Raios De Luz escrita por Noderah


Capítulo 19
Família?


Notas iniciais do capítulo

Eu queria dedicar esse capítulo para a Namorada do Valdez (Sim, esse é o user dela). Só recentemente eu vi sua recomendação linda!! Muito obrigada!! Eu me emocionei!
Curta ai o capítulo que o próximo terá um bando de coisas novas sobre os focos.



Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/301666/chapter/19

Quando eu acordei, eu estava deitada. Diferentemente da primeira vez, alguns pontos do meu corpo doíam agora, principalmente o centro das minhas costas. Levantei-me sentada. Eu estava em um quarto todo branco com uma baixa iluminação. O quarto parecia uma enfermaria, mas era muito mais bonito.

Ao meu lado direito, tinha uma porta. Aos pés da cama, uma mesa com alguns remédios e um sofá em frente à cama. Assim que me movi para colocar os pés no chão, a porta se abriu com um estrondo e por ela, entrou um homem no mínimo desesperado. Ele olhava para os pontos do pequeno quarto procurando algo até que me viu e me segurou nos braços dele, eu fiz o mesmo gesto, o agarrando com força.

- Falkon, Falkon! – Eu chorava o nome dele.

Ele mergulhava o rosto no meu cabelo e murmurava o meu nome. Colando-me no corpo dele, eu sentia todos os músculos do corpo dele gritarem por mim.

Falk se moveu para me puxar para cima, eu o agarrei com as pernas e ele me sentou de volta na cama. Ficamos desse jeito até nossas respirações ficarem desconfortáveis. Eu me mexi primeiro, segurando seu rosto com minhas mãos e fazendo-o olhar para mim.

- Oh, Fox, desculpe-me. Não tinha nada que eu pudesse fazer, eles podiam nos separar se eu fosse contra eles. Não imaginava que Kruvor pudesse ser louco o bastante para isso, mas eu devia ter te contado...

- Espera, você sabia que eles iam me prender lá?

- Eu- Não podia te contar.

Fui deixando minhas mãos se levarem pela gravidade até pousarem no meu colo. Não tinha nada que ele pudesse fazer. “Claro que tinha, me contar.” Ele não podia. “Porque não?” Eio ficou em silencio.

Uma campainha acima da porta acendeu, sua luz vermelha era forte demais e dolorosa de se fitar.

Falk se afastou de mim e sentou-se ao meu lado. A porta se abriu e uma mulher passou por ela e a fechou novamente. Ela era muito bonita. O cabelo castanho médio, preso em um rabo de cavalo. Seus olhos eram como os meus, porém mais escuros e ela era baixa e magra. Entre nos duas, ela que parecia a princesa.

Reconheci a mulher 1.

- Vossa Alteza. – A moça fez uma mesura delicada.

- Ah, isso não é necessário. – Balancei a mão.

- Oh...

- Sou Foxie.

- Sim! Sou Hetia. Hetia Meiris. – Ela sorriu.

Parecia que estava iluminando o quarto.

- Eu vim para saber como V.A. estava. Como se sente?

- Pode me chamar de Foxie e eu estou bem, apesar de estar com um pouco de dor.

- Onde?

Ela colocou a prancheta que levava embaixo do braço, na mesa. Indiquei o local nas minhas costas e ela leu os rótulos de alguns remédios em cima da mesa e pegou um deles com um vidro cilíndrico. Hetia abriu o vidro e me entregou.

- Vai se sentir melhor depois disso.

Ela estava certa, assim que o líquido desceu pela minha garganta, eu me senti melhor.

- Obrigada!

- É um prazer! – Ela parecia realmente feliz por me ajudar.

Apesar da minha inicial rejeição a Hetia, ela era uma pessoa extremamente agradável e fácil de lidar. Ela era muito inteligente também e apenas um pouco tímida.

Enquanto Hetia me mostrava o consultório onde estávamos, falei sobre como foi minha descoberta sobre esse meu mundo que eu agora vivia. Ela anotava tudo o que eu dizia e fazia poucas perguntas.

Sobre o consultório, era exatamente como um hospital comum. Porém, muito tecnológico e poucos pacientes estavam nos corredores. Quando comentei isso com Hetia, ela me disse que as pessoas sabem se cuidar na vila da Luz e que não ficam doentes quase nunca. Tudo lá é saudável e apetitoso. Os pacientes que me viam, comentavam e alguns faziam pequenas mesuras; eu sorria para eles e balançava a cabeça indicando que eu havia os visto. Além disso, as roupas. As roupas dos focos dentro da área de pesquisa eram comuns ao meu antigo mundo. As roupas dos médicos e profissionais também eram. Mas as roupas dos pacientes eram roupas de época. As mulheres usavam vestidos longos e antigos, os homens usavam terno e lenço ao redor do pescoço.

- Falk, porque eles estão usando roupas assim? – Cochichei.

- Por que eles estão acostumados assim. A ciência evolui, mas os costumes continuam os mesmos. Dentro dos laboratórios eles usam o que nos usamos, mas lá fora é assim.

Foi a explicação que Falk me deu.

...

Eu tinha convidado Hetia para vir conosco para o Castelo Grande, mas ela disse que precisa concluir sua tese sobre mim – Sim, eles estão fazendo uma tese sobre mim; perguntei-me se eu era tão diferente do que eles pensavam – e não poderia vir. Ela também ficou um tanto quanto encabulada quando eu a convidei, mas recusou com educação.

Assim que eu sai do consultório – pela porta dos fundos, é claro – fui guiada imediatamente para um carro. Falk me entregou óculos escuros e eu abaixei a cabeça. Fizemos um curto caminho até o Castelo. O motorista me disse que a família real queria ficar o tempo todo perto da cidade, perto do povo.

...

Eu já os via. Eu os via do outro lado do enorme jardim em frente ao Castelo. O jardim tinha metros e metros... Imagine um vinhedo, agora substitua as uvas por pequenas árvores e arbustos e flores. Substitua o cascalho por grama aparada e verde. Adicione mais muitas flores e é isso que era. Lindo e encantador.

Já o Castelo, era enorme. Parecia um castelo de contos de fada, como o Castelo da Cinderela da Disney misturado com um Castelo britânico. Tinham mais de dez janelas e era muito alto.

Mas isso não era muito importante. O que mais importava, eram as duas figuras lá longe. Eles estavam com as mãos juntas em frente ao corpo, em perfeito equilíbrio. Eu não conseguia ver a roupa deles muito bem, mas a figura mais baixa usava uma saia passando do joelho e um blazer ou um casaco. Já a figura mais alta, usava uma calça com uma blusa longa e um manto leve que caia-lhe até os pés. Os dois de amarelo.

No topo da cabeça, tinha algo muito brilhante.

Eles se remexiam um pouco no centro das figuras grandes e encorpadas que os rodeavam protetoramente. As lágrimas vieram aos meus olhos, mas eu tentei coloca-las para dentro de novo.

Do meu lado, Falkon esfregava seu dedão nas costas da minha mão. Eu segurava sua mão com força e acho que apertava mais do que deveria.

O carro se aproxima. Eu já os vejo perfeitamente. A senhora pegou a mão do senhor e ele a aperta suavemente. Eles são lindos.

Quando o carro para, eu não hesito, abro a porta e corro até eles. A primeira vista, eles parecem assustados, mas então eles soltam a mão um do outro e abrem os braços. Eu diminuo a velocidade à medida que me aproximo, as lágrimas descem pelos olhos deles quando eu os abraço forte.

A Rainha passa a mão nas minhas costas e no meu cabelo. O Rei não consegue se conter, eu o ouço chorar e sinto sua mão tremula acariciar a minha cabeça. Eles têm cheiro de biscoito, e quando percebo isso, eu rio, mas eles não ligam.

Percebo que talvez eu os esteja abraçando forte demais, eu os solto do meu abraço apertado e seco as lágrimas que teimam em continuar rolando pelo meu rosto. A mão do Rei continua no meu ombro e eu sorrio para ele. Eles se entreolham e sorriam um para o outro, eles são as pessoas mais lindas que eu já vi.

- Minha neta! – A Rainha canta.

O Rei ri e seca as lágrimas com um lenço bege. Noto suas roupas novamente e percebo que tem um padrão repetitivo na roupa da Rainha, e a saia dela vai até um pouco mais do joelho e um blazer fino e elegante cobre os seus ombros. A Rainha também usava saltos baixos e assim como na cabeça do Rei, uma coroa toda de brilhantes. Surpreendo-me em como eles são parecidos com o meu broche e instintivamente, ponho a mão onde ele deveria estar. Olho para o peito, sentindo a falta dele e suaves mãos o depositam no lugar ao redor do meu pescoço. Viro o rosto e Falkon esta ao meu lado. Procuro mais fundo nos meus sentimentos, onde os dele devem ficar e acho o que ele sente: solidão, vazio.

Fito Falkon por alguns segundos e olho de volta para o Rei e a Rainha, que tentam se recompor ajudando um ao outro, alheios a presença de Falk, ao contrário dos guardas, que se remexem em seus lugares.

- Eu... Eu... – Tento.

Eles olham para mim sorrindo e eu sorrio de volta antes de tentar falar novamente.

- Eu queria apresenta-los a Falkon Lovejoy. Ele é meu guardião e me salvou algumas vezes... Falkon está me treinando.

- Lembro-me dele. Lembro-me do Alicersse sendo roubado também. – Falou o Rei.

Ele tinha uma voz rouca e ditatorial.

- Alicersse?

- Seu broche. – Respondeu a Rainha.

A voz dela era fina e delicada.

- Mas ele está com ela, finalmente. – Falk disse.

Percebi que foi a primeira vez que eu ouvi sua voz desde o consultório.

- Estamos a par das informações, Edmund é um ótimo mensageiro. – Ela disse.

Para provar a constatação, Edmund apareceu do meu lado. Eu nem o tinha notado.

- Vossa Alteza. – Ele buscou a minha mão e beijou os nos dos meus dedos.

Segurei a vontade de dar um soco em seus lábios, lembrando de que ele contou sobre eu saber dos focos para minha mãe.

- Edmund. – murmurei.

- Como está Hiver? – Pergunta minha avó.

- Hiver... Hiver está bem. Ela me ajuda bastante. – Sinto uma pontada no estomago.

- Acho que deveríamos chama-la de volta...

- Ah, não! Não faça isso. Ela é muito útil! – Me auto puni por ter soado tão esnobe. – Digo... Ela é minha amiga.

- Oh. Certo, ela pode ficar.

Sorri para ela.

- Bom, vamos entrar. – O Rei disse.

...

Eu estava tentando me acostumar com tudo aquilo. Nós estávamos almoçando em uma sala. A sala era repleta de obras de arte, a mesa no centro tinha seis lugares e um enorme tapete aos nossos pés. As paredes eram de um tom claro de verde e as cortinas das duas janelas combinavam com as paredes. Essa sala era pequena em comparação as outras as quais passamos para chegar nessa.

Conversávamos sobre um baile naquela mesma noite. O baile seria para me apresentar a sociedade.

- Creio que não teremos tempo de mandar todos os convites essa noite... – Pensou alto a Rainha.

Eu já sabia que era domingo.

- Eu acho que eu teria que ir embora essa noite, não?

- Fique a semana toda! – A Rainha implorou com seus olhos azuis leitosos.

- Eu... Hum...

- Eu ligo para a escola e digo que você foi a uma excursão educativa. – Falk disse.

- Perfeito!

- Bom, eu acho que posso ficar então...

- Ótimo! Então o baile ocorrera na sexta-feira! O que acha?

- Perfeito. – Imitei-a.

A Rainha era muito delicada. Todos os seus movimentos eram graciosos e coordenados. O Rei já era mais brusco e rápido.

No fim do almoço, eles andaram comigo e com Falkon pelo Castelo. Levaram-me a todas as salas interessantes no Castelo. Eu vi bibliotecas, salas de musica, um teatro, auditórios, salas de reuniões, quartos belíssimos, salas de arte e tudo o que um legitimo castelo teria. Por fim, deixaram-me dormir no quarto que fora de meu pai.

Eu não tinha pensado muito sobre eu estar onde meu pai passou grande parte da vida dele, até entrar em seu quarto. A grande cama no centro, tinha dossel e lençóis azuis. As paredes eram pintadas de azul escuro e nas paredes tinham estantes de madeira com vários livros. Em uma larga mesa, tinham penas e mais livros. Tinha uma penteadeira vazia e dois armários brancos de madeira trabalhada. O chão era de madeira também, mas quase nenhuma área ficava sem tapete. Tinham duas portas na parede perto da cama e um lustre no alto.

- Ficara bem aqui?

Eu não sabia do que a Rainha estava falando até me virar para olha-la. Em seus olhos expressivos eu só achei saudade. Ela sentia exatamente o que eu sentia.

- Ficarei bem.

Eu os abracei e eles me deixaram sozinha com o quarto, as memorias e Falkon.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!


Notas finais do capítulo

Ai, gente, eu adoro os avôs dela... Enfim, gostaram? Foi sentimental demais?
Amore ♥



Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Raios De Luz" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.