A deusa perdida escrita por Nina C Sartori


Capítulo 46
O grande general




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Com a chegada de Ares e Atena, as coisas começaram a melhorar para o nosso lado. Fiquei aliviada que eles conseguiram chegar em um momento muito crítico da batalha. Enquanto eu, Electra e Will juntávamos nossas forças para proteger o palácio, Atena e seu exército controlavam a situação ao nosso redor, diminuindo a quantidade de inimigos atacando o palácio. Atena ordenou um batalhão para reforçar a defesa do palácio, enquanto ela e os outros seguiam para as outras linhas de batalhas. Uma parte do exército de Ares estava ajudando nos ataques pelo ar, juntamente com algumas caçadoras e meus soldados. Outra parte estava ao chão, dando reforço para os outros. A linha de frente estava mais crítica porque era onde tinham mais inimigos aglomerados, então Atena e uma parte do seu exército vinha de trás para frente atacando.

Ares estava fazendo um bom trabalho em manter o gigante longe do palácio e de mim. Em sua forma divina, ele tinha mais liberdade em atacar agressivamente e sem limitações. Os ataques de Ares eram rápidos e às vezes conseguia atingir o general, mas o mesmo conseguia acompanhar o ritmo de Ares, assim defendendo a maioria dos ataques. Isso me preocupava. Ares poderia aguentar bastante ali, mas em algum momento o gigante cansaria daquela situação e poderia vir atrás de mim.

Apolo e Ártemis juntaram suas forças no campo de batalha, o que era incrível de observar, os gêmeos atacavam rapidamente e ainda combinavam os ataques. Às vezes estavam rindo, se divertindo com algum dos infelizes monstros que acabavam na mão dos malvados irmãos. Ao redor deles, os meus soldados e generais que sobreviveram estavam dando o melhor para defender o seu reino. Observar toda a batalha e ver que estávamos conseguindo controlar a situação ao nosso favor me deixava feliz.

Eu, Will e Electra pudemos parar um pouco os ataques porque os soldados já estavam conseguindo controlar a situação ao nosso redor. Isso nos ajudou para podermos poupar um pouco nossas energias.

— A situação está um pouco mais controlada. – observou Electra.

— Por enquanto. – respondi.

Electra me analisou minuciosamente.

— O que acha?

— Que o gigante está analisando a situação primeiro para depois atacar com toda sua força. – respondi seriamente.

Electra voltou sua atenção a batalha entre Ares e o general.

— Então teremos que nos preparar melhor. – E ela me ofereceu uma garrafa para eu poder beber o conteúdo dentro dele.

Peguei a garrafa e olhei dentro dela. Não acredito no que estou vendo.

— Você tinha o néctar dos deuses esse tempo inteiro e não disse nada! – falei com raiva.

Electra deu de ombros.

— Sabia que íamos precisar em um momento mais crítico, então o guardei este tempo todo.

— Desde quando você está com esta garrafa?

— Nossa querida mãe me deu antes de sairmos de sua casa nas profundezas dos mares.

Olhei surpresa para Electra e agradeci em pensamento para a minha mãe.

— Então iremos dividir. Tomaremos um gole para todos os que estão necessitando tomarem.

Electra concordou. Tomei um gole do néctar, comecei a sentir minhas energias sendo revigoradas e o peso que sentia diminuir. Entreguei para Will e ele me olhou surpreso.

— Também irei tomar?

— Claro que sim. Você precisa tomar para ganhar mais energias. Sendo um semideus, seu organismo consegue processar o néctar. Mas tome pouco.

Ele concordou e tomou um gole. Percebi a pele de Will ficar vermelha e ele arregalar os olhos. Logo depois começou a diminuir a vermelhidão.

— Uau! – ele arfou.

— Bom, não é, semideus? Agora me dá essa garrafa porque também preciso de energia.

— O nome dele é Will. – falei entre dentes.

Electra apenas abanou a mão dela para mim e bebeu um gole da bebida.

— Leve a garrafa com você, Electra. Faça uma varredura ao redor do campo e veja quem está necessitando do néctar.

— E os deuses?

Olhei para eles, analisando um pouco a situação.

— Se algum solicitar, entregue a garrafa. Mas priorize os soldados.

— Certo.

Dito isso, Electra correu o campo rapidamente, auxiliando quem precisava. Voltei o meu olhar para a batalha de Ares e o general. Continuavam na mesma situação. Alguma coisa não estava certa, eu podia sentir. Ele estava pegando leve demais para o seu grande histórico de batalhas. Observei que ele, em alguns momentos desviava o olhar para o campo, analisando a situação. Ele estava esperando o momento certo, tinha certeza disso.

“Atena, temos um problema.”, chamei Atena em meus pensamentos.

“Qual?”, ela respondeu.

“O gigante está analisando a batalha. Ele está esperando, parece que está ganhando tempo.”

“Eu sei. Ares também, é por isso que também estamos esperando o momento chegar.”

“Como assim?”, perguntei confusa.

“Você verá na hora certa.”

O que àqueles dois estavam tramando? Eu não gostava de ficar de fora do planejamento surpresa em minha própria batalha, afinal sou eu que estou comandando isso aqui, não? De repente, o general olhou diretamente para mim e sorriu. Senti um calafrio percorrer o meu corpo.

— Há quanto tempo, Alexis. – o general falou, com sua voz grave e forte de onde estava.

— Preferia que este tempo de nos vermos nunca chegasse. – respondi friamente.

Ele gargalhou e tudo vibrou ao nosso redor. O gigante continuava sua batalha com Ares e, mesmo assim, demonstrava interesse em interagir comigo. Eu não estava gostando dessa situação.

— Mas senti tanto sua falta. Estava imaginando como seria o nosso reencontro por anos e, enfim chegou. Fui designado para te caçar e isso me deixa muito feliz.

— Apenas você sentiria felicidade em me caçar, outros sentiriam medo.

— Você sabe que eu não sou covarde, Alexis.

— Não é, devo admitir, mas também não é inteligente vindo me atacar.

Ele apenas riu e depois voltou o olhar para Will.

— Estou feliz em vê-lo, Will. Ainda mais num momento como este, onde exatamente queria que estivesse.

Apertei a mandíbula com força e me coloquei em frente a Will.

— Não tocará um dedo nele. – disse com raiva.

— Veremos.

Ares tomou a atenção do gigante e eles ficaram imersos na batalha. Olhei para o Will e percebi que ele estava observando sua amiga, Sofia, que estava batalhando ao lado do seu pai, Apolo.

— Eu sabia que ele queria nós dois juntos. – disse Will.

— Como você sabe?

— Porque ele me disse que a minha missão era exatamente onde ele queria que eu estivesse. Creio que ele pretende levar nós dois, não apenas a senhora.

Pensei um pouco no que Will disse e sabia que ele tinha razão. Nunca deixarei ele nos levar. O gigante irá cair, assim como todas as vezes em que caiu. Olhei determinada para o general, enquanto planejava sua morte. Electra voltou para o seu posto ao nosso lado.

— Não temos mais néctar, mas consegui distribuir bem entre os necessitados.

— E os deuses?

— Apolo e Ártemis precisaram de um pouco.

— Imaginei.

— Tem mais uma coisinha, irmãzinha.

Observei Electra que estava um pouco tensa demais.

— O que é?

— O grande monstrengo está esperando reforços.

— Que reforços, Electra? – perguntei impaciente.

— Eu não sei, mas ouvi um dos seus comandantes comentarem antes de eu mata-lo quando eu estava lá embaixo.

Cerrei meus punhos. Isso não era bom. O único reforço que teremos, é Zeus, pelo menos espero que ele ainda apareça. Mesmo assim, ele não virá com um exército, virá sozinho. Apolo e Zeus foram os únicos que não mencionaram em trazer mais ajuda. Apolo eu sei que ele anda com problemas com seus aliados, mas Zeus eu não faço ideia o motivo.

De repente ouvi um silvo vindo em minha direção por trás. Virei rapidamente e bati com meu cetro no que iria me atingir, bloqueando o ataque para o meu lado direito. Era um arpão de bronze. Olhei para a direção do ataque e vi uma massa escura vindo em nossa direção. Consegui ouvir um barulho de bater de asas. Congelei.

— Não pode ser. – Electra murmurou.

— O que é? – Will perguntou.

— Dragões. – respondi.

“Pessoal, temos uma legião de dragões chegando no lado sul.”, mandei a mensagem via pensamento para todos.

“Esse é o sinal.”, respondeu Atena.

Não entendi o que ela quis dizer, mas passei as ordens para o batalhão que estava protegendo o palácio. Eu e Electra começamos a desviar os ataques dos arpões que estavam sendo direcionados para nós.

— Maldição! Como ele conseguiu reunir os dragões? Achei que estavam extintos! – disse Electra.

— Também achei que o gigante estava morto e, olhe, ele está aqui, nos atacando! – falei ironicamente.

— Eu sei! Muitas coisas acontecendo sem explicações direito. – ela respondeu irritada.

— Maldito Tifão! – falei com raiva.

Dá última vez que ele utilizou os dragões, conseguiu vencer. Isso é preocupante.


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Notas finais do capítulo

O grande general é o temível gigante Tifão.
E agora, Alexis? Será que ela e os seus aliados conseguirão vencer? E onde está o maldito Zeus nessa hora tão crítica?