POV NARRADOR

Um mês...

Um mês avia se passado na humilde e pacata cidade de Forks. E o que avia se passado no mês passado era só uma lembrança... Annie Potter e a festa memorável de Tanya Denali, era só uma lembrança para os moradores da chuvosa cidade... Quer dizer, para a maioria dos moradores da cidade, pois para outros era algo real, algo que nunca esqueceriam... Mais que uma simples lembrança.

Alice, Jasper, Rosalie, Emmett e Edward.

Nunca esqueceriam de que Annie a amiga da turma, era Annabeth a popstar preferida deles.

Todos nunca esqueceriam... Principalmente Edward.

O garoto não esquecia do sorriso da garota, o jeito que ela corava, como ela agia perto dele e como ela era, extremamente, linda... E que aquele amor só crescia quando ele lembrava disso.

Ele não só era apaixonado por ela, ele a amava incondicionalmente.

Mas, isso fazia o garoto sofrer, pois ela avia mentindo para ele e isso ele não tolerava.

Mas, ele não só sofria com a saudade que sentia por ela, ele também sofria por lembrar das palavras que ela disse antes de ir embora... O quanto era verdadeiras.

Ele e todos da cidade iriam se aproximar dela por que queria conhece-la, ou por que ela era famosa? E principalmente ele...

Na época, ele tinha uma paixão platônica pela garota... Uma paixão pela imagem da “Annabeth, a popstar”, ele se aproximaria dela por que queria conhece-la, ou por causa da paixão louca que tinha por ela?

Não podia ter certeza dessas coisas... Mas, tinha certeza que a amava a Annabeth, a verdadeira que tinha conhecido e não aquela imagem de “Annabeth, a popstar” que achava que amava.

Enquanto Annabeth não ia nada bem.

A garota não saia de casa, não falava com ninguém e não comia direito.

Annabeth avia ficado com depressão e Richard e Elizabeth estavam achando que ela estava começando a ter algum tipo de alcoolismo.

Elizabeth avia conseguido amenizar tudo, como empresaria da garota, devia de cuidar da imagem dela.

Então, avia inventado que Anna não tinha fugido, ou desaparecido, mas sim passado férias longe da família e que uma empregada (a qual não existia) para ganhar dinheiro, tinha inventado toda aquela historia.

“-Um absurdo!” -Nas palavras de Elizabeth.

Mas, Anna estava usando essa tristeza para algo novo para ela... Escrever músicas, algo que nunca tinha feito antes, mas que agora ajudava a diminuir a dor que sentia... Escrever músicas era bom para ela, principalmente, uma em especial.

POV ANNA

Doía. Era isso. A única coisa que se encaixava no que eu sinto agora... Dor e mais dor.

Tudo me lembrava o que eu passei... Isso doía, tudo era igual ao que eu passei... Isso doía, tudo para mim era Forks... E isso? Doía.

Já não aguentava mais.

Sentia saudades... Sentia saudade de Alice, com aquele jeito louco e animado de ser. Sentia saudade de Jasper, com aquele jeito calmo e gentil de ser. Sentia saudade de Rosalie, com o jeito sorridente e extravagante de ser. Sentia saudade de Emmett, meu melhor amigo, o único que sobrou, com o seu jeito engraçado e bobo de ser. E claro...

Sentia saudade de Edward... Daquele perfume de frutas cítricas e aquele cheiro de menta, que ficou gravado na minha mente. Daqueles olhos verdes-esmeralda, que brilhavam quando ele tocava piano, que me olhava com carinho e não com ódio. Daquele sorriso torto, que fazia meu coração parar e que me fazia corar... Sentia saudade de tudo nele.

E tudo me lembrava ele... Como a voz dele era bonita, como as nossas vozes eram perfeitas juntas, nós eramos perfeitos juntos... Mas, a perfeição não existe, não é mesmo? Nós, se referindo a mim e Edward, não existia.

E lembrar disso me fazia mal... E mal era pouco meu estado. Parecia uma morta-viva, tinha olheiras roxas debaixo dos olhos, meus cabelos loiros parecia brancos e sem vida, meu lábios estavam secos e nada convidativos, estava pálida e parecia uma caveira de tão magra... Mas, mesmo assim ninguém ligava para a minha tristeza.

Pois, sempre tem um truque para que eu pareça saudável em algum programa de TV.

Nada como uma boa luz, para que eu pareça mais viva. Nada como um bom corretivo, para esconder as olheiras roxas debaixo dos meu olhos. Nada como um bom laque, para que meus cabelos parecessem brilhos e com vida. Nada como um blush, para que minhas bochechas ficassem com alguma cor. Nada como uma roupa de marca e bonita, para esconder o quanto eu estou magra... Sempre tem um truque, para esconder algo de ruim em mim,mas por que não tem um truque para esconder o quanto eu estou mal e doente? Só um truque.

Mas, o truque que poderia esconder o que eu estou sentindo... A morte.

Morrer seria o único truque e solução que poderia me ajudar, mas quem disse que eu tenho coragem?

Sempre irei ser essa covarde de sempre.

A porta do meu quarto se abriu.

-Eu disse que não queria ver ninguém! -Gritei e joguei um travesseiro na porta.

Nunca fui de ser agressiva, ou irritada, sempre fui calma e alegre, mas agora eu não tenho motivos para isso.

-A minha mãe disse que é pra você se arrumar para ir a um programa de TV -Disse Isabella.

Olhei para ela incrédula.

-A sua mãe não tem o que fazer? -Perguntei debochada -Eu não vou a merda de programa nenhum, ficar falando o quanto as feria que ela inventou foram ótimas, pois eu não teve férias nenhuma e eu não estou me sentindo ótima -Disse furiosa.

Isabella se sentou ao meu lado na cama e suspirou.

-Vai. Fala qual é o nome dele -A olhei confusa -Ah, qual é?! Você pode enganar todo mundo com esse papo de que você fugiu por que achou Forks legal, mas a mim não.

Quando todo mundo me perguntava o porque de eu ter fugido, eu dizia que era por que eu gostei de Forks. Pois, se eu falasse o que realmente aconteceu e o verdadeiro motivo, eu iria acabar fazendo a vida de todos que falaram comigo durante aquele tempo um inferno e eu não quero trazer mais problemas para eles.

-Não sei do que você está falando.

-Qual é? Quem iria fugir só por que gostou de Forks? Se fosse fugir por que gostou de algum lugar seria para Paris, Londres e até o Rio de Janeiro, mas não Forks -Disse como se tudo fosse obvio -Vai, qual é o nome dele?

-Você é doida -Balancei a cabeça.

-Então tá, perguntas de “sim ou não”, lá em Forks tinha algum garoto?

Olhei para ela, mesmo ela sendo falsa, ela era a minha amiga e que mal tem eu falar isso para ela?

-Promete não contar para ninguém? -Ela sorriu -Você jura não contar para ninguém?

-Juro pela a minha própria vida, e você sabe que eu sou egoísta o bastante para coloca-la a cima de tudo -Disse sincera.

-Tudo bem -Suspirei -Sim, tinha um garoto -Revirei os olhos.

-Sabia! -Disse animada -Mas, deu certo?

Suspirei pesadamente.

-Sim e não.

-Puxa... -Disse triste -Eu sei bem o que você está passando.

-Sabe? -Perguntei curiosa.

-Sim. Eu uma vez me apaixonei por um garoto ai -Deu de ombros -Ele era líder de uma banda de garagem -Sorriu -Mas, a minha mãe descobriu e acabou com a carreira dela... E olha que ele tocava numa pizzaria de quinta -Me assustei.

Se eu falasse para Elizabeth sobre Edward, o que ela faria com ele? Tenho até medo de pensar.

-Você fez bem não falando para minha mãe, e eu farei o mesmo -Sorriu -Nem sei do que a gente está conversando -Disse fingindo de desentendia.

Sorrimos.

-Mas, foi eu mesma que estraguei tudo -Suspirei.

-O pior é que a gente não esquece -Suspirou.

Eu até tinha um jeito de esquecer, mas não era o recomendável.... Eu bebia. Bebia para esquecer. E esquecia, mas no outro dia, quando acordava, me lembrava de tudo e ainda tinha que lidar com a ressaca.

Também escrevia músicas, mas logo que terminava de escrever... Tudo voltava. A dar, a tristeza e a saudade. E ai então, voltava a beber e tudo começava de novo.

-Eh! Mas, um dia eu estarei no meu caixão e você no meu velório, ai eu vou esquecer de tudo -Fechei os olhos, sorrindo.

“Tempo passa. Mesmo quando parece impossível. Mesmo quando cada batida do ponteiro do segundo doí como sangue pulsando sob um hematoma. Passa de modo inconstante, com guinadas estranhas e calmarias arrastadas, mas passa. Até para mim” -Bella Swan, Lua Nova.