Sinal Positivo escrita por Milk


Capítulo 12
Capítulo XI


Notas iniciais do capítulo

Oi fofuras! Tive problemas com a internet, por isso não postei antes como deveria, sorry. Em compensação, um capítulo relativamente e interessante para as leitoras curiosas, mortas de vontade para ver a Sakura dar a língua nos dentes! Muahahahaha Aproveitem! shuahsuahsau

[Capítulo editado! Não sei por que, mas os diálogos saíram todos sem travessão, estava tudo muito confuso. Dei uma arrumadinha. -20/11]



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–Quem devolveu? -Perguntou tentando olhar por cima do bilhete enquanto dirigia.

–Não sei. -Respondi. Realmente não sabia, estava sem remetente, mas as possibilidades eram cruéis. A princípio, por não ter assinatura, pode se considerar inofensivo para mim, mas o risco de Naruto reconhecer a letra era grande. Amassei o papel e joguei pela janela. -Algum herói muito generoso que não deseja se identificar. -Ele riu com as sobrancelhas arqueadas.

–Um herói nesse projeto de cidade? Só se for eu e meu lindo Kadeting!

Eu sei de tudo

de tudo

Eu sei

Eu

–Por que será que ele deixou aqui, tão longe do centro?

–Precaução.

–Ou pode ser uma armadilha. -Me virei para ele. -O herói talvez seja um vilão nas horas vagas.

–Não acredito que você vai ficar tentando me assustar bem na noite de natal!

–Não vou. -Respondeu com aquele sorriso lindo e exclusivo de Naruto Uzumaki, dando a entender seus planos. Olhei ao redor e vi que ele estava avançando para a estrada.

–Naruto, para onde está me levando? -Perguntei já meio assustada. Na linha do horizonte dava para ver a nuvem de poeira causada pelos jovens da cidade fazendo drift. Ele ria. -É sério Naruto, onde vamos? Mamãe não pode nem sonhar que estou saindo dos limites da cidade com você!

–Estamos fugindo, fica calma, seremos como Jack e Sally comemorando Halloween no Natal!

–Naruto! -Comecei me desesperar. -Eu não posso fugir com você!

–Mas eu posso fugir com você!

–Oh não! -Olhava incessantemente para trás. -E os meus pais, meus remédios, os médicos, oh, os médicos! Eles vão enlouquecer com meu sumiço!

–Você não tá acreditando mesmo, tá?

–Hã? -Olhei para ele ainda com o coração acelerado. Ele entrou numa estradinha que dava retorno para a cidade, o que me aliviou, mas foi temporariamente porque ele não voltou para a casa, entrou numa estradinha sem curva que ia para o nada, literalmente. Só areia e mato ao redor. Ele parou o carro de repente e me olhou. Estava escuro, mas mesmo assim suas íris brilhavam. -Por que me trouxe aqui?

–Porque eu te amo e eu te quero daquele jeito. -Foi direto. Não deveria ficar surpresa, afinal ele é meu namorado, já é homem feito, estamos juntos há meses e tal Mas minha reação foi arregalar os olhos, pois, o que responder quando alguém diz isso para você naquele momento em que você está grávida, amedrontada e sozinha com ele no meio do nada.

–N-Naruto e-eu não... -Gaguejei e fui detida antes de terminar a recusa, ele já devia ter sacado que por livre e espontânea vontade não ia rolar nada, ainda mais no Natal, que pecado!

–Nunca falamos sobre isso.

–Agora não é hora

–Eu quero, não por nada físico, juro, mas é por você! Falou num tom desesperado. Ou por mim, não sei! -Disse demonstrando impaciência consigo mesmo. -Não entendo o porquê de eu estar me sentindo assim tão desesperado. -Hormônios. -Sinto como se estivesse perdendo você. -Na verdade, ele estava e aquilo foi doloroso de ouvir.

–Não vai me prender junto de você se a gente fizer isso. -Disse, logo me arrependendo ao ouvi-lo confessar.

–Gostaria de acreditar que pudesse. -Eu fiquei sem fala. Ele realmente estava inseguro quanto ao nosso relacionamento? Mas por que isso do nada? Por que ele de repente cogitou que eu estivesse me afastando dele quando eu estou mais com ele do que comigo mesma. Sempre penso em como deve ser doloroso conviver com alguém como eu. Deve ser uma luta ter uma namorada medrosa demais para não se entregar para ele dentro do carro do Sasuke, que por acaso, é o cara que comeu a namorada dele primeiro que ele.

–Se você me ama, se você quer, precisa entender que eu definitivamente não estou bem e tudo o que eu fizer contigo não será por amor, será por receio de perdê-lo. Se está for sua intenção, me diga, sem demora, que me deito com você aqui e agora no meio do nada, mesmo contra minha vontade. -Disse olhando em seus olhos azuis. -Não digo isso para desestimulá-lo, estou apenas evidenciando minha recusa, assim como você justificou esse sequestro. -Rimos sem humor e sem sincronia. -Eu nunca me senti tão especial para alguém como você fez com que eu me sentisse. Eu não quero que isso acabe a partir do momento que você tirar minha virgindade no banco traseiro do seu carro.

–É muito confortável. -Garantiu.

–Eu sei. -Rimos. Já havíamos dado uns beijos lá. -Agora você pode me levar para casa? -Ele assentiu e girou a chave. O motor roncou e o carro foi saindo de ré daquela estrada reta de terra, pedregulhos e muros de mato. O caminho de volta foi um silêncio grutual, a única coisa dita antes dele me deixar na porta de casa foi o aviso desnecessário de que iria me dar a aliança verdadeira amanhã. Ligou para minha mãe avisando que eu estava entregue e partiu, me deixando preocupadíssima, pois ele não estava nada contente, pelo contrário.

Joguei a sacola de presente na cesta de lixo dos vizinhos retirando de lá o capacete e o escondendo nos fundos de casa. Entrei pela lavanderia, rezando para não haver parente o suficiente para me encher o saco. Só que não, o mundo conspira contra Sakura, quase todos os que estavam em casa quando saí permaneciam lá, mulheres totalmente bêbadas e homens parcialmente lúcidos. As crianças estavam em sua maioria dormindo no quarto da Reira, minha irmã feia. Minhas primas também são feias, meus primos eu já não posso falar nada.

Na verdade, eu posso, pois no meu pensamento não há quem me julgue nem quem me ouça. Não que isso seja bom, mas você sabe como que é...

Eu tenho um primo de vinte e dois anos que na época não era lá tão inteligente. Digo na época, mas não faz muito tempo, para falar a verdade, faz um ano. Na festa de aniversário da irmã dele, a que tem Síndrome de Down, eu bebi alguns goles disso e daquilo, devo ter acabado me insinuando, pois na primeira oportunidade que tivemos de ficar sozinhos, nós ficamos e ele me beijou. Eu não havia beijado muitos meninos na minha vida então foi uma coisa meio desajeitada, mesmo assim ele continuou me beijando, não só naquela noite, em outras noites, em outras ocasiões e aquilo foi se tornando comum, até que nos flagraram. Foi o fim.

Seria natural se eu ficasse triste como fiquei, mas não, eu fiquei pior porque já era tarde demais, eu estava apaixonada por ele, o bastante para ficar totalmente desolada quando fomos separados, mesmo a gente nunca tendo sido um só.

Por isso quando eu vi Sasori, meu primo, no meu quarto apagando as cinzas do seu cigarro no meu cinzeiro, me veio uma onda de ódio daqueles. Por quê? Você deve pensar que estou devaneando, o deixando confuso. Talvez. Mas reparem que eu não contei o fim da história.

Eu tinha quatorze anos. Foi numa tarde de Setembro que tudo aconteceu, me lembro claramente, quando eu acendi meu primeiro cigarro, não para me rebelar, mas para me iludir com o cheiro que eu associei à ele, ao gosto amargo que ele tinha na boca ao me beijar, queria continuar sentindo o sabor. Bebia compulsivamente para me distrair, me embebedava. Não comia, não estudava, não dormia, mal falava. Era um projeto de carne e osso definhando antes mesmo de se tornar algo completo.

Foi nessa brincadeira que bêbada no banheiro, com uma garrafa de Gim quebrada, fiz meu primeiro corte.

Um raso risco vermelho no pulso esquerdo. Uma leve ardência, uma sacudida e ficava tudo bem. A dor era só na hora do ato, depois, a sensação era algo muito próximo do prazer, mas não chegava a ser tão bom. Quando esse êxtase acabava, sobrava a culpa como resíduo e todos nós sabemos como eu descartava: com um novo corte.

Essa brincadeira evoluiu e olha como estou hoje!

Sasori foi o pontapé inicial, hoje, garanto, ele não representa mais do que nada. Apenas um marmanjo vagabundo que abusa de garotas alcoolizadas. Talvez isso nem seja culpa dele e sim um distúrbio psicológico, não deveria zombar com a possibilidade de ser mesmo doença. Mas ele é muito descarado... Não devia nem ter aparecido em casa! Tem sorte que meu pai relevou o acontecido. A família entretanto até hoje me chama de vadia.

Só eu que me fodo.

–Não deixei entrar no meu quarto.

–Olha... Você cresceu! -Disse me observando com os lábios cerrados e curvados para baixo.

–Cala boca. Sai daqui. -Fiz pouco caso do comentário.

–Posso levar o cinzeiro?

–Ah Sasori! Vai dar duas da manhã, estou exausta, não enche, tá!

–Que decepção. -Disse agora sério, balançando a cabeça para os lados. -Essas porcarias de lâminas e cigarros e remédios que você usa... Que viadagem!

–Olha, não me obrigue falar uma terceira vez para você sair, sumir, se desmaterializar do meu quarto!

–Ok, estou saindo!!! -Levantou as mãos para o alto e saiu rindo de mim. Fechei a porta com força e tranquei, dando um murro em sua estrutura, logo sentindo os pontos nos pulsos reclamarem irritantes.

Deitei do jeito que estava na cama, com a roupa de festa e com o cigarro ainda aceso na boca. Agradeci mentalmente por ter trancado a porta à chave, já me sentei na cama com o coração acelerado pensando na possibilidade de alguém ter visto. Abri a janela para sair o cheiro da nicotina, liguei o ventilador para ajudar a circulação do ar e usei todos e quaisquer métodos que deixassem vestígios de cigarro daquele quarto e quando mamãe entrou, exausta da festa da noite anterior, ainda reclamou do cheiro.

Foi Sasori. Disse impassível. Ontem o encontrei fumando aqui quando cheguei. Ela suavizou a expressão confusa, desconfiada. Se fosse mais inteligente saberia que o odor não durava assim tantas horas. Você o deixou subir?

Nem o notei na festa, para ser sincera. Me entregou meus remédios e água. Naruto está lá embaixo com o seu pai tentando carregar uma árvore de natal.

Ah, meu presente. Disse.

Aquilo é o seu presente? Perguntou decepcionada. Ele que parece um namorado perfeito, te dando um presente assim...

Pois ele não poderia me dar um presente melhor. Falei com a voz firme. Não acreditava que minha mãe estava reclamando do Naruto, sendo que os amantes dela lhe davam pêssegos e presilhas de cabelo com strass. Nunca verá um presente igual ao que ele me dará.

Eu não estava errada. Surgiu no meu quarto uma árvore de natal de um metro e vinte no máximo toda decorada com pequeninos bichinhos de pelúcia em formato de biscoitinhos natalinos, renas, Papais Noéis e duendes; pisca-pisca enrolado uniformemente pelos galhos do falso pinheirinho e nas pontas deste, as pokebolas de acrílico com nossas fotos no dia em que nos conhecemos, no dia em que ficamos, nos passeios, em tudo.

–Naruto... -Eu já estava chorando.

–Uma vez você me disse que gostava de natal por causa das luzes e das árvores e tal... Pensei em te dar um natal para o ano todo.

–É pecado deixar a árvore montada até depois do dia seis de Janeiro. -Interviu minha mãe.

–Esta não é uma árvore de natal, é uma árvore de Naruto. Pode ficar ligada o ano todo.

–Puxa energia. -A vez do meu pai reclamar.

–Pisca-pisca a bateria! -Sugeriu com um ar óbvio. -Sakura me disse que vocês têm um.

–De fato. -Papai concordou.

–Obrigada. -Abracei Naruto do Jeito de Abraçar o Namorado Quando Se Está na Frente dos Pais.

–Mostre à ele o seu presente! -Mamãe disse. -Fui no quarto dela e peguei o presente, diferente do dele, adquirido em uma loja de eletroeletrônico.

–Não havia necessidade. -Ele ficou vermelho, recebeu o presente e agradeceu ao papai com um aperto de mão pelo presente. Meu pai sorriu.

–É por cuidar da minha filha. -Naruto assentiu, em seguida, abriu o presente. -Nossa! Exclamou entusiasmado com os olhos brilhando. Isso custa uma nota! -Rimos. Na verdade, aquilo não era assim tão caro, fiquei imaginando quanto custava uma nota para o Naruto.

Fiquei imaginando se ele falou isso para a vendedora quando comprou nossas alianças.

Ele me deu as verdadeiras quando estávamos sozinhos no quarto, daí o agradeci devidamente com uns quinze minutos de beijos e abraços por todo o lado, daí ele foi embora rapidinho, pois tinha que devolver o carro do Sasuke (pois é). Reira foi passar as férias na casa de uma tia então a casa ficou apenas com meus pais, o Aidou e eu.

–Sakura, seu punho já está melhor? -Antes de esperar um resposta, ela já pediu o favor. -Poderia dar banho no Aidou para mim? Tenho que preparar o prato do almoço.

–Ok. -Peguei ele no colo, brincando e beijando ele todo. Deixei a banheirinha enchendo enquanto tirava suas pequenas roupas, cantando cantigas de livros que eu mesma havia dado melodia.

Tentava segurar Aidou na banheira enquanto ele batia na água, me molhando inteira, e brincava com seus bichinhos. Com suas mãos pequeninas e pés pequeninos. Os olhos verdes me olhando, o sorriso rosado, lábios fininhos sem nenhuma rachadura, pele alva no auge da perfeição, com exceção da deficiência de um par de asas, pois meu irmão eu considerava como um anjo e sempre consideraria, mesmo depois dos vinte com três putas debaixo de cada braço.

Ele já tem mãos. Ela falou. E pés

Pensei na senhora. No capacete. Nas unhas minúsculas de Aidou que um dia foram menores ainda. No Sasuke. No Naruto. No suco de laranja que Ino me deu na festa. Na árvore de Naruto. Em Shizune. Em Sasori. Na mamãe com aquele homem estranho. No papai indo embora sem dizer tchau.

É agora.

Peguei Aidou, terminei de arrumá-lo e não demorou muito ele dormiu. Tomei dois comprimidos de Fluoxetina e um de Depakene, para não perder o controle. Lavei o rosto na esperança de tirar a cara de derrota, mas foi um fracasso.

–Mamãe! -Ela não respondeu. -Mamãe!

–Ela saiu. -Papai disse. -Você tá bem?

Me olhou já sabendo a resposta, perguntou por perguntar. Eu meneei a cabeça em sinal afirmativo.

–Eu... Eu só queria conversar com...

–Já, já ela chega. -Assenti, percebendo que ele não me queria por perto para atrapalhá-lo assistir tevê.

Não sei por que, mas uma corrente de ódio me subiu, somada ao impulso da minha consciência que eu acabara de levar.

Saí para o quintal com o meu celular e enviei a seguinte mensagem:

Mamãe, estou grávida


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Notas finais do capítulo

Oh-ow... E agora? haha E agora o jeito é esperarem o próximo capítulo que só sai com reviews de vocês leitoras delícias. Não sei se respondi os do capítulo anterior, quando minha internet voltar, responderei todos



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