Diário De Uma Virgem escrita por Annie Meddina


Capítulo 4
Capítulo Quatro


Notas iniciais do capítulo

hi, amores espero que tenham tido um Feliz Natal!
quero agradecer a todas as fofas que comentam... amo muito vcs.
bjbj



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—Capítulo Quatro—





Bella estava relutando em sair da cama, a simples ideia de ser reconhecida por algum amante na rua a nauseava. Ela lentamente virá o dia nascer com seu diário secreto em mãos, tentando processar aquelas informações. Era inacreditável ela ter sido aquela pessoa.

Bella parou de ler. Como podia ter escrito tudo aquilo? A simples ideia de voltar a lembrar da sua vida passada a fazia chorar, ela não queria lidar com toda aquela carga de lembranças. Lembrar-se daquela pessoa fútil e sem sentimentos que um dia fora e o pior teria que lidar com a situação sozinha.

Não poderia falar com mais ninguém, quando ela pensava em ninguém ela se referia a ele. Edward, que teria sua primeira sessão depois que saiu do hospital na sexta-feira seguinte.

Ela tinha medo que com seu jeito, ele a fizesse se abrir e descobrir quem fora. Ela tinha medo dele se afastar ou simplesmente não querer vê-la mais. E aquela simples ideia a destroçava.

Embora ela sentisse invejava do espírito livre e audacioso da Bella esquecida. Do seu modo de viver intensa e perigosamente.

Ela Sentia-se como a espectadora de um filme e queria sair de cena. Aquele diário era como um romance de drama, tudo lhe pare­cia demasiado fantasioso demais para ser real.

Sim, sabia quem tinha sido doía-lhe saber, mais não poderia ficar ali para sempre, tinha que fazer algo. Bella se Levantou e dirigiu-se ao banheiro, ao olhar-se ao espelho, viu o quanto era bonita. Os seus olhos achocolatados se destacava ao reflexo, ela tinha seu cabelo desalinho devido à noite mal dormida, o analisando decidiu que ele precisava mais de brilho e que logo mais resolveria isso.


Ela ainda vestia seu pijama de flanela, ali olhando sua figura decidiu que nada do que descobriu iria fazê-la parar. Se a vida estava lhe dando a chance de mudar, ela o faria. Não seria mais aquela garota inconsequente, seguiria seu coração e nele ela sabia quem era e queria ser dali por diante.


Decidida Bella começou sua busca, onde estariam as roupas que ela descrevia no seu diário. Ela passou a revirar suas coisas mais nada daquelas roupas elegantes e finas aparecerem. Onde será que ela teria colocado. Minutos depois, depois que havia vasculhado todo seu quarto ela desistiu. Ela pegou uma daquelas roupas horrendas e se trocou.


Uma batida à porta a sobressaltou. Ela Guardou seu diário onde o tinha encontrado e foi abrir a porta. Devia ser sua tia Judith. Mas não era. Ao abrir a porta, Bella deparou com uma jovem, muito bonita, de cabelo ruivo que foi logo lhe dizendo:


—Olá, Bella. Sou a Victoria. —Ou seja, a sua melhor amiga e confidente e Bella se perguntava ate onde ela sabia de seus segredos.


Victoria continuou ali com lagrimas nos olhos a olhando, vendo as suas pequenas cicatrizes que agora já secavam. Seu nervosismo a fazia mexer as mãos. Victoria a olhava com olhar inquisidor esperando Bella dizer que se lembrava dela.


Bella ainda a encarava tentando assimilar sua figura e esperando um flash de reconhecimento e não veio nada, Bella deu um passo ao lado a convidando a entrar.


Nenhuma das duas sabia o que falar. Para Bella, aquela jovem mulher era uma estranha. Contudo, fez um esforço e deu-lhe um abraço. Nessa altura Victoria começou a chorar e a dizer-lhe que ninguém lhe tinha contado nada e que teria deixado sua lua de mel para cuidar dela e que quando soube pegara o primeiro avião. Ela pedia perdão repetidamente.


— Eu estou bem. —disse Bella, fria­mente. Incomodava-lhe o tom protetor de Victoria. Era como se a tratasse como criança.

Ela não gostava da sensação de ser tratada com pena, já tinha que suporta sua tia.


Elas se separaram e sentaram se uma de frente a outra, Bella tinha muitas perguntas e Victoria estava surpresa, pois esperava uma Bella destroçada e temerosa não àquela jovem a sua frente.


A nova Bella a sua frente, não lembrava nem um terço da tímida e retraída de outrora, a Bella a sua frente tinha um brilho diferente no olhar, passava uma sensação de força.


Victoria continuava a olha-la Parecia que tinha sido ela a perder a memória e não o contrario.

—Fale-me do seu casamento, da viagem? – pediu Bella tentando quebrar o gelo.

—O casamento foi lindo, você foi uma das minhas madrinhas, sem você eu não teria conseguido resolver tudo em cima da hora. E eu nem tive tempo de agradecer. E a viagem foi ótima, na medida do possível.

—E o seu marido?

— O James? Está bem. Muito ocupado com a mudança da nossa casa e seu escritório novo, sabe? Minha casa fica na rua perto do shopping, você vai adorar, ela é linda. O James lhe mandou um beijo e desejos de melhoras.


Bella ficou surpresa de não se lembrar de nenhuma menção ao tal James, Victoria estava em todas suas paginas e o mais natural era que ele estivesse também. —Pensou Bella que talvez nas últimas páginas do seu diário houvesse algumas referências a ele.


Não passou despercebido a Bella o incessante mexer de mãos da Victoria, ela estava nervosa.

Bella a olhou com carinho e pegou suas mãos levemente gélidas.


— Victoria — disse-lhe — não fique nervosa, eu posso não me lembrar de nada, mas sou a mesma de sempre. Trate-me da mesma forma, eu quero muito me lembrar de você, mais podemos nos conhecer novamente.



Victoria ficou atônita quando a ouviu. Nunca vira Bella tão segura de si. Até os seus gestos tinham uma elegância e o seu corpo já não estava curvado, mas mostrava todo o seu esplendor, cabeça erguida e olhos brilhantes e penetrantes. Estava mais bela que nunca.


—Porque me olha como se não me reconhecesse? Por acaso não sou a mesma?


Victoria apressou-se a dizer que sim, que ela era a mesma. Ela não podia dizer-lhe a verdade. Não, não podia dizer-lhe, porque isso traria perguntas e Victoria não queria que ela ficasse triste. Ela não queria ser obrigada a falar da doce Bella que ninguém compreendia e que todos olhavam recebidos, que todos a chamava de estranha. Não, ela não queria que aquele brilho nos olhos de Bella jamais se apagasse.



Ainda segurando as mãos de Victoria Bella pediu:

—preciso da sua ajuda!

—qualquer coisa que pedir.

—preciso fazer compras, essas roupas que a minha tia insiste dizer que são minhas, me deixa desconfortável. Eu pensei em mudar meu cabelo, o que acha?

—oh Bella, finalmente, eu adoraria acompanha-la. —disse Victoria a abraçando.




Bella e Victoria foram às compras, Bella sentia-se viva, agora com os braços cheios de sacolas. Tinha um novo corte de cabelo e fazia cabeças virarem ao passar no corredor do shopping. Victoria não parava de falar de como ela estava linda, ela dizia alguma coisa quando foram impedidas de prosseguir. Uma mulher e um rapaz estavam parados e olhava com assombro para Bella.


—Ola, Jessica. —cumprimentou Victoria sem muito entusiasmo.

—Ora, ora se não é a pequena B-e-l-l-a. —disse Jessica a fuzilando com seu veneno, pelo canto do olho viu Mike olhando para a pequena estranha e não gostou nadinha de vê-la bem vestida e com aquele ar de desafio.

—Desculpe-me, estou com amnésia.

—Eu ouvi falar, espero que se recupere rápido. —disse Jessica com falsidade.

—Eu sou a Jessica e ele Mike, ele é meu namorado. Estudamos juntas no colegial, mas temo que não recorde.

—Infelizmente não, é uma pena. —disse Bella com sarcasmo, era evidente que era mentira tudo aquilo, ela sentiu Victoria segurar o riso preso.

—Estamos atrasadas Bella. —disse Victoria se afastando do casal.

—Xauzinho Mike, nos vemos por ai. —disse Bella muito próxima do Mike, dando as costas a uma Jessica possessa e enfurecida.


—Nem acredito que fez isso Bella, viu a cara daquela mocoronga. —Disse Victoria num sussurro e as duas gargalharam alto.

—Ela mereceu, eu não preciso recuperar a memória pra saber que nunca fomos amigas. Eu vi o jeito que ela me olhava.

—Ela não vale a pena e ver você colocando ela no lugar dela, me faz regozijar de alegria.


Victoria a deixou a porta da sua casa, se abraçaram e prometeram se encontrar o mais breve possível. Bella a viu indo embora com a sensação de que mesmo que nunca recobrasse a memória seria amiga dela do mesmo jeito.

Ao entrar em casa sua tia deixou o bordado cair das mãos, Bella passou cheia de sacolas e a cumprimentou sorridente.

—Você fez compras sozinha?

— Não a Victoria me ajudou, gostou do meu novo corte de cabelo.

— Você estar diferente, parece outra pessoa... Mas esta linda!

—Obrigada tia, eu tenho sido muito difícil esses dias, eu tenho notado seus esforços e agradeço muito.

—Oh, criança... Eu tenho estado tão cega...

—Do que esta falando tia.

—Nada, deixamos para outra hora, você deve estar cansada... Vá descansar. —pediu a Judith, vendo subir as escadas notou a verdadeira personalidade da sobrinha e deu conta do quanto prejudicou sua vida... Encerrou-a naquela casa, a escondeu do mundo... Vendo aquele brilho no olhar da sua pequena lhe fez lembrar-se de um filhote de pássaro, quando esta prestes a voar pela primeira vez.

Bella estava voando sozinha, ela via agora o quanto fora culpada por esse voo estar tão atrasado.




Depois de guardar todas as compras Bella sentiu-se inquieta, pensou em ler outras paginas do seu temível diário. Mais só de imaginar as coisas escritas ali lhe dava vontade de morrer. Ela apressadamente pegou sua bolsa e um agasalho. Precisava caminhar e só um lugar veio a sua mente. O seu refugio descrito com tanta emoção naquelas linhas do diário.


Ela saiu sem ser notada e começou a caminhar, ela andava com segurança pelas aquelas trilhas atrás da sua casa e depois de vários minutos estava diante do lugar que lhe trazia a paz descrita no diário.

Bella aproximou-se lentamente da encosta, as ondas batiam nas pedras produzindo um som, que para ela naquele instante era tranquilizador. Seus cabelos lustrosos e brilhantes esvoaçavam ao redor do seu rosto, seu vestido florido tremulava com o vento produzido das ondas. Sua imagem era de encantar e inspirar o mais sensível pintor.


Ela ria e chorava ao mesmo tempo, se dando conta que pelo menos alguma coisa no seu diário fazia sentido. Ali era seu esconderijo, seu lugar.

Ela ainda olhava o balanço das ondas quando ouviu passos as suas costas, ao se virar deparou-se com ele.




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Notas finais do capítulo

N/A:
finalmente a Bellinha estar se encontrando, sua louca tia se deu conta da merda e confusão que fez!
eu sei, eu sou mal... deixei na melhor parte!
bjbj



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