Leyna escrita por Helena


Capítulo 5
Capítulo 5




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Reyna

Reyna quase engasgou com a própria baba quando ouviu os gritinhos. Separou-se de Leo, e ajeitou a toga olhando para Octavian. Qualquer tentativa de parecer séria e profissional era destruída pela respiração ofegante e bochechas coradas da menina. Octavian usava palavras em latim para descrever a pretora e sua "traição" a Nova Roma, e Reyna o teria nocauteado no mesmo momento se não estivesse tão desnorteada pelo beijo. Ela tentou se concentrar, mas não conseguia evitar que um pequeno sorriso se formasse no canto de sua boca.

–Octavian, meu amor, qual é o problema agora?

O menino não conseguia controlar a indignação; seus bracinhos raquíticos tremiam e a boca era uma linha fina.

–Ah meus deuses! Não consigo acreditar! Por Zeus, Reyna, você realmente vai ficar com o filhinho amaldiçoado de Vulcano que tentou me matar? Deuses, você é patética! Não percebe que ele quer a filha de Vênus? E eu não o culpo! Ela é infinitamente mais bonita do que você, e deve ser um pouco mais agradável. Você é apenas o passatempo até ele conseguir o que quer! Acho que li errado as tripas da morsa de pelúcia do dia que você foi nomeada pretora, porque os deuses não escolheriam uma menina tão burra pra nos liderar. Se o acampamento explodir, a culpa vai ser sua, que não prestou atenção porque estava ocupada achando que podia namorar o inimigo.

Reyna estava em choque. Leo olhou para a pretora, mas antes que tivesse a chance de falar qualquer coisa a menina saiu correndo. Suas tranças se desmanchavam ao vento, e seus ombros sacudiam com o choro. A menina correu até os estábulos, e se encolheu em um montinho de feno. Graças aos deuses era cedo demais para que qualquer um aparecesse lá, e as harpias não a perturbariam. As lágrimas escureciam o tecido de suas roupas, e ela não conseguia se controlar. Não entendia porque os deuses eram tão injustos com ela. A filha de Vênus, no entanto, não só tirou Jason dela como também Leo. Reyna ficou até feliz que Octavian tivesse falado; pelo menos a fez voltar. Terra chamando Reyna. Nenhum menino gostava ou gostaria dela. Fato. O que ela podia fazer? Enxugou o rosto, mas as lágrimas não paravam de aparecer.

A pretora levantou a cabeça, fungando, e viu uma sombra na porta. Alta, esguia e com cabelos cheios e escuros. Se levantou, tentando parar as lágrimas. Reconheceria a silhueta da irmã em qualquer lugar.

–Reyna, sei que disse que não te pediria mais para se juntar ás Amazonas, mas…

A pretora começou a falar ao mesmo tempo.

–Hylla, eu quero me juntar a vocês. Nada mais aqui que me interesse. Se você ainda quiser me dar a chance…

A rainha das Amazonas correu até ela e deu um abraço. As duas saíram dos estábulos caminhando juntas, Reyna com o rosto inchado e Hylla sorrindo até a alma.

–Irmazinha, isso vai ser tão divertido!

Reyna sorriu, mesmo com o rosto vermelho. Hylla só reparou no choro nessa hora.

–Reyna, o que aconteceu?

A pretora considerou contar tudo para a irmã, mas não queria que ela a achasse fraca. Abrindo um sorriso tímido, falou, confiante, que não era nada. Foi com a irmã até o acampamento Amazona, que estava montado ali por perto. Reyna observou de longe a irmã falando com as outras semideusas esguias vestidas em macacões camuflados. A irmã se distinguia pelo cinto dourado. Minutos depois, voltou com um macacão camuflado e os coturnos. Reyna fez o juramento, e era isso. Agora a garota era uma das Amazonas, e queria ver o que aconteceria com qualquer um que entrasse em seu caminho e tentasse magoá-la ou enganá-la.


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