Lágrimas escorreram pelos olhos de Peter assim que terminou de ler aquela carta. Aquela foi a única vez que Peter chorou.

Os dois foram aos hospital e ninguém estava por lá. Retiraram o namorado de Lucinda e foram para casa. Peter fez uma ligação ao Pierre, que já estava pesquisando sobre a um bom tempo. Ele descobriu o que estava acontecendo, mas não tinha certeza de nada. Peter então disse:

“Conte-me logo, diga-me se posso fazer algo”.

Peter era o culpado pela praga. Seu coração não ficou normal, com de um humano, não se “cicatrizou”.

Pierre então levou uma bruxa a casa de Peter, uma que pudesse cura-lo. A mesma queria algo em troca, ou o garoto de cabelos castanhos morreria e destruiria o resto da humanidade.

“O feitiço continuará. Sua duas últimas encarnações iram nascer”, disse a bruxa.

Peter achou estranho todo aquela situação e logo perguntou:

 “O que vocês bruxas ganharam com isso?”

Tem algo a mais no feitiço. As bruxas se tornaram a espécie mais poderosa e forte de todas, tomaram conta de cada lugar, local. Mas claro que a bruxa não explicou nada disso, então Peter concordou com os termo. Mesmo sabendo que Nora lutara contra tudo isso, era o certo a ser fazer.

Então foi feito. Coração do garoto se tornou humano novamente. A “promessa” do feitiço continuou.

Algum tempo depois Nora reapareceu, com ela um filho. Aquele era o filho de Peter. O garoto que tem o mesmo nome de seu pai é a reencarnação de Peter.

Os dois não ficaram juntos, Nora e Peter. Aquela garota no ônibus virou o novo amor para ele, mas não era tão verdadeiro, pois Peter nasceu para ficar com Nora e, Nora nasceu para ficar com Peter.

*setenta anos depois*

Peter está no fim de sua vida. É um tanto engraçado ver alguém com uma certa idade tendo um nome jovial. Já estava com noventa ano, seu coração não aguentava mais. Estava deitado em uma cama macia e confortável, dentro do mesmo hospital que Derek esteve naquele dia.

As mãos de Peter estavam geladas, ele olhava para Lucinda com compaixão. Ele teve um incrível vida graças a ela. A menina acompanhou todos os passos do garoto, todos os momentos felizes e triste, Lucinda também proporcionou os mesmos sentimentos para Peter.

“Você sabe que sempre estarei contigo, não é mesmo?”, disse a garota, enquanto lágrimas escorriam pelo lado esquerdo de seu rosto.

Peter pediu para que ela não chorasse.

Todos estavam em volta da sala. Todo que um dia já traçaram o caminho de Peter, as almas boas que ajudou ele quando mais precisou.

“Só quero que você todos saibam de uma coisa: Eu amo todos vocês.”

Olhou para Lucinda.

“Eu te amo mais que tudo. Você não é apenas minha filha. Você é o anjo que veio me buscar”, disse Peter. Essas foram suas últimas palavras.

Lucinda olhou para a janela que estava fechada, pois aquele dia estava chovendo. Não era uma chuva leve, calma, pacifica, aquele que pode ser chamada de garoa, a mesma que acompanhou eles por uma vida.

Era um chuva comum. Era apenas mais um dia de chuva, quando Peter se foi.