-O que você quer?

-Você sabe muito bem o que eu quero. – Ele disse. Sim, ele. Scorpius Malfoy.

-Devia? – Perguntei e ele riu fraco. Scorpius estava estranho hoje. Não parava de me olhar e esse olhar... Bem, não é o mesmo de sempre.

-Devia! – Ele gritou. – Devia... – Sussurrou de novo. Ele começou a chegar mais perto e logo me prensou na parede.

-Scorp...- Comecei e logo fui interrompida por um dedo em meu rosto.

Ele estava a centímetros de mim e logo um empurrão poderia acabar com essa pequena distância. Mas eu queria certo? Ou talvez não, porque eu ainda sou leal ao James. Mas há exatas 4 horas atrás eu queria isso mais do que tudo. Argh! Isso não pode estar acontecendo.

-Você é tão... Perfeita. – Ele disse passando seu nariz em meu pescoço. Isso me deu arrepios.

-O que você quer? – Perguntei de novo na esperança de que ele dissesse algo. Ele apenas desceu uma de suas mãos até minha cintura e continuou com a outra no me rosto. Estremeci e logo ele começou a olhar nos meus olhos. Não era ele. Não era o Scorpius. O feitiço/poção tinha, por algum motivo incerto... Aumentado. Como se ele tivesse piorado.

-Scorpius, me solta. – Protestei e ele segurou minhas mãos. – Scorpius!

-HEY! - Ele ia me beijar. Eu disse “IA”, não beijou, pois logo ele estava no chão desacordado. James o havia dado um soco. Scorpius agora se encontrava no chão desmaiado. E eu? Bem, eu estava em choque com tudo isso e continuei na parede.

-Você está bem? – James perguntou. Eu não sabia se estava bem. Eu não sabia de mais nada. Minha única reação foi abraçar James.

-Eu... – Não saiam palavras da minha boca. Era como um bloqueio. – Eu não sei. Não era ele, não era o Scorpius, Jay. Algo de mais grave está acontecendo. – Me soltei e olhei pra James. Ele me olhava com dúvida, mas sabia o que estava acontecendo.

Antes que pudéssemos fazer algo, Scorpius já estava acordando. Não foi um soco forte o bastante para deixa-lo desacordado por tanto tempo.

-Ai... – Ele gemeu pondo a mão na cabeça. – O que...? O-o que eu estou fazendo aqui? Por que a minha cabeça dói tanto? E por que parece que eu levei um soco daqueles de quem estava pegando a namorada de alguém? – Scorpius disse num fôlego só.

-Porque você estava pegando a MINHA namorada. – James disse e já ia pra cima de Scorpius – que estava com uma cara confusa – mas eu o segurei.

-Droga... – Scorpius sussurrou. – Droga, droga, droga! – Ele gritou com raiva dessa vez. – Era o que ele queria! Exatamente isso! – Scorpius começou a falar. Eu e James não estávamos entendendo nada.

-Do que você tá falando? – James perguntou. Scorpius o olhou com um olhar meio sinistro e se levantou, vindo em nossa direção. Dei dois passos para trás de James.

-Onde está a Stella? – Ele perguntou aflito. Aflito? Isso mesmo, aflito. Algo o perturbava.

-Eu não sei, talvez no salão. – James falou e logo Scorpius saiu correndo em direção ao salão. Eu e James nos encaramos confusos, mas ninguém pronunciou nada. Até agora.

-Eu sinto muito... – James falou. – Eu falei aquilo tudo... Da boca pra fora. – Não o deixei terminar e logo o beijei. Mas logo parei, não tínhamos muito tempo, afinal, algo ruim estava acontecendo.

Seguimos Scorpius até o salão e ele estava parado na porta meio desesperado.

-Cadê ela? – Ele sussurrou.

-Quem? – Perguntei. Ele deu um pulo e praticamente gritou ali. Isso é que é estar assustado.

-Ah! Meu Deus Rose, não faça isso de novo! – Ele exclamou. – Stella. A gente tem que encontra-la antes dele. –Dele? Quem é ele? Scorpius não parou de falar desse cara até agora e eu quero saber quem é.

-Ele quem? – Perguntei.

-Você vai saber. – Scorpius respondeu. – Na hora certa. – E saiu correndo.

-Scorpius! – Gritei enquanto corria atrás dele. – Eu preciso saber quem ele é! Preciso ajudar vocês! – Continuei correndo atrás dele. Nós estávamos em um corredor afastado, onde ninguém passava durante á noite.

-Você não pode nos ajudar! Ninguém pode! – Ele disse fazendo gestos com as mãos. Ele estava bravo, preocupado, aflito, vários tipos de emoções misturadas de uma vez.

Continuamos correndo pelos corredores e subindo escadas, seguindo Scorpius, até que ele parou. Eu conhecia aquele corredor. O corredor da sala precisa. Estávamos parados exatamente onde uma porta estava se abrindo. Mas estava tudo escuro, não se via nada.

-Se tivermos sorte... Stella ainda estará viva. – Scorpius falou e andou em direção á sala. Eu e James estávamos hesitantes em entrar, mas eu preciso saber quem é ELE.

POV Chris

James e Rose tiveram outra briga. Eu estou realmente cansado de vê-los brigando, mas é o que casais fazem. Por isso eu acho que não vai rolar comigo e a Martha.

-Por que você acha que eles brigam assim? – Martha perguntou. Seus olhos me encaravam como se ela me perguntasse “Será que seriamos assim também?”.

-Eu não sei. Mas eu não me importo, não vou entrar no meio deles, não ia ser legal. – Falei. Começamos a nos encaras e depois de segundos o silêncio entre nós começou a ficar constrangedor. Quando eu finalmente ia abrir a boca, alguém me cutucou. Era Stella. Eu nunca na vida falei com ela então achei que isso foi estranho e repentino.

-Chris. – Ela falou. Stella não estava com uma aparência muito boa. Ela estava meio aflita e preocupada, como se estivesse fugindo de alguém. – Onde esta o James? – Ela perguntou. Estava praticamente com os olhos arregalados.

-Eu não sei. Ele saiu atrás da Rose. Por quê? – Falei. Stella deu um suspiro e bateu o pé no chão.

-Droga. Se o achar fala que eu preciso falar com ele. – Ela disse e saiu correndo. Olhei pra Martha e ela também estava sem entender.

POV Stella

Eu precisava achar James. Precisava contar o que estava acontecendo. Precisava falar tudo. Quem estava por trás disso, quem estava fazendo de mim e Scorpius seus fantoches. Antes que ele descubra o meu plano. Ele iria me matar, literalmente, matar.

Vaguei pelos corredores a procura de James, mas só o que eu achei foi a última pessoa que eu gostaria de ver. Ele.

-O que esta fazendo aqui? – Ele perguntou. Me afastei lentamente. O corredor que estávamos era praticamente deserto, ninguém passa por aqui á noite.

-Só... – Engoli em seco. – Passeando. – Falei e já ia embora quando senti um braço me segurando e tapando a minha boca. Comecei a me debater, mas ele era maior e mais forte que eu.

-Eu sei o que você estava fazendo. – Ele sussurrou no meu ouvido. – E não vou deixar que você continue. – Ele disse e tampou o meu nariz. Eu não conseguia respirar de maneira alguma. Logo minhas pernas começaram a ficar moles e eu sentia que minha cabeça e meu pulmão iam explodir. Minha visão começou a ficar embaçada e logo tudo escureceu e a última coisa que vi foi o chão.