Minha melhor amiga escrita por SraWeasleyPhelpsDiAngelo


Capítulo 25
XXIV


Notas iniciais do capítulo

Olá, meus tão queridos leitores!
Como sempre, me obrigo a pedir desculpas pela demora a postar o capítulo. Estava muito confusa e indecisa sobre este. Mesmo assim, espero que possam aprecia-lo bastante. Quero opiniões sobre o que estão achando dos nossos últimos capítulos. Antes que cheguem cheios das dúvidas, realmente não tenho previsão para o próximo capítulo, muito menos para o fim da fic. Porém, sinto que não vai tardar muito. Espero que acompanhem Misty até o fim. Vocês sabem, ela ficaria feliz em saber que tem gente que se importa ;) Encontro vocês todos nas notas finais :D



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[Flashback On]

Domingo, por volta das vinte e uma horas e trinta minutos.

Ela fez um esforço grandioso quando me viu ali, insana.

“Alucinação!” um grito agudo saiu de sua garganta.

“Shh, meu amor” pedi “Vim salvar-nos.”

“O quê? Não quero mais ter alucinações com você!” ela berrou.

Estava estirada numa grande mesa de aço; braços e pernas esticados e acorrentados. Toquei-lhe a face.

“Veja, não sou uma alucinação, Nana! Precisamos sair daqui, antes que aquele monstro acorde.” Falei.

“Miss... É você! O que você faz aqui? Achei que tinha deixado-a a salvo! Eles a pegaram! Preciso tirá-la daqui!” Nana começou a sacudir as correntes.

“Nana, ei, acalme-se!” segurei seu rosto manchado de sangue “Ninguém me trouxe aqui. Vim salvar-nos, a nós duas!”

“O quê?” ela ofegava.

“Ainda não entendeu? Eu estou aqui para que fiquemos bem.” Sorri “Entende?”

“Você está louca, Misty? Por que veio até aqui?” ela choramingou “Preciso me soltar!” recomeçou a sacudir as correntes.

Ela parecia estar economizando suas forças para momentos realmente úteis. O sangue saía por ferimentos em seus pulsos, rosto, calcanhares e barriga. Só uma camisola branca impedia sua nudez. As lágrimas, tão avolumadas, escapavam pelas bordas de seus olhos verdes e brilhantes. Enquanto ela grunhia, fazendo força para soltar-se, eu tive um surto. Agachei-me e enterrei meu rosto nas mãos. Minhas primeiras lágrimas surgiram. O que eu fazia ali? Quais pensamentos me guiaram àquilo? Fiquei paralisada por algum tempo, até ouvir um barulho diferente dos insistentes cliques das correntes. Olhei para cima; Nana caía da mesa metálica, ao meu lado. Agarrei-a. As correntes continuavam em seu corpo, porém não mais na mesa.

“O que vamos fazer?” minha voz, rouca, saía.

“Eu consigo tirá-la daqui.” ela sussurrou “Só faça o que eu pedir, por favor.”

Assenti, sem protestar por ela não ter se incluído. Eu não a deixaria para trás.

Antes de nos levantarmos e agirmos, ela chupou o sangue de seus pulsos e calcanhares. Então, passou a camisola no rosto.

“Como você entrou? Você viu os outros?” ela indagou, enquanto levantava-se.

“Sim, eu os vi. Um saiu e eu bati no outro.” Respondi, apressadamente.

“Você o quê?”

“Eu bati no que ficou... O Gardenn. Eu soquei pedras na cabeça dele e ele caiu.” Expliquei.

“Espera, você derrubou o Gardenn?” ela fez uma pausa, enquanto eu concordava “Você está bem?”

“Não” disse o que ela, provavelmente, já sabia “E-eu só achei que, já que não consigo ficar sem você, poderia te buscar.”

“Não, você sabe que não. Eu me entreguei para salvar sua vida, Misty. Era lá que você devia ter ficado! Entende o risco que corre?”

“Eu não ligo! Estou aqui por você!” aumentei meu tom de voz.

“Eles podem te matar!” ela gritou.

“Morreremos juntas!” gritei de volta.

“Você está completamente maluca! Eu posso te matar!” ela esbravejou, assustando-me de verdade “É isso, Misty. Minha transformação não está completa! Se estivesse, eu seria como eles... Sem compaixão, sem amor ou qualquer outro sentimento. Eu só pensaria em alimento e continuação da espécie... E-eu poderia estar sugando todo o seu sangue agora...” apenas um fiozinho de sua voz restou antes de ela engasgar e chorar ainda mais.

“Mate-me, se puder, Nana.” Respondi, depois de alguns minutos de reflexão “Eu mereço. Meu atrevimento, meu egoísmo. Tudo que você fez foi pra minha proteção e eu joguei tudo pelos ares.”

Ela encarou-me nos olhos. Suas pupilas estavam dilatando-se. Seus dentes, notei, não estavam para dentro desde quando eu chegara. Ela murmurou para mim:

“Sabe, se você quer estragar meu trabalho, as consequências são todas suas. Porém, eu não quero jogar no lixo o motivo pelo qual estou aqui. Vamos logo.”

Enfrentei aquelas palavras como um grande tapa na cara. Eu já sabia que essa reação era bem possível. Eu esperava por isso. Afinal, a razão era pertencente toda a ela. Nana só se entregara para me deixar a salvo, em casa, e eu... Bem, fiz o que fiz, sem nem pensar nas verdadeiras consequências. A gente não sabe direito o que está pensando até se dar conta de nossos erros. Aprendi isso do modo mais difícil. E, ela não queria estragar o motivo pelo qual estava lá... O motivo era eu; era por mim, afinal de contas, que Nana estava com aquelas criaturas horríveis. O problema é que ela era quase uma delas.

Apenas a segui para fora daquela sala de pedra, iluminada apenas por algumas tochas. Encontrávamo-nos novamente naquele corredor malcheiroso. Andamos em direção ao salão principal. Minutos depois, paramos na abertura do salão cheio de armários. Olhamos; ao chão, caído, estava Gardenn.

“Fique aqui, vou checa-lo.” Ela avisou.

“Está bem” murmurei.

Nana inclinou-se sobre o cadáver ao chão. Segurou com força seu pescoço, ele mexeu-se. Apertou ainda mais, usando as garras recém-crescidas. Ele abriu os olhos grandes de íris vermelhas. Nana conseguiu dar uma joelhada no estômago dele.

Meus olhos arregalaram-se, ainda cheios de lágrimas, sem que eu notasse. O homem parecia sufocar. Ruídos secos explodiam de sua garganta. As garras de Ariana furavam sua pele fria, enquanto ele se debatia. Outra joelhada amassou as costelas de Gardenn. Suas proeminentes presas apareceram quando ele abriu sua bocarra.

“Foi legal fazer isso comigo?” ela esperneou “Agora, vejo por que fizeram! É divertido!” ela chorava, enquanto falava isso.

Cobri meus olhos, escutando os grunhidos de dor dele. Quando olhei de novo, as garras dele estavam na cintura dela. Outra joelhada desceu em seu intestino. Ela mordeu o interior dos lábios dele.

“Agradeço por tudo! Até pelo doce beijo!”

Diante daquela cena, era difícil querer ficar parada, todavia, mais difícil ainda era conseguir mover-me. Gardenn começou a mexer-se menos. Finalmente, Nana soltou seu pescoço, mas apenas para socar-lhe a face. As correntes batiam nas bochechas dele, a cada soco. Virei o rosto com um gemido de agonia, agachando-me.

Então, senti uma mão em meus ombros, não sei quanto tempo depois.

“Vamos.”

“O que fez?” perguntei, ainda sem conseguir me livrar daquela cena que durara tanto.

“Ele só está desacordado. Não se preocupe, ainda não consigo matar de novo.”

O atordoamento que essa fala me causou foi tão grande, que levantei-me e, sem saber mais o que fazer, joguei-me em seus braços, esperneando como um bebê.

“Por favor, me perdoe! Por favor! Eu sei que isso não foi certo, mas se soubesse como é difícil ficar sem você! Por favor!” minha voz extinguia-se aos poucos.

Pensei em quando ela me confessou que matara um homem... Pensei em como corríamos perigo. Pensei, principalmente, em como eu era ingrata.

Nana agarrou minha cintura.

“Perdoaria você mesmo que tivesse matado alguém.” Ela sussurrou “Como teve a compaixão de fazer comigo.”

Eu ofegava, sem conseguir dizer mais nada. A força com a qual eu a abraçava não se equiparava com a qual ela podia usar comigo, mas ela parecia muito bem controlada. Beijei seu pescoço e cheirei-o. Claro que cheirava a sangue, mas, acima de tudo, tinha seu cheiro... Eu sentia-me protegida e segura perto daquele abraço. Encostamo-nos à parede gelada daquela caverna. Só queria poder tê-la em meus braços mais alguns minutos. Sem beijos nem nada, só seu abraço.

Quando ela notou que eu já estava mais calma, empurrou-me delicadamente olhou em meus olhos, dizendo:

“Podemos?.”

“S-sim. É claro que podemos. Quanto antes sairmos daqui, melhor. Teremos mais tempo para abraços.” Sorri.

Ela sorriu com o canto da boca. Sabia tanto quanto eu que aquilo não era verdade.

“É claro” respondeu, então, perguntou: “Que horas eram, mais ou menos, quando você entrou aqui?”

“Acho que havia anoitecido há algumas horas... Talvez, por volta das vinte uma horas...”

“Então, provavelmente, temos pouco tempo.” Ela falou.

Eu me dirigia ao grande salão, para a porta, quando ela me segurou.

“Não podemos sair por aí.”

“Por que não?” indaguei.

“Eles não me disseram como abrir a porta e eu não tenho como quebra-la.”

Meu coração disparou.

“Então... Por onde sairemos? Há outra saída?”

“Sim, eles já me levaram para lá... Mas é muito perigoso, mas não pior do que ser assassinada por eles, garanto.”

Engoli em seco.

“Certo. Como chegamos?”

“Subindo, é claro. É muito difícil, mas conseguimos.” Ela falou.

“Como assim?” perguntei.

“Misty, presta atenção, por favor.” Ela segurou meu rosto, como se fosse minha professora querendo me ensinar uma lição “A saída fica no topo da montanha. Vou leva-la até lá e, então, desceremos, tudo bem?”

“Como?” exasperei-me ainda mais.

“Vou carregar você, ok?” ela censurou minha perda de calma “Há um elevador por aqui, mas não sei onde. Eles nunca haviam me tirado daquela sala.”

“Ok...” respirei fundo.

Ela segurou minha mão e cruzamos o corredor, torcendo para que conseguíssemos sair dali. Tudo que queríamos era estar juntas e bem! Entretanto, tínhamos certeza que o máximo que poderia acontecer, com muita sorte, era sairmos a salvo, mesmo não estando bem.

[Flashback Off]


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Notas finais do capítulo

Não desejem minha morte... Não sei o que vão me falar sobre esse capítulo, mas gostaria muito de saber o que acharam. Sei, não teve muita ação nem nada assim, só que eu quero revelar tudo aos poucos. Mas gostaria muito mesmo se comentassem e me dissessem o que estão pensando sobre tudo! Me digam o que acham que vai acontecer e coisas assim! É muito legal saber os pensamentos de vocês :) Obrigada por tudo, leitores! Sem vocês, não teria inspiração nem incentivo! Beijos, até os comentários - ou o próximo capítulo!



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