Raios De Luz escrita por Noderah


Capítulo 6
Protegida pela Lua part. 2


Notas iniciais do capítulo

Oi, gente! Esse capítulo é só um presente de Natal, nada acontece nele, são só algumas explicações, mas eu adorei escreve-lo para vocês.
Espero que todos tenham um Feliz Natal.
Amore



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                - Então, eu vou ficar na casa de Hiver por uns tempos... A escola está puxada e ela se ofereceu para me ajudar a me recuperar. Ou começar... Mãe, ela é emancipada, não existem “pais” para você conversar... – Eu discutia no telefone com a minha mãe enquanto arrumava a mala.

                - Então eu vou ligar para ela. Me de o número dela. – Minha mãe disse parecendo decidida do outro lado da linha.

                - Eu te mando uma mensagem de texto. – Suspirei.

                Ela ainda me deu alguns avisos que eu tinha certeza que seriam repetidos quando ela chegasse em casa. Passei a mão no cabelo e enrolei as pontas com os dedos.

                Antes de mandar a mensagem para minha mãe, mandei uma para Hiver, dizendo a ela que minha mãe iria ligar para ela e que ela dissesse que eu iria ficar um tempo na casa dela. Em seguida mandei o telefone de Hiver para minha mãe.

                Eu não tinha a mínima ideia de quantas semanas seriam essas “algumas semanas” de Falkon, mas me certifiquei de levar muitas peças de roupa. Enquanto fazia a mala, uma parte do nosso monologo voltou a minha mente, especificamente uma palavra: treinar. Peguei a maioria das minhas calças legging, shorts, minhas blusas de ginástica e alguns prendedores de cabelo e faixas. No final, minha mala branca parecia um pouco cheia, mas Falkon não me disse quantos dias eu ficaria lá.

                - Não faço ideia de quando vou voltar... – Sentei em minha cama.

                Suspirei alto. Olhei meu quarto, estava perfeitamente organizado, parecia muito maior agora. Os livros nas estantes, sem nenhuma poeira; Minhas roupas organizadas por cores dentro do armário alto. Meus lençóis perfeitamente passados e minha mesa organizada com os livros da escola. Eu deixaria meu quarto intocado.

                ...

                No dia seguinte, as aulas foram normais. Passei o recreio com Falkon – Claro que Hiver insistiu que eu ficasse com ela, mas no final Falkon me arrastou até a mesa que ele e seu amigo se sentavam – e com Finn um amigo de Falkon que tinha vindo junto com ele para a escola e para me caçar. Ele foi o primeiro a quem Falkon informou que não devia mais me caçar e sim me proteger. Ele era um garoto alto – mas mais baixo que Falkon -, forte e inteligente. Tinha cabelos castanhos claros e cílios longos, cobrindo seus olhos escuros esverdeados. Um garoto vigiado pelas garotas. Era ele o garoto dos olhos insanos, o garoto que eu vi no primeiro dia de aula, no corredor e depois na minha aula.

                - Foi muito divertido te observar, Foxie. – Finn me estendeu a mão sorrindo, como se o que tivesse dito fosse algo normal.

                Falkon riu da minha notável perturbação.

                - Pode me chamar de Fox. – Apertei sua mão.

                - Realmente parece. – Finn soltou minha mão e voltou sua atenção para seu prato.

                Pisquei algumas vezes.

                - Desculpa, o que? – Me debrucei a mesa.

                - Uma raposa. – Finn olhou para mim – Você realmente parece uma raposa.

                “Isso é um elogio?”

                - Já viu raposas, Fox?

                Neguei com a cabeça.

                - Elas são rápidas, certeiras, espertas e belas. – Finn disse. – Falkon me disse que você é muito rápida, com certeza é certeira, fugiu de Hans durante muito tempo. E é esperta, posso ver. Posso ver que é bela, também. Só um cego não perceberia algo assim.

                Olhei para Falkon ruborizada.

                - Acho que ela entendeu. – Falkon disse quebrando a bala no dente.

                - Prefiro ser inteligente a ser esperta... – Bebi meu café.

                Finn levantou a cabeça, interessado subitamente no que eu tinha dito.

                - Não é a mesma coisa? – Ele perguntou ceticamente.

                Mas eu notei que ele sabia a diferença. Ri sem mostrar os dentes.

                - Acho que posso dizer que o esperto aproveita os momentos certos. De fato, ser esperto pode ser melhor que ser inteligente às vezes. Mas o inteligente sabe o tempo todo.

                Finn sorriu.

                - Por saber, isso te torna inteligente.

                Confirmei com a cabeça. Parti o pão ao meio e levei a boca.

                - Mas se você sabe que eu sou tudo isso... Deve ter me observado. Por quê?

                Finn soltou suas uvas na bandeja.

                - Trabalho para Falkon.

                - Você não trabalha para mim, me faz favores. Você sabe que é livre, Finn. – Falkon se meteu.

                - Falkon me disse para ficar de olho em você, - Finn ignorou Falkon - enquanto ele ficava escondido. Pois sabia que se você o visse iria pressentir o perigo, imagino.

                - Provavelmente. – Sorri.

                Conversamos durante o recreio e levei meu café para a sala.

                ...

                Falkon me disse para ir para casa e pegar minhas coisas. Deu-me o endereço da casa dele e pediu que eu fosse até lá o mais cedo possível.

                Só passei em casa e peguei minha mala que já estava na sala me esperando. Chamei um taxi e dei o endereço para ele. Não pude evitar pensar se eu não estava caindo em uma emboscada novamente, “Não, ele sabe que Hiver está de olho em mim”. Outro pensamento passou pela minha mente “Onde eu vou dormir?”, quer dizer, eu não podia dormir na mesma cama que ele, certo?! E será que ele me trataria bem? Eu não tive muito tempo para pensar. Assim que o cheiro inconfundível de pinho e canela chegou ao meu nariz, prestei atenção no caminho. Uma porteira feita inteiramente de madeira, impedia-nos de passar. Eu não lembrava em nossa primeira viagem de Falkon descendo do carro para abri-la, ele devia ter deixado-a aberta daquela vez... O taxista desceu do carro e abriu o portão com um gemido, não parecia muito leve. Voltamos a andar na estrada de terra e percebi que o terreno de Falkon era extenso para uma pessoa só cuidar, ele deveria ter empregados.

                Em frente à casa, o bosque para qual eu corri. Ao lado da casa, um celeiro pintado de branco. Ouvi novamente a água caindo, com certeza da cachoeira que eu tinha certeza que estava em algum lugar por ali, eu só não sabia onde, pois o som vinha de todos os lugares. Em um cercado que eu não percebera da primeira vez, havia três cavalos.

                Falkon estava sentado no corrimão da varanda da casa. Assim que nos viu, se ajeitou e esperou o taxi se aproximar.

                - Aqui está bom, senhorita? – O taxista perguntou.

                - Sim, obrigada.

                Sai do carro e segui o taxista até o bagageiro, onde minha mala estava. Ele tirou minha mala e olhou para mim, entendi a deixa e pus a mão na bolsa, procurando a carteira, mas antes que eu pudesse acha-la, um braço se esticou pelo meu ombro e pagou o taxista com uma nota alta.

                - Vou trazer o seu troco...

                O taxista correu até o carro.

                - Não é necessário. Pode ir.

                O taxista não vacilou, partiu. Falkon ficou olhando até ele ir embora. Depois olhou para mim e sorriu.

                - Vamos? – Ele estendeu o braço para a porta.

                - Claro. – Sorri de volta.

                Falkon pegou minha mala de minhas mãos e a levou escada a cima.

                “Não, ele não iria me matar”, pensei.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado de Finn, ele é muito importante.
Feliz Natal,
Amore ♥



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