Raios De Luz escrita por Noderah


Capítulo 7
Defendendo o Sol


Notas iniciais do capítulo

Olá, leitores! Este capítulo esta bem grande e muito caprichado. Eu não entendo nada sobre pistolas, e foi difícil escolher, por tando tive a ajuda do meu grande amigo, entendedor e especialista, Gabriel Schaefer - que irá ser nosso especialista e me ajudará em momentos como esses - e o apoio de Victor Ditlevsen - te amo.
Boa leitura!



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     Falkon me guiou até as escadas, onde parou a beira delas e me mandou subir. As escadas em espiral davam até um corredor extenso onde tinham cinco portas, todas feitas de madeira lisa e escura. No final do corredor tinha uma mesa pequena com um vaso, mas sem flores.

     - É a porta a esquerda, a segunda porta. – Falkon disse sobre o meu ombro.

     Enquanto eu andava até a porta, o piso estalava. Abri a maçaneta. Era obviamente um quarto de visitas, uma cama de casal um pouco menor, com lençóis e cobertor brancos, quatro travesseiros e uma pequena almofada; A cama tinha dois postes um pouco mais altos que eu. Dois dos lados da cama tinham dois criados mudos com abajures. Em frente à cama, um móvel com três gavetas largas e uma rosa amarela em um vaso comprido e elegante. Ao lado da cômoda, uma janela com cortinas que caiam até o chão.

     O assoalho era da mesma madeira da porta, o que dava uma boa ilusão.

     - Aquele é o banheiro. – Disse Falkon passando por mim e colocando a minha mala no chão ao lado da cômoda.

     Procurei o banheiro e achei uma porta da mesma tonalidade da porta principal. Parecia que eu estava em um hotel, tudo estava perfeitamente... Perfeito.

     - Obrigada por isso tudo.

     Sentei na cama e coloquei a bolsa ao meu lado, encarei meus sapatos.

     - De nada, Fox.

     Falkon se apoiou na parede em frente a mim.

     - O meu quarto é esse ao lado. – Ele apontou com a cabeça – Qualquer coisa, pode entrar, eu durmo tarde ou não durmo.

     - Você deveria, parede cansado. – Falei percebendo como seus olhos pareciam pequenos com as pálpebras caídas.

     - Tenho dormido pouco esses dias e com você aqui, não sei se vou conseguir.

     Ruborizei com meu pensamento.

     - Você pode dormir, eu fico de olho em você... Está à tarde ainda. – Passei a mão no cabelo e olhei para o lado.

     Só a menção de Falkon dormir e eu ficar o olhando, o fez ruborizar também. Ele riu e tirou uma mecha de cabelo do meio do seu rosto.

     - Talvez quando voltarmos. Antes precisamos ir ao mercado, venha na cozinha comigo, veja do que precisa.

     - Ah, eu não preciso comprar nada, não. – Neguei com a cabeça.

     - Claro que precisa! Vai ficar aqui uns meses.

     “’Meses’? Como assim?”

     - Falkon, o que eu vou dizer para a minha mãe?

     Falkon se recompôs em um pulo e se aproximou de mim. Ele se abaixou até quase manter a cabeça na mesma altura que a minha.

     - Chame-me de Falk. Você poderá visitar sua mãe nos finais de semana. – Ele sussurrou.

     Engoli em seco. Não pude evitar sentir medo dele, Falkon já tinha querido minha morte também.

     - Certo.

     Falkon se endireitou e saiu do quarto, ouvi-o descer as escadas e fui atrás. Ao chegar à cozinha, tentei captar os outros pontos. A parede era forrada de armários ônix como o balcão, tinham duas pias e uma mesa pequena de ônix no canto da cozinha. O fogão de oito bocas descansava no canto. Embaixo dos armários um longo balcão seguia até dar a volta inteira na cozinha. Seria um bom lugar para eu cozinhar...

     - Você tem um espaço e tanto aqui... Sabe cozinhar?

     Falk abriu a porta de um dos armários e olhou para mim.

     - Não... Mas tem razão... É um bom espaço. – Ele apontou para dentro do armário vazio – Pode colocar o que comprarmos aqui.

     O interior do armário era fundo e composto por duas prateleiras, era um pouco alto, mas me esticando eu conseguia alcançar o fundo da última prateleira.

     - Meio grande para o tempo.

     Falk deu de ombros e sentou na bancada.

     - Sabe cozinhar? – Cruzou os braços em frente ao corpo.

     Me apoiei no balcão.

     - Sei.

     - Ótimo! Só tenho comido comida chinesa a um tempo, já. Pode fazer as refeições?

     - Fico feliz em ajudar.

     E ficava mesmo.

     - Vamos comprar, então?

     - Claro... Deixe-me só dar uma olhadinha.

     - Claro.

     Quinze minutos depois, cheguei a conclusão que Falk só tinha doces e besteiras em casa. Ele tinha energéticos, refrigerantes, sucos, queijos, presuntos, ovos, bacon, iogurte, lasanha entre outras comidas congeladas, chocolate e doces já abertos na geladeira; Tinha pacotes enormes e importados de doces nos armários. Balas de todas as cores e formatos, chicletes de todos os sabores e cheiros, chocolates de todos os lugares e custos. Falk era uma criança no corpo de um adolescente bonitão – ou a melhor palavra seria “modelo da Calvin Klein”? - e em forma.

     Depois de minha vistoria, encarei Falk por cima do ombro, minhas mãos ainda seguravam o último armário.

     - O que foi?

     - Você é louco. Todo esse açúcar vai acabar com você.

     - O que deu em você, Fox? Quando era criança você adorava balas. – Falkon chegou perto de mim, uma distancia perigosa. – Agora só toma café e come maças.

     Ele encarou o teto.

     - Eu cresci.

     Falk me olhou com pena. Cheguei a conclusão que não suportava aquele olhar dele.

     - Vamos logo.

     Já estava com a mão no carro quando ele pode perceber.

     Falk entrou no carro e seguimos para o mercado mais próximo.

     ...

     Escolhi vegetais, massas, temperos, arroz, carnes, frangos e frutos do mar de primeira qualidade. Estava acabando de comprar, escolhendo as frutas quando Falk falou:

     - Você está esquecendo o seu espaço no armário.

     Olhei para ele. Falkon estava apoiado no carrinho, me observando escolher as maças.

     - Aquele espaço é só pra você. Isso ai é para as nossas refeições, certo?

     - Bom, sim. Eu não preciso de nada só meu.

     - Todos temos coisas só nossas, você tem também... Menos segredos, eu não quero segredos entre nos.

     Falkon andou um pouco mais com o carrinho, me prendendo entre ele e seu corpo.

     - Não temos segredos.

     Me aproximei rápido de Falkon fazendo-o recuar assustado, no ritmo que eu me aproximava, até ele permitir que eu passasse. Sorri e passei por ele, coloquei as frutas no carrinho e fui até a sessão de café. Havia um corredor inteiro só para chocolates quentes, café e chá. Eu poderia levar todos os cafés ali, mas ao ver todos os grãos importados, permaneci calma. Ninguém poderia ver a minha excitação interna...

     - Pode levar todos. – Falkon disse atrás de mim.

     ... Além de Falkon.

     - Não... Claro que não. Escolherei dois ou três.

     Me aproximei da primeira estantes, cheia de cafés africanos. Minha mãe disse que os brasileiros eram os melhores, procurei-os, eles estavam bem ao lado. Aquele corredor estava empesteado do aroma de café, eu poderia ficar lá o dia inteiro só escolhendo café.

     - Como você consegue gostar disso? É tão amargo. – Disse Falkon abraçando cinco caixas de chocolate quente.

     - Eu gosto. – Dei de ombros.

     Passei os dedos sobre as caixas, pegando os melhores e separando-os no carrinho para uma vistoria. Devo ter ficado lá uma hora inteira, Falkon já estava sentado no chão quando decidi entre o café australiano e o holandês.

     - Vai ser esse. – Levantei a caixa de café australiano.

     Coloquei-o no carrinho com cuidado, ao lado do brasileiro e do italiano.

     - Podemos ir. – Olhei para Falk.

     Ele ficou me olhando todo esse tempo. Ficou me olhando enquanto eu pegava o leite fermentado, meu suco de soja, meus pães doces e o mel.

     Eu não tive tempo de procurar a carteira, Falkon tirou o dinheiro do bolso e pagou todas as compras, que eu espiei, tinham dado um preço alto demais – Sei que a culpa foi minha, sei que foi o café, não devia ter deixado...

     - Como você tem tanto dinheiro? – Perguntei quando estávamos voltando para a casa de Falkon.

     - Me mandam, eu trabalho, parentes... – Falkon disse dando de ombros.

     - Você trabalha?  No que?

     - Você não é a única que eu caçava... Bom, para morte... Era. Mas me contratavam para descobrir onde pessoas estavam, essas coisas.

     - Confiavam em você? – Eu me referia a ele ser um adolescente, Falk pareceu entender.

     - Eu pareço mais velho do que sou, Fox.

     - Quantos anos você tem?

     - Quantos anos você acha que eu tenho?

     Parei para pensar.

     - Vinte, 19...

     Falkon riu.

     - Dezessete. Viu?

     Olhei bem para Falk. Ele era um dos garotos mais bonitos que eu já tinha visto, seus olhos eram tão escuros que eram quase negros, mas eu podia enxergar suas áreas verdes, que eram perfeitas e tão verdes que me faziam pensar se eram mesmo quase negros. Pequenos pontos brancos cercavam seu globo ocular, deixando-o mais bonito e misterioso. O formato de seus olhos era perfeito, eles eram exatamente do mesmo tamanho, redondos e puxados para os lados, uma pequena cicatriz reta se repuxava embaixo de seu olho direito. Algumas rugas rondavam seus olhos, talvez de tanto encolher os olhos do sol. Suas sobrancelhas eram escuras e retas, mas faziam um pequeno arco no final. Seu nariz, reto. E sua boca... era carnuda e vermelha, como se ele tivesse andado mordendo os lábios, mas eu sabia que não era bem assim. Seus lábios faziam um formato perfeito e tinha um contraste maravilhoso com o resto do rosto, eles pareciam indestrutíveis, duros, mas mesmo assim confortáveis. O corpo inteiro de Falk parecia impenetrável e feito de pedra, mas mesmo assim convidativo ao meu corpo, ele era uma controvérsia para mim, uma pergunta; Tanto fisicamente, quanto em seu interior.

     - Você parece muito mais velho, Falkon.

     Falkon olhou para mim por um momento e voltou a observar o transito.

     - Isso é ruim?

     Será que era?

     - Não.

     ...

     Arrumei as compras com Falk e depois ele me mandou subir e arrumar minha mala, obedeci. Organizei minhas roupas nas gavetas e coloquei minha mala perto da parede, peguei meu roupão e o coloquei atrás da porta do banheiro. Peguei todas as bolsinhas com cosméticos e shampoos que iria usar diariamente e coloquei no banheiro, em cima da pia. Peguei uma calça jeans e uma blusa de botões, levei para o banheiro e tratei de tomar um banho rápido. Me vesti, coloquei um all star e desci as escadas, pronta para encontrar Falk e perguntar o motivo dele ter me trazido lá.

     Antes que eu pudesse abri a boca, Falk falou:

     - Vamos fazer um teste.

     Falkon estava sentado no sofá na frente das escadas, ele estava de costas para mim lendo o jornal de hoje.

     - Agora?

     - O quanto antes melhor.

     Falk jogou o jornal de lado e levantou-se, virou-se para porta e me chamou, eu o segui. Ele me guiou até o celeiro e lá, se aproximou de uma caixa pendura na parede, a abriu e ligou vários interruptores, que iluminaram o celeiro. Vários alvos estavam expostos no chão, em pé por pedaços de madeira bem ajustados; Tinha também uma mesa com rodas, coberta de armas e balas; E uma mesa coberta por um pano preto.

     Falk apontou para um armário de metal de portas duplas.

     - Venha cá.

     Aproximei-me cautelosa. Falk estendeu a mão para mim e me puxou para perto dele.

     - Sei que não confia em mim, mas não quero que se assuste, não vou machuca-la.

     - Deixa disso, eu confio em você, Falk.

     Ele sabia que era mentira, ele sabia que não era bem assim. Falkon engoliu em seco. Ele encostou minha mão na maçaneta e assentiu com a cabeça para mim. Puxei as portas, que alias eram muito mais pesadas do que eu imaginava, dentro do armário, várias e várias armas entupiam o armário. De todos os tamanhos, de todas as formas, de todas as cores. Não me assustei, não engasguei, pois não queria preocupar Falk.

     Ele se abaixou e posicionou o rosto na frente do meu, suas sobrancelhas franzidas.

     - Não esta afetada?

     - Não...

     - Escolha.

     Olhei as armas. Poucas eu reconhecia.

     - Não acho que conseguiria fazer isso.

     - Vai ter que... Pode até não ser sua arma principal, mas você precisa se uma arma, uma pistola, algo de longo alcance.

     Uma pistola pareceu melhor para mim, era pequena e parecia totalmente normal, sem nenhum artifício. Apontei para ela. Falk a tirou do lugar e a engatilhou, apontou lentamente para um dos alvos e fechou um dos olhos, ele a segurava com apenas uma mão.

     - Uma Glock 33. É usada como uma segunda arma, semi-automática. Calibre 357. Podemos colocar um silenciador nela, ficara perfeita, um pouco maior, mas perfeita. – Falk tirou os olhos da arma e olhou para mim. – Entende o que eu digo?

     - Semi-automática significa que é preciso aciona-la, mas não carrega-la o tempo todo, certo? E silenciador, um dispositivo que é colocado para evitar barulho...

     - Como sabe?

     - Já quis ter uma arma, pesquisei um pouco. – Falkon franziu as sobrancelhas. – Para Hans.

     - Oh. Sim.

     Falk se virou para a mesa de metal com rodinhas e passou os olhos por lá. Pegou um cano de aço, da mesma estrutura da pistola e o acoplou, deixando a arma mais alongada.

     - Pegue. Sua pistola esta decidida.

     Segurei a arma com as duas mãos, examinando todos os cantos.

     - Estamos fazendo isso porque alguém virá atrás de mim, certo?

     - Certo.

     Falkon se distanciou daquela mesa e foi em direção à outra, fui atrás dele, com a arma na mão. Falk tirou o pano da mesa, revelando várias outras armas, como arco e flechas, facas, dardos e espadas.

     - Agora, o mais importante, sua arma principal.

     - Tenho que escolher?

     - Não dessa vez. Dessa vez, a arma escolhe você.

     Encarei-o.

     - Que clichê.

     Falk riu e passou a mão no cabelo.

     - Tente todas.

     Apoiei a arma na mesa e peguei o arco. Peguei uma flecha ao lado e olhei para Falkon, ele sorriu e me levou até o alvo mais próximo.

     - Você tem que ter concentração, é algo difícil. – Falk passou a mão na minha, larguei a flecha no chão

     Falk me ensinou a segurar o arco e me virou de lado para o alvo, engoli em seco. Ele virou meu rosto para o alvo com suas mãos, coçou o pescoço e ficou atrás de mim, podia sentir sua respiração no meu pescoço, fazendo meus pelos se eriçarem. Segurou em meus braços e guiou-os para o esquerdo ficar totalmente esticado, enquanto o direito se curvava e mirava no alvo, soltou meus braços lentamente e endireitou minha coluna. Separou meus pés com os seus e levantou meu rosto, decididamente, segurou minha cintura e me curvou para a direita. Suspirou e se afastou para observar de longe.

     - Mantenha, mantenha... – Falk disse notando minha falta de folego.

     Segurar um arco era algo muito exaustivo, era o arco lutando contra mim. Falk pegou a flecha no chão e a posicionou bem devagar, para que eu lembrasse tudo. Encostando meus dedos em meus lábios e os encostando sem querer também. Afastou-se de novo e disse:

     - Mire, não demore, ou perdera o foco.

     Mirei no meio do alvo, fechei um dos olhos, como Falk fizera e suspirei, sem tirar um dos olhos do alvo. Soltei a flecha e ela acertou perto do alvo.

     - Bom, muito bom. Mas vamos continuar.

     - Bom? Foi incrível! Eu cheguei muito perto! Olha isso! – Apontei para o alvo olhando para ele.

     - Mas não acertou, e foi difícil, certo?

     Tinha sido difícil.

     - Quando estiver usando o certo, não vai ter dificuldades.

     Voltei-me para a mesa. Observei os instrumentos até ver algo que reconheci: dardos. Eles tinham pontas com penas vermelhas e uma afiada agulha.

     - Eu brincava com isso quando pequena... – Disse nostálgica.

     Peguei três dardos e andei até o segundo alvo. Olhei para os dardos em minha mão direita e suspirei, fazia tempo que eu não fazia aquilo. Me posicionei e atirei, jogando todo o peso do meu corpo para a frente, levantando uma das pernas e acertando o alvo. Fiquei um tempo encarando o alvo e piscando.

     - Conseguiu. É isso.

     Olhei para os dardos em minha mão. Os joguei um atrás do outro no alvo, acertando o mesmo ponto, fazendo o meio do alvo ficar divido em três.

     - Ótimo.

     - Não... Não pode ser isso, vou ser muito fraca.

     Falk me encarou. Ele me olhou de verdade, como se fosse meu professor. Aquilo me fez ficar bamba, sacudir minhas pernas e querer cair.

     - Não se subestime. Um dardo pode ter muitas funções se bem usado, pode ser envenenado, pode ser mortal, pode ser um aviso, apenas.

     Virei para a mesa.

     - Preciso de algo mais. Algo que de mais sustância.

     - Entendo... – Falk disse em um suspiro, contrariado.

     Toquei nas facas. Elas tinham tamanhos diferentes, mas todas faziam parte de um conjunto de seis, todas prateadas.

     - É uma boa.

     Peguei as facas e fui ao terceiro alvo, coloquei-as no chão e peguei uma, de tamanho mediano.

     Posicionei-me como se fosse lançar um dardo e a joguei. Abaixei-me e peguei outra, até acabar. Minhas facas ficaram grudadas na madeira, não no meio, mas relativamente perto, em círculo.

     Falk assobiou surpreso.

     - Nunca vi isso. Muito bom. Vamos te treinar para ser uma atiradora, de qualquer coisa cortante... Mas dar prioridade aos dardos.

     Sorri para ele. Falk hesitou, sua boca se abriu um pouco e ele ficou me olhando.

     Ri dele e tirei as facas do alvo. Observei-as melhor, a ponta cortante era arredondada, o outro lado era reto até se entortar para o lado do corte e forma uma ponta. Pressionei o dedo na ponta e não foi preciso muita força para fazer uma pequenina bola de sangue, larguei a faca no chão junto com as outras e enfiei o dedo na boca, sentindo o gosto ferroso do meu sangue.

     - Merda. – murmurei.

     Rapidamente Falkon estava ao meu lado, puxou meu dedo e o enrolou em sua camisa, pude ver o sangue passando do tecido e parar.

     - O que está pensando? É masoquista? Ou melhor, sadomasoquista.

     - Sadomasoquista?

     - Quando você se machuca me machuca também. – Falk parou e olhou para mim.

     - O que me fez lembrar que ainda não cumprimos o contrato... – Ele disse olhando para os meus lábios ligeiramente abertos.

     - Nem vamos agora. – Fechei a boca.

     - Certo... Certo. – Falk se afastou.

     Ele tirou meu dedo de sua camisa e observou o corte. Dava para ver um pequeno furinho na ponta do meu dedo, Falk enfiou a mão no bolso e tirou de lá um curativo. Enrolou meu dedo e me olhou. Segurou meu dedo e beijou a ponta, ruborizei drasticamente.

     - O que esta fazendo?!

     - Cuidando de você. Venha, está bom por hoje.

     Falk me puxou e voltamos para dentro de casa. Observei o curativo, tinha coelhinhos brancos e bolinhas pretas no curativo rosa. Preparei o jantar e comemos, Falk parecia contente.

     Depois de lavarmos a louça, sentamos em frente a TV. Falkon levantou-se e quando voltou, segurava uma pequena caixa em suas mãos.

     - Foxie, você foi preparada a sua vida toda para receber isso. Acho que está pronta.


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Notas finais do capítulo

Sei que vocês estão se mordendo para ver um beijo - ou melhor, o contrato sendo lacrado por Fox e Falk -, mas a história tem que fluir primeiro. Calminha.
Esperem o próximo capítulo,
Amore ♥



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