O Melhor Amigo Do Meu Irmão escrita por Julieta Antunes


Capítulo 15
Capítulo 15




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Dois Bebês estavam sentados em seus berços, quando um deles disse ao outro:

“Você é menino ou menina?”

“Eu não sei” disse o outro Bebê, gesticulando com seus bracinhos.

“Eu não sei qual é a diferença.”

“Ah, mas eu sei”, disse o primeiro Bebê, animado.

Ele cuidadosamente se aproximou do bercinho do outro Bebê, levantou o cobertor e entrou debaixo dele… Depois de um minuto, ele reapareceu com um sorrisão no rosto.

“Você é uma menina, e eu sou um menino,” ele disse orgulhosamente.

”Oh, você é tão inteligente!” suspirou a Bebê,”mas como você sabe disso?”

“Ah, isso é moleza!!!” disse o Bebê.” Você tem sapatinhs rosa, e eu tenho sapatinhos azuis!”

Pela primeira vez o senhor Fay estava a me prestar total atenção. Ele, a mamãe e os meus irmãos já estavam sentados no sofá marrón e eu e Thomas estavamos à sua frente de pé.

Não existia nenhum eufemismo para o que lhes tinhamos a dizer. Não haviam palavras simples ou sentimentos breves. O que lhes íriamos dizer era uma decisão que iria mudar para sempre as nossas vidas. Não havia como lhes esconder isso.

- Família tudo o que tenho para vos contar é difícil de compreender mas espero que consigam aceitar - comecei calmamente.

- Eleanor, querida, se pode despachar a dizer o assunto? - perguntou o papai olhando de soslaio para o seu relógio de pulso - Tenho comprimissos marcados para as três da tarde.

Respirei fundo e, com os meus olhos bem cerrados, deitei tudo cá para fora de uma vez:

- EuengravideieagoraestounoivadoThomas!

- Filha fale devagar e pausadamente - repreendeu a mamãe - Assim nós não compreendemos o que diz.

- Eu engravidei e agora estou noiva doThomas!

Em primeiro pensei que o meu pai me viesse abraçar mas quando se levantou e se dirigiu a mim, a única coisa que senti foi uma dolorosa chapada na minha face que me fez virar a cabeça para o outro lado.

Não chorei. Embora sabendo que a mão do papai estivesse marcada a vermelho na minha face esquerda esperei que todos se acalmassem.

A única que pareceu compreender foi Z, que se levantou imediatamente para me abraçar. Marco e mamãe gritavam e o papai me olhava de forma assassina.

O coração martelava no meu peito e por momentos me esqueci de Thomas. A minha mão envolveu a minha barriga muito pouco saliente de forma protetora.

Por fim, tudo se acalmou.

Papai me veio pedir desculpas e mamãe e Thomas me prometeram cuidar de mim e do meu bebé. A partir desse dia comecei a tomar vitaminas e a planear o meu casamento.

Papai passou a estar mais presente na minha vida embora estivesse a começar a se dar melhor com Thomas do que propriamente comigo. De qualquer das maneiras, estava muito contente com o seu envolvimento em toda esta situação.

Outras pessoas que estavam cada vez mais presentes era Matt e Ju que todos os dias me vinham ver juntos, exceto nos dias de trabalho de Ju, que começara a trabalhar numa loja de BD. Nesses dias, Matt vinha sozinho e comíamos bombons juntos enquanto víamos TV por cabo.

Embora não quisesse admitir comigo mesma, não sabia ao certo se a minha decisão de casar com Thomas era a correta. Sim, ele havia amadurecido imenso desde que haviamos começado a namorar mas... Havia aquela parte infantil que custava a desaparecer... Como os jogos de Paintball, onde também já começara a envolver meu papai que já chamava Thomas de filho.

A minha rotina havia passado a ser dormir, acordar, estar as manhãs com Thomas, as tardes com Matt e Ju (ou simplesmente apenas com Matt) e as noites com os meus irmãos, especialmente Z.

Sentia falta de Mary e Liz e das suas constantes conversas e dava tudo para voltar a sentir as suas vozinhas na minha cabeça só para ouvir o lado sensato de Mary e as maluquices de Liz. Interiormente, uma pergunta rondava na minha cabeça: Alguma vez voltaria a ouvi-las?


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