Droga Hermione!

De novo parecia que eu havia esquecido de fechar as cortinas. Mas eu devia estar tão cansada do show, que nem me lembro de ter voltado para o hotel.

Estiquei-me na cama e logo percebi que havia alguma coisa errada quando alcancei a borda do colchão. A cama do meu quarto não era de solteiro.

–Hãm? – Me sentei na cama confusa. Aquele definitivamente não era o meu quarto. Era muito maior, e com várias camas iguais à minha, separadas por fileiras de cortinas verde-bebê. O teto era muito mais alto, e assim que baixei os olhos dele, vi que não estava sozinha. – Draco, que lugar é esse?

–Não reconhece o St. Mungus? – Perguntou ele, com seu habitual tom de frieza na voz. Revirou os olhos. – Não se lembra de nada não é?

Sacudi a cabeça negativamente.

Ele suspirou impaciente e começou a explicar:

–Bem, você nunca se lembra não é mesmo? Acontece que, como eu já havia dito antes, você é um imã para problemas. Eu e o Weasley nos desentendemos ontem, e você fez questão de entrar na frente, Granger.

–E como eu vim parar aqui?

–Meio óbvio não? A afobação do seu ex-namorado o fez acertá-la com um estupefaça. Então você praticamente caiu em cima de mim, e de algum jeito que eu não faço idéia como, tratou de bater a cabeça. – Ele suspirou e revirou os olhos novamente. – Como eu disse, um imã...

–E cadê o Rony? – Perguntei. Queria dar uns bons tapas naquele cara, imagine só, ele me estuporou!

–Hm... Ali. – Ele apontou para uma das camas no final da enfermaria, onde alguém muito ferido que eu não reconheceria se não visse os cabelos ruivos.

–Ah meu Merlin! O que aconteceu com ele? – Perguntei exasperada.

–O que, você acha que eu ia deixá-lo bem depois de mexer com a minha garota? – Ele riu com a expressão “minha garota”. Pelo visto ele tinha se divertido.

–Você se vingou dele por mim. – observei. – Isso não é justo!

–Nunca tinha visto esse seu lado furioso Granger. – Ele se impressionou.

–Não tenho esse lado. Só estou com raiva dele. – Dei de ombros.

– É bem sexy. – Ele falou baixinho, e assim que me viu corar voltou a rir.

–Pare com isso. – Respondi olhando para o chão.

–Isso o quê?

–De tentar me deixa constrangida. – Respondi irritada.

–Um elogio faz mal? Tudo bem então. – Ele deu de ombros.

–Espera aí. – Falei, surpresa. – Não era mentira?

–Eu tenho cara de mentiroso, Granger? – Ele perguntou. Eu estava prestes a responder que sim, mas achei que não faria diferença.

–Quando vou pra casa? Quero dizer... Pro hotel? – Perguntei, curiosa de quando iria voltar à minha confortável cama de casal com a vista dos subúrbios de Londres.

– Não sei, mas definitivamente bem antes desse aí. – Ele gesticulou pra Rony, agora gemendo de dor enquanto uma enfermeira trocava o curativo do seu olho roxo.

–Draco – Chamei para conseguir sua atenção. – Mesmo que isso tenha sido, hã... Contra meus princípios, embora eu ache que ele mereceu, isso foi... Muito gentil da sua parte. – Disse, procurando encontrar as palavras certas.

Ele deu um sorriso diferente. Não sarcástico, como os outros, mas um sorriso um tanto satifeito com o que eu havia dito.

– Não há de quê, Granger. E aliás, eu faria tudo de novo.

–É, eu imagino o quanto se divertiu.

–Claro. – Ele ficou em silêncio alguns segundos, quando coçou o queixo, parecendo tentar se lembrar de algo. – Eu tinha algo pra lhe dizer.

–Então diga. – Encorajei.

–Ah sim! – sua expressão se iluminou de repente. – É hora da minha vingança.

–Hã? – perguntei sem entender.

–Você me convidou para ir à um show com Gina Weasley, Luna Lovegood, e pra piorar, ainda apareceu o Potter e o Weasley.

–E daí?

–E daí que... Bom, Zabini me deu uma brilhante idéia.

Respirei fundo. Já até imaginava a idéia ótima de sair com Blaise zabini. Afinal, ele me adorava não é mesmo? Não.

– Você vai acampar comigo no litoral. E vamos junto com ele e a Parkinson. – Draco falou, como uma ordem.

– Não sou obrigada a ir. – Cruzei os braços.

–Ah, é sim. – Ele riu. – Pansy vai adorar sua companhia.