Anony.com escrita por Kim Yechul


Capítulo 4
Inquieta


Notas iniciais do capítulo

Boa leitura.



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Inquieta

Ele me acordou eram quatro horas da manhã.

– Claire? Você precisa ir para o seu quarto. – disse ele bem baixinho.

– Mas já? Que horas são?

– Quatro horas da manhã, se sua mãe vir aqui, já era.

– Tudo bem.

Levantei, vesti minhas roupas, me aproximei dele e dei um beijo, quando estava saindo do quarto, a minha mãe aparece no corredor, e caminha em direção ao quarto de Charlie, em questão de segundos sai correndo e me abaixei ao lado da cama dele.

– O que aconteceu? – disse ele cismado.

– Fica quieto! Você vai ver. Finja que está dormindo. Por favor, rápido!

No momento em que ele deitou e fechou os olhos, minha mãe entrou pela porta, chegou bem pertinho da cama dele, viu se estava tudo bem e saiu.

– Ufa! Obrigada.

– Por nada, mas será que ela não irá passar no seu quarto, Claire?

– Não, acho que não. - enquanto sussurrava ia caminhando em direção a porta e olhando por uma parte que estava aberta, notei para onde minha mãe estava indo. - Ai meu Deus, ela está indo ao meu quarto...

– Corra até lá e finja que você estava bebendo água.

– Ótima ideia. Obrigada. – sai correndo do quarto dele e parei na porta do meu.

– Oi mãe, o que faz aqui?

– Só vim ver se estava tudo bem com você, meu anjinho.

– Está sim mãe, não se preocupe...

– Onde estava?

– Bebendo água.

– Mas já tem um copo d’água aqui no seu criado mudo

Fiquei sem saber o que falar por um instante.

– Eu tinha esquecido disto.

– Não está mentindo para mim né?

– Claro que não mãe, por que estaria?

– Nada, volte a dormir, querida.

– Tudo bem. – caminhei em direção a minha cama, mas antes lhe dei um beijo na bochecha. – Boa Noite.

– Boa Noite. – disse ela saindo do meu quarto com um olhar suspeito.

Essa definitivamente foi por pouco, nunca tinha me sentido tão encurralada como naquele dia. Me deitei, abracei meu travesseiro e fiquei pensando sobre o que tinha acontecido até cair no sono.

Acordei já eram seis horas, estava meio atrasada para ir á escola, desci correndo as escadas para tomar café, e dei de cara com o Charlie caminhando em minha direção.

– Bom Dia linda. Dormiu bem? – sussurrou em meu ouvido com uma risadinha maliciosa e logo após me deu um beijo na bochecha.

– Bom Dia. Com certeza dormi bem... Tenho que tomar café, estou atrasada. - corri para a cozinha, antes de chegar lá dei uma olhadinha para trás e dei uma piscadinha para ele.

Chegando na cozinha minha mãe estava preparando o meu café.

– Que bagunça foi essa que eu achei aqui essa manhã? Tinha um copo quebrado no chão. Foi você Claire? – perguntou.

– Não, foi o Charlie ontem, quando tinha acabado de chegar. Falando nisso levei um baita susto com isso, você deveria ter me ligado para avisar que ele viria.

Comi correndo, subi as escadas, peguei minha toalha e meu uniforme no quarto e fui em direção ao banheiro. Quando sai do quarto lá estava Charlie parado olhando para mim, com o mesmo olhar da noite passada, quando tudo acontecera, só de lembrar já me sinto bem.

– O que foi? – perguntei.

– Nada. – ele caminhava em minha direção.

– Não, por favor! Estou atrasada para o colégio. - disse o impedindo de chegar mais perto.

– Calma, é só um beijo. – disse ele tirando minha mão do peito dele, segurando-a e chegando mais perto.

– Acho melhor não... Estou meio pensativa sobre o que aconteceu ontem. - disse essas ultimas palavras sussurrando, para que minha mãe não ouvisse.

– Tudo bem, vá tomar o seu banho então...

Dei uma rápida encarada nele e sai, quando acabara de passar por ele, ele me puxou e me deu um beijo daqueles.

– Eu sempre ganho. – disse rindo.

Dei um leve murro nele e corri para o banheiro. Enquanto tomava banho, as memórias não saiam de minha mente, nem as sensações do meu corpo. Definitivamente eu precisava tirar aquilo da cabeça. Logo pensei na gincana que a professora passaria hoje em sala, se ela estivesse presente, claro. Quando acabei o banho e me vesti, corri para o meu quarto, já eram seis e meia, teria que correr para chegar a tempo. Enquanto penteava o meu cabelo ouvi a campainha tocar. Minha mãe atendeu e depois de um tempinho ela disse que tinha visita para mim. Era a Mel.

– Oi Mel, pode subir, estou aqui no meu quarto. – disse gritando.

– Tudo bem. Com licença Dona Mary.

– Fique a vontade querida. – disse minha mãe.

Fiquei na porta a esperando. Quando ela estava acabando de subir as escadas, Charlie sai do quarto colocando a camiseta, ela deu uma longa encarada nele, e olhou para mim com cara de surpresa. Ele chegou na porta do meu quarto e pediu a jaqueta dele, deu uma olhada e um sorriso para Mel.

– Entra aqui, Mel. – falei.

– Quem é ele?

– Ele quem? Ah, o Charlie? Meu primo.

– Por que não me contou que ele estava aqui?

– Ele chegou ontem a noite.

– Ah, entendi, e o que a jaqueta dele fazia no teu quarto?

– É uma história engraçada a caminho do colégio eu te conto.

– Tudo bem.

– Meninas, desçam vou levar vocês até o colégio. – gritou minha mãe lá da cozinha.

– Estamos indo.

Já no carro, eu iria contar toda a história para Mel, mas tinha esquecido que minha mãe estava no carro, então nem dava para falar.

– Então Claire, seu primo chegou na sua casa quando? – disse Mel.

– Ah, ele chegou ontem, eram oito e pouco da noite.

– Ah falando nisso, me desculpa por não ligar avisando que ele iria, Claire. – disse minha mãe me interrompendo.

– Ah tudo bem, não se preocupa com isto.

– Me conta o que você tem que contar, Claire... – disse Mel.

– Ah, na escola eu te conto, é sobre a prova. – olhei para trás e dei uma piscadinha, logo ela entendeu o recado.

– Tudo bem, então.

Ficou um tremendo silêncio no carro até chegarmos na escola. Estava pensando se contaria ou não para a Mel. Chegando lá, minha mãe parou o carro uns metros antes da entrada.

– Obrigada Mãe.

– Obrigada Dona Mary. – disse Mel, e correu para a minha direção.

– E ai o que aconteceu? – perguntou ela ansiosa.

– Ah, nada demais, ele chegou eu tinha acabado de acordar, e ouvi um barulho na cozinha, desci uns dois degraus da escada e olhei para baixo chamando pela minha mãe, mas ela não deu sinal, assustada corri para o meu quarto e fechei a porta, depois de um tempinho bateram na porta, eu abri e vi que era ele, fiquei meio surpresa e brava ao mesmo tempo, por ele não responder quando chamei. Ai nós descemos, ele preparou um sanduiche...

Fiquei quieta por um tempo, pensando se deveria ou não contar a Mel...

– Ele é um gato! – disse Mel.

– É... ele é muito bonito mesmo.

– Mas e ai... O que aconteceu?

– Ah, depois de preparar o sanduiche, nós subimos, e a jaqueta dele estava no sofá, eu peguei ela e joguei na minha cama, e fui para o quarto de hóspedes, para arrumar a cama dele. E esqueci de devolver.

– Só isso? – perguntou Mel.

– Sim, esperava o que?

– Nada. – ela riu.

Então, decidi não contar, até porque tinha a conhecido a pouco tempo, e essas coisas não se contam assim, com dois dias de amizade, mas tudo bem, é melhor assim, quem sabe eu conte, outro dia. E ela gostou de Charlie, lá vem outra confusão...

– Bom, hoje é o dia dos codinomes, Claire! - disse Mel ansiosa.

– É sim, tinha até esquecido deste detalhe.

Estava confusa sobre pegar ou não o codinome, algo me dizia que isso não iria dar certo, e também agora com Charlie em casa, ficaria meio difícil também. Pensando nisto, o que ele deve estar fazendo agora?

– Para de pensar sobre isso. - disse cochichando e repreendendo a mim mesma.

– Que? – perguntou Mel. – Falou comigo?

– Não, só estou pensando alto...

Aquele dia passou bem rápido, e finalmente peguei o meu “codinome” com a professora. Agora era só decidir se iria usar ou não. Como sempre voltei para casa andando com a Mel, até porque ela morava a poucas quadras de distância da minha casa. Chegando na rua da casa dela, ela me deu tchau, me deu um beijo na bochecha e seguiu o seu caminho. Enquanto isso eu continuei andando e pensando no Charlie até chegar em casa. Chegando lá, gritei :

– Mãe, cheguei...

Não tive nenhuma resposta.

– Charlie? Mãe? – disse subindo as escadas.

Chegando no meu quarto encontro Charlie deitado na minha cama, lendo um dos meus livros.

– Por que você não me respondeu?

– Ah, Oi Claire, já estava com saudades. – disse ele levantando da cama e colocando meu livro no criado mudo.

– Oi, cadê a minha mãe? – disse largando minha bolsa no chão.

– Ah, ela foi ao hospital, visitar o Tio Ben. – disse caminhando em minha direção com um olhar... bem, meio malicioso.

– Não, Charlie, nem pense. – disse interrompendo ele de chegar mais perto.

– Não o que?

– Não iremos fazer... De novo. Não agora, o que estou falando? Não sei se iremos mais fazer isto. Fui uma tremenda idiota, e agi por impulso, eu quase fui pega, não quero arriscar de novo. – eu queimava de desejo por dentro.

– Do que você está falando? Não fui eu quem te procurei ontem a noite quando a tia já havia ido dormir. Foi? E você estava diferente esta manhã, estava mais doce, agora mudou do nada, o que se passa?

– Não foi isso que eu quis dizer, é que... é complicado, Charlie, nós somos primos, não podemos fazer sexo, entende? Se minha mãe descobrir ela me mata, e te mata também. Não quero mais nada com você. Nada... Entendeu?

Ele riu e olhou para a minha cara.

– Sabia que eu adoro quando você fica brava? – disse me dando um abraço apertado. – Desculpa pequena, mas sou homem e tenho meus desejos também, agora me diz que você não gostou? – ele riu de novo.

– Isso não vem ao caso, Charlie, por favor. Você me entendeu? Eu fui uma tremenda tola...

– Se você é uma tola por gostar de mim, bom, então eu também sou por ainda gostar de você. Desde a nossa primeira vez, eu não paro de pensar sobre quando te veria de novo, se isso iria acontecer ou não, e aconteceu. Devo admitir que foi com certeza melhor do que a primeira, porque antes, só fiz porque... Bem, nem eu sei o por que, agora tenho a plena consciência do que faço, e você também. Se não tivesse gostado, não teria ido me procurar para “acabarmos”, não é mesmo? Eu te amo, gostaria de passar o resto da minha vida com você. Mas estou vendo que por você, isso não vai rolar nunca. – Ele disse tirando as mãos do meu ombro e saiu andando.

Realmente não sabia o que fazer, acho que realmente gostava dele, e ali estávamos nós de novo, em um romance proibido, fiquei o encarando enquanto ele andava até o quarto dele. Não me contive e gritei :

– Você é um bobo sabia?! - quando disse isto, ele parou no lugar em que estava e ficou parado de costas para mim. - Chega assim do nada, muda a minha rotina completamente, e ainda fala essas coisas bonitinhas para mim. Eu gosto muito de você, e tenho que admitir que nunca te esqueci, desde quando era apenas uma criança, até agora. Finalmente me sinto completa por alguém...– enquanto falava caminhava em direção a ele. - E esse alguém, é você, Charlie, e acho que sempre será, me desculpa por ter sido tão chata com você, é que eu realmente gostaria de pensar que isto não está acontecendo, tudo isso de novo, não sei se ficaremos bem ou não, mas saiba que eu te amo, mesmo com todos os seus defeitos, mesmo sendo chato e persistente quando deseja algo, pois só você me faz sentir-me bem, mesmo que seja só por um olhar. – cheguei perto dele, coloquei a mão sobre o ombro dele, o virei, e o abracei forte. – Me desculpa por ter sido uma completa idiota.

Neste momento, ele colocou uma mão em minhas costas e outra em minha cabeça, e disse palavras que só vindas dele realmente me confortariam.

– Vai ficar tudo bem, pequena. Não se preocupe quanto a isso.


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Notas finais do capítulo

Espero que tenham gostado, não esqueçam de comentar.



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