Fireproof escrita por Cathy


Capítulo 2
Over Again


Notas iniciais do capítulo

Beeem espero que gostem ok?
Ah e para deixar claro, eu AMO o nome Harry..so...
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CAPÍTULO BETADO POR: Jéssica (Perfect Design)



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P.O.V Harry

       

Estúpido.


 

É exatamente o que eu sou: estúpido.

Se não fosse não estaria neste aeroporto a esperando com tanta ansiedade, quando na verdade deveria...


 Eu não faço a mínima ideia de como deveria me sentir.


Já fazia muito tempo, mas nessa situação, o tempo não havia nos feito esquecer nada.


 


– Luana, você não precisa ir! – eu disse pela milionésima vez naquele dia

– Harry, eu preciso, só me restou você, e mesmo assim eu não poderia... – ela tentou falar, mas eu a interrompi.

– O quê? Não poderia ficar aqui comigo certo? Porque na verdade eu não sou uma boa companhia para você... – eu falei com raiva, mas pude muito bem distinguir a dor e a tristeza em seus olhos.

– Harry... Harry olha para mim, por favor – ela pegou meu queixo e o abaixou, ninguém mandou ser mais baixa que eu – Já conversamos sobre isso, foi um acidente, até onde eu sei, não existem culpados por acidentes, então, por favor, pare de se culpar – Ela disse com os olhos molhados com as lágrimas que ela reprimia

– Mas se eu não tivesse...

– Não tivesse o que? Se não estivesse comigo no chafariz?! – só o fato de ela ter comentado já fez todo meu corpo tremer com aquela lembrança – Haz, se não estivesse lá comigo, esta conversa seria desnecessária, afinal, eu não estaria aqui para conversar com você – aquela mera suposição já foi o suficiente para abraça-la, eu não suportaria se ela estivesse naquele salão...

– E seu eu pudesse... Você não... - tentei botar para fora oque realmente sentia, se eu pudesse fazê-la se sentir segura, ela não precisaria ir embora, mas eu era incapaz de fazer até isso, então mudei o rumo da conversa, afinal aquilo já estava sendo difícil o suficiente – Mas de qualquer forma, isso não muda o fato de que agora você vai embora! – eu disse controlando o impulso de chorar.

– E-eu, só não posso ficar aqui Haz, pelo menos por enquanto, me desculpe se tivesse alguma maneira de evitar ter que ir, eu faria, mas eu preciso! – Ela disse convicta e eu sabia que era verdade, mas nada mudava, eu ainda não queria que ela fosse.

–Promete que volta? - falei a minha última esperança

– Prometo fazer de tudo para voltar! – ela disse e me deu um beijo estalado da bochecha e um forte abraço, bem na hora em que seu voo foi chamado.

– Essa é a hora em que eu tenho que te deixar certo?

– Pois é... Mas lembre-se, eu te amo ok? -Ela disse com lágrimas nos olhos

– Eu... – eu tinha que dizer a ela naquele momento, mas simplesmente não conseguia.

– Tudo bem, eu sei – e com isso ela me deu um selinho e se foi.


 

Eu fiquei ali, estático naquele aeroporto, vendo-a ir embora, impotente, pois nada podia fazer.



 




 

E agora estava eu, naquele mesmo aeroporto a esperando voltar.


 

Desde aquele dia eu percebi as inúmeras possibilidades de evitar a partida de Lu, a mais óbvia teria sido ir com ela, mas na época eu não pensei nisso, estava totalmente concentrado no fato que eu não a teria mais aqui, e isso ofuscou a parte do meu cérebro que era responsável por encontrar soluções práticas para os problemas.


De fato, ela fez de tudo para voltar, porém ela ainda precisava estar afastada, por os pensamentos em ordem.

Ela ficou um ano e meio na casa de sua tia, a única que não pode comparecer no fadigo dia, coisa que eu ainda não sabia se era sorte ou falta dela; Veja bem, se essa tia tivesse comparecido, Lu não teria lugar para se manter afastada.

Logo espantei esses pensamentos egoístas, não me permitiria pensar nesta possibilidade, não quando ela significava o final definitivo da família de Luana.


Olhei mais uma vez no painel dos voos, já estava ficando impaciente, mas logo troquei a impaciência por ansiedade; acabara de perceber que o avião dela havia pousado.



Fiquei observando as pessoas saindo, umas saíam apressadas, provavelmente atrasadas para algum compromisso, outras iam devagar até encontrar sua família, outras estavam meio perdidas, deveriam ser alunos de intercâmbio.

Uma garota em particular me chamou atenção: ela saiu do avião sorrindo de lado, talvez para esconder o quanto estivesse ansiosa para se reencontrar com sua família, que a esperava o mais perto possível da área de desembarque. Assim que ela chegou perto deles, largou suas malas e correu apressada para dar um forte abraço conjunto. Essa cena foi demais para mim, pois eu sabia que Lu nunca mais iria vivenciar isso.


Dei meia volta e estava quase na saída do aeroporto quando sinto uma mão em meu ombro, ignoro e continuo meu caminho. Agora não tem ninguém em meu encalço, melhor assim.



Falta menos de dois metros para eu finalmente terminar o maior ato de covardia da minha vida, quando de repente ouço meu nome em alto e bom som saído do megafone de um guarda de segurança.



 

–Senhor Harry Schmitt, a senhorita Luana Martine está a sua procura, favor encontrar com ela no saguão principal não acreditei nisso, mas eu precisava sair dali, o sentimento de culpa estava me consumindo de um jeito que era completamente inexplicável.


– Harry! Depois de todo esse tempo vejo que continua sendo um covarde! Vem aqui agora falar comigo! – Ouvir a voz dela não deveria me acalmar, não deveria fazer parecer que ela nunca havia ido embora.


 


 

Contrariando todos os pensamentos racionais daquele momento me virei e fui em direção ao som de sua voz, estava no piloto automático, mas sabia que assim que a visse tudo estaria de volta em seu eixo.

Atravessei a multidão de pessoas até está bem no meio do saguão principal, me dirigi até o posto do guarda, que olhava feio para um ser alguns centímetros mais baixo que ele; estava usando apenas jeans e uma blusa folgada, seu cabelos castanhos estavam maiores do que de costume, batendo um pouco abaixo da cintura.

Logo cheguei perto dela e toquei seu ombro, percebi todo seu corpo ficar tenso por um momento, sinal que ela também estava com medo de seu retorno. Porém logo em seguida seus ombros relaxaram, ela se virou e me encarou com seus sempre penetrantes olhos azulados.


 

Ela continuava linda.



P.O.V Luana


Realmente fazia muito tempo desde que eu fui embora, mas as pessoas precisavam entender que se eu não fosse eu provavelmente iria pirar, afinal não conseguiria mais estar ali, sendo que isso só me lembrava do fim de tudo que eu mais amava.






Desembarquei ainda me sentindo um pouco tonta, sempre ficava enjoada em viagens de longa distância. Procurei-o por todos os lados, as malas já em minhas mãos, mas não havia sinal dele, resolvi ir para perto do guarda, a fim de sair do apinhado de gente que saía do avião, quando me ocorreu uma ideia. Eu o conhecia muito bem para saber que ele havia ido, talvez se a sorte sorrisse para mi só um pouquinho agora...


Eu estava com medo, medo de Harry não querer mais olhar na minha cara por tê-lo abandonado, medo dele ainda consumir aquela culpa idiota, e principalmente, medo por voltar agora ao lugar que antes eu podia chamar de lar.


 

–Senhor Harry Schmitt, a senhorita Luana Martine está a sua procura, favor encontrar com ela no saguão principal pedi para o guarda chama-lo, quem sabe assim ele não perceberia que eu não ia desistir tão fácil.
 

Esperei durante uns 10 segundos e já estava impaciente, então tomei o megafone do guarda e falei:

– Harry! Depois de todo esse tempo vejo que continua sendo um covarde! Vem aqui agora falar comigo! Eu o chamei assim por um simples motivo: ele detestava quando eu o chamava de covarde, sim eu apelei, mas o que fazer numa situação dessas? Dançar Frevo não ia dar muito certo, então...


 

Fiquei tão imersa em meus próprios pensamentos que esqueci que, na verdade, era errado sair pegando os megafones dos guardas do aeroporto.


– Me desculpe... – eu disse totalmente desanimada para o guarda que agora me olhava feio, mas não me importava, pois agora minha vontade era de pegar outro avião e voltar para casa da minha tia, da qual eu não deveria ter saído.


Estou completamente desolada, afinal, ele não havia me perdoado, era disso que eu tinha medo, mas será que aquele retardado não consegue entender que foi um acidente e que ele não tem culpa de eu ter ido embora?!


– Lu? – eu me virei automaticamente ao sentir o toque em meu ombro e suspirei de alívio, ele fora.

– Harry!- eu gritei e o abracei

 

O abraço continha saudade, continha amor, carinho e perdão. Todas as minhas lágrimas já saíam sem permissão nenhuma, eu estava com saudades dele, mas sabia que aquele reencontro significava mais do que matar as saudades de um velho amigo, significava também que tínhamos alguns assuntos a resolver, mas que eu fora covarde demais para tratar quando era a hora.






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Notas finais do capítulo

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