Quando Nada Mais Faz Sentido escrita por Liran Rabbit
A única que eu me lembro foi que eu tinha sido levada, para longe da minha recém amiga, longe do meu amor, e dos meus amigos.
A escuridão me cercava, começava a subir em mim e me prendendo pelos braços. Medo. Comecei a gritar em desespero e uma areia negra cobriu minha boca e logo cobriu o meu rosto todo, o ar ia diminuindo rapidamente e a ultima coisa da qual eu pude pensar antes de apagar foi "Eu te amo Jack!"
Quando eu consegui recuperar minha consciência, abri os olhos devagar e via que estava em um lugar com pouca luminosidade e várias coisa penduradas cercando o local. O ar gélido dava a impressão de que toda a felicidade tinha sumido, tinha sido tirada a força com desespero.
Eu me levantava aos poucos com uma certa dificuldade, meus olhos ardiam e meu braços doíam, mesmo para me sentar e ter de mover as pernas parecia um sacrifico. Parecia que eu tinha sofrido um acidente de carro. Me levantando e parecendo mancar, segurei as paras da gaiola imensa que me prendia e comecei a tentar ver se conseguia de alguma maneira ver se elas eram frágeis de se quebrar, há como eu sou tola a ponte de pensar nisso.
— É inútil. - Uma voz fria e vazia preencheu o lugar como um eco.
Uma sombra parecia refletir de parede em parede mau iluminado. Essa sombra tinha ganhado forma e logo no solo, não distante da gaiola, um homem pálido com um enorme sobre-tudo mantinha um sorriso em seu rosto.
— É bom conhecê-la, Elizabeth. Jack parece gostar muito de você.
— O que você quer?
— Você parece com medo, pequena Elizabeth, mas o que seria? E a resposta é eu quero vingança. - Seu sorriso tinha ficado maior e mais assustado.
— Ele não pode morrer! - Falei escondendo meu orgulho de que os esforços dele eram inúteis.
— Claro que ele não pode, mas você sim pequenina.
— Você não . . . - Minha voz falhou para poder completar a frase.
— Não nunca mataria você, mas do que adiantaria? Não eu trarei ele para a escuridão ai então. . . Ele perderá tudo ai que te matará? Ele.
— Como vai fazer isso? Já ouvi que você poderia ter feito isso com Sadman mas não deu muito certo.
— Sandy era apenas uma pedra no meu caminho e ele não era útil no final das contas. - Ele deu de ombros.
Ele ficou de costas para mim e pude ver que um de seus cavalos ou pesadelos entrou na sala histericamente.
— Ou calma o que houve? O QUÊ?! Como vocês deixaram passar?! Está bem, eu irei dar uma volta pequenina mas logo voltarei para te fazer companhia.
Ele saiu do lugar, restava apenas o silêncio. Ótimo! Quem será que estava atacando?! Pera, será que era Jack e os guardiões? Meio impossível mas era uma palpite plausível.
Alguma coisa estava fazendo com que o ar começasse a ficar mais frio e um vento veio do nada em direção apenas a gaiola da qual eu estava. O vento pareceu forte demais que fez a gaiola balançar muito me fazendo cair, alguma coisa se prendeu a ela.
— É tão bom vê-la bem meu amor. - A voz parecia chorosa e eu a reconheci de imediato. Era Jack.
— O que você tá fazendo aqui? Você é louco o Breu pode...
— Ele não pode nada, estão distraindo ele. E eu vim aqui te salvar, agora se afaste!
Me arrastei para o outro lado e ele congelou uma parte da gaiola. Quebrando-a logo em seguida ele entrou e estendeu sua mão para mim. Mas antes que ele conseguisse abrir a boca para falar, os olhos dele se arregalaram e ele olhou para seu casaco azul. Cobri minha boca com as minhas mãos, um tom avermelhado tinha cobrido boa parte do seu casaco e logo em seguida uma areia negra começou a surgir os cercando pela cintura. Ele se ajoelhou e eu o segurei antes de cair completamente.
— JACK?! JACK! Ai meus Deus! Você!! Você o... O matou...
— Não, infelizmente ele vai voltar, mas para o lado da escuridão. Mande lembranças por mim.
Ele desapareceu me deixando sozinha segurando o corpo frio de Jack, o sangue se espalhara para as minhas roupas e não demorou muito para todos os guardiões aparecerem ali, eles ficaram espantados e assustados de inicio mas logo, Fada e Sandy ajudaram a me retirar junto com Jack daquela coisa horrível.
A coisa mas difícil foi tentar me manter longe dele, queria toca-lo, me sentia tão culpada, é minha culpa ele estar assim.
Voltamos para o Polo e North, Sandy e Bunny o levaram a uma sala para cura-lo. Fada e Alex ficavam me consolando enquanto eu, bem eu apenas chorava, me culpava e metia na cabeça que tudo, desde que nós nos conhecemos, se não tivesse conhecido ele, isso nunca teria acontecido.
— Você já pode vê-lo Lizzy, mas se acontecer alguma coisa, por favor grite, ele não parece nada bem. - North entrou na sala com um ar deprimido.
Não esperei ninguém falar mais nada, corri pelos corredores em direção a sala que ele se encontrava. Abri a porta devagar e vi que o quarto tinha apenas um abajur ligado, andei até a cama e me sentei ao lado do corpo dele e comecei a chorar novamente, ele usava ainda o capuz do casaco e virei seu corpo para mim e tirei um um pouco de seu capuz e me assustei. Sua pele estava mais escura, sombria e seus cabelos não tinham mais aquele branco maravilhoso e sim estavam negros.
Seus olhos se abriram devagar e ele olhou para mim.
— L-Lizzy...
— Sim sou eu, Jack... Você não deve se esforçar muito.
— Faça essas vozes irem embora, eu não aguento mais... - Lágrimas tímidas apareceram em seu rosto, duas a três.
— Não tem vozes Jack... - Sequei suas lágrimas.
— Você também está chorando. Não chore. Você está finalmente a salvo e comigo. - Uma de suas mãos veio ao meu rosto o acariciando.
— Sim, estou finalmente com você e... Jack suas mãos estão negras!
— Deve ser outra coisa.
— Não realmente elas estão negras! - Peguei a mão do meu rosto e coloquei para ele ver.
— Deve ser o que o Breu fez em mim, já passa você vai ver.
E realmente o que ele tinha falado não aconteceu, ele apenas tinha ficado pior.
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