Amor Do Presente Ou Do Passado? escrita por Mary e Mimym


Capítulo 13
Começo de um ódio eterno.




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Jin e Elesis saíram da mansão sem serem percebidos, o ruivo deu a ideia de irem de cavalo, mas a menina disse que não iria e, para não contradizê-la, Jin aceitou ir a pé mesmo.

— Ainda acho que andaremos muito...

— Para de reclamar, Jin! Já é a quinta vez que diz isso, se continuar... – Elesis o olhou sorrindo – Eu vou acabar com você.

— Levando em consideração que isso foi uma ameaça, ficarei devidamente calado.

— Essa sua linguagem culta está me dando nos nervos.

— Tudo o que eu faço ou falo estressa a ti. Assim fica impossível tentar conhecer minha futura esposa.

— Só o fato de você respirar me irrita. – Elesis parou de andar – Não irei ser sua esposa.

— Acho que vós estais se esquecendo do nosso trato. – Jin também parou, um pouco mais a frente e a olhou.

— Só de pensar que aceitei isso, dá mais vontade de te bater. – A ruiva começou a andar, dessa vez com mais pressa, passando por Jin e tomando a frente – Vai ficar aí parado, ou vai me levar para a cidade?

— Perfeitamente, mademoiselle. – O jovem ruivo sorriu de forma irônica e começou a andar.

— É bom não ficar de gracinha. – Disse Elesis, ao perceber que Jin estava se aproximando dela novamente – Não quero que me chame de mademoiselle, é patético.

— Para mim, isso é um elogio.

— Vindo de você, há! Isso parece mais um deboche.

— Se dizes...

Elesis respirou fundo e resolveu não aprofundar o diálogo, que estava se formando em uma pequena discussão.

A caminhada já estava sendo cansativa para a ruiva, estavam andando há mais ou menos uma hora, mas ela não questionou sobre isso, manteve-se quieta.

— “Bem que esse idiota disse para virmos de cavalo... Mas eu não sei cavalgar, logo, seria desvantagem; de qualquer forma, estou cansada. Será que ainda falta muito?” – Pensou Elesis.

— Estais bem? – O ruivo havia percebido a inquietação da menina.

— Sim. – A ruiva respondeu friamente.

— Estamos chegando... Espero que essa notícia a deixe um pouco feliz. E... – Jin olhou para o céu – Espero que ninguém descubra a vossa saída da mansão.

— Eu já disse. Se descobrirem que eu saí, é só dizer que saímos juntos para nos conhecermos melhor.

— Mas isto não é correto, devo conhecer-te perante vossos pais. - Jin tentava agir com coerência, para conquistar a ruiva.

— Para de baboseira! Isso é tão idiota quanto você! – Elesis o encarou, estava realmente irritada.

— Sinceramente, não sei se irei me acostumar com esse seu gênio descontrolado, em um momento és fria, em outro és estressada, assim fica impossível dialogar com vossa pessoa! – Jin também se irritou.

Elesis cerrou os punhos, mas não fez nada.

— É bom estarmos perto da cidade.

O ruivo apenas riu do comentário que a ruiva fez.

— “Eu sabia que ela reclamaria, mesmo que de forma indireta, da demora... Se ela soubesse que peguei o caminho mais longo para a cidade, me mataria... Não é nada pessoal, mas ela me ameaçou e eu não gostei.” – Pensou Jin, enquanto olhava, sem muita animação, para a cidade que já aparecia mais a frente.

— Finalmente! – Gritou Elesis, começando a acelerar os passos.

Logo a ruiva estava entrando no centro urbano da província, estava encantada com a pequena cidade, com características medievais.

— É tão diferente da cidade onde eu vivo... É, realmente estou no século XIX. Eu só queria saber como...

— Falando sozinha, mademoiselle? – Perguntou o ruivo, se aproximando.

— Não me chame assim, já pedi. – Elesis voltou com a sua expressão séria – Eu precisava do meu celular agora, tiraria uma foto e mostraria para a Lire e a Arme, elas iriam adorar um lugarzinho como esse.

Jin riu.

— Está achando graça do quê? Não falei nada engraçado.

— Primeiro: Aqui não existe esse tal "celular". Segundo: Não poderás levar nenhuma lembrança, memória ou recordação do que estais vivendo aqui. Quando voltar, não lembrar-se-á de nada... Se voltar, né?

— O que está dizendo?! Hein!? – Elesis parou na frente de Jin e apertou seu braço.

— Não estou dizendo nada... Quiçá, eu esteja apenas lhe informando do que possa estar acontecendo. Isto aqui não é um sonho, muito menos uma brincadeira, mademoiselle.— Jin não esperou outra reação da ruiva, soltou-se da mão dela e começou a andar em direção a um pequeno estabelecimento onde parecia vender comida caseira.

— Eu ainda mato esse garoto mesquinho! – Elesis observava Jin se distanciar.

— Ah! Ele é muito lindo! Encantador!  – Disse uma garota de longos cabelos negros, que parou ao lado da ruiva – Nunca pensei que o prestigiado filho do Marquês viria aqui na cidade.

— Ele é muito perfeito! – Exclamou outra garota, que era mais baixa e tinha o cabelo curto loiro.

— De quem vocês estão falando? – Perguntou Elesis.

— DO JIN! – Gritaram ambas com os olhos brilhando.

— Tanto alvoroço por causa daquele idiota? Pelo amor de Deus, eu não mereço... – Elesis pôs a mão na testa e suspirou.

— Ele não é idiota, queridinha. – Disse a menina dos cabelos longos.

— Queridinha? – Elesis lançou um olhar ameaçador – Espero não ouvir essa palavra novamente, não estou a fim de bater em quem não conheço.

— Nem pareces uma dama! – Disse a loira, horrorizada.

— Não pareço, é? – A ruiva fechou a mão e, quando foi bater na baixinha, alguém a segurou.

— Não é conveniente bater em belas damas como estas, mademoiselle.

— Jin... – Elesis murmurou o nome do jovem rapaz com muito ódio em cada letra pronunciada.

— Ah... – Suspiraram as meninas, aliviadas. – És realmente um grande cavalheiro.

— Fico lisonjeado com o que disseste. Peço perdão pelo equívoco de minha noiva, Elesis. Ela é um tanto ciumenta.

A ruiva ficou boquiaberta com o que Jin disse em sua presença.

— Ora, seu...! Eu não fiquei com ciúmes coisíssima nenhuma! - A ruiva alterou a voz.

— Viram? Ela perde totalmente a classe quando donzelas falam, ou simplesmente se aproximam de mim. – Jin continuava a provocar a ruiva.

As duas meninas sorriam graciosamente, achando graça da reação de Elesis.

— Então é verdade? – Perguntou a morena – A filha do Duque Elscud casar-se-á mesmo com o filho do Marquês? - Concluiu com certo desânimo.

 – Infelizmente... – Respondeu Elesis num tom sério.

— Se não queres o Jin, então o deixe livre, pois tem quem queria. – A morena logo abraçou o ruivo.

— Se quiser... Pode ficar. Não me importo.

— Elesis, Elesis... Desnecessário este vosso jeito frio e de quem não se importa... Sabes que me ama, só não admite.

— Sabe aquele momento em que alguém passa do limite? – Indagou Elesis – Você é a pessoa que está passando dos limites! Sendo que eu não tenho paciência para isso, então...

Elesis socou o rosto do ruivo, que caiu de joelhos no chão.

— Acho que agora você para de dizer besteira. – A ruiva saiu andando como se nada houvesse acontecido.

As pessoas que estavam na rua olhavam para tal cena sem acreditar que uma menina havia feito aquilo.

— Quanta barbaridade! – Disse a baixinha, se agachando a frente de Jin para ver se o ruivo estava machucado – Estais tudo bem com a vossa pessoa?

— Sim... Como eu disse, - Jin se levantou – é ciúme, não se preocupe.

— Nossa! Deve ser duro viver com alguém assim. – A loirinha também se levantou.

— Bem, quando me desposar não poderei mais aproximar-me de lindas donzelas, senão posso acabar no cemitério.

Jin sorriu do que dissera, mesmo estando levando tudo na brincadeira, estava sentindo dor no local onde levara o soco. Tanto que massageava o canto da boca, que tinha um pequeno corte e um fio de sangue, devido a força usada pela ruiva.

— É melhor eu ir, Elesis é um tanto impaciente. Adeus. – Jin beijou a mão das duas meninas, que coraram e ficaram bem felizes, a ponto de suspirarem apaixonadas.

Assim que Jin saiu, a morena comentou:

— Ele é realmente um cavalheiro.

— O mais perfeito cavalheiro. – Acrescentou a loira.

— É claro que o futuro Príncipe não fica atrás, ele também é lindo.

— É... Os dois, o ruivo e o azulado são realmente lindos... - Comentaram por fim.

Jin se aproximou de Elesis.

— Não gostei do que fizeste! Vistes que todos olharam para mim?! É vergonhoso apanhar de uma mulher, ainda mais tendo presença do povo!

Como a ruiva parecia não dar o mínimo de atenção para o ruivo, Jin a segurou, fortemente, pelo braço e a virou em sua direção.

— Aqui não é o vosso século! Então é bom não pensar que podeis fazer qualquer coisa! Estamos entendidos?

— Solte-me! – Elesis o encarou, mas Jin não parecia ter medo – Se não quer apanhar de uma menina, ainda mais de mim, então não tente fazer brincadeiras. Eu odeio isso e te odeio mais ainda.

— É bom se acostumar com a minha presença se quiser voltar para o vosso mundinho, Elesis... É bom começar a me tratar melhor, mademoiselle.

A ruiva estava no seu limite de paciência. Ouvir aquelas ameaças a deixavam sem ter o que fazer. Se quisesse descobrir o que estava acontecendo, teria de aceitar os termos de Jin. Teria que trata-lo melhor...

— Peçais desculpas a mim.

— O QUÊ?! – Gritou Elesis, tentando, sem sucesso, se soltar.

— Peçais desculpas. – Jin a olhava friamente.

— Jamais. – A ruiva falou entre os dentes.

— Direi pela última vez e espero uma resposta imediata. Peçais desculpa a mim.

Elesis engoliu a seco, estava sendo submetida a fazer algo contra a sua vontade, mas teria que aceitar.

— Des-desculpa... Perdoe-me pela minha atitude inadmissível.

— Muito bem, mademoiselle. Fico lisonjeado ao ouvir isso, mostra que estais em minhas mãos. – Jin sorriu de canto, como se tivesse ganhado uma disputa.

Quiçá, ele realmente tenha ganhado, já que derrotou o orgulho da ruiva e a fez pedir desculpas na frente das pessoas que passavam por ele.

— “Isso não irá ficar assim, Jin. Eu te odeio! Terá volta... Pode ter certeza!!” — Pensou Elesis, encarando-o com os olhos marejados, parecia um mar vermelho inundado de raiva.


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