Raios De Luz escrita por Noderah


Capítulo 17
Eclipse


Notas iniciais do capítulo

Gente, desculpa a demora, mas eu voltei a escola (ensino medio ¬¬) e ta sendo bem corrido... Então, os capítulo irão sair em um espaço de tempo maior. Espero que gostem!!



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                Eu e Eio estávamos começando a ficar preocupadas com o sumiço de Falkon. Apesar de o inverno ter acabado há dez dias, ainda estava frio e tinha nevado uma vez. Aquela manhã era uma dessas lembranças de inverno; O sol brilhava, mas estava um frio cortante. Seria bom ter Falkon comigo, se eu pelo menos pudesse vê-lo...

                Levantei da cama e me agarrei ao casaco de moletom de Falk. Desci as escadas lentamente, porém já ouvia a voz de Falk do corredor.

                - Não, ela está bem... Nos estamos bem, caso queria saber... Eu a deixei com um amigo, mas ele era um idiota... Tudo bem, desculpe, ele era uma pessoa desprovida de inteligência... Não, Elliot, eu não- Não me importa se você vier aqui, ela não sai daqui.

                Falk me notou na escada, me chamou com um aceno e abriu o braço. Puxei o zíper do casaco até o peito, cobrindo meu pijama, e corri até ele. Falk me envolveu no seu abraço e beijou meu cabelo.

                - Sim, estamos prontos... Vamos estar. Nos encontramos no aeroporto, então. – Falk desligou.

                - Como está? – Ele perguntou olhando para mim.

                - Bem. Era Elliot? – Perguntei coçando os olhos.

                - Era. Obviamente, ele sabe que ficou bêbada.

                - Oh, não! Ele vai contar para a minha família! – Desviei o olhar.

                - Não vai, eu negociei com ele.

                Sorri para ele. Os olhos de Falk brilharam, o fazendo sorrir.

                - Acho que eu posso ficar ouvindo você falando no telefone o dia todo. – Ri.

                Falkon riu de mim e me pegou pela mão. Subiu as escadas me puxando pela mão e entrou no meu quarto.

                - O que você quer aqui?

                Antes que eu pudesse perguntar novamente, Falkon se virou para mim enquanto eu me virava de costas para ele e me puxou para o seu peito. Ele envolveu minha cintura com os dois braços e o ouvi cheirar o meu cabelo.

                - O que você quer? – perguntei rindo.

                Quase pude ouvir Falk sorrir ao tirar meu cabelo do pescoço e começar a me beijar. Comecei a rir quase histericamente. Ele sentou-se na cama, comigo no colo e seu rosto no meu ombro.

                - Eu quero você. – Ele disse divertido.

                Peguei seu rosto com uma das mãos e virei meu rosto para ele, dei um beijo casto nele e Falk sorriu.

                - Vá se arrumar, vamos sair. Como está sua dor de cabeça?

                - Péssima. – Ri.

                - Você não deveria poder nem falar com a quantidade de álcool que ingeriu ontem...

                - Estou bem porque dormi com você... – murmurei.

                Falk sorriu e me soltou. Me levantei e me encaminhei para o chuveiro.

               

                Falkon Conquista Corações Lovejoy

                Fiquei mais algum tempo sentado na cama de Fox sorrindo feito um idiota. Me levantei só quando notei que ela, a qualquer hora, ia sair do banheiro e me ver ali. Fui para o meu quarto, tentando uma técnica de meditação ao não pensar em nada fixo.

                Entrei no banheiro e tomei um banho quente e rápido. Vesti uma calça jeans, uma blusa social azul escura e coloquei uma jaqueta preta por cima. Calcei meus tênis All Star vermelhos e me olhei no espelho. Eu estava apresentável para ficar ao lado de Foxie. Digo... Eu sei que sou bonito. Não, não estou sendo esnobe, mas eu tenho um espelho em casa e sei como as pessoas me olham. Sei como as pessoas olham Fox também e apesar de ela mesma não saber, ela é linda.

                Sorri para o meu reflexo e olhei para o meu cabelo. Estava secando ainda, ia pegar uma toalha, mas Fox entrou pela porta antes. Ela estava linda. Usava uma vestido creme completamente rendado. Ele era folgado no busto e um com um decote quadrado, embaixo de seu busto, uma corda fina e do mesmo tecido do vestido apertava seu corpo, fazendo o vestido cair rodado ao redor. O vestido rendado tinha a altura certa para exibir suas longas pernas. Ela estava descalça e com uma bolsa com alças longas pendurada no ombro esquerdo. Ela sorriu para mim e não pude evitar sorrir para ela também.

                Não comentei sobre o vestido, mas ela parecia satisfeita só com o meu sorriso.

                Fox veio até mim e disse:

                - Você vai pegar um resfriado se não secar esse cabelo.

                Ela me guiou pela mão até a cama e me puxou para baixo, me sentando. Ela jogou a bolsa na cama e foi até o banheiro, voltou com uma toalha na mão e se ajoelhou atrás de mim, eu a olhei pelo espelho enquanto ela estendia a as mãos com a toalha por cima, para o meu cabelo.

                Fox começou a secar meu cabelo na parte de trás e depois foi secando os lados. Era uma sensação boa, alguém cuidando de você...

                - Nunca secaram o meu cabelo... – Comentei em murmúrios.

Fox interrompeu seu trabalho e me deu um beijo na bochecha, voltando a secar meu cabelo. Quando a percebi desatenta, a peguei pela cintura e a coloquei por cima de mim, cai para trás enquanto ela ria.

                - O que você está fazendo?

                - Tendo uma vista melhor. – Eu disse me divertindo.

                Fox corou e riu. Ela continuou a secar meu cabelo, dessa vez na frente até acabar e se levantar.

                - Pronto. – Ela colocou a toalha no banheiro.

                - Para onde vamos? – Ela perguntou.

                - Como está sua cabeça?

                - Martelando.

                - É fome. – Respondi com certeza.

                - Acho que alguém já ficou de ressaca muitas vezes... – Ela diz atrevida.

                - O que quer dizer com isso, Srta. Firing? – pergunto petulante.

                - Eu? Nada! – Ela se apoia na parede.

                Sorrio seduzente e se eu pudesse ver, veria ela se derretendo por dentro.

                - Vamos. Sei de um ótimo lugar.

                Pego sua mão se descemos as escadas. Pego meus óculos escuros e a chave do carro. Fox alcança sua bolsa que eu joguei no sofá na noite passada e recolhe todos seus pertences, colocando-os na bolsa em seu ombro. Ela abre a porta e olha para mim.

                - Vamos? – murmura.

                - Sim.

                Ligo o carro e abro a porta para ela, fingindo ser um cavalheiro. Ela sorri encantada e entra, fecho a porta atrás dela e entro no carro. Dou a partida e vou em direção ao portão sem pensar muito no que fazer. Fox pega seu celular e eu a ouço arfando.

                - Dezesseis ligações perdidas de Hiver! E outras muitas ligações e mensagens.

                - Ligue para ela. – Sugiro.

                - Mas ela ainda está em aula. – Ela olha para mim.

                Entro na rua e dou uma olhadela para Foxie.

                - Ela faria qualquer coisa para atender, tenho certeza que esta preocupada.

                - Certo...

                Fox coloca o celular no ouvido depois de discar alguns botões e começa a falar.

                - Hiver... Sim, eu estou bem.

                Consigo ouvir Hiver sussurrando do outro lado da linha.

                - Estou de ressaca, um pouco... Eu não lembro... Acho que sim.

                Fox tira o celular do ouvido e olha para mim.

                - Eu vomitei? – Ela pergunta.

                - Bastante.

                Fox faz um som indicando um não-pode-ficar-pior e volta a falar com Hiver.

                - Ah, nos acordamos tarde...

                De repente, Fox para de falar e arrisco olhar para ela. Fox está totalmente vermelha.

                - Sim. – Ela murmura.

                - Vocês não transaram, não é? – Ouço Hiver sussurrar do outro lado.

                Chio.

                Fox vira a cabeça para a janela, tentando esconder o rosto.

                - Não, Hiver, não.

                Elas conversam mais um pouco até que Fox desliga. Ela vira de volta para frente e olha para as mãos.

                - Estamos chegando.

                - Bom. – ela murmura.

                - Ontem... Não rolou nada, certo?

                Olho para Fox e depois para a rua. Volto a olhar para ela por um momento, apenas enquanto respondo.

                - Você estava bêbada. Você que me assediou.

                - O que?! Não! Eu nunca faria isso! – Ela se vira totalmente no banco.

                - Pois é... Eu não imaginava que você fosse esse tipo de garota. – me finjo de desapontado.

                - Ai, meu Deus... – Fox esconde o rosto nas mãos.

                Rio e pego sua mão.

                - É brincadeira! Bom, menos a parte de você ter me assediado, mas eu já esperava isso. – Dou de ombros.

                Ela ri e aperta minha mão. Solto sua mão para passa-la para o volante e estacionar o carro. Paramos em frente a uma cafeteria francesa em uma rua pequena e cara.

                Saio do carro e dou a volta para abrir a porta para Fox. Ela salta do carro sorrindo e entramos no café.

                ...

                Depois de comermos, ela me insiste para irmos ao Shopping comprar uma mala melhor para a viagem.

                - Você sabe que é só o final de semana, certo?

                - Sim, mas tenho que levar muitas coisas.

                Então vamos ao shopping. Claro, Fox é um alvo de olhares atrevidos.

                - Você não acha muito estranho isso tudo? – Ela me pergunta olhando para o chão.

                - Está falando do que?

                Penso nos caras olhando para ela.

                - Eles nem me conhecem, mas assim que meus dons floresceram, vieram me procurar. E sabe, eles tem que agradecer a você.

                - Talvez e talvez.

                Fox revira os olhos. Estamos nos aproximando da loja quando ela faz outra pergunta inadequada.

                - Como era sua convivência com os seus pais? Eles não secavam seu cabelo, você quase não ficava doente, sabia se cuidar...

                - Bom, era péssima. Até eu decidir novamente a te caçar e começar meu treinamento, entrar em uma rotina.

                - E porque você mudou de ideia? – Perguntou depois de um silencio tenso.

                - Eu vi como você era feliz, mesmo depois da perda de seu pai.

                Tentei ignorar o meu egoísmo, mas ela estava chocada.

                - E por que voltou atrás? – Ela perguntou quase sussurrando.

                - Porque vi como você era feliz. E que não tinha nada haver.

                - Quer dizer que esse argumento pode ser usado para os dois casos?

                - Acho que sim. – Olho para o chão.

                ...

                Depois de comprarmos a mala de Fox, ligo para Elliot. Ele tinha me mandado os detalhes do voo por e-mail, mas ligo de qualquer forma avisando que iremos nos encontrar lá no aero porto.

                - Ah, você pensou que eu estaria ai? Não... Já estou no palácio desde a manhã, preparando a recebida da princesa. – Elliot diz.

                - Oh, eu não fazia ideia, cara. – Passo a mão no cabelo.

                Fox está me seguindo de perto, arrastando a mala com rodinhas atrás dela.

                - Por favor, olhe a intimidade...

                - Certo, desculpe. Chegaremos em terras brasileiras em algumas horas.

                Desligo. Toda a atenção de Fox em mim.

                - Terras brasileiras? Vamos para o Brasil?!

                - Sim. As ilhas ficam no Atlântico, algumas no Pacífico, mas a vila da Luz fica mais perto do Brasil, por isso nos pegamos um avião até o Rio de Janeiro e depois um barco reservado para nos até a ilha. Vamos sair daqui uma hora, devemos chegar lá por volta das quatro da manhã.

                - Eu nunca estive no Brasil.

                - Eu morei lá durante alguns meses, apenas para treinar.

                - Você morou no Brasil? Com as brasileiras? E frequentando praias? – O tom dela é cético.

                - É. Mas a minha cor pálida sempre volta.

                Fox ri e não vejo como não me juntar a ela.

                - Você não é pálido. Sua cor combina com você.

                - Obrigada, Srta. Firing. Isso foi um elogio, algo nada costumeiro de sua parte.

                Ela me mostra língua cor de rosa e eu rio.

                ...

                Chegamos em casa já meio atrasados. Fox corre escada acima jogando os sapatos nos degraus. Antes que eu pudesse recolher os sapatos do chão, ela grita lá de cima:

                - A mala!

                Peguei seus sapatos e subi com a mala lentamente. Entrei em seu quarto e ela estava com uma calça jeans e ajeitando uma blusa de alça preta. Fox parecia um furacão no quarto, jogava tudo dentro da mala preta. Decidi que a melhor coisa que eu podia fazer era deixa-la sozinha e ir arrumar as minhas coisas, que caberiam todas dentro de minha mochila verde. Meia hora depois, estamos prontos e atrasados. Pegamos um taxi em frente ao sítio e rumamos para o aeroporto. Fazemos tudo no automático, a mala de Fox não é despachada e corremos para a sala de embarque. E claro, algo tinha que acontecer, então o sensor apita quando Fox passa embaixo dele. Ela tira os sapatos e passa novamente, o sensor fica quieto.

                Corremos para nosso portão, eu arrastando a mala e levando os saltos dela. Por sorte - ou destino – chegamos quando esta se formando uma fila em frente ao nosso portão.

               

                Foxie Firing

                Eu estava dormindo no peito de Falkon. Ele, na verdade é muito confortável e não se importa com o meu peso.

                Próxima às três da tarde, a aeromoça nos cobre com um cobertor e eu acordo de um sonho florido. Falk ainda esta dormindo e com seu braço ao meu redor. Eu o encaro e ele ronrona no sono. Solto um sorriso nos lábios e me acomodo em seus braços, volto a dormir.

                ...

                Não fazia ideia de que horas eram, mas eu estava com muito sono e Falk me arrastava pelo aeroporto pelo pulso. Ele também puxava a mala e corria para um taxi.

                Ele me colocou no taxi e a mal no porta-malas. Deu ordens em um português perfeito ao motorista e colocou o braço ao meu redor. Voltei a dormir.

                ...

                Falkon me colocou nas costas e eu só ouvia o som das rodinhas deslizando a nossa frente. Gemi algumas coisas sem sentido e Falk balançou a cabeça.

                - Estamos indo para o barco. Iremos chegar em algumas horas. Volte a dormir.

                A voz de Falkon soou cansada, rouca.

                ...

                - Bom dia, flor do dia. – A voz de Falkon disse.

                Abri os olhos relutantes e olhei ao meu redor. Eu estava em um quarto todo vermelho. A impressão que eu tinha, era que era muito quente, mas do que parecia. Desesperadamente senti calor, não só porque o lugar estava quente e a sala parecia quente, mas porque Falkon estava perigosamente perto.

                - Você não deveria manter distancia?

                Falk parecia ter sido acertado por mim. Ele se ajoelhou na cama e me observou até eu me sentar.

                - Já estamos perto, achei melhor te acordar.

                - Tudo bem...

                Falk se levantou da cama e saiu do quarto em passos largos. Suspirei, eu nem tinha percebido que eu estava contendo o folego. Me senti mau por ter digo aquilo, mas decidi que iria me desculpar mais tarde.

                Peguei dentro da mala, os meus saltos alto e os calcei. Me olhei no espelho e ouvi Eio dizendo: Cara, se acalma.


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Notas finais do capítulo

Como vocês puderam perceber, isso foi só um capítulo de "corrimento", um capítulo para abrir o próximo que será super interessaaaaante.
Amore ♥



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