Raios De Luz escrita por Noderah


Capítulo 15
Narrações Lunares


Notas iniciais do capítulo

Então, gente, comecei a fazer uma troca de narrações entre Falkon e Foxie, pois isso me pareceu conveniente apatir de agora. No futuro próximo, também mudarei o narrador para observador. Mas Foxie continua sendo nossa narradora prioridade.
Eu me diverti como nunca escrevendo esse capítulo, queria ter mergulhado mais nos sentimentos da Foxie, mas isso eu deixei para o próximo.
Alééééém disso, recebi minha PRIMEIRA RECOMENDAÇÃO da Kells!!! Muito obrigada, meu amor! Eu fiquei SUPER feliz com a recomendação super, hiper, mega fofa! Obrigada, obrigada, obrigada! Esse capítulo é pra você!
Boa leitura.



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     Hiver se ofereceu para ajudar a me vestir e arrumar o cabelo, mas eu disse a ela que não era necessário, considerando que era apenas uma festa. Tomei banho às 17 horas para ter bastante tempo até às 20 horas. E Falk dormia no sofá da sala.

     Lavei o cabelo com um shampoo que Sirina tinha me emprestado e o sequei fazendo uma escova básica. Enrolei meu cabelo no final e quando acabei, baguncei um pouco para deixa-lo natural. Meu cabelo ruivo descia pelo meu corpo, pelo meu corpo, até o umbigo em ondas incompletas. Estava muito brilhante e sedoso, como Sirina disse que ficaria.

     Notei que deveria ter arrumado o cabelo depois da maquiagem e o prendi com uma piranha com extremo cuidado. Coloquei a lingerie certa para usar com o vestido e me cobri com o roupão branco. Desci as escadas e Falk ainda dormia no sofá.

     - Acordaaaa! – Gritei de cima das escadas.

     - O que? O-O que? O-Onde? – Falk levantou rápido.

     - Já são 18 horas. Não seria uma boa hora para você começar a se arrumar? – Me apoiei no corrimão.

     - Ainda? Não. Mais tarde. As 19.

     - Certo, então.

     Dei de ombros e subi os degraus de volta.

     Comecei a me maquiar e a pensar que em algumas horas encontraria minha família de verdade. “Será que vão duvidar que sou filha dele? Que sou eu mesma? Afinal, faz tempo que não me veem. Eu poderia ser uma impostora, uma caçadora. Não... Eles me pesquisaram minha vida toda, de olho em mim”.

     Hiver tinha me mandado por e-mail uma maquiagem com sombra preta e nada complicada. Eu a copiei com agilidade no meu rosto, apesar de nunca ter feito nada parecido.

     Quando acabei, me olhei no espelho e gostei do resultado. O delineador preto cobria perfeitamente acima dos meus cílios, criando a impressão que meus cílios eram maiores do que realmente eram. O batom claro equilibrava os olhos escuros e a cor dos meus olhos contrastava com a sombra negra. Até minhas sobrancelhas estavam escovadas.

     Todos sabiam que eu iria. Como Sirina tinha dito, eu era o novo assunto, mas me garantiu – com um tom de inveja contida – que logo passa.

     Olhei o relógio e já eram 19:40. O chuveiro ao lado sessou – eu nem tinha percebido que tinha sido ligado - e Falk devia estar quase pronto.

     Corri para o quarto e vesti a meia calça preta e fina. Vesti o vestido e puxei o zíper. Era bom o jeito que ele se acoplava perfeitamente ao meu corpo, modelando-o. Coloquei o sobretudo branco, e caiu perfeitamente. Ia até quase a altura do meu joelho, sua lã felpuda me aquecia. A gola redonda descia até o primeiro botão e exibia um pouco do vestido, mas apenas a cor. Os botões eram grandes e pretos. Me olhei no espelho do banheiro e soltei o cabelo, o penteei e passei um pouco mais do batom. Sorri para o meu reflexo e calcei o salto. Esse era meu, era baixo e me dava estabilidade.

     - Foxie! Vamos! – Falk gritou lá debaixo.

     Olhei o relógio e eram 20:01. Íamos chegar atrasados. Corri até a cama e peguei a bolsa carteira. Desci a escada conferindo se estava tudo lá dentro.

     - Fox, já estamos atrasados, Eu ainda tenho que buscar a Sirina que tenho certeza que não esta pronta. – Falk andava de um lado pro outro na sala sem me olhar.

     - Hum. – murmurei.

     Ainda procurava a minha identidade quando percebi que ele estava olhando para mim.

     - Me deixa ver o vestido.

     - Quando todo mundo vir. – Ri.

     - Certo, vamos. – Falou Falk ainda contrariado.

     Falk me ofereceu o braço e eu aceitei, sem sentir sua energia emanando por baixo de nossos casacos. Olhei para ele com encanto. Falkon vestia um blazer por cima de uma blusa em V preta e uma calça jeans escura. Ele estava com all star preto e seu cabelo estava penteado, mas mesmo assim bagunçado. Ele estava sexy demais.

     - Está muito bem, Sr. Lovejoy.

     - A Srta. Firing também. – Falk brincou.

     Naquele momento o antigo Falk tinha voltado. Seus olhos estavam incandescentes novamente e seu sorriso não era mais aquele sorriso irônico e malicioso. Seu corpo estava quente ao lado do meu e ele me guiou até a porta. O carro estava parado em frente a casa. Falkon abriu a porta para mim e me surpreendi, nem na primeira vez que tínhamos nos encontrado - e ele queria parecer encantador – tinha aberto a porta para mim. Passei por ele e entrei no carro.

     Conversamos sobre coisas banais até chegarmos à casa de Sirina. Ela – obviamente - não estava esperando do lado de fora e Falk precisou ligar para apresa-la.

     - Desculpe! Minha mãe estava me dando um sermão!

     Sirina veio descendo as escadas em um sobretudo preto de cetim e saltos agulha. Os botões estavam abertos e podemos ver o vestido curtíssimo rosa – de cetim também.

     Ela abre a porta do carro e entra rapidamente.

     - Fox! Oi! Você está linda, não está Falkon? – Sirina pega minha mão e olha para Falkon.

     - Está linda. – Falkon diz entediado, com os lábios comprimidos.

     Sorrio para Sirina e agradeço.

     Chegamos à festa e já são 20:30. Finn, Hiver e Kim – sim, esse é o nome dela, a amiga de Sirina – estavam nos esperando em frente a porta. Finn está com uma blusa social azul e uma calça jeans – muito bonito -, Hiver, com um vestido preto com babado azul e um bolero de mangas curtas nos ombros. Ele tinha alças grossas e era curto e rodado. Ficava extremamente adorável.

     Kim estava usando uma calça preta jeans e uma blusa tomara que caia azul royal. Seu cabelo estava com sua típica mecha azul.

     Não preciso dizer que só o hall de entrada já mostrava como a casa era enorme. Tinham dois homens bem vestidos em frente a porta. Eles se ofereceram para pegar nossos casacos, nos ordenamos para dar os casacos e quando tirei o meu, exibi meu vestido. Era um tomara que caia roxo todo feito de strass. Era curto e meu decote ficava perfeito com ele. Eu não precisava de nenhuma joia e o roxo berinjela combinava com o meu cabelo.

     Passei a mão no cabelo e ri da reação deles.

     - Uau, Firing. Você está gostosa. – Andie disse.

     Ele pegou a mão e me rodopiou, como se estivéssemos dançando. Ri dele e Sirina se aproximou.

     - Você está muito linda! – Ela exclamou.

     - Obrigada!

     Hiver me olhava convencida, acho que se alguém passasse e olhasse para mim, ela diria “Fui eu que escolhi”. Kim me sorria. Falkon não dizia nada.

     - Vamos entrar? – Sirina convidou.

     - Claro.

     ...

     Não precisei dizer que no momento que entramos fomos foco dos olhares dos convidados. Até Stacey veio falar conosco. Eu não fazia ideia de que era o aniversário dela, ela estava usando um vestido preto curto de mais, que quando ela andava ia subindo mais ainda. Apesar de tudo, estava bonita. Assim que viu Falkon, se jogou nos braços dele e disse que queria mostra-lo a casa. Falk disse que talvez depois, mas ela não ouviu – ou fingiu não ouvir -, acho que estava um pouco bêbada.

     - Conto com você. – Falk disse a Hiver.

     Eu não pude nem fazer nada enquanto víamos Falkon ser arrastado pela casa por Stacey e seu corpo frágil.

     Andy me puxou e me apresentou a seus amigos. Todos eles pareciam ser skatistas/surfistas e me tratavam bem – bem demais. Fazia tempo que eu não me divertia assim, eu estava muito descontraída, como a tempo não ficava. Tinha noção dos olhos brilhantes dos amigos de Andy toda vez que eu ria, e tenho que admitir que gostava. A casa era grande e bonita, as pessoas eram bonitas e jovens, casais se empoleiravam nos cantos.

     - Ei, Fox, tome. – Andy me chamou.

     Tinha me deixado com seus amigos – que me fizeram rir bastante – para pegar algo para nos bebermos.

     Ele me empurrou um copo raso com uma bebida transparente. Realmente, eu não ligava. Senti o cheiro da bebida e tinha cheiro de álcool, aquele que se usa em casa, mas mesmo assim era um cheiro atraente.

     - Vira de uma vez. – Andy disse perto do meu ouvido. Fazendo-me estremecer.

     Dei de ombros e obedeci. O líquido passou rápido pela minha língua, queimando, desceu pela minha garganta, corroendo, senti-o no final da garganta descendo pelo meu corpo, ardendo. Coloquei a mão no colo e abaixei o copo mecanicamente. Pisquei forte várias vezes enquanto Andy e seus amigos observavam meus gestos com pequenos sorrisos descontraídos nos rostos.

     - O que achou? – Andy perguntou e virou seu copo também, soltando o folego depois.

     - Foi forte. – Arfei. – O que tomei?

     - Algo bom. Aqui só tem bebidas boas.

     Balancei a cabeça e devolvi o copo a ele.

     - Mais?

     - Sim! – Balancei a cabeça novamente.

     Andy sorriu e se foi. Virei de volta pros amigos dele e eles comemoraram, ri jogando o corpo levemente para trás.

     Andy voltou com mais dois copos e me deu um. Dessa vez peguei leve e virei metade, o líquido incolor queimando, mas me dava uma sensação... Revigorante.

     Nos fomos andando lentamente, em direção à música alta no centro da sala, embaixo de um lustre e que estava cheio de pequenas bolas de discoteca. Alguns lazers e máquinas de fumaça, além de todas as outras máquinas com funções diferentes.

     Cada vez falávamos mais alto e mais perto.

     - Ei... Fox, você é linda. – Disse um amigo de Andy se aproximando e segurando o meu braço.

     Ele se aproximou mais ainda, em direção ao meu rosto.

     Andy me puxou para longe, me desequilibrando e apoiando-me nele.

     - Wow, wow, wow, wow! Olha ai! Longe! – Andy gritou.

     Andy mostrou os dentes para seu amigo e ele se afastou. Andy se desculpou e me entregou mais um copo. Virei de uma vez.

     - Não tem problema. – Solucei.

     - Como está se sentindo?

     - Muito bem! – Joguei os braços para o alto e derramando um pouco da bebida.

     Eu tinha esquecido todos os meus problemas.

     - Ótimo! – Ele riu, mostrando todos os dentes.

     Andy me deixou sozinha perto da pista de dança e foi pegar mais bebida. Lembrei que tinha vindo com Falkon e que Hiver, Sirina, Kim e Finn. Forcei-me a pensar onde eles teriam ido. Lembrei que Falkon tinha sido forçado a seguir Stacey... Meus pensamentos foram interrompidos por Andy voltando com mais bebidas.

     - Ah. – Peguei o copo de sua mão.

     - Tenho algo novo aqui. – Ele sorri.

     Percebo que ele estava segurando dois copos em uma mão e um em outra. Os copos dessa vez eram menores, em todos os sentidos. Tinham um líquido amarelo ouro e mais espesso que o outro.

     Virei o copo com um pouco de dificuldade dessa vez e peguei o copo menor da mão de Andy. Senti o cheiro daquilo e era menos forte, mas mais exótico que o outro.

     - Esse você tem que virar de uma vez. Sim? – Andy falou alto sorrindo.

     - Tá!

     - Um, 2, 3!

     Viramos os copos e fiz uma careta. Era tão forte quanto.

     - Você sabe beber, hein! – Andy riu para mim.

     Balancei a cabeça rindo. Coloquei o copo em uma mesa perto e segurei o pulso de Andy.

     - Vamos dançar!

     Arrestei Andy pela pista – não sei se “arrastar” é uma boa comparação, pois ele estava propenso a me seguir -, ficamos embaixo do lustre, dali eu podia ver o alto das escadas.

     Comecei a requebrar, ouvindo uma música de... Acho que David Guetta.

     Falkon Lovejoy

     Decidimos, que eu iria narrar esta parte, já que Fox não se lembra de nada depois disso.

     Eu tinha acabado de fugir de Stacey e seu braço sufocante. Ela tinha me deixado todo marcado com seu batom vermelho. Fui me limpando enquanto corria para o topo das escadas. Me apoiei no corrimão e olhei para baixo, procurando Fox fora da pista de dança – já que tinha certeza que ela não estaria lá, mas eu estava enganado –, ia descendo para procura-la melhor, mas meus olhos localizaram ela e seu vestido roxo. Ela dançava sensualmente, com... Andy muito perto dela, sua perna entre as dela. Não tenho ideia de onde ela aprendeu a dançar daquele jeito, mas tenho certeza que era aquilo que provocava os olhares dos homens por perto. Seus braços levantavam as vezes e suas mãos ondulavam, seus dedos se mexendo com a música. Ela é gostosa – com todo o respeito, Fox.

     Passei a mão no cabelo, ela estava bêbada. Estava muito bêbada. Como prova, pegou um copo com um garçom que passou. Tequila. Suspirei.

     Desci as escadas e fui em direção a onde ela estava, por trás dela. Andy me viu antes de Fox, ele se postou na frente dela e ela se virou, para descobrir o que estava acontecendo.

     - Ei, Falkon! Onde estava-

     Interrompi-o fechando o punho e espancando a cara macia dele. Fox fez um bico e emitiu um “Uh” quando Andy caiu no chão. Ela tirou o cabelo do rosto e me olhou. Imediatamente, ela colocou a mão em frente e boca e segurou seu estomago. Emitindo um sou gutural.

     - Ah, Foxie.

     Puxei ela para o meu peito, sentindo a pele macia de seu braço, arfei ao nos encontrarmos, mas acho que ela estava tão dopada que não sentiu nada. Abri caminho entre a multidão de pessoas dançantes que não pareciam ter percebido que um garoto estava no chão.

     - O que você estava pensando? – murmurei.

     Levei Fox para fora e ela se apoiou em um banco de ferro. Tinham poucas pessoas lá fora, uns dois casais.

     - Como está? – Perguntei.

     - Ótima! – Ela levantou a cabeça e sorriu.

     Fox continuava com a aparência intacta. Agora estava com a face rosada, graças a bebida, mas ainda estava maravilhosa.

     - O que você bebeu?

     - Não importa o que bebi.

     Ela passou a mão pelo vestido, marcando ainda mais suas curvas e depois se jogou em cima de mim, suas pernas ficando em diagonal, seus pés para trás. Minhas mãos foram forçadas a pega-la pela cintura e me distrai com o arrepio que ela me provocou. Fox beijou meus lábios e enfiou sua língua dentro de minha boca com força. A afastei com educação e a olhei com espanto.

     - Vodka também?!

     Ela ainda tinha o gosto de sempre, o gosto adocicado e agridoce por trás de todo o gosto enjoativo de álcool. E além disso, seu beijo ainda me provocava aquela sensação de desordem absurda.

     - O que foi? Não quer recarregar a bateria? – Ela perguntou seduzente.

     - Não com você bêbada.

     Ela se precipitou para cima de mim novamente, mas antes que eu pudesse impedi-la, Fox parou e sentiu meu cheiro. Franzi as sobrancelhas para ela, Fox emitiu o som gutural novamente e colocou a mão em frente a boca.

     - Fox? – Me abaixei para olha-la nos olhos.

     Ela correu para um canteiro e se jogou no chão, vomitando em cimas das plantas escondidas pelas sombras.

     - Fox!

     Corri atrás dela e a puxei para cima, suas pernas estavam sem o menor suporte e ela só se focava em jogar tudo para fora.

     - Meu Deus, Foxie! Quanto você bebeu?

     Quando acabou, Fox levantou o rosto para mim com lágrimas caindo-lhe pela face. Seus olhos observando minha reação.

     - Foxie, não chore.

     A segurei por baixo dos braços e a puxei para mim como se fosse uma criança. Ela chorou no meu ombro, tentando secar suas lágrimas. Dei um tempo para ela e a puxei para a minha frente de novo. Suas lágrimas haviam cessado, e sua maquiagem não tinha derretido, não escorria.

     - Vamos embora.

     Ela balançou a cabeça e a coloquei no chão. Segurei sua cintura junto ao meu corpo com força e a puxei para dentro da sala bem rápido. Passamos rápido pela pista de dança e fui em direção a entrada. Fox parou e me voltei para ela.

     - Precisamos avisar os outros.

     - Pense em você só em um momento, Foxie. – Virei-me de volta para a saída, mas Fox segura minha mão com força, me eletrocutando.

     Quando me viro para ela novamente, ela está com aquele olhar.

     - Certo

     Corro pela casa com Fox – na verdade, eu a estou quase carregando -, para finalmente achar Hiver e Sirena rindo e conversando sobre algo estupido – como sempre.

     - Vou levar Foxie para casa, está bêbada. – Isso parece chamar a atenção de Hiver, pois ela olha para mim desnorteada.

     - Ela está bem? – Hiver pergunta séria.

     Hiver pega a outra mão de Fox e ela levanta a cabeça.

     - Ai, meu Deus.

     Sirena fica preocupada também e faz algumas perguntas, eu as respondo automaticamente e já estou saindo da casa com Foxie, seu casaco e sua bolsa.

     Pego Fox no colo pelas dobras dos joelhos e pelos ombros e seguimos para o carro. Ela apoia a cabeça em meu ombro e franze a testa, com cara de dor.

     - Calminha ai.

     - Nossa, eu me sinto como se tivesse ido a lua, cara. Foi tão legal, onde está Andy? Eu quero retribuir-lhe. – Ela da um sorriso sacana ainda com os olhos fechados.

     Eu a sacudo em meus braços, sabendo que é injustiça, já que ela não tem a mínima ideia do que esta falando.

     - Se tivermos sorte, ele ainda está jogado no chão.

     Abro a porta e a coloco dentro, passo o cinto por seu corpo, sentindo mais do que deveria e por um instante, paro meus movimentos, para volta-los automaticamente.

     - Não durma, Foxie.

     Fecho a porta e dou a volta correndo. Entro no carro e dirijo em alto velocidade até em casa, conversando coisas sem nexo com ela para não dormir. Mas tudo em que eu pensava, era como eu conseguia sentir mais energia dela, quanto menor era seu vestido.

     ...

     - Calma, chegamos. Como se sente? Conte-me como se sente.

     Entro com Fox em casa. Jogo sua bolsa de qualquer jeito no sofá e já que deixei seu casaco no carro, me movo com mais agilidade.

     - Eu... Preciso vomitar.

     Corro com ela nos meus braços para o meu quarto e entro chutando a porta, corremos para o banheiro e ela desliza até o chão e senta-se. Peguei seu cabelo bem no momento em que ela começa a vomitar tudo o que comeu o dia todo. Viro o rosto, sabendo que ela não ia querer que eu olhasse.

     Ao acabar, Fox começa a chorar.

     - Ah, não. Agora não. Não chore.

     Limpei suas lágrimas do rosto com proeza, apesar de estar sentindo dor, tristeza ou qualquer outra coisa quando chora, ela fica linda. Seu rosto todo se ilumina e seus olhos ficam tão plácidos, assim como quando me beija.

     - Desculpe. – Ela diz quando para.

     - Tudo bem.

     Eu a levanto do chão e a levo para minha cama.

     - Fique aqui, tudo bem?

     - T-Tudo bem.

     Levanto correndo e vou até o seu quarto, no banheiro, a pia está cheia de maquiagem e pinceis, além de tubos com produtos azuis dentro. Leio as embalagens e acho um removedor de maquiagem. Pego algodões e volto correndo para o quarto.

     - Estou aqui. – Digo e fecho a porta.

     Fox está sentada com as pernas abertas na minha cama, ela está com a cabeça baixa e seus dedos nas têmporas, seus olhos fechados.

     - Calma, vai passar.

     Sento perto dela e levanto seu rosto, ele ainda está daquele jeito, os olhos plácidos e legíveis, quase como se eu soubesse o que está pensando. Se ela soubesse como fica linda assim...

     Coloco o líquido no algodão e passo no seu rosto. Ela fecha os olhos e se desequilibra, agarro seu ombro com uma mão e continuo a tirar sua maquiagem com a outra.

     - Se alguém, algum dia tivesse me dito que eu iria estar tirando a maquiagem de uma garota... Eu não teria acreditado.

     Ela tenta rir, mas geme de dor. Tiro a maquiagem de seus olhos e paro, captando onde não retirei. Seus lábios ainda tem gloss e passo o algodão neles, sem perceber que ela abriu os olhos. Não tiro os olhos de seus lábios, sem querer ler seus pensamentos por seus olhos. Seus lábios formam um sorriso meigo e não consigo evitar sorrir junto com ela. Foxie pressiona as temporas e pego seu pulso.

     - Tome um banho frio.

     Abro a torneira, liberando a água fria e jogando uma toalha para ela.

     - Obrigada. – Ela diz com sofrimento aparente.

     Sorrio sem mostrar os dentes e saio do banheiro fechando a porta atrás de mim. Vou para o quarto dela e pego um pijama e suas roupas de baixo – juro que sem olhar -, largo em cima da minha cama e desço procurando a caixa de remédios. Pego um copo d’água e subo as escadas, quando entro no quarto ela esta sentada na beira da cama com seu cabelo preso no alto da cabeça e seu pijama consistido em um short e uma camiseta de alcinhas.

     - Como está se sentindo? – Pergunto solicito.

     - Um pouco melhor. – Ela exibe um pequeno sorriso.

     - Ótimo, isso a fara melhorar. – Levanto a caixa de medicamentos.

     Dou o copo a ela e procuro um remédio para enjoo e outro que uso para a ressaca que virá. Dou os dois a ela e Foxie toma de uma vez. Coloco a embalagem no criado mudo ao lado da janela – o lado que ela dorme na minha cama – e sento na cama com as costas na parede.

     Puxo o corpo de Fox para mim e ela arqueja. Abro as pernas e a abraço no meio. Ela se vira para mim e me abraça também.

     - O que você fez hoje foi muito feio. – murmuro.

     - Eu sei.

     - Nunca mais faça nada parecido. Você me deixou muito preocupado.

     - Quer me deixar de castigo? – Ela diz em tom desafiador.

     - Fique quieta. – Digo, sem evitar um sorriso.

     Levanto da cama, me separando dela e de suas vibrações e desligo a luz. Ouço-a indo para baixo dos lençóis, aproveito o escuro e troco o jeans e a camiseta, por uma calça de flanela e uma camisa branca folgada. Me junto a ela rastejando pela cama, percebendo como eu estava cansado de tudo isso.

     - Vire de costas para mim. – mando.

     Ela obedece e eu a abraço, ficamos nos passando a energia um do outro. Leio seus sentimentos, mas estão turbulentos demais, como se estivessem embaralhados.

     - Boa noite, Fox.

     - Boa noite, Falk.

     Não muito depois, ouço-a respirando calmamente, dormindo. Me acalmo, repouso também e durmo, com meu rosto em seu ombro.


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Notas finais do capítulo

Gostaram? Gostaram de descobrir os sobrenomes deles? Eu não tinha dito ainda, né, mas eu sempre quis esses. Se quiserem saber o porque deles, me perguntem, tá?
Obrigada por lerem,
Amore ♥



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