Juntos, Até O Fim escrita por Milady Sara


Capítulo 3
Nas garras do gato - parte 1


Notas iniciais do capítulo

Esse cap promete!
Megustem ;3



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45 coisas que toda garota quer, mas não pede:

6. Abrace-a.

7. Segure-a.

8. Ria com ela.

9. A convide para algum lugar.

10. Marque de sair com ela e seus amigos junto.

Mutano POV

Minha cabeça doía muito. Abri devagar os olhos, tinha uma luz forte bem em cima de mim e eu não conseguia pensar direito. Tentei mexer os braços, mas eles estavam presos, olhei um pouco a minha volta e eu estava em uma daquelas mesas de autópsia do CSI, com os pés e mãos algemados em cada lateral dela e sem camisa.

Meus pensamentos ainda não estavam claros... Só lembrava de ter saído em uma missão e... Nada. Pane geral. Tentei me soltar, mas não tinha forças, tentei me transformar em algum animal, mas uma grande dor de cabeça me atingiu, como se tivessem bloqueado meu acesso a meus poderes.

Aquela luz, além de me cegar me deixava com calor, e somado as minhas tentativas de tentar me desprender, eu suava muito. Parei de me debater e tentei pensar com um pouco de clareza. Eu tinha ido em uma missão... Missão... Missão... Depois dos Titãs do Oeste nos avisarem que... Alguém provavelmente estava vindo... Esse alguém... Apareceu roubando... Droga, artigos médicos e substâncias nocivas. Senti outra pontada na nuca.

Quem era? Quem foi? A missão...

Ouvi alguns barulhos de vidros e metais e olhei para o lado. A alguns metros de distância de onde eu estava, tinha uma mesa de metal, com muitos daqueles vidros e equipamentos médicos e de cientista maluco. Acima da mesa, algumas telas que eu não conseguia dizer o que mostrava.

E tinha alguém mexendo naquilo tudo. Tinha cabelos pretos longos e vestia uma roupa verde. A pessoa se virou um pouco, mas estava escuro e não consegui ver seu rosto.

- Olha, você acordou. – era uma voz de mulher. Ela se aproximou até a mesa onde eu estava e quando chegou perto da luz, vi uma máscara branca com uma espécie de rosto de gato. Aquilo me fez lembrar de tudo, a missão... Quem veio pra Jump City foi...

- Censhire...  – falei com uma voz rouca. Ela tirou a máscara. Tinha um rosto um pouco moreno com olhos negros e profundos. – O que você fez? Por que eu tô aqui? – disse me debatendo.

- Se eu fosse você ficaria quieto. Se mexer só vai machucar. – ela disse voltando pra mesa e pegando alguma coisa e depois voltou.

- Por que você me prendeu? – ela tinha pego uma seringa e um pote de vidro, puxou uma pequena mesinha e os colocou ali, e sentou na mesa onde eu estava. – Me solta! Por que eu não consigo me transformar? – eu quase gritava e meus pensamentos se clareavam.

- Eu precisava de uma cobaia horas. E está assim porque eu te dei um pouquinho de morfina, que por sinal já está passando. – ela se abaixou, pegou uma pequena sacolinha que parecia soro, pegou outra seringa e injetou aquilo em mim. De novo eu me sentia dopado, e sem conseguir me concentrar. – Melhor assim.

- Pra que tudo isso? Por que eu?

- Já disse. Precisava de uma cobaia. Abelha e os outros atrapalharam meus planos e destruíram meu laboratório e eu tive que vir aqui. Especialmente porque aqui tinha a cobaia perfeita. – ela alisou meu peito suado como se eu fosse algum tesouro. - Nada como alguém anormal para servir para o meu experimento... Muitas opções... – ela continuava me acariciando enquanto eu me debatia sem parar. – A alienígena... O meio robô... A paranormal... Mas você... O transmorfo... Era perfeito!

- Por quê?

- Meio humano e meio animal. Uma cobaia de laboratório e uma humana ao mesmo tempo. Perfeito! – ela sorriu cruelmente. – Sem contar que, eu soube de umas histórias... Um monstro interior em você... Uma Besta... – ela agora passava a unha afiada por meu peito como se estivesse fazendo um corte. – Ah, isso seria muito útil. Eu tinha e vou colocar isso para fora.

- Não... – ela era doida? – Eu fico fora de controle! Meu lado animal toma conta e...

- Já pensei nisso. – ela voltou para o chão, arrastou a pequena mesa com a seringa para perto de mim e colocou o líquido do vidro nela. – Essa belezinha, - ela deu petelecos na seringa. – Vai fazer essa sua Besta sair, e vai deixar você sob meu total controle. – ela se inclinou e falou no meu ouvido. – Você vai obedecer só a mim. – eu praticamente entrei em pânico e me debatia muito. – Calminha. Não vou te transformar e soltar por aí. – ela disse pegando a seringa. – Vou fazer alguns testes aqui, ver se tudo está sob controle e é claro... A droga vai demorar para ser realmente efetiva. Acho que oito doses por dia e depois de amanhã, acho que podemos agir. – ela sorriu novamente, e injetou aquilo na minha veia.

Dois dias depois...

Ravena POV

Era noite, eu estava no meu quarto, sentada na cama, com o rosto nas mãos e Estelar do meu lado tentando me consolar.

- Calma Ravena, está tudo bem.

- Tudo bem? Já faz dois dias Estelar! Três se contar o dia em que ele desapareceu! Como pode estar tudo bem?!

- Vamos encontra-lo! Censhire não pode se esconder para sempre.

- O que ela poderia querer com ele afinal?

- Não sabemos... Abelha disse que investigaram o laboratório dela, mas não encontraram nada de significativo. Ela levou a pesquisa e simplesmente sumiu. – suspirei e voltei a colocar o rosto nas mãos.

Há dois dias, recebemos uma ligação de Aqualad. Ele disse que recentemente ele e os outros Titãs do Oeste estavam seguindo o rastro de Censhire, que recentemente tinha voltado à cidade. Ela estava fazendo alguns experimentos ou coisas assim por ai, deixando pessoas esquizofrênicas e etc.

Acharam o laboratório dela e lutaram, mas ela conseguiu fugir, e segundo eles, para cá. Minutos depois, ela assaltou um hospital e uma farmácia. Fomos atrás dela, mas... No meio da confusão ela levantou uma cortina de fumaça e ela e Gar sumiram sem deixar rastros.

Fizemos várias buscas e patrulhas, mas não encontramos nenhum dos dois. Não havia nada para fazer fora esperar ela agir. Até lá tínhamos que esperar.

Só de pensar no que Censhire poderia estar fazendo com ele... Não, mantenha a calma. Todos me diziam pra não me preocupar, mas... Sinceramente, isso era impossível. Olhei o pingente em meu pescoço. O pequeno coração, metade de esmeralda e metade de ametista, no centro dele as cores se juntavam lindamente. Eu tinha que encontra-lo...

Então, enquanto Estelar continuava tentando me consolar, o alarme tocou.

- É ela... – sussurrei. Estelar e eu corremos para fora da Torre e encontramos Robin e Ciborgue no corredor.

- No cais. – disse Robin. Todos entendemos.

~*~

Chegando ao cais, tudo explodia e pegava fogo enquanto as pessoas que trabalhavam ali fugiam amedrontadas. Em meio às explosões e as pessoas, pude ver um grande vulto correndo e destruindo tudo. Por Azar... Censhire se transformou em um monstro ou o que?

O vulto corria por todos os lados, desaparecendo entre as caixas com carregamentos. Tentamos cerca-lo, mas ele sempre dava um jeito de fugir e destruir alguma coisa, até que, Ciborgue conseguiu encurralá-lo entre algumas caixas maiores. Ele apontou seu canhões, mas, ai invés de atirar, fez uma cara confusa e aquilo o arremessou para nós, que estávamos a alguns metros de distância.

- O que deu em você? – perguntou Robin ajudando Ciborgue a se levantar. – Por que não atirou?

- Aquilo é... – nesse momento, o vulto se aproximou de nós, como se para nos ver mais de perto. Era uma criatura grande, mais ou menos dois metros de altura, com olhos claros, grandes garras e presas e pelos verdes. Era a Besta. Era... Gar. – O Mutano. – completou Ciborgue quando finalmente conseguimos ver.

Isso era mau, muito mau. Quando ele ficava nessa forma, ficava fora de controle. Então, a Besta pulou sobre nós e voltou a fazer todo aquele estrago.

- Ravena! – disse Robin. – Vamos precisar que você ajude! Pode entrar na mente dele? Ou qualquer coisa?

- Não sei... Acho... Acho que sim.

- Então tudo bem! Ciborgue e eu vamos tentar atrasá-lo e você e Estelar cuidam do fogo, assim que terminarem, voltem!

Estelar e eu voamos para a baia. Com meus poderes peguei uma grande quantidade de água do mar e comecei a apagar o fogo enquanto Estelar resgatava algumas pessoas que ficaram presas em destroços de caixas ou coisas parecidas. Terminando, fomos atrás dos rapazes. Eles cercavam Gar, se esquivando e atacando de leve. Flutuei até lá e tentei entrar na mente dele enquanto estava distraído, mas, era como se não houvesse nada... Quer dizer, os pensamentos eram confusos e um pouco mecânicos como se estivesse sendo controlado, não agisse por vontade própria.

Para meu azar, ele me reparou depois disso. Pulou para onde eu estava, me atingiu em cheio com as garras e saiu saltando pelas caixas e containers.

Os outros vieram até mim quando caí. Por sorte não tinha sido nada sério. Somente arranhões no lado direito do meu rosto e no meu braço direito. E sangrou um pouco...

- Ravena! Tudo bem? – perguntou Estelar.

- Sim. - olhei para Besta, destruindo containers. – Censhire deu um jeito de controlar ele e...  – lembrei dos navios que estavam atracados. – O que tem naqueles navios? – Ciborgue fez alguns sons estranhos.

- Dois deles trazem alimentos e o outro... Aparelhos eletrônicos. Desde escritório, até de laboratórios mais avançados.

- Censhire... Está usando ele para nos distrair! Ela está lá dentro! – o rosto de todos se iluminou. Claro, nossa primeira reação foi tentar entrar, mas Besta não deixou. Nos espantava, como se estivesse protegendo o local. Nesse momento, Estelar voava em volta dele tentando fazê-lo ficar tonto ou simplesmente distraído. – Eu cuido dele. – disse. – Vocês tentem pegar Censhire.

Sem dizer nada, fui até Gar e comecei a acenar tentando chamar sua atenção, atingi-o com um raio de energia escura nele, que se virou. Muito bem... Agora é correr. Saí voando enquanto ele vinha atrás de mim. O bom de animais, é que eles são muito previsíveis. Consegui distraí-lo por algum tempo, mas, acabei presa entre alguns containers empilhados. Se eu tentasse passar por cima deles, Besta pularia e me alcançaria. Estava encurralada. Beco sem saída.

Olhei para trás e para a criatura que vinha devagar em minha direção, rosnando como se fosse me devorar. Calma, mantenha a calma.

- Gar? – claro que não respondeu. – Eu sei que é você aí. Lembra de mim? – ele somente aumentou o rosnado. Me encolhi de olhos fechados contra o container, mas o ataque não veio. Quando abri os olhos, Besta estava inclinado sobre mim, farejando. Lentamente estendi a mão suja de sangue até ele e toquei seu rosto. – Você me reconhece? – a criatura apenas me fitou alguns segundos. Então, virou o rosto como se tivesse ouvido um som, pulou sobre o container atrás de mim e desapareceu. Os outros chegaram logo em seguida.

- Ravena! Ele machucou você? Quando encontramos Censhire ela fugiu, não pudemos fazer nada. – disse Robin. Simplesmente olhei para minha mão pensativa.

- Gar... – sussurrei.


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Notas finais do capítulo

Essa foi a melhor img q achei da Besta - http://t3.gstatic.com/images?q=tbn:ANd9GcT5hBpXr3PMSZ2SQvBdQ4z2WcsreM0_cBPrwqf5TDOYX_JjSYZDPS4hMmsVAQ -
Eu criei isso da Censhire ser cientistazinha tá? E quem não lembra dela, no prob pq ela só fez uma aparição pequena mesmo ;-;
Mandem reviews!!