Raios De Luz escrita por Noderah


Capítulo 23
Reino das Sombras


Notas iniciais do capítulo

Gente, eu vou entrar em híato agora, porque eu estou em provas, mas logo eu volto.
No outro capítulo, eu não me referia a parar de escrever! Me referia a parar de escrever coisas calientes! Eu tenho a necessidade de escrever aqui!
Bom proveito!



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                Eu não respirava.

                Eu não conseguia ver o que me esmagava.

                Eu não entendia.

                Algo me pressionava contra o chão gelado. Algo pesado. Algo enorme. Algo mortal.

                Eu não respirava.

                Mas essa não era a pior parte. Não saber o que me cegava, o que me esmagava, o que me matava; Essa era a pior parte.

                Eu mexia os braços e as pernas, mas o peso em meu torso não se movia, só aumentava. Eu tentava fugir.

                Eu também não via nada. Meus olhos estavam abertos, mas uma luz forte estava dirigida para mim.

                Eu ouvia. Ouvia gritos de vários lados. E um gosto metálico em minha boca: sangue.

                Até que, em um grande sopro de ar, tudo cessou. Eu não sentia mais o peso, não ouvia mais os gritos, não sentia mais o gosto do sangue e só via a escuridão. Não, eu não via a escuridão. Eu simplesmente não via. Eu não exista. O “eu” não existia. Agora eu era o “ele”, o “aquilo”, o perdido.

                A morte tinha me alcançado.

                ...

                Acordei sobressaltado, suando e com frio. Fox não estava nos meus braços, nem ao meu lado. Ela não estava em nenhum lugar do quarto.

                Aquele sonho tinha sido assustador. Dizem que quando se tem tudo, você começa a se perder. Começa a se manchar de volta, para depois se limpar. Dizem que a vida é assim, que faz parte. Quando eu era pequeno, minha mãe dizia que eu teria tudo na vida se eu fizesse o que ela diz. Mas eu não teria Foxie. E ela é tudo.

                Aprendi que é melhor não ouvir os “dizem”, melhor aprender com a própria vida, aprender sozinho e com a vida. Aprender em silêncio, sem se perguntar e nem perguntar a ela. Pois se perguntar a ela, ela não irá lhe responder.

                As pessoas são o meio mais fácil de se perder. Ouça o que elas dizem e se perca. Uma pessoa irá dizer para você seguir a esquerda, outra dirá para dobrar a primeira direita, a pessoa seguinte dirá para você seguir em frente e virar na segunda direita e depois à esquerda. Você vai acabar perdido dentro de si, tentando descobrir por si próprio o que outros disseram. Tentando tornar ideias de outras pessoas, as suas. E em algum momento, não vai mais saber quem é você. Vai acabar caindo do precipício.

                As pessoas dizem que caçadores devem caçar focos. E que guardiões devem proteger focos. E que focos devem colocar ordem no universo. Todas as pessoas decidiram que seria assim, elas todas dizem a mesma coisa. Mas e quando você é quem diz o diferente. E quando você é quem diz o que as pessoas devem fazer? Então você se perde? Você se encontra? Mas um dia você se perdeu?

                Não existe verdade, como não existem mentiras. Existem verdades, existem outras verdades.

                Disseram-me que eu deveria matar a princesa. Disseram-me que eu deveria matar um foco. Disseram-me que eu deveria matar um ser humano. Disseram-me que eu deveria matar um ser. Disseram-me que eu deveria matar.

                Não faço o que eles dizem, eles não têm controle sobre mim. Eu me achei, e gosto do que achei.

                Mamãe dizia que eu deveria obedecer ao que ela disse, ela disse que eu deveria ser como eles. Mas... Mas eles morreram. Meus pais foram aqueles que disseram aos outros o que fazer. Eles fizeram os outros se perderem, pois estavam perdidos o bastante para quererem que outros se perdessem.

                ...

                Levantei da cama e sai para a sacada. Fox estava sentada no chão, apoiada nas pilastras do parapeito. Ela estava comendo uma maça enrolada em seu roupão.

                A Luz do Sol era forte demais, fazendo meus olhos queimarem. Estava quente lá fora e o dia estava bonito. Talvez para honrar a princesa.

                Fox olhou para mim e abriu a boca para falar algo, mas seus lábios ficaram entreabertos olhando para os meus olhos. Lembrei-me dos óculos escuros e me xinguei mentalmente por ter esquecido deles.

                - Bom dia.

                - Bom dia, Falk.

                Sentei ao seu lado e olhei para o céu. Meus olhos queimavam e senti minhas íris tremeluzirem, mas ignorei a dor pela vista.

                - Dormiu bem? – Ela perguntou.

                - Acho que sim, até agora apouco.

                - O que aconteceu?

                Fox mudou de posição, apoiando seus joelhos nas minhas pernas e seu cotovelo em meu ombro para passar os dedos sobre o meu cabelo.

                - Um sonho ruim.

                - Eu chamo isso de pesadelo. – Ela sorriu brincalhona.

                Sorri para ela.

                - É, foi ruim.

                - Como foi?

                - Foi confuso.  – Mudei de assunto.

                - Certo. Tudo bem. Está com fome?

                - Sim. Você?

                - Também. Vamos descer.

               

Foxie Firing

                Minha avó estava falando algo sobre o baile em minha homenagem e meu avô estava observando uma imagem sobre a mesa. Eu não prestava atenção enquanto minha avó dissertava sobre como o meu vestido deveria ser e Falkon discutia sobre a segurança. Eu estava mais concentrada no mapa que meu avô tinha sobre a mesa.

                Nele, estavam todas as ilhas e vilas. Ao total de doze ilhas geograficamente distribuídas formando um circulo perfeito de montes cercados de água aos lados. Cada ilha tinha um nome, a nossa ilha, a Vila da Luz, estava ao sul, em um perfeito ângulo de 90º. Ao lado esquerdo dela, havia a ilha do Conhecimento, ao lado da Polar, que ficava ao lado da ilha Marinha. Ao lado desta, havia a Justiça e o Inconsciente. De frente para o Reino da Luz, o Reino das Sombras. Ao lado do Reino das Sombras, os Armamentos e Vulcões. Seguidos pela Flora, Masmorras e Colorações.

                Havia um espaço maior entre as ilhas que ficavam ao lado do Reino da Luz e das Sombras.

                - O que você achar, querida?

                - O que?

                Minha avó estava olhando para mim.

                - Desculpe, eu não estava prestando atenção.

                - A menina quer saber mais sobre o que vai dominar, Linda. – Meu avô falou para minha avó.

                - Sim, eu gostaria de saber mais.

                Meu avô virou o mapa para mim e apontou o Reino das Sombras.

                - Este são as Sombras. No inicio, não era posse dos caçadores. Essa nomenclatura veio muito depois. Os focos não são aceitos aqui, os focos das Sombras, vivem vagando pelos outros Reinos, mas estão quase extintos. Abrigamo-nos uma porção deles aqui, mas eles são difíceis de se acostumar com um lugar só.

                - Mas se os caçadores não foram formados naturalmente, porque eles são diferentes dos focos?

                - Eles são uma mutação genética. No início de tudo, nasceram três focos.  Um foco que tinha ligação com todos os Reinos, seu irmão que era um foco diferente, tinha características genéticas prontas para caçarem focos como seus irmãos e outro foco que estava dormindo por um longo tempo. O irmão dele, que era um foco, de dividiu em 12. Cada parte tinha uma característica; Cada parte, um Reino. E essas divisões, se dividiram em dois. O irmão que tinha as características de um caçador se dividiu em dois também. A partir daí, começou a população, que foi distribuída cada um em uma ilha. Porém, os caçadores, viviam vagando, atacando, até tomarem posse do Reino das Sombras e se hospedarem lá. Depois que tudo foi mantido assim por tanto tempo, começou a evolução. Os caçadores que nasciam, eram predestinados a caçar um foco. Eles começaram a atacar e o meio de proteção que achamos, foi acordar o irmão que dormia. Ele era um guardião e como os outros, se dividiu e pululou-se.

                “Evoluiu e os guardiões que nasciam, deveriam proteger os focos, que eram predestinados a eles no nascimento. Nosso mundo é assim, é natural. É como uma escala evolutiva, uma classe alimentar. Apesar de ser horrível, funcionamos assim.”

                Concordei com a cabeça.

                - Bom, este é o Reino Marinho. Lá é cercado de água e os focos são sereias, ninfas d’água e pescadores.

                - Este, o Reino da Flora. Tudo é uma enorme floresta com muitas flores e pastagens.

                - Estas são as Masmorras. Os caçadores que nos prendemos ficam lá. É algo bem exclusivo.

                - A diagonal, fica a Justiça, que é algo mais parlamentar.

                - Na diagonal do Reino dos Vulcões fica o Reino Polar. Ao lado dos Vulcões, os Armamentos. Um Reino onde focos são treinados e focos guerreiros moram.

                - Na diagonal dos Armamentos, o Conhecimento. E ao lado esquerdo das Sombras, a Inconsciência.

                Vovô acabou sua explicação e eu me pus a observar o mapa novamente. Eu esperava ter tempo para estudar sobre cada um deles.

                - Claro que aprendera mais sobre eles, além de aprender mais a se defender. Guerras ocorrem o tempo todo, e os Reis e Rainhas sempre tem que tomar a frente.

                - Aprender a lutar? Eu treino com Falk.

                Falkon riu.

                - Você vai treinar com o nosso exercito, Foxie.

                


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Notas finais do capítulo

Okok, pronto. Postei, agora acalmem-se. Isso foi só para explicar como funciona e tal.
Amore ♥



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