favor.

Levantei e segui para dentro, deixando Alec pensativo para trás. A caminho do meu quarto passei pela porta do quarto de Alice, que estava apenas encostada e eu podia ouvir seus passos de um lado pro outro dentro do cômodo. Respirei fundo e lutei contra a vontade de entrar, dei meia e corri para o meu quarto batendo a porta com força atrás de mim.  

Era inevitável não ficar irritado com tudo que aconteceu nas últimas horas. Pela primeira vez em muitos séculos eu estava começando a me abrir para alguém, deixando com que alguém finalmente pudesse me conhecer de verdade e agora precisava fugir desse sentimento. Comecei a arrumar uma pequena bolsa com roupas. Precisava sair do castelo o quanto antes.

(...)

Duas semanas se passaram desde o incidente na ilha. Pedi a Aro que me encarregasse pessoalmente das buscas por Kalleed, então eu passara muitos dias fora. Soube que Jasper andou pelas redondezas, eu o sentir próximo ao castelo por várias noites seguidas mas ninguém soube me informar se ele havia se aproximado. Nesses dias que estive fora questionei várias vezes a minha decisão, tentei evitar a todo custo pensar em como Alice estaria ou com quem estaria.

Cheguei em Volterra com os primeiros raios de sol começando a raiar. A cidade estava calma, aos poucos ganhando vida, um outro morador se encaminhava para o trabalho. As padarias já estavam a todo vapor preenchendo a ar com aquele cheiro deplorável de pão.

Assim que pisei no salão principal meus olhos encontraram com os dela. Os olhos dourados mais hipnotizantes que já vi em toda a minha existência. Confesso que prendi a respiração por alguns segundos, se meu coração pudesse bater, ele estaria acelerado nesse momento. Ela estava linda, seu cabelo preto perfeitamente alinhado, contrastando com sua pele, os lábios vermelhos tão convidativos como o mais puro sangue do mundo, precisei lutar contra uma vontade enorme de correr até ela e toma-la em meus braços. Aquele momento pareceu durar uma eternidade até ser interrompido por Caius.

— Demetri, nos conte tudo que conseguiu descobrir sobre o paradeiro de Kalleed.

P.o.v Alice

Demetri logo estaria de volta. Nessas últimas duas semanas eu me questionei muito sobre sua partida. Parte de mim queria acreditar que havia sido somente uma busca, mas outra parte de mim acreditava que as coisas entre nós estariam bem diferentes de agora em diante. Jasper nunca mais apareceu pela cidade, seu futuro continuava incerto e eu não conseguia ver nada a respeito. Talvez a maneira que corri para Demetri naquela noite tenha sido a resposta que ele precisava. Sentia meu coração dividido entre a possibilidade de um novo futuro ou o retorno ao passado tão confortável e certo.

Já passava das 10h quando levantei da cama e resolvi me arrumar, Aro havia nos convocado para uma reunião no salão principal, imaginei que seriam novidades enviadas por Demetri sobre o que haveria descoberto. Desde o ocorrido daquele dia e da sua partida, essas reuniões aconteciam de tempos em tempos para que pudéssemos todos ficarmos atentos a possíveis ataques. Resolvi me arrumar, fazia tempos que não dedicava um tempo para cuidar de mim. Arrumei meu cabelo, separei um vestido preto e corri para o banho. O dia seria longo.

Chegando no salão principal, me posicionei ao lado do Alec, ele sempre fazia eu me sentir confortável no meio daquelas pessoas. Sorri para ele que prontamente retribuiu com uma piscada.

Foi quando então as portas principais se abriram e eu o vi. Demetri usava seu habitual terno de linho preto, seu manto deslizando lentamente pelo chão de mármore a medida que ele se aproximava. Seus olhos se encontravam fixos nos meus, vermelhos como sangue. Senti minhas pernas vacilarem e o nervosismo tomar conta de mim. Se cheguei a pensar que isso não me abalaria, eu estava completamente equivocada.

Demetri começou dizendo que não conseguia rastrear Kalleed, mas o rastro de sangue que ele e Jasper deixavam pelas cidades eram muito fáceis de detectar. Um aperto preencheu meu peito ao lembrar que Jasper se unira a uma pessoa tão cruel. Segundo Demetri eles estavam indo a caminho da Romênia mas não poderia afirmar se eles pretendiam voltar.

Depois do que pareceram séculos Aro nos liberou e corri ao meu quarto. Ao entrar, fechei a porta atrás de mim e soltei o ar que nem percebi que estava segurando. Tirei os sapatos e deitei na cama encarando o teto.

Fui tirada dos meus pensamentos com o som do meu telefone tocando. A muito tempo eu não ouvia esse som. Peguei e olhei a tela.

“Esme” era o que mostrava o identificador de chamada. Relutante, eu o atendi.

— Alô? – ouvi Esme suspirar aliviada do outro lado da linha.

— Ah, Alice! Como é bom finalmente poder ouvir sua voz. Eu estava tão preocupada com você. Queria tanto ter te ligado antes mas estava com tanto medo que você não quisesse saber de nós. Como você está? 

— Esme, é uma felicidade enorme poder falar com você. Desculpa, eu deveria ter ligado mas as coisas aqui são bem agitadas. Eu estou bem – menti – e as coisas por aí? Como tá Nessie, Bella, Edward, todo mundo? Estou morrendo de saudade de vocês, Esme. Vocês sempre serão a minha família.

— As coisas por aqui estão bem. Depois que tudo se resolveu com a história da Reneesme, as coisas finalmente estão em paz. Nossa pequena vai começar a estudar em breve, agora que o crescimento desacelerou, Carlisle e Bella e acham que será bom para ela. Edward não gostou muito da ideia mas você sabe como é seu irmão. Tá tudo bem mesmo, minha filha? Estou achando sua voz um pouco triste - respirei fundo e preferi não contar nada a ela sobre o Jasper e nem sobre a confusão toda com Demetri, não queria preocupa-la mais do que já havia feito.

Sim, está tudo bem, só estou precisando caçar agora. Inclusive terei que desligar. Esme, eu amo vocês. E espero em breve poder revê-los.

Desliguei o telefone e o joguei de volta na escrivaninha, não conseguindo conter o choro. Fui surpreendida quando Demetri bateu na porta do meu quarto. Senti meu coração se contrair em nervosismo. Levantei e caminhei para abrir a porta. Demetri estava encostado na parede na frente da porta fitando o chão.

—Eu posso falar com você? – Demetri falou levantando o seu olhar para encarar o meu rosto.


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