Lary Taylor escrita por Akira Seiy


Capítulo 5
Capítulo 5 - Compromisso Prófugo




Este capítulo também está disponível no +Fiction: plusfiction.com/book/300990/chapter/5

–Essa cidade já me incomoda. Seu ar me engulha. – O estranho homem sentado no topo de um dos edifícios murmura para o vento. –Quanto tempo mais terei de aguentar?

Um pássaro, curioso, que o rondava , voa em pequenos trajetos observando suas ações. Até que pousa suavemente ao lado dele. Que tira um maço de cigarros do bolso interno do seu colete.

–Termine o trabalho logo, e poderemos ir. – Uma voz feminina, doce e delicada ecoa pela silenciosa manha, irritando o homem que fumava calmamente, e logo um sorriso sinistro ocupa seu rosto.

–Esse trabalho já estava terminado antes mesmo de chegarmos, minha cara.

Ele se vira para o pássaro, que toma-rá a forma de uma bela mulher.

–Não é o que está me parecendo. – Diz em um tom de deboche. –Tenho certeza que você está errado. Ela esta indo muito bem até agora.

Ele lança um olhar efêmero a ela.

–Não seja convencida, as coisas nem sempre são o que parecem.

–Por que não poderia ser ela? Ela é a mais capaz até agora.

Ele solta pelo canto dos lábios uma risada baixa zombando.

–Você é cega? Ou simplesmente imbecil? Ela nem de longe é o que estamos procurando.

–Quer apostar? – Solta a moça com um olhar deliberado.

Ele hesita, mas logo solta um riso estrondoso.

–Está mesmo tão segura a ponto de fazer um aposta comigo?!

Os dois se unem em um riso ominoso.

–Sua afoiteza ao duvidar de meus instintos ainda vai te matar. – A moça cessa seu riso, o desafiando e o tentando para sua aposta.

O olhar dele se torna mortífero e encarniçado para com ela.

–Minha cara, seus instintos são tão falhos que conseguiu o impossível.

O olhar da mulher se torna confuso.

–Do que está falando? - Ela pergunta complexada.

Ele vira seu olhar na direção a porta de uma das casas a frente do edifício em que se encontravam. Estava sendo aberta lentamente e logo um jovem rapaz saiu caminhando cabisbaixo e rapidamente após se despedir. A surpresa da mulher ao velo foi surpreendente. Foi tomada por ódio enquanto ouvia os risos ao seu lado.

–Foi você não foi? Seu desgraçado. – Ela pergunta com raiva. –Você não disse que queria terminar logo? Por que fazer algo tão desnecessário?

–Nada me disponibiliza mais prazer do que ver sua lástima, você deveria saber disso.

Ele mal pode ouvir sua resposta, ela voltará a ser uma ave a alçara voo, enquanto ele apenas observava como se estivesse no controle da situação.


– Tão previsível Charlote. – Ele se levanta dando um último trago em seu cigarro – Vamos ver se há algo interessante acontecendo nessa merda de cidade.


Mal-encarado caminha pelas ruelas da cidadezinha, causando espanto e empatia por onde passa, pelo seu jeito arrogante a assustador.

Apenas alguns minutos já bastaram para que ele ficasse entediado, procurando pelas ruas um bar ou algo parecido. Após sua busca ser frustrada, anda mais um pouco por caminhos aleatórios, até chegar em uma pequena praça.

Aborrecido xinga mentalmente a parceira, a cidade e todos que o cercam.

Se senta num banco perto de uma grande árvore que fazia sombra sobre ele. Observa a movimentação do local por algum tempo, até que acende outro cigarro e tira do bolso de seu colete um pequeno livro.

Até perceber, algum tempo depois uma garota assustada passar rapidamente por ele. Pensa duas vezes antes de fazer algo, bem, era o seu dever ir atrás dela, mas não o fez.

Fatos em sua vida o motivam a ficar longe dela, seu receio é enorme para com o escolhido. Um dos segredos bem guardados por ele, Symans Lênin. Apenas ignora, e volta suas atenções novamente ao seu livro.

Passam-se horas até que se distrai por um pássaro, deveras conhecido, que pairava não muito longe de onde ele estava.

– Ora, ora.– Diz ele olhando para o pássaro a voar.– Essa desgraçada já se acalmou?

A ave voa baixo e pousa sobre um prédio antigo, na verdade o hotel da cidade. Não muito grande, apenas dois andares e uma recepção improvisada, mas a única opção para alguém que, por ventura do destino, fosse pernoitar. Sabia ele que deveriam se encontrar, pois estavam hospedados no alojamento.

Levanta relutante, joga a bituca do quinto cigarro que fumará e guarda o livro no bolso onde se encontrava antes.

Chegou em minutos a pequena hospedaria, passou pela entrada ignorando o recepcionista que o cumprimentará.

Subiu as escadas pensando em o que ela queria, e o que teria feito para se acalmar tão rápido, afinal geralmente sua companheira se estressava e sumia por dias em situações como essas.

Fica fitando a pequena placa da porta do quarto que estava a pernoitar, já havia alguns dias em que chegaram para cumprir a missão, não estava nada motivado com as chances que a pessoa em questão tinha para se o que estavam procurando.

Entrou alguns segundos depois de pensar em um plano, sem sequer uma falha, para eliminar as chances de sucesso de Charlote para com ele.

Entrou no pequeno quarto mal iluminado, e se sentou na poltrona de couro mofado ao lado da porta. Fitou as várias mariposas rodando na luz fraca, e lentamente caindo no chão quando morriam pelo calor da lâmpada.

Os dois ficaram em silêncio por alguns minutos, até que Charlote o quebra com uma voz ríspida.

–Sabe como o que você fez pode nos expor? – Olha para o parceiro friamente. – Ele era apenas um garoto!

"A morte dele não nos trás nenhum beneficio. Lênin, tudo não passa de brincadeira para você?"

–Minha cara, você está certa, do que traria para nós, a morte de um garoto insignificante? – insinua para aborrece-la – Ainda assim, você deveria conhecer a sua vitima antes de ataquar qualquer um. Isso é, em parte, culpa sua também.

"Mas afinal, qual seria a graça desse trabalho sem uma ou duas mortes para nos divertir?"

Espalhando uma atmosfera medonha pelo quarto, sua face é tomada por um sorriso sinistro, que deixa sua companheira sem voz.

Ela se encolhe e espera que ele mude de espressão, o que acontece em poucos segundos.

–Ora, Charlote... – Diz em um tom sarcástico. – Ainda não perdeu seu medo de mim? – Solta um riso frio. A mulher não responde, fica apenas parada por algum tempo.

O sol já se punha, era uma bela noite, o céu estava limpo e uma lua minguante se erguia no horizonte.

A mulher já recuperada, se levanta e fita a janela. Observando a paisagem.

–Então, planejou algo para essa noite? – Symans se dirige a ela.

–Sim...– Ela hesita. – Irá cooperar?

–Claro. – Diz com um sorriso sarcástico no rosto.

–Quer ir cuidar do garoto, ou se encontrar com a menina? – Ela pergunta sem desviar o olhar na janela.

–Depende do sentido da palavra cuidar. – Sua expressão volta a ficar sinistra.

–Faça o que quiser. – Dessa vez a atmosfera não a assusta, e sim a contagia.

Ela abra a janela e se transforma rapidamente, logo depois voa para o seu destino.

Lênin desce as escadas e apenas joga a chave em cima do balcão da recepção.

Anda calmamente até que é tomado por algo, uma sensação que após poucos segundos some. Mas ainda assim o desconforta.

–Senhorita Taylor...– Diz ele voltando a si.– Eu terei o prazer de acabar com a sua alegria.


Não quer ver anúncios?

Com uma contribuição de R$29,90 você deixa de ver anúncios no Nyah e em seu sucessor, o +Fiction, durante 1 ano!

Seu apoio é fundamental. Torne-se um herói!




Hey! Que tal deixar um comentário na história?
Por não receberem novos comentários em suas histórias, muitos autores desanimam e param de postar. Não deixe a história "Lary Taylor" morrer!
Para comentar e incentivar o autor, cadastre-se ou entre em sua conta.