Chuve imenso e, apesar de usar um guarda-chuva, estou todo molhado.

Eu sou Samuel Beaumont, tenho 16 anos e vivo em França. Sou um mutante, um mutante procurado. Estou em fuga, numa rua desconhecida, mas cheia de gente e gente é bom, pois confunde-os. Eles são os Caçadores, humanos armados com armas tranquilizantes, tasers ou outros meios de parar um mutante, e levam-os para campos de concentração onde ninguém sabe o que acontece. Eles sabem que estou aqui, mas não sabem quem sou ou, se sabem, ainda não fizeram nenhum movimento. Tenho de continuar a andar.

Eu conseguia senti-los á minha volta, através da Terra. O meu poder mutante era Geocinese, o controlo do elemento clássico Terra. Mas apesar de eu senti-los não podia usar o meu poder ou eles saberiam exatamente quem era o mutante ali. Um deles passou ao meu lado e tremi. Ele olhou para mim e senti o pânico a aumentar. Ele levantou uma sobrancelha, como se estivesse a avaliar-me.

–É este! - Gritou o Caçador tentando agarrar-me.

–Porra! - Exclamei enquanto desviava das mãos do homem.

Fiz um movimento com o pulso e um espinho de Terra penetrou a perna do homem.

–AHHHH! - O Caçador gritou de dor e ficou imóvel olhando para a perna.

Começei a correr, empurrando as pessoas à minha frente, e os Caçadores começaram a perseguição. Eu ouvia-os a gritar ordens entre eles e para as pessoas. Estas últimas, por usa vez, afastavam-se cada vez mais, deixando-me exposto.

Eles começaram a apróximar-se e percebi que não tinha hipótese se não usa-se os meus poderes. Mesmo não querendo mostrar a todos os meus poderes, não tinha escolha. Saltei e levantei os braços no ar. Um disco de terra levantou-se do chão, ficando a pairar. Aterrei lá em cima e guiei o disco em direção a uma rua mais fina, na tentativa de chegar a outra rua populada. Apesar do meu plano, a rua era um beco sem saída.

–Ele está aqui! Vamos!

Eles estavam a chegar e o pânico estava a aumentar consideravelmente, afetando o controle sobre o meu poder.

Uma porta abriu-se onde antes era apenas uma simples parede, e uma velhinha pôs a cabeça de fora:

–Entre Samuel.

Eu olhie para a senhora e de seguida para os homens que se juntavam á entrada do beco.

–Rápido ou quer is para um campo?

–N-não. - Disse entrando na casa.

Lá dentro estava escuro e a porta atrás de nós desapareceu. De repente a sala iluminou-se e a senhora que me tinha ajudado antes estava sentada numa cadeira vermelha, assemelhada a um trono. A cadeira era tudo o que a divisão continha.

–Samuel Beaumont, tenho uma missão para ti. - Disse olhando-me nos olhos. - Tanto pontêncial... - Sussurrou.

De repente os olhos dela ficaram brancos e opacos, como se estivesse cega e ela começou a falar.

–Samuel, você sobreviveu até hoje para cumprir o seu destino: salvar a raça Homo Potentia das garras dos humanos preconceituosos.

–Mas eu não sou poderoso, como é suposto eu salvar uma raça inteira?

–És muito mais poderoso do que pensas, mas nesta perigosa jornada não estarás sozinho, terás amigos que te ajudarão.

–Eu não conheço nenhum mutante!

–Para de me questionar! Eu é que tenho visões aqui, eu é que sei.

–Ok, como queira, mas perciso de descançar primeiro.

–Ok.

De repente senti muito sono e nao aguentei. Caí no chão a dormir.